Diário da Cuesta
ano II Nº 330
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
SEGUNDA, 29 de NOVEMBRO de 2021
QUEM É O PAI DO PLANO REAL?
É preciso sempre lembrar que Fernando Henrique Cardoso NÃO é o idealizador do PLANO REAL. O ex-presidente ITAMAR FRANCO é o grande idealizador do PLANO REAL. E FHC sempre procurou NEGAR esse crédito a Itamar. A HISTÓRIA se encarregou de “consertar” essa injustiça: “ÚNICO PAI DO PLANO REAL. Conseguiu eleger o seu sucessor, o sociólogo Fernando Henrique Cardoso. FHC seria sua terceira opção. A primeira opção era o embaixador Rubens Ricupero, que idealizou o PLANO REAL. Por problemas ocorridos em uma gravação televisiva não espontânea, Ricupero ficou queimado para qualquer embate político. O comentário geral é que Itamar Franco elegeria quem ele quisesse. As más línguas dizem que se ele quisesse ele elegeria até o José Serra... Mas o FHC foi o escolhido. E se elegeu. Conseguiu aprovar a reeleição (rascunho do “mensalão”?). Foi reeleito. Tudo graças ao REAL e à confiança de Itamar Franco.”
FACULDADE DE MEDICINA OUTORGA TÍTULO A DUAS NOVAS PROFESSORAS EMÉRITAS
Em cerimônia realizada na Sala da Congregação, na tarde de quarta-feira (24), a Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB/ UNESP) outorgou oficialmente às professoras Carmen Maria Casquel Monti Juliani e Giesela Fleischer Ferrari o título de Professoras Eméritas. Essa honraria é conferida aos docentes já aposentados, que atingiram alto grau de projeção no exercício de sua atividade acadêmica.
Diário da Cuesta
2
a r t i g o O Cenobita do Peabiru José Sebastião Pires Mendes Bancário, Professor e Artista Plástico. eu amigo sempre foi um excêntrico. Enquanto distribuia vulgar ciência a seus alunos, subia até as alturas estelares para contemplar o outro lado do Universo. E ele era assim mesmo: um homem de baixa estatura, mais idoso do que jovem, sujeito às gripes de uma forma alérgica. Mas conseguia esticar o pescoço e mergulhar a branca cabeleira para fora das nuvens de nossa profana mediocridade. Lá ele respirava uma atmosfera mais pura, e por isso mesmo, mais fantástica. Era exatamente a pessoa a quem costumo dizer: “Quem quer andar firme com os pés no chão, anda também com a cabeça nas nuvens”. E foi assim, nessa atmosfera nebulosa, que meu amigo certa feita revelou-me um sonho. Talvez não fosse um sonho, fosse sim uma daquelas fantásticas experiências que, conforme os entendidos, o eu corpóreo penetra em outros estados de consciência, da mesma forma que um submarino rasga as profundezas oceânicas. Nessa ocasião, nosso personagem havia lido sobre os antigos jesuítas, preocupado em redescobrir um caminho natural, que os teria levado do baixo vale de Piratininga até as alturas dos chapadões do interior. Havia um, descoberto e pisado pelos índios, que o chamavam de “peuá-boró”, isto é, pesado chapadão. Singular caminho aberto em picadas na selva, aproveitando os valos e aclives do terreno, que ziguezagueavam por entre as rochas, até atingir o topo da serra e demandar os recônditos inexplorados do interior. Em sua experiência psíquica, meu amigo arvorou-se em guia dos veneráveis padres, desejosos que estavam de encontrar-se com as comunidades indígenas para os altos de “tuitu-catu”, isto é, o vento bom, que soprava sobre as serras. Ele já tinha ouvido falar de um serpenteante caminho chamado pelos seus contemporâneos de “caminho do peabiru”, nome que se tornou célebre na literatura regional. “Caminhavamos em meio à chuva - narrou ele - e parecia-me que um dos padres, a quem chamavam de cenobita, porque levava vida de monge, trazia consigo uma velha arca. Podia-se avaliar o seu peso pela força que o monge fazia ao transportá-la. Uma voz sussurava ao meu ouvido que naquela arca havia um precioso tesouro. Como num
