SÁBADO E DOMINGO, 25 E 26 de DEZEMBRO de 2021
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
Diário da Cuesta Nº 353
ano II
ARTIGO
2
Diário da Cuesta
É NOITE AINDA!... ELDA MOSCOGLIATO
Soava-lhes aos ouvidos a harmonia dos cânticos que se coavam pelas fendas do telheiro, por onde passava também a luminosidade da Estrela e o azul marchetado de ouro, no silencio divino da madrugada a entrar. - Eis a Estrela, José! - Sim, Maria. Os céus cantam em luzes e coros, a chegada do Menino! - Entendê-la-ão os homens, José? - Nem todos, querida. Só a Fé os guiará, tu sabes! Vasculharão embalde, os compêndios,
perscrutarão o espaço e os milênios que hão de vir. Tudo em vão! Daqui ela penetrará o Infinito e baldadamente indagarão os sábios se ela retornará . . . Tu o sabes tão bem, pelas Escrituras, querida : “ E tu, Belém de Judá A menor entre as menores. . .” - Ouves os cânticos? - Sim, querida! Repousa! O Menino dorme! Eu velo. Por que te preocupas? - José! - Sim.
- Temos que ir ao Templo! - Sim, querida! Tu te preocupas e não dormes! Repousa. . . É noite ainda! Seguiremos as Escrituras. Cumpriremos o texto! Dorme! - Mas o que vamos ofertar? Nada temos. . . Aqui somos estranhos. .. - Dorme, querida. O bom Deus cuida de nós. . . - José, ouço rumores. . . Ouves? - Sim. São ovelhas de um rebanho. Movem-se de um lado para outro. Os pegureiros atentos, acompanhamnas. Eles vem recolhê-las . Dorme! É noite ainda! A Criança movera-se. Um flébil vagido e um estremecimento. Os joelhos macios encolhem-se. Os bracinhos roliços e rosados abrem-se por sobre a cabecita, no tépido palheiro. Maria assusta-se. À entrada do tugúrio surgiu uma cara hirsuta, depois outra e outra... Aos atropelos, entram os cordeirinhos. Um mais afoito, trepa na manjedoura e cai com estardalhaço. Mãos vigorosas e rudes afastam-no com cuidado. O menino acordou. Risonhos e vivos os olhos azulados circunvagueiam ao redor. Um frêmito de emoção incontida desarmou os pobres pastores : - É um menino!. . . Ele sorri!... A natureza animal e os humildes são os primeiros adoradores da Noite Santa!... Um tocador de pífaro retardara. Olhava lá longe, nas alturas, a luminosidade estranha da Estrela. - Algo de grande sucedeu nesta noite! Os sons encantadores da flautinha campestre foram-se aproximando. De seu pobre bornal de caules secos trançados, piavam duas rolinhas da tarde, que ele apanhara nos desvãos, quando a noite caíra. Chegou-se. Descobriu-se num trejeito de singela e humilde contemplação. - É um Menino !... O mais velho deixou-lhes a última côdea de pão. Um outro, a fatia mordida de queijo campestre. No fundo do cântaro sobrara o leite espumoso da cabra dos montes. Aos pés do Presépio eles depuseram canhestros e respeitosos, a sua oferta. O tocador de pífaro aproximou-se. Que deveria ofertar-lhe? O rude gibão para a friagem da madrugada? O roufenho pífaro? Ah! Ainda bem! Retirou do bornal, o casal de rolinhas, inquietas, medrosas, esvoaçantes... E saiu feliz, trauteando uma canção singela ... José e Maria entreolharam-se risonhos. Subiriam ao Templo.
EXPEDIENTE
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes
WEBJORNALISMO DIÁRIO
Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689
O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.
Diário da Cuesta
ARTIGO
Creio nos anjos que andam pelo mundo, Creio na deusa com olhos de diamantes, Creio em amores lunares com piano ao fundo, Creio nas lendas, nas fadas, nos atlantes; Creio num engenho que falta mais fecundo De harmonizar as partes dissonantes, Creio que tudo é eterno num segundo, Creio num céu futuro que houve dantes, Creio nos deuses de um astral mais puro, Na flor humilde que se encosta ao muro, Creio na carne que enfeitiça o além, Creio no incrível, nas coisas assombrosas, Na ocupação do mundo pelas rosas, Creio que o amor tem asas de ouro. amém. Maria De Lourdes Camilo Souza
(Natália Correia)
Fazer o quê? Eu acredito. Eu espero. Eu sonho. Pode rir. Eu até rio junto com você, porque também me acho patética e muitas vezes rio de mim mesma. Plagiando o nosso “maluco beleza” Raul Seixas, “Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante” “Misturando minha lucidez com a minha
maluques” Uma vez mandaram os anjos fazer-me uma visita. Recebi uma mensagem de uma grande amiga. Você aceita essa visita? Vai ser por alguns dias, e você tem que estar lá. Estou falando sério. Não é piada. Claro que foi tudo no maior segredo. Respirei fundo e respondi: “Aceito! Vai ser uma honra!” Preparei-me para receber essa visita angelical. E na noite anunciada, abri a porta da minha casa para eles entrarem. Pus velas e incensos. Acendi luzes. Preparei uma mesa com toalha branca de renda e velas coloridas acesas. Vasos com flores. Coloquei minha melhor roupa.
