Diário da Cuesta
ano II Nº 355
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
TERÇA-FEIRA, 28 de DEZEMBRO de 2021
REGINA DUARTE A namoradinha do Brasil
Com carisma e interpretação consagrou a Viúva Porcina
Seriado de bandeira feminista que foi vanguarda até no exterior mostrava a ascensão da mulher na sociedade brasileira
Vítima da censura medieval da Globo. Foi demitida e perseguida
Boicotada pela decadente Rede Globo no especial sobre os 70 Anos da Dramaturgia Brasileira, Regina Duarte se afirma como a MUSA DAS NOVELAS, desde a NAMORADINHA DO BRASIL até o recorde das “Helenas”de Manoel Carlos. Regina Blois Duarte é uma atriz e diretora de teatro brasileira. Estreou em 1965 na TV Excelsior. Na TV Globo se consagrou como a “Namoradinha do Brasil”, ao depois simbolizou a luta e a conquista das mulheres por sua emancipação na revolucionária série “Malu Mulher” e, como a “Viúva Porcina”, deu show de interpretação forte e carismática. Seu apoio e sua participação no Governo Bolsonaro foi interpretada como “insuportável” pela decadente Rede Globo quando encerrou, em fevereiro de 2020, seu contrato com a emissora e assumiu a Secretaria da Cultura, passando a ser perseguida. No entanto, ficou a máxima: “perdeu playboy” !!! Perdeu Globo !!!
A GLOBO GOSTA DE ESCONDER A VERDADEIRA HISTÓRIA A Rede Globo tentou esconder o apoio que deu por mais de 20 anos ao Regime Militar.
Apoio escancarado e vergonhoso... Na segunda página, matéria que mostra toda a verdade. E agora, quando po$a de mídia à esquerda quando, na verdade, foi “manteúda de verbas públicas”, tenta tirar a RAINHA DAS NOVELAS, REGINA DUARTE da reportagem “70 Anos da Dramaturgia Brasileira” pelo fato dela ter dado o apoio ao presidente Bolsonaro... Assim, na terceira página texto da “Memória Globo” mostrando a importância da atriz nas telenovelas. Que papelão, hein...
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Diário da Cuesta
artigo
JULGAMENTO DA REVOLUÇÃO
Roberto Marinho Participamos da Revolução de 1964, identificados com os anseios nacionais de preservação das lnstituições democráticas, ameaçadas pela radicalização ideológica, greves, desordem social e corrupção generalizada. Quando a nossa redação foi invadida por tropas anti-revolucionárias, mantivemo-nos firmes e nossa posição. Prosseguimos apoiando o movimento vitorioso desde os primeiros momentos de correção de rumos até o atual processo de abertura, que se deverá consolidar com a posse do novo presidente. Temos permanecidos fiéis aos seus objetivos, embora conflitando em várias oportunidades com aqueles que pretenderam assumir o controle do processo revolucionário, esquecendo-se de que os acontecimentos se iniciaram, como reconheceu o Marechal Costa e Silva, “por exigência inelutável do povo brasileiro”. Sem o povo não haveria revolução, mas apenas um ‘pronunciamento” ou “golpe” com o qual não estaríamos solidários. O Globo, desde a Aliança Liberal, quando lutou contra os vícios políticos da Primeira República, vem pugnando por uma autêntica democracia, e progresso econômico e social do País. Em 1964, teria de unir-se aos companheiros jornalistas de jornadas anteriores, aos ‘tenentes e bacharéis’ que se mantinham coerentes com as tradições e os ideais de 1930, aos expedicionários da FEB que ocupavam a Chefia das Forças Armadas, aos quais sob a pressão de grandes marchas populares, mudando o curso de nossa história. Acompanhamos esse esforço de renovação em todas as suas fases. No período de ordenação de nossa economia, que se encerrou em 1977. Nos meses dramáticos de 1968 em que a intensificação dos atos de terrorismo provocou a implantação do AI-5. Na expansão econômica de 1969 a 1972, quando o produto nacional bruto cresceu à taxa média anual de 10 %. Assinale-se que, naquele primeiro decênio revolucionário, a inflação decrescera de 96 % para 12,6 % ao ano, elevando-se as exportações anuais de 1 bilhão e 300 mil dólares para mais de 12 bilhões de dólares. Na era do impacto da crise mundial do petróleo desencadeada em 1973 e repetida em 1979, a que se seguiram aumentos vertiginosos nas taxas de juros, impondo-nos , uma sucessão de sacrifícios para superar a nossa dependência externa de energia, a deterioração dos preços dos nossos produtos de exportação e a desorganização do sistema financeiro internacional. Essa conjunção de fatores que violaram a administração de nossas contas externas obrigou- nos a desvalorizações cambiais de emergência que teriam fatalmente de resultar na exacerbação do processo inflacionário. Nas respostas que a sociedade e o governo
