Diário da Cuesta
ano II Nº 364
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
SEXTA-FEIRA, 07 de JANEIRO de 2022
O Dia do Leitor foi criado em homenagem à fundação do jornal cearense “O Povo”, criado em 7 de janeiro de 1928, pelo poeta e jornalista Demócrito Rocha.Neste jornal, que ficou conhecido por combater a corrupção e divulgar fatos políticos, existia um suplemento chamado “Maracajá” que se tornou um espaço de divulgação do movimento modernista literário cearense na época. Esta é uma data dedicada às pessoas que são apaixonadas pela literatura, ou seja, que amam livros! Ninguém nasce sendo um leitor. O interesse pela literatura é algo que se desenvolve no ser humano através dos anos, a partir de influências positivas relacionadas ao ato de ler. O hábito da leitura é importante para exercitar as capacidades de comunicação, interpretação e de cognição das pessoas.
ESCOLAS TRADICIONAIS EM TEMPO INTEGRAL
Importante decisão da Prefeitura de Botucatu na universalização do Ensino Integral em nossa cidade. As Escolas Cardoso de Almeida e Rafael de Moura Campos, passarão a oferecer atendimento integral a partir de 2022. Mudança aprovada pela comunidade escolar e mais 600 vagas para alunos que terão a oportunidade de melhorar o rendimento escolar, suprir suas necessidades de práticas esportivas, e terem acesso à cultura, ao lazer e à tecnologia, bem como alimentação balanceada e saudável, e hábitos saudáveis de higiene e organização. Excelente decisão do Poder Público a consolidar e ampliar o ensino escolar em tempo integral em Botucatu. Parabéns! Fotos Históricas dos dois tradicionais estabelecimentos de ensino de Botucatu
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A ARTE DA LEITURA
ELDA MOSCOGLIATO
Do saudoso Prof. Wagner recebemos a iniciação literária compreendida no programa de formação secun- dária do Curso de Professores Normalistas da sempre querida Escola Normal. Sendo a Literatura sua cátedra efetiva, malgrado, fosse ele mestre também, de Matemática e de outras disciplinas, empolgava-se em classe de tal forma que suas aulas extravasavam os limites da matéria registrada e transformavam-se em arroubados jorros de Oratória. Cultura vastíssima , saber profundo, versatilidade onímoda enriquecidos por uma total dedicação ao estudo e aos livros, o velho mestre plasmou no apurado gosto literário muitas gerações cujos expoentes firmaram alhures o renome da tradicional Escola Normal. Nas suas memoráveis lições, batia-se ele pela boa leitura, quer sob seu aspecto técnico, quer pelo seu decorrente subjetivismo. Partindo do primeiro, exigia, como condição essencial o uso do dicionário, o exercício de sinonímia e as anotações à margem. - Eu não compreendo , dizia ele, um livro lido, que não seja anotado. Ler sem compreender ou esmiuçar o conteúdo vocabular, percorrendo a etimologia, perscrutando-lhe a semântica, é o mesmo que engolir sem mastigar, sem sentir o sabor do alimento. Saborear uma frase é degustar subjetivamente, o pensamento do autor. Sua apaixonada insistência exigia um aluno arguido em prova oral, duas, três ou mais palavras sinônimas. Era a ampla seara da palavra fácil, do pensamento cristalino, puro, convertido na oração plena, brilhante. Tinha horror à gíria, como criminoso corrosivo do idioma. Seu maior prazer, era deparar, na obra destacada para apreciação da classe, a frase sublinhada. Muitos de seus discípulos, seguindo-lhe a orientação segura, colecionavam verbetes, pensamentos, a frase-chave, o tema da página literária estudada. Detestava ele, a leitura sôfrega, superficial, quantitativa. Tinha sempre presente o pensamento agostiniano: “Temo o homem que leu pouco, e bem”. Aconselhava, consoante a corrente literária estudada no momento, a escolha do autor, a obra, senão total, pelo menos a principal. Essa deveria ser lida, analisada, meditada, fixada. Depois, a critica, com os próprios recursos intelectuais do discípulo. Dono de uma linguagem elegante e escorreita, purista do idioma pátrio, seus sábios conselhos voltam-nos à memória, ao surpreendermos um diálogo entre dois estudantes de nível superior expoentes talvez, do tecnicismo hodierno que vem substituindo no estranho mundo em que vivemos, a beleza paisagística pela carapaça impressionante da maquinaria cósmica: - Comprei a coleção de José de Alencar e estou arrependido. . . Droga. . . - Você é desse tempo? Esse “nêgo” é “quadrado” e antiquado...
