Diário da Cuesta
ano II Nº 322
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
SEGUNDA-FEIRA, 22 de NOVEMBRO de 2021
HERNÂNI DONATO: GRANDE ESCRITOR !
No dia 22 de novembro de 2012, Botucatu perdia seu grande escritor, historiador e jornalista HERNÂNI DONATO (1922 – 2012). Na Academia Paulista de Letras formou o “trio botucatuense”, com Alceu Maynard Araújo e Francisco Marins. Com seu colega de estudos na adolescência, Francisco Marins, ocupou por duas gestões a Secretaria da APL, com Francisco Marins na Presidência. Pertenceu a inúmeras Academias de Letras do Brasil e do Exterior. Era PRESIDENTE EMÉRITO DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE SÃO PAULO. Foi autor de filmes que marcaram o início do cinema nacional, como Chão Bruto e Selva Trágica. Com atuação profissional na imprensa paulistana, atuou na Editora Abril e na Editora Melhoramentos. Com extensa lista de livros publicados, inclusive traduções dos clássicos da literatura, como a “Divina Comédia, de Dante”. Para sua terra natal, Botucatu, deixou o “Achegas para a História de Botucatu” – verdadeira bíblia para os botucatuenses que lá encontram, em detalhes, o histórico da formação e evolução de seu município. (ilustrações de Hugo Pires) PÁGINA 3
Jatos da Embraer dominam a Holanda e já fazem a maioria dos voos da KLM Por Carlos Martins Os aviões brasileiros caíram de vez no gosto dos holandeses, que tem voado mais nos aviões da Embraer do que nos de outra fabricante. Atualmente são 51 os jatos da Embraer operados para a empresa holandesa através da subsidiária KLM Cityhopper, sendo 4 deles de nova geração (E195-E2), 30 de primeira (E195-E1) e 17 da versão menor, a E175-E1. Em fevereiro o CEO da empresa regional da KLM, já tinha adiantado ao AEROIN que os jatos brasileiros que entraram para substituir os aviões, seriam utilizados na retomada dos voos, a medida que a pandemia fosse arrefecendo.
Imagem: Embraer
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Diário da Cuesta
editorial
A ABL é uma Academia de Letras “sui generis” Surgiu, ousadamente, com as suas particularidades e – por quê não? – com sua maturidade e avanço social: foi pioneira ao admitir, desde a sua fundação (1972), como Membros Efetivos, duas mulheres, as acadêmicas Elda Moscogliato e Dinorah Silva e Alvarez. Assim, antecedeu, em alguns anos, idêntica iniciativa da Academia Brasileira de Letras! Outra particularidade: tinha, desde o seu início, três Patronos vivos! Eram os botucatuenses, todos Membros Efetivos da Academia Paulista de Letras, Alceu Maynard Araújo, Francisco Marins e Hernâni Donato, o primeiro filho “adotivo” e os outros, botucatuenses natos. Francisco Marins foi por 2 vezes presidente da Academia Paulista de Letras e Hernâni, Secretario. Ao depois, Marins foi o Presidente Emérito da APL e Hernâni foi presidente Emérito do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Alceu Maynard Araújo, consagrado folclorista, foi Secretário da Cultura do Grande Oriente. Mantendo a tradição, a ABL tem , hoje, a poetisa botucatuense, Maria Lúcia Dal Farra, como Patrona viva da Academia. Acredito que se deva, sim, comemorar bastante um feito como esse. É a cultura paulista e brasileira sendo preservada. É a comunidade interiorana valorizando a atual e as futuras gerações! Parabéns, ABL ! A Direção
O GIGANTE DEITADO
(ilustração de Vinício Aloise ao pé do Gigante, as Três Pedras)
EXPEDIENTE
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes
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HOMENAGEM A HERNÂNI DONATO