filme, passei de protagonista a espectador, e vi com interesse quando os padres, após escalar a serra isnópita, descansaram numa gruta natural. Alí, o estranho monge escondeu o seu tesouro e tudo acabou”. Habituado como estava às mirabolantes narrativas de meu amigo, não dei importância a essa. Mas ele tornou-se com o tempo taciturno e já não ministrava bem suas aulas. Para ajudá-lo, dei asas à sua imaginação e pedí-lhe novas histórias oníricas. Mas ele não queria mais falar no assunto e segredou-me que uma última experiência fora de uma tal vivacidade que lhe havia afetado os nervos. Passou-se o tempo. Um belo dia o professor veio procurar-me bastante aflito, dizendo que tinha a certeza de poder reencontrar o caminho perdido dos ín-
dios. “Para que?” respondi-lhe eu. Ao que ele, sacudindo nervosamente seus cabelos brancos, retrucou: “Para acharmos o tesouro do monge jesuíta !” Bem, confesso que não esperava por essa resposta, já que nunca havia pensado que meu amigo, tão absorto às idéias do fantástico, pudesse alimentar pensamentos de cobiça. Além disso, acreditar em sonhos não era lá do meu feitio. “Mas tenho a certeza de que podemos achar esse tesouro”, garantiu, e mostrou-me um traçado antigo que rebuscara em livros de topografia. Ali estava delineado um sinuoso caminho que, segundo a lenda, seria o tão famoso caminho do peabiru. Da persuasão de uma idéia à aventura de uma pesquisa não houve muito tempo, pois, apesar de incrédulo, sempre me atrairam assuntos de arqueologia. Decidi-me pois, a acompanhá-lo. Mochila às costas, lá fomos num domingo de verão, em busca de indícios da tal caverna. A cuesta terminava em intrincados sulcos e aparentes caminhos na-
EXPEDIENTE
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes
WEBJORNALISMO DIÁRIO
Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689
turais, provocados talvez pela erosão, que se perdiam penhasco abaixo, onde outrora vinham quebrar as ondas de um oceano antidiluviano. Realmente, à vista do grande vale além, descortinava-se diante de nós o que mais parecia um oceano interminável, de onde se elevavam massas de ar quente, confundindo o violáceo do horizonte com o tênue azul do céu. E a procura do tesouro terminou em cansativo passeio, ainda que pitoresco. Mas o professor não desanimou, e depois de vários dias de silêncio, interpretados por mim como cética desistência, comunicou-me ele que o cenobita lhe havia aparecido novamente e lhe indicara o local exato onde escondera o tesouro. Passaram-se meses e diante de minha recusa em tomar parte em tão insólito empreendimento, ele acabou por arrefecer nossa amizade. Mas continuou sozinho com suas buscas, das quais voltava sempre extenuado. Dizia-me que constantemente tinha visões nas quais distinguia uma caverna escondida no bojo da cuesta e que dentro dela jazia um vulto deitado sobre uma pedra. A seu lado, a arca do tesouro. Perante tal dicotomia da realidade, cheguei a temer pela saúde mental de meu amigo, e depois de aconselhá-lo inutilmente, achei melhor afastar-me. “Quem não ajuda não atrapalha”, pensei eu, e fiz uma oportuna viagem de férias. Quando voltei, soube que o velho professor havia morrido. Indagando a causa, disseram-me que ele havia sido acometido de moléstia de processo tão rápido quanto fatal. Um quadro estarrecedor, porquanto nos últimos dias de vida ele não cansara de falar de uma tal gruta do tesouro, e que só eu poderia encontrá-la. Mas eu estivera ausente, e tanto era a sua insistência, que pessoas curiosas foram verificar o local. Mas nada encontraram senão vestígios de picadas no mato, escavações toscas no arenito dos barrancos, tentativas de abertura nas rochas hostís, e uma desolada paisagem de galhos retorcidos, cascalhos e ferramentas quebradas e abandonadas. Não me contive, e movido por um inesperado impulso emocional, fui até lá. Realmente, não encontrei gruta alguma, mas fiquei muito surpreso ao descobrir, escondida sob as folhagens, uma rocha de grandes proporções. Ao examiná-la em detalhes, não pude conter um susto: gravadas em profundos caracteres latinos, tão antigos quanto o local, estavam estas nítidas palavras, desafiando o tempo e a razão: “NIPA ITA”, que na língua dos índios significa pedra ôca. O cenobita guardião havia deixado sua indelével marca.
