Diário da Cuesta
ano II Nº 377
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
SÁBADO E DOMINGO, 22 E 23 de JANEIRO de 2022
Maysa (1936-1977) foi uma cantora e compositora brasileira, fez grande sucesso nas décadas de 1950 e 1960. É mãe de Jaime Monjardim, diretor de novelas. Faleceu prematuramente no Rio de Janeiro, vítima de um acidente na Ponte Rio-Niterói, em 22 de janeiro de 1977. Leia a biografia da Maysa na página 2
Ministros visitam Botucatu para investigar caso de criança que passou mal após vacina em Lençóis Paulista
Na tarde desta quinta-feira, dia 20, dois ministros do Governo Bolsonaro estiveram em Botucatu. Marcelo Queiroga (Saúde) e Damares Alves (Mulher, da Família e dos Direitos Humanos) visitaram a menina de 10 anos, moradora de Lençóis Paulista, que teve parada cardíaca 12 horas após se vacinar contra a Covid. A garota se encontra internada no Hospital Unimed de Botucatu, onde se recupera do incidente. A visita dos Ministros não constava em agendas oficiais e tampouco foi divulgada. Além do encontro com a família da paciente, conversaram com o corpo clínico do Hospital. O avião com a comitiva pousou no Aeroporto Tancredo Neves às 16 horas e de lá seguiram para a Unimed na Praça Isabel Arruda. Os Ministros não deram entrevistas e saíram do Hospital às 18h10. Um forte aparato policial acompanhava as equipes ministeriais. O caso da garota de Lençóis Paulista está sendo investigado. A principal dúvida é se o problema apresentado na terça-feira, 18, tem relação com o imunizante da Pfizer, destinado ao público infantil de 5 a 11 anos. Governo do Estado nega relação com
vacina A parada cardíaca em uma menina de 10 anos, que motivou a suspensão da vacinação na cidade de Lençóis Paulista, não teve qualquer relação com a aplicação do imunizante da Pfizer, diz uma investigação do governo paulista. A garota está internada na Unimed de Botucatu. O Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde concluiu a investigação e descartou o evento adverso pós-vacinação. “Não existe relação causal entre a vacinação e quadro clínico apresentado”, diz parte da nota. A análise realizada por mais
LEITURA DINÂMICA Notícias de Botucatu e sua gente
de 10 especialistas apontou que a criança possuía uma doença congênita rara, desconhecida até então pela família, que desencadeou o quadro clínico, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde. Diz ainda a nota que a análise dos especialistas se baseou em exames e nos dados do prontuário da paciente no hospital. A menina foi hospitalizada na tarde da de quarta-feira, dia 19, após 12 horas de tomar a dose pediátrica da Pfizer. A Prefeitura de Lençóis Paulista interrompeu a vacinação infantil na cidade depois da parada cardiorrespiratória sofrida pela menina. (ACONTECE BOTUCATU)
Moderno como você!
Diário da Cuesta
2
Diário da Cuesta
MAYSA
Maysa Figueira Monjardim nasceu no Rio de Janeiro, no dia 6 de junho de 1936. Filha da italiana Inah Figueira Monjardim e do Fiscal de Rendas, Alcebiades Monjardim, descendente de tradicional família do Espírito Santo, era neta do Barão de Monjardim e bisneta do comendador José Francisco de Andrade Monjardim, que presidiram a província do Espírito Santo. Com 3 anos mudou-se com a família para a cidade de Bauru, no interior de São Paulo. Com 7 anos foi levada para estudar no Sacre-Coeur de Marie, onde permaneceu interna durante quatro anos. Em 1950 vão morar em São Paulo. Aos dezoito anos casou-se com empresário André Matarazzo, antigo amigo de sua família e dezessete anos mais velho que a cantora, por quem ela era secretamente apaixonada desde a adolescência. ... Com pouco tempo de casados, nasceu Jayme Monjardim Matarazzo, diretor de cinema e telenovelas. O primeiro disco “Convite Para Ouvir Maysa”, traz oito sambas-canção, todos compostos pela cantora, entre elas “Adeus” e “Resposta”, que fizeram grande sucesso. No ano seguinte lançou: “Maysa” (1957), que se destacou com as músicas “Ouça” e “Se todos Fossem Iguais a Você”. Nesse mesmo ano, separou-se do marido, que era contra sua carreira, o que abalou profundamente a vida da cantora. Em seguida lançou: “Convite Para Ouvir Maysa” (1958) que fez sucesso com a música “Meu Mundo Caiu”. Maysa foi aclamada pelo público e pela crítica. Em 1960, Maysa foi morar no Rio de Janeiro, quando gravou outro grande sucesso de sua carreira “O Barquinho” (1961), de Ronaldo Bôscoli e Roberto Menescal, que se tornou um marco da Bossa-Nova. Entre 1958 e 1962, Maysa lançou 12 álbuns e se destacou como uma das mais
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
EXPEDIENTE NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO
importantes cantoras brasileiras. Passou a fazer shows e a excursionar por diversos países. Nessa época, deixou a criação de seu filho com o ex-marido e sua nova esposa. Maysa conquistou a fama no Brasil e em outros países. Entre as outras gravações de sucesso destacam-se: “Hino ao Amor”, “Castigo”, “Ne Me Quitte Pas”, “Solidão”, “Tristeza”, “Eu e a Brisa”, “Por Causa de Você”, “Diindi”, “Fim de Caso”, “Preciso Aprender a Ser Só”, “Alguém me Disse”, e “Eu Sei Que Vou Te Amar”.