Botucatu viveu o seu mais importante momento cultural na Sessão Magna conjunta da APL - Academia Paulista de Letras e da ABL - Academia Botucatuense de Letras, em 2001. Pela primeira vez em sua história a APL realizava uma sessão fora de sua sede, na capital. No Teatro Municipal “Camillo Fernandes Dinucci”, a sessão magna conjunta teve seu ápice com a entrega do Troféu “A Flor Roxa de Taquara-Poca”. Os agraciados foram o saudoso professor José Pedretti Neto (in memorian) e o escritor e historiador Hernâni Donato. Na ocasião, o acadêmico Armando Moraes Delmanto, da ABL, discursou em homenagem a Hernâni Donato e lhe entregou a troféu. Com a presença dos ilustres acadêmicos paulistas, Miguel Reale, Erwin Theodor Rosenthal, Benedito Ferri de Barros, Sólon Borges dos Reis, Anna Maria Martins, Clodoaldo Pavan, Cyro Pimentel, Fábio Lucas, Geraldo Pinto Rodrigues, Hernâni Donato, João de Scantimburgo, Ligia Fagundes Telles, Nilo Scalco, Paulo José da Costa Jr., Francisco Marins e a bibliotecária Maria Luiza. A sessão foi presidida pelo presidente da ABL, José Celso Soares Vieira e secretariada pela acadêmica Carmem Silvia Martin Guimarães. Delmanto foi feliz ao trazer o perfil brilhante de Hernâni Donato: -”Excelentíssimos Senhores Membros Efetivos das Academias Brasileira, Paulista e Botucatuense de Letras, -Autoridades Civis, Militares e Eclesiásticas, -Casal Anfitrião, Dr. Francisco Marins e Dona Elvira, -Familiares do saudoso Prof. Pedreti Neto, -Familiares do Acadêmico Hernâni Donato, -Senhoras e Senhores. No final do ano passado, Hernâni Donato proferiu palestra no prestigioso Conselho de Economia, Sociologia e Política da Federação do Comércio do Estado de São Paulo. Foi um sucesso. A revista Problemas Brasileiros, de janeiro/fevereiro deste ano trouxe, como encarte, a sua palestra: “No Brasil, o Paraíso - Um mito do descobrimento”. Hernâni teve a gentileza de enviar-me o texto. Pois bem, li de um só fôlego o trabalho. E, ao agradecer por carta, conclui dizendo que o trabalho era fabuloso. E destaquei com letras maiúsculas e exclamações !!! (FABULOSO!!!!!) Pois é com esse espírito e entusiasmo que faço, hoje, a saudação a Hernâni Donato. Caríssimos Presidentes Erwin Theodor Rosenthal e Celso Vieira, SEM EXAGERO, podemos afirmar que o trabalho intelectual de Hernâni Donato é fabuloso. FABULOSO!!!!! Os livros de Hernâni Donato são conhecidos de todos nós. Aliás, Hernâni Donato é uma das raríssimas UNANIMIDADES DE BOTUCATU!!!! Começou jovem, na pré-adolescência. Juntamente com o amigo Francisco Marins teve seu primeiro trabalho publicado no suplemento juvenil do “DIÁRIO DE S.PAULO”, da capital: a novela “O TESOURO”. Na 5ª. Série da ESCOLA NORMAL, juntamente com Francisco Marins e com o Prof. José Sartori, que pertenceu à nossa Academia, recentemente falecido, dirigiu o jornal “O ESTUDANTE”. Aluno da ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DE SÃO PAULO, agregada à USP, interrompeu os estudos para comandar um grupo que se propôs a retraçar o percurso do caminho pré-cabralino do PEABIRU, entre São Vicente e Cuzco, no Peru. O PEABIRU foi a grande paixão intelectual de Hernâni Donato. Em 1997, Hernâni publicou “SUMÉ E PEABIRU: mistérios maiores do século da descoberta”, fruto de “mais de sessenta anos de pesquisa. No campo e nos textos”. É, com certeza, obra única! Na Capital, sempre atuou como homem de propaganda, de criação, de relações públicas. Presidiu a Editora Propaganda, atuou com destaque na Cia Melhoramentos, na Abril Cultural e foi um dos pioneiros da nossa televisão, produzindo um dos primeiros programas a ser campeão de audiência: “DO ZERO AO INFINITO”. Hernâni também foi um dos expoentes do jovem cinema nacional. Recebeu os prêmios SACI e GOVERNADOR DO ESTADO (1959) pela transposição para o cinema do seu romance “CHÃO BRUTO”. Outro romance de Hernâni, “SELVA TRÁGICA”, também cinematografado, foi exibido no Festival de Veneza. Hernâni é botucatuense, filho de Antonio Donato e de Dona Adélia Leão Donato. É casado como Dona Nelly Martha e tem 3 filhos: Maria Cláudia, Maria Flávia e Antonio André. Hoje, é avô coruja de Bruno, Rodrigo, Fernanda e
