Diário da Cuesta
ano II Nº 352
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
SEXTA-FEIRA, 24 de DEZEMBRO de 2021
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ARTIGO
Diário da Cuesta
DESEJOS PARA O NOVO ANO BAHIGE FADEL
Resolvi, mais uma vez, revelar meus desejos para o novo ano. Sempre que fiz isso, não deu certo. Mas quem sabe se desta vez as coisas mudam? Já pensaram se dá certo? Uau! Vai ser demais. Para facilitar as coisas, vou reduzir minhas vontades ao essencial. Nada de exorbitâncias. Daí, seria abusar demais da sorte ou do destino. Desta vez vou ser mais comedido. Franciscano, até. Tem que dar certo. Não vou desejar, por exemplo, que o meu São Paulo Futebol Clube seja campeão brasileiro. É mais fácil boi voar do que o São Paulo ser campeão brasileiro. Campeão paulista já foi um milagre. A gente está dando graças a Deus por não ter caído para a segundona. Como eu já disse anteriormente, o São Paulo é incaível. Então, está resolvido. Só vou desejar coisas simples. Assim, já descartei uma campanha eleitoral civilizada. Desejar isso é programar uma decepção para breve. E não estou a fim de ter uma tremenda decepção com data marcada. A selvageria vai imperar nessa campanha eleitoral. O cheiro da campanha eleitoral será terrível. Pode ser que eu agradeça à COVID ´por ter me tirado o olfato. Assim, só vou ouvir dizer da aca que será a campanha eleitoral do próximo ano. Eu desejando ou não, vai haver briga de foice no escuro. Uns vão vender a mãe na campanha. Outros vão vender e entregar. Desse pedido já desisti. Não vou pedir o impossível. Assim, também não vou desejar que o Brasil seja campeão mundial de futebol. Nem que a vaca tussa. Ser campeão com quem? Com o nosso grande ídolo marqueteiro Neymar Júnior, eternamente machucado nos momentos decisivos? Com quem mais? Com Pelé, Didi, Tostão, Jairzinho, Zico, Ronaldo Fenômeno, Rivaldo, Romário, Bebeto, Vavá, Garrincha? Mas eles não jogam mais? Com Messi, Cristiano Ronaldo, Mbapeé, Benzemá? Mas eles não jogam pelo Brasil. As seleções deles são de outros países. Então, nem pensar. Desejar que o Brasil seja novamente campeão mundial de futebol é desejar o impossível. E como eu já disse, só vou pedir coisas simples. Então, vamos lá. Desejar o quê? Que a educação brasileira seja de primeira qualidade? Que esteja entre as melhores do mundo? Querer a gente quer, mas... Eu já tinha prometido que só desejaria coisas mais viáveis. É que eu estou na educação há tantos anos, já ouvi tantos discursos com promessas, já vi tantas reformas mirabolantes com resultados pífios, que não tenho mais coragem desejar uma educação de primeira qualidade. Desejar uma pequena melhora, vá lá. Mas desejar que a coisa de lata vire ouro é muito. É impossível. As nossas autoridades estão interessadas em propagarem reformas, não em obterem bons resultados. Deve haver algum motivo para isso, que eu não entendo. Não vou desejar. Seria outra decepção.
Desejar que os políticos parem de mentir? Que parem de pensar mais em si mesmos do que no povo? Que cumpram com suas promessas de campanha? Que cuidem mais de otimizar as atividades do que de criar novos impostos, que empobrecem ainda mais a população? Que não sejam lobos em pele de cordeiro? Mas isso seria um sonho, não um desejo. Se eu desejar isso, com certeza, vou me decepcionar. Quer saber? Só vou desejar um feliz Natal e um ano novo bem melhor do que este que está terminando. Que o coronavírus não nos perturbe tanto. Vamos ver se dá certo. Colocar a foto do Fadel
EXPEDIENTE
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
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ARTIGO
CARTÕES DE NATAL ELDA MOSCOGLIATO
Perde-se num passado distante, a origem dos cartões de Natal. O termo, em sua exata acepção prende-se a esboços de pintura. Usaram-no já no século XVI, os grandes pintores renascentistas, Michelangelo, da Vinci, Rafael, deles se utilizaram para seus primeiros ensaios, e valiosos, de seus murais e esculturas. Seria esse seu aspecto utilitário. Os cartões sociais propriamente ditos, teriam sua origem com o advento dos correios. A indústria inglesa da “imprimerie” desenvolveu com arte a confecção de tais cartões. Temos sob os olhos a reprodução de vários tipos deles. De tamanhos diversificados, em preto e branco, coloridos, com alto e baixo-relevo com flores, crianças e mulheres; traziam as mais diversas mensagens inclusive a de tão divulgada hoje promoção da indústria tipográfica. Davam tais cartões, mais para o humorismo, para a crítica. O Cristianismo assenhoreou-se dos cartões. Transformou-os em mensagens de fraternidade universal, em amor. Vemo-lo estampados no papelão, no fino cetim bordado a fio de seda, dourado e artístico. Reproduzem pinturas célebres, paisagens tradicionais. Muitos deles estampam inclusive, melodias natalinas. Há, em fina celuloide, a reprodução inteira, do “Chistmas Carol”, canção popular inglesa, a quatro vozes. Vinhetas as mais lindas e coloridas completam os antigos cartões, adornados muitos, com artísticas iluminuras que repre-