brasileiros deram a esses desafios, conseguindo no segundo decênio revolucionário que agora se completa, apesar das dificuldades, reduzir de 80 % para menos de 40% a dependência externa na importação de energia, elevando a produção de petróleo de 175 mil para 500 mil barris diários e a de álcool, de 680 milhões para 8 bilhões de litros; e simultaneamente aumentar a fabricação industrial em 85%, expandir a área plantada para produção de alimentos com 20 milhões de hectares a mais, criar 13 milhões de novos empregos, assegurar a presença de mais de 10 milhões de estudantes nos bancos escolares, ampliar a população economicamente ativa de 29 milhões para 45 milhões, 797 mil, elevando as exportações anuais de 12 bilhões para 22 bilhões de dólares. Volvendo os olhos para as realizações nacionais dos últimos vinte anos, há que se reconhecer um avanço impressionante: em 1964, éramos a quadragésima nona economia mundial, com uma população de 80 milhões de pessoas e uma renda per capita de 900 dólares; somos hoje a oitava, com uma população de 130 milhões de pessoas, e uma renda média per capita de 2.500 dólares. O Presidente Castello Branco, em seu discurso e posse, anunciou que a Revolução visava à arrancada para o desenvolvimento econômico, pela elevação moral e política”. Dessa maneira, acima do progresso material, delineava-se o objetivo supremo da preservação dos princípios éticos e do restabelecimento do estado de direito. Em 24 de junho de 1978, o Presidente Geisel anunciou o fim dos atos de exceção, abrangendo o AI-5, o Decreto-Lei 477 e demais Atos Institucionais. Com isso, restauravam-se as garantias da magistratura e o instituto do habeas-corpus. Cessava a competência do Presidente para decretar o fechamento do Congresso e a intervenção nos Estados, fora das determinações constitucionais. Perdia o Executivo as atribuições de suspender os direitos políticos, cassar mandatos, demitir funcionários e reDIRETOR: Armando Moraes Delmanto
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formar militares. Extinguiam-se as atividades da C.G.1 (Comissão Geral de Inquéritos) e o confisco sumário de bens. Desapareciam da legislação o banimento, a pena de morte, a prisão perpétua e a inelegibilidade perene dos cassados. Findava-se o período discricionário, significando que os anseios de liberalização que Castello Branco e Costa e Silva manifestaram em diversas ocasiões e que Médici vislumbrou em seu primeiro pronunciamento finalmente se concretizavam. Enquanto vários líderes oposicionistas pretenderam considerar aquelas medidas fundamentais como ‘meros paliativos”, o então Deputado Tancredo Neves, líder do MDB na Câmara Federal, reconheceu que a determinação governamental foi além do esperado”. Ao assumir o Governo, o Presidente Flgueiredo jurou dar continuidade ao processo de redemocratização. A concessão da anistia ampla e irrestrita, as eleições diretas para Governadores dos Estados, a colaboração federal com os novos Governos oposicionistas na defesa dos interesses maiores da coletividade, são demonstrações de que o presidente não falou em vão. Não há memória de que haja ocorrido aqui, ou em qualquer outro país, que um regime de força, consolidado há mais de dez anos, se tenha utilizado do seu próprio arbítrio para se auto-limitar, extinguindo os poderes de exceção, anistiando adversários, ensejando novos quadros partidários, em plena liberdade de imprensa. É esse, indubitavelmente, o maior feito da Revolução de 1964 Neste momento em que se desenvolve o processo da sucessão presidencial, exige-se coerência de todos os que têm a missão de preservar as conquistas econômicas e políticas dos últimos decênios. O caminho para o aperfeiçoamento das instituições é reto. Não admite desvios aéticos, nem afastamento do povo. Adotar outros rumos ou retroceder para atender a meras conveniências de facções ou assegurar a manutenção de privilégios seria trair a Revolução no seu ato final”. (Editorial do jornal O Globo/1984)
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MALU MULHER
Malu Mulher, mais um seriado das Séries Brasileiras – que incluía ainda Carga Pesada (1979) e Plantão de Polícia (1979) –, discutia as relações entre homem e mulher; as dificuldades da vida conjugal e da vida profissional; a educação dos filhos; e o conflito de gerações, questões até então inéditas na televisão brasileira. O seriado debatia ainda a condição da mulher emancipada que, diante de uma liberdade recém-conquistada, queria assumir responsabilidades sem precisar se submeter à figura do marido. Malu Mulher falava para essa nova mulher, que tentava tomar conta do próprio destino. Sozinha pela primeira vez depois de tantos anos de vida conjugal – foi casada com Pedro Henrique (Dennis Carvalho) – Malu começa a questionar seus valores e a lutar para construir uma nova vida. O primeiro ano do seriado se concentra nas dificuldades que ela encontra nessa nova realidade. Para conse-