Natália. Membro Efetivo do INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE SÃO PAULO e da ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS, Hernâni Donato pertence a inúmeras outras Academias do Brasil e do Exterior sendo, com muita honra, PATRONO da ACADEMIA BOTUCATUENSE DE LETRAS. Como uma unanimidade municipal, por seu trabalho sobre a história de Botucatu, Hernâni tem o seu “ACHEGAS”, como o livro oficial de nossa historiografia. Todos os que estudam e pesquisam a história da cidade dos bons ares e das boas escolas temos, no “ACHEGAS” de Hernâni Donato o nosso norte, o nosso rumo! É o referencial histórico de Botucatu! Mas eu gostaria de, ao homenagear Hernâni Donato por seu trabalho intelectual e, especialmente, por seu trabalho para a historiografia de Botucatu, citar dois fatos: 1) o primeiro, referente à primeira edição do “ACHEGAS” (1954), quando o então vereador Dr. SEBASTIÃO DE ALMEIDA PINTO (médico, escritor e historiador) propôs e prontamente foi atendido pelo Prefeito Municipal de Botucatu, EMÍLIO PEDUTI, dando o necessário numerário para que saísse a 1ª. Edição do livro de Hernâni. Logo após, também graças à sensibilidade desse prefeito, Hernâni Donato recebeu a incumbência para que fizesse o BRASÃO DO CENTENÁRIO! Hernâni fez toda a criação intelectual imortalizada pela competência técnica do Prof. GASTÃO DAL FARRA. No BRASÃO DO CENTENÁRIO está tudo: desde o caminho do PEABIRU, a primeira capela, até os rios Pardo e Tietê. É uma beleza! É o retrato de Botucatu! O nosso 1º Símbolo Municipal até hoje é o preferido da população que espera seja oficializado pela municipalidade como o BRASÃO HISTÓRICO DE BOTUCATU!! 2) o segundo fato é referente à nossa história. Um dos mais importantes fatos da história de Botucatu: a criação da FACULDADE DE MEDICINA! Esse fato, com certeza, mudou o destino de nossa cidade! Raramente não encontraremos a devida citação dos fatos de nossa história no “ACHEGAS”. É Verdade! Sobre a história da conquista da FACULDADE DE MEDICINA, Hernâni começa por afirmar: “...Por que não levar ao governo a sugestão de instalar ali (Rubião Jr) uma faculdade de medicina? A muitos, a ideia pareceu demasiada. Chegou a assustar o núcleo dirigente local. Receavam desencadear campanha que dificilmente chegaria a bom termo. Se fosse Direito... Mas a juventude adotou a ousadia. Na capital constituiu-se comissão de botucatuenses ligados à imprensa e à política para agitar o assunto, independente ou até contra o poder municipal...” Nessa parte eu interrompo a leitura porque o texto de Hernâni, embora citando os pioneiros dessa luta, é por demais modesto... E logo vocês compreenderão o porquê... Busco no “MEMÓRIAS DE BOTUCATU”, também fruto de muitas pesquisas e depoimentos, o final do relato: “...Se havia o receio inicial das autoridade temerosas de uma empreitada impossível, o mesmo não ocorria com a juventude “botucuda”. Nos jovens, o destaque para JOSÉ FARALDO que era jornalista dos então poderosos DIÁRIOS ASSOCIADOS, lotado no Setor de Imprensa do Palácio dos Campos Elísios, e para HERNÂNI DONATO, jornalista e escritor em ascensão que comandaram o Grupo de Ação inicial, “balançando” as estruturas, convocando as autoridades, mobilizando a população e realizando um trabalho de relações públicas (especialidade de Hernâni) junto à imprensa botucatuense e paulista... O que aconteceu depois todos nós já sabemos... O que aconteceu depois faz parte da história de nossa gloriosa FACULDADE DE MEDICINA, hoje pertencente à UNESP. E a história oficial da grande conquista é o exemplo e motivo para atual luta pela conquista da REITORIA da UNESP para Botucatu. ESSE É O CENÁRIO!!! O sempre Mestre, AGOSTINHO MINICUCCI, criou uma expressão de sucesso: CAMINHADA PEABIRUANA, que representa a caminhada de todos os botucatuenses dedicados a estudar a nossa história, valorizando-a, destacando seus principais feitos, divulgando seus heróis municipais, enfim, vivenciando a nossa cidadania. Essa expressão é própria para o trabalho intelectual de Hernâni Donato! A CAMINHADA PEABIRUANA de Hernâni Donato foi e continua sendo um SUCESSO! Um sucesso fabuloso! FABULOSO!!!! Obrigado, Hernâni! Parabéns! Avante!” Hernâni Donato agradeceu em carta ao Armando M. Delmanto, completando esse importante registro histórico da cultura botucatuense: Caro Armando Delmanto: Você mesmo terá provado o quanto é difícil o ser “profeta na sua terra”, qualquer manifestação em contrário a esse afirmar retira do orgulho o selo do pecado. Isto entra no considerar tudo o que me tem sucedido em Botucatu, especialmente no 29.03. Muito mais fico devendo quando a ode é cantada por um solista da sua qualidade. Não mereço tanto. Bem por isso, por favor, aceite o meu agradecimento. Pelo que fez e disse. Só por isso terá valido a festa. Abraço. Grato. HERNÂNI. (01.04.2001)