3 Ungi minha testa e fiz orações. Coloquei música angelical para que se sentissem em casa. Chegou o horário da visita e um perfume de flores e incenso encheu a casa e luz, muita luz. Fiquei olhando encantada suas figuras etéreas caminhando pela casa. Sentamo-nos ao redor da mesa. Fiz uma oração de boas vindas. Conversamos por horas. Mas se você perguntar: o que falamos? Não sei dizer com detalhes pois falamos no dialeto angelical. Eu tinha preparado uma carta, com muitos pedidos. Entreguei nas mãos do ser mais lindo e de uma luz extraordinária. Ele sorriu para mim e fez um gesto como dizendo: “Está feito” Senti uma paz e uma alegria que não posso descrever. Se me perguntarem detalhes não posso precisar, estava num transe. E assim foi por três noites seguidas. Nos dias seguintes enviei mensagens as pessoas mais amigas e de muita fé para enviar-lhes os anjos. Nem preciso dizer que nem recebi resposta. Devem estar rindo da minha proposta até hoje, ou simplesmente esqueceram. Mas estou tranquila porque eu cumpri minha missão. Porque estou contando essa estória? É porque está chegando a época mágica do Natal e esperamos pela vinda do Senhor e quem anuncia a sua chegada? Os anjos.
4
ARTIGO
Diário da Cuesta
O LADO VEGANO DO NATAL
NANDO CURY Véspera de um Natal. Papai chegou feliz com uma caixa nas mãos. Pediu à mamãe para pegar pratinhos de sobremesa e reuniu a família na mesa da sala de almoço. Ao abrir a caixa não acreditamos. Eram lindos pêssegos, encorpados e cheirosos. Minhas irmãs Lúcia e Sílvia, papai, mamãe e eu, cada um pegava seu pêssego, ia lavar na pia da cozinha e voltava para degustar. Tinham um gosto gostoso de pêssego, que poucas vezes voltei a provar. De onde vieram? Perguntamos. E papai contou a história dos agricultores japoneses que chegaram em Botucatu e compraram, de um sitiante local por um preço bem acessível, uma grande e desacreditada faixa de terra arenosa. Um ano depois, usando técnica e trabalho, começaram a vender pêssegos extremamente deliciosos. Aquela caixa durou menos de uma hora. E o pêssego sempre foi incorporado nas festas familiares de final de ano. Neste ano, vamos novamente passar o Natal e Ano Novo no interior de São Paulo. Por isso, fomos às compras, na nossa feira de quarta-feira, buscar os ingredientes especiais que compõem o lado mais natural, mais vegano, mais aromático das ceias de Natal e Réveillon: as travessas de frutas frescas. Na banca do centro, em frente à de legumes, escolhemos duas caixas médias de uvas sem semente: uma de verdes e outra de roxas. Vinda da Ásia, matéria prima dos vinhos, a uva é uma das frutas mais antigas utilizadas na alimentação humana. Da mesma banca, levamos duas caixas de figos (originários do Mediterrâneo). Mamãe servia tradicionalmente os figos cortados ao meio, com uma fatia de presunto especial. As cerejas (naturais da Ásia) estão muito bonitas neste ano. Escolhemos as da banca do Seu Nonato, outro especialista em frutas da nossa feira. Fez um desconto em duas caixas médias de 500 g. Próximas da lista, selecionamos as lichias, de origem chinesa, que contém vitamina C, ferro, cálcio, fibras e potássio. E não é apenas pela polpa – a parte
branca da fruta - que a lichia apresenta componentes benéficos à nossa saúde. Sua casca é rica em antioxidantes, compostos fenólicos e também fibras. São Paulo é o maior produtor brasileiro de lichia. Badaladas pelos chefs colunistas neste Natal, as lichias ficaram mais caras. Mas, levamos mais 650 g para compor a cesta. A seguir as tradicionais rainhas dos quintais, as mangas. Compramos as do tipo Palmer, desenvolvidas na Flórida norte-americana. Uma dúzia do tamanho médio, já prestes a amadurecer em dois dias. Na sequência, escolhemos uma caixa de ameixas roxas, possivelmente também originárias dos EUA. Ricas em vitaminas C, A, K e complexo B, fibras, potássio, cobre, ferro, cálcio e magnésio, apresentam ainda fito nutrientes com grande potencial antioxidante. Finalmente, pra linkar com a história do passado, compramos duas caixas de pêssegos na banca