guir sustentar a casa e a filha, Elisa (Narjara Turetta), ela enfrenta várias tentativas frustradas de conseguir um emprego. Trabalha como pesquisadora, tradutora, vendedora de livros, escritora de contos e até como cantora de boate. Malu também tem de aprender a lidar com a culpa em relação à filha adolescente, que passa a maior parte do tempo sozinha, enquanto ela trabalha. Em longos diálogos, Malu questiona suas relações pessoais e seus sentimentos, e afirma suas ideias. Na segunda temporada, em 1980, Malu reaparece mais madura e ajustada. Tem um emprego fixo em um instituto de pesquisa, um carro em bom estado, as prestações do apartamento quitadas e uma empregada. Ela começa, então, a pensar em recomeçar sua vida afetiva. O seriado continua falando de temas considerados tabus na época, como virgindade, orgasmo e aborto. Esses assuntos são tratados de forma direta, mesmo com a pressão cada vez mais intensa da Censura Federal. ( MEMÓRIA GLOBO)
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Esportes Lucas Nogueira
A luta antirracista e por igualdade na Fórmula e seus reflexos com os “poderosos” da categoria Desde 2020 a luta pelas causas sociais tem sido tópico na Fórmula 1 entre pilotos engajados e empresa detentora dos direitos da categoria do esporte à motor
Com os últimos acontecimentos no mundo em relação à ataques racistas e discussões por igualdade, pilotos como Lewis Hamilton e Sebastian Vettel se envolveram cada vez mais no tópico relacionando com o atual grid da F1 e também na questão dos integrantes das equipes. O estopim para o início das discussões foram os assassinatos de George Floyd e de Breonna Taylor que aconteceram sob abuso de autoridade e violência policial no Estados Unidos em 2020 e gerou diversos protestos contra o racismo em diversos locais, incluindo no esporte. Com estes acontecimentos de março do ano passado, a F1 criou a campanha “We Race As One” (Nós corremos como um, em português) de combate à preconceitos e com o intuito de promover a diversidade em junho, o piloto embaixador do projeto foi o heptacampeão Hamilton, que é o primeiro e único negro na história da categoria. Lewis no ano passado foi alvo de diversas críticas e investigações pela FIA por conta de seus protestos em pódios por utilizar camisetas com as escritas “Black Lives Matter” e “Arrest the Cops who killed Breonna Taylor”, sendo criada uma regra que proibira a utilização de outra roupa sem ser o macacão utilizado na corrida no pódio. Vettel também tem sido um piloto conectado nas lutas das causas por igualdade, em 2021 no fim de semana do Grande Prêmio de Jeddah que ocorreu na Arábia Saudita, o tetracampeão alemão promoveu uma corrida de kart somente com pilotos mulheres. O país é regido pelas leis islâmicas e com fortes proibições de direitos contra as mulheres, até 2017 não era permitido que mulheres dirigissem carros e foi o último país a abolir esta lei. Com o fim de 2021, há sempre na Fórmula 1 uma recapitulação e mensagens de fim de ano. O ex-chefão da categoria, Bernie Ecclostone
criticou e ironizou as lutas antirracistas e por igualdade em seu cartão de natal, substituindo a estampa das camisetas dos pilotos “End Racism” por uma frase solicitando salários iguais na categoria usando como tese que há hipocrisia dentro da F1 de pedir igualdade no mundo enquanto dentro da própria casa existem disparidades salariais. Em seu cartão, Bernie também mostrou os pilotos da Williams e Alpha Tauri, George Russel e Pierre Gasly respectivamente, sendo vacinados em meio ao protesto. Há também uma “alfinetada” a FIA, uma mensagem do cartão está escrita: “Regra para 2022: Não cruze as linhas brancas. Ajude seus competidores com uma pequena ajuda dos comissários, e não dispute posições! Feliz Natal a todos. Aproveitem alguns dias, pois ano que vem não haverá férias. Meus melhores votos.” Bernie critica a posição da FIA no quesito de punições a Verstappen, considerando que o piloto holandês foi punido diversas vezes justamente por cruzar a linha branca (o limite da pista), outra critica em seu texto é em relação ao calendário da próxima temporada, que é o mais longo da história, com 23 etapas e portanto não haverá férias.