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ARTIGO
A REVOLUÇÃO DE 32 DE HERNÂNI DONATO ELDA MOSCOGLIATO Fomos a primeira – segundo nosso amigo Carlos Rosa – a receber, em Botucatu, o livro de Hernâni Donato. Um grande prazer, sem dúvida, pelos laços de velha amizade e de admiração profunda que torna seu Autor credor autentico do imenso clã. Mesmo porque, a nosso modo e, segundo a faixa etária, nós vivemos também, a grande epopéia. Cada página e cada foto evoca cenas e fatos, perto ou longe, vividos através da imprensa entusiasta de então. Um belo trabalho de pesquisa e elaboração. Com a chancela de autenticidade que caracteriza a já rica obra de Donato, eis que, minerador apaixonado, programa o trabalho, inicia meticulosa e apurada pesquisa quando então consome de sua intensa atividade intelectual, anos e anos de consciente, aprofundado e minucioso estudo. E aí está mais um resultado de sua já firmada e vitoriosa vida de escritor nato: “A Revolução de 32”. É, na nossa entusiasta interpretação, a maior e mais bem organizada fonte elucidativa do que foi a grande epopéia paulista. Outros escreveram sobre ela. Mas falta muito ainda a ser transformado em romance, livro de crônicas, memorial do Interior, sem aquela preocupação única de um relato cronológico autentico. Donato já mantém em suas duzentas e vinte e quatro páginas, o primado de um roteiro o mais completo e elucidativo até agora impresso. É a comunicação moderna em que a fotografia completa os textos sóbrios e nem por isso menos ricos e conteúdo e de historicidade. Mas Donato tem reservas maiores para explodir, de repente, com um riquíssimo romance. Ele já o fez, no romance biográfico, para nós, o seu “cappolavoro”: “Rio do Tempo”. E porque não, sobre a epopéia de 32, o maior poema épico da contemporaneidade paulista? O interior guarda em sua crônica rica memória daqueles dias de euforia patriótica em que tudo convergia para o “Bem de São Paulo”. Botucatu viveu seus dias de glória. Nunca, como então, a figura do professor avultou numa delineação carregada das tintas fortes do “varão” romano. As escolas vieram à rua para contagiar o povo num movimento cívico jamais registrado antes ou depois, da grandeza do mestre frente aos seus discípulos. A revolução partiu do alto para baixo, sem discriminação de classes ou pensares. Assoberbou tudo. Homogenizou e levantou, num bloco só, uno e coeso, o Estado Paulista. Mal estourado o movimento, eis a Normal de então, mobilizando os professores, transformada num foro cívico onde borburinhava o incitamento, o entusiasmo à luta. Silvio Galvão abandona a cátedra, e assume em sua casa, o posto de alistamento do voluntariado. Organiza o primeiro Comitê Re-
volucionário. Não para ali. Desce à esplanada do Espéria e numa tribuna improvisada concita o botucatuense à luta. É um rastilho que se incendeia. Sucedem-se os oradores: Sebastião de Almeida Pinto, José do Amaral Wagner. Dilia Ribeiro deixa a Biblioteca e vem à praça. É a primeira mulher a falar pela mulher botucatuense. A Normal se transforma. É agora um Hospital. Conclamou e organizou o Serviço Médico e o de Enfermagem. Há um burburinho continuo. Todos estão a postos. Surge o Batalhão Diocesano. E as ruas se enchem dos uniformes caqui e os “bibis” de guerra. A Banda Municipal de Amilcar Montebugnoli desfila pela Rua Amando. É o primeiro Batalhão que parte. À frente, na primeira linha, cantando a pleno peito, os mestres inesquecíveis: Silvio, Tião e Wagner. Tendo ao ombro os pavilhões nacional e paulista, lá desceram eles, o garboso primeiro batalhão botucatuense – a cerca de quarenta jovens impertigados e ufanos – a caminho do primeiro comboio que os levaria à Capital para o engajamento certo. Atrás, em brados de entusiasmo e de tristeza, os estudantes botucatuenses e o povo coesos, na despedida aos que partiam para a luta, para a conquista, para a vitória.