O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.
Diário da Cuesta
INGRATIDÃO: 20 Anos do Plano Real esquece o PAI DO REAL!!!
Duas imagens guardei de Itamar Franco: o homem simples que ficou muito magoado quando quiseram lhe negar a paternidade do PLANO REAL e a segunda imagem é a do Presidente da República que tem o seu mais próximo Ministro suspeito de ter cometido irregularidades: afastou imediatamente o Ministro até que os fatos fossem devidamente apurados. O Ministro foi absolvido. Quanto ao PLANO REAL, sempre é bom lembrar que em matéria de presidência da república vale aquela brincadeira do Jô Soares: SUB-CHEFE NÃO É CHEFE!!! Não importa que quem idealizou o PLANO REAL foi o competente Rubens Ricupero e nem se o FHC tirou proveito, o PAI DO PLANO REAL só pode ter sido o PRESIDENTE DA REPÚBLICA que era o ITAMAR FRANCO !!! No final do artigo estão os links para os posts que trataram desse assunto na época devida. É muito feio querer se apropriar da obra alheia... O PAI DO PLANO REAL é o então Presidente da República, ITAMAR FRANCO! FHC tem seu mérito, claro, como ministro do presidente Itamar Franco. É isso! A HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DO BRASIL está cometendo essa grave distorção interpretativa: NÃO existe menção a ITAMAR FRANCO como PAI DO PLANO REAL e NEM existe citação de LULA como responsável pelo MENSALÃO ocorrido, sob as “suas barbas”, em seu governo, no governo do PT! A HISTORIOGRAFIA BRASILEIRA terá que CORRIGIR essa interpretação que beira à canalhice...
Coisas da política...
Abaixo, artigo de Carlos Chagas sobre a comemoração dos 20 Anos do Plano Real: Coisas da Ingratidão Carlos Chagas Algum filósofo, quem sabe um santo, pode ser até que um político, terá meditado estar a ingratidão no rol dos maiores defeitos da pessoa humana. Tome-se a reunião solene realizada ontem pelo Congresso para comemorar os vinte anos do Plano Real. Nada contra, não fosse a pouquíssima importância que se deu a quem decidiu acabar com a inflação e colocou em risco seu próprio mandato e sua imagem para a História. Se não desse certo, ele seria o responsável. Fala-se do ex-presidente Itamar Franco. O executor seria o ministro Eliseu Resende, infelizmente demitido dias depois de empossado por haver permitido que uma empreiteira pagasse suas diárias num hotel de Nova York. Coisa naqueles idos rotineira, como mais ou menos hoje. Com Itamar, porém, era na moleira: qualquer auxiliar acusado de irregularidades via-se imediatamente mandado embora. Que fosse defender-se fora do governo, retornando caso declarado inocente. No caso de Eliseu, não houve defesa.