do japonês. Nativo da China, o pessegueiro foi introduzido em 1532 no Brasil por Martim Afonso de Sousa, que plantou mudas na Capitania de São Vicente; atual Estado de São Paulo. Que coincidência. A propósito, no cardápio geral não faltarão outras turminhas veganas. Como a das frutas oleaginosas, aquelas formadas por sementes e grãos ricos em óleo. Castanhas do Pará e castanhas de caju, avelãs, nozes, amêndoas, amendoim e pistache são os seus representantes oficiais. Tem a gordura insaturada que ajuda a elevar o colesterol bom (HDL). Na Roma Antiga era costume oferece-las de presente aos parentes e amigos com o objetivo de desejar sorte, prosperidade e fartura. Detalhe: para cozinhar, haverá as deliciosas castanhas portuguesas (chesnut). Não obstante, comparecerá ainda o grupo das frutas secas. Nele estão as tâmaras, uvas- passa, ameixas pretas, maçãs e damasco, que fazem parte do quadro de alimentos que tem alto valor nutricional e são benéficos à saúde. Rememorando e bebemorando tantas ceias que já fizemos. Se começarmos a ceia deste ano pelas frutas, orientados pelo olhar vegano. Será que ainda deixaremos espaços para os tantos outros consagrados pratos de Natal?
Diário da Cuesta
ARTIGO
COMEMORAÇÕES BAHIGE FADEL
O tempo agora é de comemorar. Justo. Depois do que passamos no corrente ano e do que já tínhamos passado no ano anterior, é bom aliviar um pouco as tensões. E nada melhor do que comemorar as festas de Natal e Ano Novo com a família. Só que com muita cautela e bastante juízo. O perigo ainda ronda. As variantes da COVID-19 não param de aparecer. E a eficácia das vacinas ainda é um mistério maior do que o da Santíssima Trindade. Parece até um dogma da saúde pública. A gente tem que acreditar, mesmo que não haja comprovações suficientes. Fazer o quê? A gente não entende direito por que temos que tomar três doses, para ter mais garantia. E quem me garante que, no ano que vem, não vão anunciar a quarta dose? Uma coisa é certa: se aconselharam tomar a terceira dose, é porque não acreditaram na eficácia das doses anteriores. Não é assim que devo pensar? Ou existe alguma outra verdade que eu não consegui alcançar? Como eu já disse, é tempo de comemorar. Seria bom que os políticos também pensassem dessa forma. Que eles deixassem de lado o tiroteio político, para aliviar um pouco os problemas. Mas será que eles terão essa visão cristã? Não acredito. Esses políticos que estão aí não perdem uma oportunidade de aparecer. E como eles gostam de aparecer? Primeiro, arrebentando com os adversários. E para isso, vale tudo. Não importa se nesse ‘vale tudo’ estejam verdades ou mentiras. Se arrebentam com o adversário, valem. Infelizmente, não vão parar com isso, só porque estamos em festas de fim de ano. Por outro lado, vão sendo tramadas alianças esdrúxulas. Gato e rato vão ser amigos. Não para o bem do Brasil. Para o bem deles próprios. Eu ia dizer que anjos e demônios estarão juntos, mas desisti.
5 É que anjos não estão nessa disputa. Embora haja toda essa bagunça, ainda tenho algumas esperanças. Tenho esperanças de que apareça alguém lúcido para acalmar tempestades e acender a luz. Vai ser difícil que isso aconteça em ano eleitoral. Mas a gente tem que ter esperanças. De esperanças também se vive. Então, a gente tem esperanças de que a campanha eleitoral seja limpa. Hoje, isso é uma utopia, mas vá lá eu as coisas mudam. Vamos ter esperanças. Esperanças de que a educação melhore e os governos passem a pensar que não basta melhorar a merenda escolar e fazer escolas de tempo integral. Pode haver a melhor merenda do mundo e um milhão de horas na escola que a educação não vai melhorar, se as aulas não forem úteis para o crescimento do aluno como cidadão e como profissional. Por que não perguntam para esse aluno do que ele precisa para o seu aprimoramento social e profissional e que pode ser oferecido pela educação escolar? Mas agora é tempo de festas. É bom deixar pra depois. Mas que não seja para muito depois. Se for muito depois, poderá ser tarde demais. BOAS FESTAS!
