Edição 348

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Diário da Cuesta

ano II Nº 348

NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

SEGUNDA-FEIRA, 20 de DEZEMBRO de 2021

CORROMPE OS FRACOS E A MENTIRA TEM PERNA CURTA!!! A Frase da Semana , hoje, são 2 frases do grande presidente dos EUA... Sem muitos comentários. Nos remete diretamente ao âmago da questão! A Frase da Semana, desta semana, são 2 frases de Abraham Lincoln, atemporais, visto que foram proferidas por ele, presidente dos USA, no Século XIX, e permanecem atuais.

“Nenhum mentiroso tem uma memória suficientemente boa para ser um mentiroso de êxito.” Abraham Lincoln

“Quase todos os homens são capazes de superar a adversidade, mas, se se quiser pôr à prova o caráter de um homem, de-se-lhe poder.” Abraham Lincoln

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ARTIGO

Diário da Cuesta

O MENINO Elda Moscogliato Nascera também, num estábulo. Contara-lho a mãe, ao embalar-lhe amorosamente os anos de infantis. Sufocavam-na as dores e a criança não nascia. Inesperadamente penetrou a mansão, dirigiu-se à câmara onde sofria, um ser desconhecido e velado. Deu uma só ordem, ás camareiras : “Levem-na ao estábulo. Lá é que deverá nascer o filho de Pedro Bernardone”. Obedeceram, pressurosas e assustadas, as açafatas da dama. E Francisco nasceu entre palhas, numa manjedoura. Lá fora, pelas ruas estreitas de Assis, o mesmo desconhecido mensageiro proclamava entre os aldeões incrédulos: “Paz e Bem!” . . . “Paz e Bem!” E sumiu-se. No fundo de seu coração sempre puro, guardou Francisco o estribilho da narrativa materna: - “Como o Filho de Deus!. . . Você nasceu, como o Filho de Deus!” Pelos anos em fora foi-se-lhe gravando a humildade da Manjedoura, a simplicidade tocante de um Deus nascido entre as obras da Natureza: o silencio da noite, a esplendente beleza dos céus, a passividade dos animais, a humildade e singeleza dos pastores. A narrativa materna encouraçava-lhe o casto coração contra as seduções do mundo. No entanto, foi rico, inteligente, herói. A mocidade despontou-lhe pródiga e feliz. O jovem Bernardone era o alegre menestrel das noites de Assis. Tudo lhe sorria : os bens da fortuna, os dotes do espírito, a improvisação artística nos acordes do alaúde, a palavra fácil, o riso franco e leal. Mas a lúcida inteligência alicerçada na pureza do coração, provava-lhe a inconstância dos bens terrenos, a falácia dos poderosos, a insegurança do saber e a infinita grandeza da alma imortal. Destro nas armas, ei-lo em campanha na defesa do torrão natal. Num amanhecer radioso, ouve entre as brumas do dia, uma voz que lhe segreda : “Não o heroísmo terreno, mas o heroísmo por Mim!. . . Vai Francisco, abandona tudo e luta pela minha igreja!. . .” Levanta-se um outro homem. Já não é o descuidado e rico jovem da brilhante sociedade de Assis. Suaviza- lhe o olhar o semblante da humildade. Despoja-se dos bens terrenos como se alijasse de um fardo. O trovador dos saraus galantes, percorre os caminhos saudando a mãe Terra, o irmão Sol, as avezitas do céu e o fero lobo de Gobio. Ao pestilento mendigo da estrada, não tem mais o que dar. Na luta intima entre o Homem e o Anjo, vence o último. Francisco beija o miserável. E sua alma alça-se leve e diáfana, como um ser celestial. É o ósculo supremo da Caridade. Quem o entenderá? É o homem das contradições! Desherda-o o pai enfurecido, afastam-se os companheiros de festas, desertam os amigos. Ele sai a percorrer os bosques, meditando as narrativas maternas. Sempre a cantar-lhe aos ouvidos, o mesmo lindo estribilho : -

