Edição 372

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Diário da Cuesta

ano II Nº 372

NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

SEGUNDA-FEIRA, 17 de JANEIRO de 2022

Botucatu recebe e treinará os atletas da Seleção Paralímpica do Brasil!!! Nesta semana a grande notícia: a parceria entre a Equipe de Natação Nauru e a AAF que a partir de janeiro treinará nas piscinas do clube. Sob o comando do Professor Maceió (Antonio Luiz Duarte Candido), nascido em Maceió (CE), que veio aos 18 anos para São Paulo para competir na natação. Formado em Educação Física com especialização em Fisiologia do Exercício, em Natação e em Natação Paralimpica, sendo hoje Técnico da Equipe Nauru e também da Seleção Paralimpica Brasileira, a equipe tem um rendimento modelar e traz na bagagem várias medalhas importantes, inclusive de Tokio 2020. Essa parceria trará a oportunidade dos associados conviverem de perto com atletas de ponta! A Equipe de Natação Nauru estava sediada em Indaiatuba e num trabalho eficiente da Profa. Amanda Campolim que fez parte Comissão Técnica da Seleção Paralimpica Brasileira de 2016 a 2020, Botucatu ganhou essa grande conquista! Essa Equipe de Natação Nauru tem larga experiência, tendo participado das seguintes competições: Pan 2007 Mundial 2009 Mundial 2010 Pan 2011 Jogos Paralimpicos 2012 Pan Pacífico 2013 Mundial e Pan 2015 Jogos Paralimpicos 2016

O Técnico da Equipe de Natação Nauru e da Seleção Brasileira de Natação, professor Antonio Luiz Duarte Candido (Maceió)

Mundial 2017 Prêmio Clube Caixa 2019 Pan Pacífico 2018 Prêmio Clube Caixa 2019 Pan de Mundial 2019 Jogos Paralimpicos de 2019

Os trabalhos será inciado com 14 atletas, sendo dois de Botucatu. A intenção é retomar, numa segunda etapa, o trabalho paradesportivo da natação na cidade e fazer seleção de possíveis atletas. A preparação e capacitação de atletas


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NOSSA HISTÓRIA ANTES DA A.A.F

O local onde hoje se encontra o “Gigante da Baixada”, este magnífico clube, Associação Atlética Ferroviária, era conhecido como o “brejão”, dado ser um terreno plano ladeado pelo córrego Água Fria que facilitava a umidade e a presença de minas d’água naquele local. Já bem antes de 1939, aficcionados do esporte bretão, com dedicação espontânea, prepararam manualmente o terreno e ali praticavam suas “peladas” sem compromisso, de uma maneira amadora. Grupos de amigos formavam seus esquadrões para realizar seus combates e colocavam nomes de times do futebol maior, quer de São Paulo ou do Rio de Janeiro. A Estrada de Ferro Sorocabana (EFS) – empresa que representava pujança, trabalho e poder econômico, oferecia emprego aos jovens botucatuenses, por sua vez, trabalhavam em diversos setores da ferrovia. Ao término do período de trabalho, esses funcionários da EFS formavam seus times: bagagem, depósito com vários setores, administração, truqueiros, etc; e para o brejão se dirigiam realizando combates entre si, apenas para descontração. Desta situação para o surgimento de um time de futebol que representasse também Botucatu, aos moldes

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

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da “Veterana” foi uma questão de tempo. As adaptações são feitas nas largadas, viradas e chegadas. Os nadadores cegos recebem um aviso do tapper, por meio de um bastão com ponta de espuma quando estão se aproximando das bordas. A largada também pode ser feita na água, no caso de atletas de classes mais baixas, que não conseguem sair do bloco. As baterias são separadas de acordo com o grau e o tipo de deficiência. No Brasil, a modalidade é administrada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). No total, o Brasil já conquistou 102 medalhas na natação em Jogos Paralímpicos, sendo 32 de ouro, 34 de prata e 36 de bronze. É a segunda modalidade que mais medalhas deu ao Brasil nas Paralimpíadas, atrás apenas do atletismo As classes sempre começam com a letra S (swimming). O atleta pode ter classificações diferentes para o nado peito (SB) e o medley (SM). O atleta é submetido à equipe de classificação, que procederá a análise de resíduos musculares por meio de testes de força muscular; mobilidade articular e testes motores (realizados dentro da água). Vale a regra de que, quanto maior a deficiência, menor o número da classe. Quanto maior o grau de comprometimento, menor o número da classe.

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.


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(revista Peabiru nº 23)


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ARTIGO

“Caminhos”

Maria De Lourdes Camilo Souza

Conversando com uma pessoa da família, há muito tempo atrás, ela me contou um sonho que sempre tinha. Ela andava por uma estrada carregando um enorme fardo. Sentia-se exausta e com os ombros machucados. E na noite seguinte continuava levando o mesmo fardo. Nas minhas reminiscências dos meus sonhos, um se repetia muito também. Eu estava sempre indo a pé até minha cidade natal, Avaré. Conhecia cada canto, cada curva, cada morro, cada árvore dessa estrada. E andava apressada para chegar antes do anoitecer. E na chegada ver o grande flamboyant florido ao lado da linda igreja branca lá encima no morro. As estradas foram mudando. A estrada que era de terra foi asfaltada, a entrada da cidade mudou, a casa da vovó foi demolida, muitos dos nossos queridos nos deixaram para viver em outro plano. Se voltar a Avaré ainda reconheço muitos lugares. Quando menina andávamos muito a pé pela cidade. Você ganha outras dimensões de espaço, conhece cada pedra do caminho. As ruas tinham nomes de estados brasileiros.

Sabia como chegar na cidade de trem. Como ir para a casa dos meus avós. Onde ficava a casa de cada tia, da Nona Constantina. A sorveteira na esquina da praça e o sabor do sorvete de coco queimado que gostava tanto. Como chegar ao cinema descendo a praça central. Depois começamos a usar ônibus. E chegávamos na rodoviária onde meu tio Omar sempre nos recebia porque trabalhava lá, ou o querido Tio Domingos ia nos buscar com sua kombi. Sabia a rua e a casa de cada amiga da minha mãe, pois íamos visitá-las a cada férias. Lembro-me muito de D. Zilá, era mãe de uma das nossas amiguinhas, a Maria Cristina, que era uma menina irritantemente linda e educada, exemplo constante da minha mãe a ser seguido. Era muito diferente de nós, loira e com grandes e lindos olhos azuis que enfeitavam sua delicada carinha de boneca. Nossas mães conversavam muito, e me lembro que a partir de um tempo eram conversas que entristeciam minha mãe , pois sua grande amiga estava muito doente. Numa das nossas férias já não fomos visitá-las, pois tinham se mudado para São Paulo, aonde D. Zilá poderia ter um melhor tratamento médico. Muito tempo depois nos encontramos com Maria Cristina, que se tornou uma linda moça. Seus pais tinham falecido, ela continuava morando em São Paulo. E o Rio da vida foi mudando o seu curso suave e firmemente, mas na minha memória ainda sei o rumo.


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