3 sentam riquíssima criatividade. Hoje prevalece mais, a simplicidade evangélica do Presépio. Pastores, magos, cordeiros, a Estrela de Belém, o perfil da Sagrada Família, os areais, tocam-nos mais a sensibilidade. Tudo que diga da autenticidade do Advento. As mensagens cifram-se numas poucas e ternas palavras. Os melhores augúrios. Temos recebido todos os anos a mensagem dos Artistas Pintores aleijados. Enviam-nos a reprodução de seus belos trabalhos. Artistas sem mão, que pintam com os pés, e a boca num esforço inaudito de sobrevivência com dignidade. Infundem-nos profunda admiração. São dignos de serem incentivados. Há grandeza em seus quadros de grande beleza. As crianças da APAE enviaram-nos suas lindas mensagens. Uma onda de ternura invade-nos o coração ao sabê-las tão singelas, tão carentes de amor e de compreensão. O que dizer das mestras abnegadas que se dedicam a esses cerebrozinhos embotados, incapazes de externar tudo que lhes vai n’alma? Elas mesmas, as crianças, pintaram e desenharam. Tudo tão simples, tão lindo, e tão comovente! Há dois anos já, recebemos os cartões confeccionados pelas Servas do Bom Pastor, de São Paulo. É uma congregação religiosa das antigas penitentes. Essas irmãs tem o mais árduo e belo trabalho missionário: a reabilitação dos que perderam a Fé e os caminhos do Bem. Vivem do trabalho. Sua especialidade é o cartão. Em fino papel-pergaminho. Nele, elas tecem, com uma paciência de artistas, os mais delicados bordados, com a ponta de alfinete. Quanto tempo levarão para confeccionar uma só das vinhetas que produzem, não o podemos nem sequer avaliar. Cada cartão, é um, rendilhado precioso. Além do entremeio, fazem também, as rendas de ponta. São lindos. Como se não bastasse, pintam-nos também. Com delicadeza invulgar. E em manuscrito, estampam as mais lindas frases em simplicidade e beleza. Neste Natal, todos os nossos amigos vão receber um cartão desses.
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ARTIGO
Diário da Cuesta
“Vem chegando o verão Um calor no coração Essa magia colorida Coisas da vida”
Marina Lima
te.
Maria De Lourdes Camilo Souza Acordei com o dia claro. Essa musiquinha cantando em minha men-
Verão chegando, apesar da manhã fresca. Lá ao longe um cachorro late e a Mindy responde. Devem estar se cumprimentando. Sexta feira passada o pessoal do Apae me ligou pedindo para ir lá, como voluntária, para buscar um brinde de final de ano. Todos os anos eles nos brindam agradeci-
dos. São uns queridos. Ontem a tarde fui lá para pegar o meu. Estava mais para uma cesta de Natal: com panetone, uma garrafa de vinho, uma caixa de bombom, um lindo cartão de Natal, um calendário e muito amor envolvido. Passei pela sala da Beatriz Maria Carvalho para agradecer o carinho. Quando estava saindo uma das lindinhas da portaria me disse que tinha uma senhora querendo pegar algo da loja, perguntando se alguém iria abrir. Quando cheguei reparei que estava fechada. Comentei com ela que era o dia de outra voluntária e que estava fechada. Sai para conversar com a pessoa e explicar. Era a Maria, avó da minha menina do coração amarelo, o marido e.... ela. Estava saracoteando pela recepção. Quando me viu chegar com aquele pacote lindo, veio correndo curiosa para ver de perto. O que mais chamou sua atenção e gulodice foi a caixa de bombom. Estava alegre e falante e disse que também estava com saudades. Lembrei do vestido que tinha comprado para ela, e como não sabia que íamos nos encontrar não tinha trazido. Reparei que ela cresceu, e que eu precisaria trocar. Perguntei para a avó se ela gostava de chocolate só para confirmar o que já tinha percebido. Ela confirmou minha suspeita. Abri o pacote e dei a caixa de chocolates na mãozinha dela. Ela rodava feliz e correu para o colo do avô, que chama de pai, para mostrar. Desejei Feliz Natal um Feliz Ano Novo me despedindo quando ela veio e me abraçou e beijou. Falei que espero vê-la no ano que vem e que a amo muito, muito. Ela ficou me olhando com seus olhinhos expressivos. Voltei levitando para casa. Preciso dizer que o encontro fez o meu dia?