“Como o Filho de Deus! Você nasceu como o Filho de Deus!” Invade-lhe a alma a mística alegria dos anjos. Despojou-se, para se enriquecer. Humilhou-se, para alçar-se. Aniquilou-se para dominar por toda a face da Terra. Sua voz de cancioneiro de Cristo, seduziu e atraiu. Dominou o mundo e exaltou o Homem. Para Deus. Em pouco eram já muitos os que lhe seguiam a voz vestidos da estamenha e do grosseiro cordão. De uma feita, regressava de Roma. O Papa abençoara-lhe a Ordem Seráfica. O frio enregelava. A neve caia em flocos pelos caminhos. Era Dezembro. Nas terras de Greccio, ele quis pernoitar. Pede a João Velita, franciscano também, o bosque umbroso que circunda o castelo tornado agora convento. No bosque há uma gruta. Na gruta, abrigam-se animais : o boi e o jumento. Há feno, também. O eterno estribilho canta-lhe na brisa do anoitecer : -“Como o Filho de Deus!”. . . Francisco reúne os frades e o povo das aldeias. Todos seguem cantando, pela noite a dentro, em caminho da gruta de Greccio. Há harmonias misteriosas no silencio dos caminhos. Há perfumes no ar. Gorjeios velados de avezitas friorentas. Lá longe, o balido de ovelhas que se juntam. Francisco os leva à Manjedoura. E fala-lhes do Deus que se fez Menino e veio habitar entre os homens. Arde-lhe o coração em chamas de amor ao Recém-Nascido. Como quisera apertá-lo em seus braços amorosos. E senti-lo no aconchego de seu coração. Súbito, um estranho murmúrio irrompe dentre os que o escutam. Volvem-se os olhares para o Presépio. Lá está a imagem do Menino. À luz mortiça das pobres tochas, a Criança se agita e sorri. Alvoroçado, Francisco se aproxima. Mal compreende a força extraordinária de seu Amor. Inclina-se ante o Presépio, olhos úmidos, voz embargada, o coração em êxtase... O Menino sorri-lhe. O franciscano inclina o rosto em oração. As tépidas mãozinhas afagam-lhe as lágrimas. Naquele Presépio humilde, pela vez primeira, Deus-Menino estava presente.

EXPEDIENTE

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

WEBJORNALISMO DIÁRIO

Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.


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ARTIGO

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CONSTITUEM OBJETIVOS FUNDAMENTAIS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL José Maria Benedito Leonel

I- construir uma sociedade livre, justa e solidária; II- garantir o desenvolvimento nacional; III- erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e

regionais; IV- promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Esses objetivos estão nos incisos do terceiro artigo da lei maior do País, a Constituição. Eu sei isso. E sei outras coisinhas. Leio, ouço, vejo. Pra ficar mais complicado ainda tenho sensações e sentimentos. E mais, carrego o tempo que já vivi e o que já vi. O que me restou? Restou-me a certeza que não carrego mais a inocência política que já tive. Não tenho mais a ingenuidade de antes. Hoje identifico os conchavos dos bastidores, os acordos espúrios, os interesses em jogo, as falas demagógicas, os beneficiados e os prejudicados

das decisões. Sabe o que mais? Quem perde a ingenuidade perde amigos e ganha antipatias. Há meio século faço escolhas. Hoje, olhando essa gente humilde, fico triste e cansado. Há por aí muitos doentes esperando consultas, exames, remédios, orações. Há andarilhos com fome nas estradas e nas ruas. Há crianças buscando esmolas nos faróis e há idosos nos asilos buscando visitas que não vem para um dedo de prosa. Lá em casa, em Piapara, há canarinhos que esperam por quirera fininha. Há corações machucados pedindo um gesto, uma palavra, um abraço. Tenho pensado que minha idade requer mudança de rota. Há outras ações que merecem meu tempo e cuidados. Vou fazê o que posso. Com total respeito a todos, tchau. Só sei vivê do meu jeito. Simples assim...


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ARTIGO

“Rainho de sol” Maria De Lourdes Camilo Souza

Esta tarde eu estava cumprindo minha última tarde deste ano, no trabalho voluntário na lojinha do Apae. As horas se arrastavam, eu já tinha dado minha enésima volta pela loja ajustando uma coisa e outra, esperando pelos clientes que não apareciam. Olhando os novos artesanatos natalinos que os assistidos tinham feito. Tempo enfarruscado, cinzento. Sentei-me atrás do balcão e olhei pela centésima vez no celular. E vi um post sobre uma conhecida que havia falecido repentinamente. Enviei minhas condolências aos parentes e amigos. Fiz palavras cruzadas. Tomei um pouco de água. Estava distraída ali pensando na dor dos familiares. Quando zás ...uma lufada de vento, ar fresco, luz sacudiu a loja. Entrou correndo uma menininha loirinha, cabelinhos nos ombros, de uns 4 aninhos, olhinhos verdes, num florido vestidinho, sapatinhos brancos. Deu uma volta rápida pela loja. Sua avó colocou a cabeça pela porta, em busca da pequena fugitiva. -”Ah ela está aqui! Adivinha se não viria ver as novidades!” Encantada com a pequena visitante, falei: “Olá amiguinha “ Ela me olhou curiosa com aqueles seus grandes olhos verdes e um sorriso de dentinhos muito brancos e espaçados. E sem se deter me respondeu alegremente: “Olá” E partiu porta afora correndo pelos canteiros coloridos do bem cuidado jardim. A avózinha correndo atrás dela, que ria alegremente e continuava a sua fuga. Nem tive tempo de lhe oferecer uma bolachinha. Fiquei ali ouvindo sua risadinha gostosa, sorrindo encantada com aquele inesperado rainho de sol que veio iluminar a minha tarde.

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