6
ARTIGO
Diário da Cuesta
O ADVOGADO BRIGUENTO
Roberto Delmanto O problema enfrentado pelo comerciante envolvia duas áreas da advocacia: a criminal e a cível. Ao me procurar para representá-lo na primeira, pediu que lhe indicasse um civilista da minha confiança. Indiquei-lhe, então, um colega dos mais brilhantes e cultos, com larga experiência na especialidade. Algum tempo depois, o cliente voltou ao meu escritório dizendo que queria trocar de advogado cível. Explicou-me que, apesar da confiança que lhe inspirara, ele, já na primeira audiência, “armara” uma briga tão grande com o juiz titular, que este chegara a ameaçar prendê-lo em flagrante por desacato. A confusão se agravara quando o causídico retrucou, ameaçando prender o magistrado por abuso de autoridade. Com a intervenção de outros advogados presentes e do juiz auxiliar, o incidente se encerrou ali mesmo na Vara. Mas o cliente, preocupado com o acontecido, me disse: “Doutor, não quero mais ficar com esse advogado. Acho que vai acabar ‘sobrando’ para mim. Por favor, me indique um outro...” Ante a sua insistência e compreendendo sua preocupação, indiquei-lhe, em “off”, outro civilista. Talvez não tão brilhante, mas menos briguento...
Diário da Cuesta
COMENTA
7
Rodrigo Scalla
Itália in Bocca em clima Natalino
Foi com grande alegria que estive presente no Itália in Bocca sob o comando e convite da chef de cozinha Alessandra Bronzatto e seu sócio Rafaelle para um noite agradável nos dias que antecederam o Natal. O Natal como sempre digo , é a festa da família, o nascimento de Jesus Menino. O Papai Noel também é uma figura simbólica no Natal, mas na verdade o motivo de se ter comemorado o dia 25 de dezembro é o nascimento de Jesus. Para as crianças , o Natal é motivo de alegria, obviamente pelo motivo da presença do Papai Noel que entrega os presentes a elas. É feito um menu caprichado, uma mesa bonita e a família reunida, época que devemos esquecer qualquer desavença mesmo que as crianças tenham seu país separados. Enfim, o Natal é o recomeço, uma nova etapa na vida de cada um, e espero que essa vida seja repleta de alegrias por toda a eternidade Euzinho e Maurício Ivaildon, Júnior, Rafaelle e este colunista
Rafaelle , Mirna Passos, Alessandra Bronzatto e Ronaldo Passos
Brindando com Tomaz Korcaz
Meus grandes amigos Fernando e Cida Geiser
Os Watanabe's e os Tonette's
De Piero Soares
O clã Pereira
Um close na linda Tauane
Sorrisos largos de Vanessa e Alro
Natália e Alexandre (Doctor Spit)
Neto e Germana p esta coluna social
O casal Aldo e Deiva
Com os jovens Felipe e Rafael
Raissa toda sorridente
Destaques Natalinos
Família Carmem Lúcia Eburneo da Silva
Para a clínica Dr. Olga Castro e suas fiéis escudeiras
Para a Equipe DDN do Japonês
Para o William do Auto Posto Berimbau e toda a equipe que me atende muitíssimo bem. Ganhei até presente como cliente Master Para os amigos da Central Pet
Para os amigos da da Thai Toyota de Botucatu sempre presentes na minha vida
Para Cláudia Mello e seu belíssimo salão de cabeleireiro e suas funcionárias
Para os frentistas Carlos e Ariane
E a coluna de hoje é dedicada a memória de Denise Arena que nos deixou próximo do Natal. Uma irmã para mim. Seja muito feliz no Reino que Deus preparou para todos nós
8
COMENTA Rodrigo Scalla
Trajetórias de Sucesso
Fernando Ortiz de Villate é um maestro de grande renome nos meios culturais. Por alguns anos esteve resistindo na cidade de Campinas, e hoje com muita alegria anúncio seu retorno a Botucatu. Com todo seu carisma e elegância apresentou belíssimo concerto no Teatro Municipal Camillo Fernandez Dinucci com grande número de presentes , inclusive da nossa ilustríssima Cristina Cury Ramos, digníssima Secretária de Cultura do governo Pardini. Aqui eis para meus leitores alguns lances dessa noite de gala no " Trajetórias de Sucesso".
(14) 99889-3662
Diário da Cuesta