EXPEDIENTE
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes
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MUDANÇAS
Bahige Fadel Mudamos o calendário. O resto continua. Ilusão é achar que a simples mudança do calendário vai mudar o mundo. Não é o calendário que muda as coisas. O que muda tudo somos nós. Se nós mudarmos, o mundo mudará. Se nos acomodarmos, tudo continuará como está, com tendências a piorar. A realidade é essa. As mudanças por causa do calendário são sonhos. E os sonhos não se realizam por si sós. Eles precisam de ações das pessoas. Essas ações é que mudam o mundo. Pareço triste? Não se preocupe, caro leitor. Não é tristeza. É a realidade. Não estou triste, mas não tenho muitas ilusões. Como iludir-me num ano como este? Como? Os governos anunciam liberdade total no carnaval enquanto os casos de COVID-19 aumentam. Dá para me iludir com isso? Não dá. O pessoal fica denunciando o ódio dos outros, sem se preocupar com o ódio que borbulha dessas acusações. Dá para me iludir com isso? Não dá. Quais foram as maiores notícias nesses últimos dias? Os problemas ocorridos com as chuvas, não é? Deslizamentos, mortes, desabrigos, fome, desespero. Há quantos anos você escuta e vê notícias idênticas? Muitos anos. A gente já nasceu ouvindo essas notícias. E o que se faz para resolver o problema? Nada. Parece que os governos esperam pela tragédia, para poderem encontrar culpados. As soluções é que não se encontram. É que pessoas felizes são menos convencíveis. É mais fácil convencer pessoas desesperadas. Essas aceitam qualquer ajuda e agradecem durante as eleições. As pessoas felizes exigem mais. Não precisam de ajudas circunstanciais. Querem direitos. Exigem o cumprimento das obrigações. Não aceitam incompetência. As desesperadas aceitam qualquer coisa, desde que o desespero do momento diminua. Para os desesperos do ano que vem, novas demagogias dos heróis de ocasião. Heróis tortos e oportunistas. Não lhes interessa a solução dos problemas. Povo sem problemas não precisa de heróis. Precisa de administradores competentes, honestos, dispostos a consertar os erros do mundo. Não
esperam que o fogo se alastre, para poderem apagá-lo. Dá para se iludir com isso? Não dá. Quem consegue se iludir num ano de eleições? Quem? Devo iludir-me, achando que a disputa será limpa, de alto nível, em que vencerão as melhores propostas para o Brasil? Devo iludir-me, achando que os candidatos, desta vez, só porque mudamos o calendário, vão deixar de pensar em si próprios ou nos ‘inimigos’ que devem ser eliminados, para pensarem no Brasil, na solução dos nossos seculares problemas, que não detalharei aqui, pois são fartamente conhecidos? Claro que não. Não há nenhum indício de que isso possa acontecer. Até um recém-nascido sabe qual será o nível das próximas eleições. Portanto, difícil acreditar em grandes mudanças. Que pelo menos as pessoas de bem não se omitam nem se acovardem. Que as pessoas de bem não se escondam. Que as pessoas de bem façam, à sua maneira, o bem.
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artigo “Apenas viver não é suficiente, Disse a borboleta, É preciso ter sol, liberdade e uma pequena flor» Hans Christian Andersen
Maria De Lourdes Camilo Souza A transformação da lagarta para borboleta já aconteceu. Voe, voe alto como a águia no seu vôo mais belo! Dê um rasante aonde a paisagem mais encantar. Flane gostoso, aspire o aroma do mar. Deixe o vento das montanhas atingir seu corpo, mas segure-se firme e continue. Abrace uma árvore. Nade na extremidade entre as águas do rio que corajosas mergulham para juntar-se ao mar. Mergulhe fundo e beije a mais bela flor. Não é preciso colhê-la. Ela é mais importante aonde está. Não faça planos, nem listas. Mas se achar de deve, que mal há? Deixe tudo chegar. Caia de boca no prato que a vida te oferece, saiba apreciar o sabor. Até o amargo pode fazer bem se souber aceitar. Suba mais alto e passeie nas nuvens. E quando quiser desça, as vezes precisamos penetrar na caverna, no centro da Terra. É só adaptar-se ao ar mais quente e rarefeito. Os seres de lá tem muito a ensinar. Infinitas camadas multicoloridas e civilizações antigas surgirão e mostrarão que muito fizeram e podem trazer luz ao futuro. Pise firme, confie. Mesmo se o chão se abrir, existe um novo plano. Abra-se sem reservas para o novo. Se sua mente estiver tranquila, sem reservas ou julgamentos, as possibilidades podem ser infinitas. Difícil? Claro que é! Ficar quieto pode ser uma possibilidade momentânea mas chegará o momento de virar uma esquina, atravessar uma rua. Quem sabe se levará a Roma? Paris? New York? Tokio? Saboreie e vida sem moderação. Mova-se. Viva, ame muito tudo isso! Seja feliz! 2022 já começou!
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