Edição 34

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Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

ano I Nº 34

SEXTA-FEIRA 18 de dezembro de 2020

A VIDA BANDIDA DE DIOGUINHO

“Em um baile, Dioguinho deixou seu chapéu de palheta sobre uma cadeira e foi dançar. Quando voltou, uma pessoa estava sentada no chapéu. “Ele atirou e matou a pessoa. Ele sempre estava armado”. Página 4

JORNALISMO CIDADÃO & RESULTADO POSITIVO... Leia o EDITORIAL na página 2

NOVA FROTA DE ÔNIBUS ESCOLARES DA PREFEITURA

São 16 novos veículos que vão transportar com mais segurança e conforto todas as crianças de Botucatu, “fruto de economia e otimização de recursos”, afirmou o prefeito Pardini. A pequena Catarina que estava passando com a mamãe, em frente a Catedral, aprovou os novos veí-

culos! Os ônibus, fabricados pela Caio/Induscar têm capacidade para 52 alunos sentados e “fazem parte de um grande trabalho de renovação da nossa frota Retorno às aulas sendo preparado com muito carinho e cuidado!”, destacou Pardini.


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Diário da Cuesta

editorial

Jornalismo posi�vo na defesa da comunidade. É isso.

O jornalista é sempre jornalista. A caminho de casa, a caminho do centro, em qualquer caminhar ele sempre é JORNALISTA... Foi o que ocorreu com o Rodrigo Amat Scalla, colunista do DIÁRIO DA CUESTA, a caminho da cidade, ao passar pela Major Matheus viu a situação precária de um antigo imóvel, mal cuidado e mal conservado, localizado em ponto de alto comércio da Major Matheus. Filmou. Parou e conversou com moradores e transeuntes. Local usado por usuários de drogas, mui-

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to lixo e mato alto, ratos grandes, escorpiões e outros perigos aos que moram ou comercializam no seu entorno, além dos transeuntes da principal artéria da Vila dos Lavradores. Ao vivo, gravando, fez seu apelo às autoridades competentes para uma solução rápida. É assim que tem que ser... A Prefeitura Municipal agiu rápido na determinações necessárias à segurança pública. O imóvel já está com tapume onde estava aberto com isolamento feito e o proprietá-

rio deverá demolir o imóvel. Caso claro de CALAMIDADE PÚBLICA!!! O DIÁRIO DA CUESTA, com orgulho, destaca o trabalho do jornalista e colunista Rodrigo Amat Scalla. Parabéns! Parabéns à Prefeitura Municipal de Botucatu, à Defesa Civil e a todos envolvidos na solução desse problema! Esse JORNALISMO é o que queremos para Botucatu. Desse JORNALISMO é que Botucatu precisa. AVANTE! A Direção.

SIMPLES ASSIM

José Maria Benedito Leonel Não vem não! Você é inconveniente, sem noção, entrona, espaçosa, insensível. Você não tem o mínimo tato, sensibilidade , senso de oportunidade, finesse. Bruta, provoca separações doídas,deixando amantes em lágrimas, se perguntando o porquê. Neste tribunal da vida você impassível, vai sair vencedora. Eu, sem o diploma devido, advogo para os que amam, para os que tinham sonhos, para Joanas e Josés, para os que perdem. Sairei de cena cabisbaixo. . Eu vou perder, fazer o quê.

Só eu sei quantos já perdi e quanto doeu; os de sangue , os de casa e os de coração. E tantos já foram embora; o Ademar, o Belésia, o Jaime, o Zé Maurício, o Zé Vieira, a Laís, o Caram, o Nardo, o Nê Tavares e tantos outros. Você, para vir ,corta atalhos, passa por pinguelas, galopa em potros xucros, faz tribofes nas corridas atadas, mas não erra o alvo. Faz-me muito mal perceber o desencanto que fica nos olhos tristes das mulheres quando você leva seus homens, ladra de amores. E também já vi homem chorando por suas mulheres, vazios de

amanhãs. Não, você não é a amante que divide; você, mais egoísta , não deixa nada, só a saudade, que não é presente seu. Mas reconheço: você é justa e cumpre a Constituição lá do alto, a Carta Magna CELESTIAL que diz; Artigo 1°- todos são iguais perante a morte, sem nenhuma discriminação. parágrafo único :pode acontecer variações entre o tempo do evento para cada um, mas o “caput’ do artigo será cumprido. Sabe porquê gosto de Cristo? Porque Ele ressuscitou Lázaro e em três dias venceu você. Se não for verdade, deixo de gostá d’Ele.. Simples assim.