3
Assim, o então presidente defrontou-se com grave questão: encontrar logo um novo ministro para desenvolver o plano de recuperação econômica ou cair no descrédito. Sem opções, apelou para seu ministro de Relações Exteriores, Fernando Henrique Cardoso, então posto em sossego e conformado em encerrar sua carreira política entre banquetes e coquetéis desimportantes. Não se reelegeria senador e, mesmo para deputado, não parecia fácil. Itamar encontrou o sociólogo numa embaixada em Washington e, em curto telefonema, fez o convite. FHC refugou de imediato. De jeito nenhum. Não era economista e estava muito bem no Itamaraty. Foi dormir certo de haver espantado aquele fantasma descabido e impertinente. De madrugada o telefone toca outra vez, agora no hotel. Itamar de novo, mais ríspido do que o normal, participando ter encaminhado às oficinas do Diário Oficial decreto nomeando Fernando Henrique ministro da Fazenda. Era acatar a disposição ou demitir-se do ministério das Relações Exteriores. De volta no avião, aliás, de carreira, não demorou muito para absorver a nova situação e veio pensando como desatar aquele nó monumental. Pensou primeiro em Pedro Malan, depois em José Gregori e enfim naquele grupo de cabeludos do Departamento de Economia da PUC do Rio. Desembarcou entregando seu futuro a Deus, mas logo reuniu a equipe. Em poucos dias fluíram as sugestões tidas por muita gente como doidinhas, a começar pela mudança no nome da moeda. De cruzeiro para real. Não se pode tirar de Fernando Henrique o mérito de ter enfrentado o desafio e de submeter-se às propostas do grupo recém formado. Claro que pensou na hipótese de, diante do êxito, transformar-se em candidato presidencial. Quem tomou a decisão fundamental, porque política, porém, foi o presidente Itamar Franco.Nem ele nem o novo ministro da Fazenda entendiam de economia. Sendo assim, soou um pouco estranha a homenagem prestada pelo Senado por iniciativa de Aécio Neves, que centralizou em Fernando Henrique Cardoso as lantejoulas, confetes e serpentinas pelos vinte anos do Plano Real. Se Itamar não foi esquecido, viu-se ao menos posto em cone de sombra. Coisas da ingratidão… (Blog da “Tribuna na Internet” – 26/02/2014)
Eis um resumo do testemunho do ex-presidente Itamar Franco, poucos dias antes de seu passamento, publicado na íntegra no blog Conversa Afiada, do jornalista Paulo Henrique Amorim: “Para mim, Ricúpero [Rubens, ministro da Fazenda] é o principal sacerdote do Plano Real. Mais tarde tivemos ajuda, e grande, do ministro Ciro Gomes. Naquele momento, isso é o que o povo brasileiro não sabe, se for ler a história do real […], é o senhor Pedro Malan [exministro da Fazenda]; senhor Pérsio Arida [ex-presidente do Banco Central], não sei mais quem…”. Prossegue Itamar Franco: “De repente, até parece que foi o doutor Cardoso [FHC] que assinou a medida provisória [do Plano Real]”. FHC deixou o governo em março e o Plano Real foi em julho de 1994 !!! “Ele tinha assinado a cédula [como ministro da Fazenda] e eu errei deixando que assinasse. Constitucionalmente, não podia”, lamentou Itamar. O ex-presidente finalizou o depoimento com uma frase perturbadora para FHC: “Ele entende de economia tanto quanto eu. Talvez eu entenda mais”.
Diário da Cuesta
ARTIGO
“Lolita”
4
MARIA DE LOURDES CAMILO SOUZA Hoje a tarde nos reunimos na sala das voluntárias nas dependências da APAE, para comemorarmos o sucesso do Show de Prêmios, realizado a alguns dias atrás. E uma amiga querida estava presente, pois estávamos celebrando também o seu aniversário e da querida Abigail Fogueral. Depois dos costumeiros cumprimentos, muita conversa, risadas, também nos servimos dos deliciosos salgadinhos, refrescos e refrigerantes que as amigas trouxeram. Depois fizemos um bingo com alguns prêmios. Então cantamos o Parabéns para as aniversariantes. Dolores, Lolita como a chamamos carinhosamente, com a voz embargada pela emoção e os olhinhos cheios de lágrimas
nos contou que antes de vir para a comemoração, o filho tinha ligado para saber dela. Quando ela contou que estaria conosco, ele deu os Parabéns a ela pelo trabalho voluntário junto à APAE. E ela considerou que realmente merece os Parabéns, pois além de comemorar seus 88 anos de vida também comemorava 44 anos de serviço voluntário ali. Ela deixou-nos a todas ali presentes com os olhos marejados. Abigail completou seus 78 anos. Esta é um capítulo a parte por seu amor e dedicação ao voluntariado. Enquanto estávamos ali festejando, algumas funcionárias do APAE vinham procurá-la pedindo um serviço de costura, ou perguntar alguma coisa. Sem comentar o quanto é querida pelos assistidos e os funcionários. Muitas vezes quando estou ali na loja, eles passam por lá para perguntar por ela, quando virá. Deixam recados que transmito via WhatsApp. Essas duas queridas são exemplos de solidariedade e amor ao próximo!