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Dioguinho não admitia nada de errado em Botucatu, onde vivia sua família. Vida bandida por aí, aqui não... E assim foi até seu estranho desaparecimento, muito estranho...

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Moacir Bernardo é um entusiasta. É incansável. Já pela segunda vez resgata tipos populares de nossa história. Primeiro, com Ana Rosa, agora, com esse bandido famoso que chegou a merecer 2 filmes sobre sua vida, vários artigos na imprensa, livros, documentários de televisão. Ora, nos EUA tivemos Jesse James, aqui entre nós, tivemos o Cangaceiro, Menegue� e tantos outros tipos com profundas raízes no imáginário popular... Dioguinho é um desses ídolos ao aveso, exatamente pela vida bandida que levou.

EXPEDIENTE NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO

Uma época, Dioguinho tinha um bando. Eram 10 a 12 pessoas + o irmão e ele. Todos marginais, como ele. Lembravam o Bando de Lampião que só surgiu depois de 25 anos do desaparecimento de Dioguinho. Diogo da Silva Rocha, nasceu em Botucatu, dia 9 de outubro de 1863 e recebeu o seu ba�smo no dia 13 de outubro. Morava em uma casa na atual rua Amando que foi demolida há pouco tempo. Era de uma família tradicional de portugueses.

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.


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Diário da Cuesta

Diplomação dos polí�cos eleitos será nesta sexta-feira em Botucatu

Esta é mais uma situação histórica que a Câmara irá viver este ano por causa da pandemia. Depois das sessões com deliberação virtual, a partir de um pedido da Jus�ça Eleitoral, pela primeira vez a cerimônia de Diplomação dos Eleitos acontecerá no prédio do Legisla�vo. A iniciativa visa garantir que todo cidadão possa acompanhar na íntegra o rito da diplomação que será restrito aos eleitos para os cargos de prefeito, vice-prefeito, vereador e vereadora nos municípios que compõem a comarca de Botucatu (Botucatu, Ita�nga e Pardinho). A solenidade começa às 9h da manhã e será transmitida ao vivo pelo facebook da Câmara e pela TV Câmara Botucatu (31.3 da rede aberta ou canal 2 da Claro NET TV).

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A iniciativa visa garantir que todo cidadão possa acompanhar na íntegra o rito da diplomação que será restrito aos eleitos para os cargos de prefeito, vice-prefeito,

vereador e vereadora nos municípios que compõem a comarca de Botucatu (Botucatu, Ita�nga e Pardinho). (Redação 14 News)

PRESENTE

NANDO CURY O NATAL presenteou e passou...ufa! Sei dizer que de presente em presente, meu saldo positivo foi pro passado e muitas dívidas pro futuro. Hoje em dia, não se pode nem comprar mais presentinho. Isto cheira, vira, mexe, escolhe e para no subjuntivo (antigo condicional): ah, seu eu pudesse... Às vezes, o pior não é presentear e sim ser presenteado pois presente mais do que perfeito é sonho pretérito. Por exemplo, essa história de amigo secreto, onde a oferta anda demandando pro infinitivo. No futuro do presente, resta a certeza de que o secreto passado deixou a desejar. Gerundiando bem, como é que se consegue dar presente com um salário sem futuro? Lá por setembro, a gente faz um rápido balanço de renda, pra saber como é que vai passar o começo o começo do fim de ano. Aí o salário vai minguando e se sobrar alguma grana é porque ainda tem coisa pra ser paga.

Os tempos realmente mudaram! Nesta fase, Papai Noel continua trazendo os meus presentes, pra quem eu não sei. Só tenho reparado que os imperativos presentes são os menores. Pudera, tudo está custando “o olho da cara” – a expressão é essa mesmo, já vem inflacionada. Então aparece na mente a grande questão verbal: “o que é, o que é, que ainda se pode comprar de presente?”; logicamente associada à sábia indagação: “e o que é que o salário pode fazer?”. Olha, no presente, até retribuição de cumprimento está problemática. A gurizada pedinte do “feliz natal seu moço” já nem recebe resposta falada. Será que a palavra também está pesando no bolso? Repetem-se as promessas, fim de ano após fim de ano: “ano que vem, começo a comprar os presentes de Natal em abril”, “juro que no ano que vem não vou dar presente pra fulana”; “ano que vem, você vai ver, não compro nenhum presente caro”... Afora todo esse pessimismo quanto à conjugação do presente (cada vez mais)

O GIGANTE DEITADO

(ilustração de Vinício Aloise ao pé do Gigante, as Três Pedras)

composto, sobram sugestões interessantes, para se presentear as datas comemorativas do ano. Eis um indicativo presente: Natal – dê passagens de ida e volta, caminhando pelas ruas enfeitadas da cidade. Ano Bom – dê votos e faça promessas. Reis – dê romã, de preferência do pé da vizinha. Páscoa – dê conselho (não confunda com coelho). Dia das Mães – dê um beijo. Dia dos Namorados – dê flores ou bombons (filados com classe). Dia dos Pais – dê um abraço. Semana da criança – dê sorrisos. Aniversários em geral – dê parabéns e presença. Além de serem as mais baratas e as mais específicas, essas opções vem com a melhor das intenções de se tornarem presentes! Um parêntesis (É natural que muitas pessoas achem ridículas as indicações, por deduzirem que com que ganham, podem perfeitamente comprar um pé de meia tipo comum, uma água de cheiro tipo comum, ou outra coisa tipo comum, para dar de presente a alguém incomum). Pois é , advérbio, “tudo depende do seu particípio social!”


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Diário da Cuesta

?Lampião paulista? aterrorizou a região no final do século 19

?Dioguinho?, nascido em Botucatu, andava em bando e foi acusado de vários assassinatos. Ele sumiu numa emboscada da polícia, mas o corpo nunca foi encontrado

por Rita de Cássia Cornélio Um homem bem vestido, de família tradicional botucatuense se tornou um bandido temido no Interior paulista. O fantasma de “Dioguinho” que, na pia batismal recebeu o nome de Diogo da Silva Rocha, assombrou por várias décadas a comunidade interiorana.

Mesmo depois de morto, sua vida foi retratada em pelo menos cinco livros. Em documentários e inúmeras páginas de jornais da Capital, seu jeito rude de agir fez com que o bandido “Dioguinho” se tornasse uma lenda para cidades da região de Ribeirão Preto. Seu corpo, nunca foi encontrado, por isso, acredita-se que somente seu irmão tenha sido morto em uma emboscada preparada pelo governo do Estado de São Paulo. As pessoas que o delataram à polícia foram morrendo misteriosamente, após seu desaparecimento. Daí nasceu a lenda de que ele não tinha morrido na emboscada e continuava agindo. Para o pesquisador e historiador botucatuense Trajano Carlos De Figueiredo Pupo, a imagem que ficou de “Dioguinho” em Botucatu é de homem corajoso, porém mau. “Ele enfrentou o sistema, ousou enfrentar a polícia, mas nunca para defender os pobres como Robin Hood.” Na comparação, o historiador arrisca a dizer que a faceta negativa do bandido sobressaiu sobre a positiva. “Um herói que enfrentou a polícia, porém como um cangaceiro.

Ele está mais para Lampião do que para Robin Hood.” Moacir Bernardo, autor de “A Vida Bandida de Dioguinho”, obra datada de 2000, ressalta no livro que o protagonista faz parte da história do faroeste caboclo. “Nos Estados Unidos da América viveram muitos bandidos sanguinários que faziam verdadeiras carnificinas, assassinatos em emboscadas, assaltos a bancos entre outros crimes. Foram imortalizados em livros e filmes do gênero faroeste ou western.” No Brasil, na década de 20/30, os cangaceiros de Lampião, bando de marginais liderados pelo capitão Virgulino

Ferreira da Silva infernizaram e levaram pânico à região do nordeste brasileiro. Eles invadiam e saqueavam fazendas e pequenas cidades. Foram imortalizados em livros, matérias jornalísticas, músicas, poesias, teatro, filmes e tantas outras publicações. “No faroeste caboclo, ‘Dioguinho’ figura como um dos mais conhecidos.” Segundo o autor da obra, “Dioguinho” teria matado mais de 50 pessoas em sua trajetória bandida. Em Botucatu, sua terra natal, ele não cometeu crimes. Atuou mais na região de Ribeirão Preto. Sua marca registrada era sua elegância no trajar. “Estava sempre bem arrumado. Era um bandido chic. Um jornalista, de Ribeirão Preto, escreveu um livro de 500 páginas e descreve o bandido com tules e rendas.” Bernardo lembra que seu livro é o quarto sobre a vida de “Dioguinho”. “Depois saiu um quinto. O meu é um resumo da história. Eu tenho conhecimento de que em 1907 fizeram um livro, 1920 outro, 1940 outro, além dele figurar em muitas revistas e jornais como: Diário Popular, Notícias Populares, o Estado de São Paulo. Tem ainda um documentário feito pela afiliada da Globo em Ribeirão Preto.” (JCNET)


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