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689
O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.
Diário da Cuesta
artigo
3
CANÇÕES FEITAS PROS FILHOS
Nando Cury São canções que marcam épocas em relação aos filhos. Falam de tempos de espera. A ansiedade da espera, da surpresa daquele ou daquela que foi gestado (a), aguardado (a) e vai chegar. São canções de acolhimento, de homenagem aos filhos. Destaco algumas obras de mestres deste gênero, se é que podemos chamar assim esse tipo de canção. Começando por Caetano Veloso. Caetano esperava a chegada de seu primeiro filho Moreno, do casamento com Dedé. Mas, eles não fizeram ultrassom para saber se viria menina ou menino. Nem era moda na época. Por isso o tema de uma música especial, presente no disco “Araçá Azul”, de 1972, levanta a dúvida e aponta para duas possibilidades: “Julia/ Moreno”. Os versos melódicos vão se formando tal e qual uma poesia concreta. “Uma talvez Júlia. Uma talvez Júlia não ... Uma talvez Júlia não tem nada a ver com isso. Uma Júlia. Um quiçá Moreno. Um quiçá Moreno nem ... Um quiçá Moreno nem vai querer saber qual era. Um Moreno.” Em outro período, em 1991, no seu disco “Circuladô”, agora casado com Paula Lavigne, Caetano compõe “Boas-Vindas”, gravada logo depois do nascimento de seu terceiro filho Zeca. E num jeito carinhoso e ao mesmo tempo realista de bem receber e apresentar a vida, alerta o filho para que fique atento às coisas boas e difíceis que ela oferece. “Sua mãe e eu. Seu irmão e eu. E a mãe do seu irmão. Minha mãe e eu. Meus irmãos e eu. E os pais da sua mãe. E a irmã da sua mãe. Lhe damos as boas-vindas. Boas-vindas, boas-vindas. Venha conhecer a vida. Eu digo que ela é gostosa. Tem o sol e tem a lua. Tem o medo e tem a rosa “. Clareana, lançada em 1976 e sucesso no Festival de Música Popular Brasileira da TV Globo de 1980, foi a música que alavancou a carreira da cantora Joyce Moreno. Composta em parceria com Maurício Maestro, fala do carinho da mãe pelas filhas Clara e Ana, de seu primeiro relacionamento com o músico Nelson Angelo, do Clube da Esquina. E também revela a intuição de Joyce de ter mais uma filha, Mariana, que chegaria logo depois, fruto
de seu casamento atual com o baterista Tutty Moreno. Outro fato interessante é a participação de Clara e Ana no coro final da gravação. “Um coração. De mel de melão. De sim e de não. É feito um bichinho. No Sol de manhã. Novelo de lã. No ventre da mãe. Bate o coração. De Clara, Ana. E quem mais chegar. Água, terra, fogo e ar“. Neste grupo de canções aparecem também as que falam de tempos de convivência entre pais e filhos na infância e adolescência. Momentos para dar dicas, chances para os pais se integrarem ao mundo em formação do herdeiro (a), abraçar seus personagens e mistérios. O pai coruja Nando Reis lidera no número de composições. Em “O Mundo é bão, Sebastião”, de 2001, o cantor reforça a frase utilizada pela mulher Vânia ao atender os anseios de Sebastião, o terceiro filho, um questionador nato. “Como escrever certo o seu nome. Como comer se der fome. Como sonhar pra quem dorme. E deixa o cansaço acalmar lá em casa. Como soltar o mundo inteiro com asas. Tiranossauro Rex tião. Dentro dos seus olhos virão. Monstros imaginários ou não... O mundo é bão, Sebastião”. Mais tarde, em 2006, com “Espatódea”, homenageia a filha ruiva Zoé, a mais parecida com ele, segundo o próprio Nando. “Minha cor. Minha flor. Minha cara. Quarta estrela. Letras, três. Uma estrada. Não sei se o mundo é bão. Mas ele ficou melhor. Quando você chegou”. A filha Sophia também recebeu, em 2009, uma canção do pai, chamada “Só pra So”: “O seu sorriso é um horizonte. Seus olhos criam um universo. O charme do seu ombro esconde. A surpresa e o teu mistério. Sophia. Você é a própria novidade. Que atualiza o que te cerca. O sangue que passeia na avenida. Ida e vinda, veia e artéria.” Completo esta seleção de músicas dedicadas aos filhos com uma canção de Paula Toller e Marcelo Machado Vieira, criada pro filho Gabriel da cantora. Lançada em 2000, inclui perguntas da famosa fase dos Por quês? “Oito Anos” carrega uma melodia mais simples, bem associada à linguagem infantil dos seus versos. Talvez sejam essas as razões de ser incluída por Adriana Calcanhoto na primeira versão de Adriana Partimpim, virando um dos destaques nos shows desse projeto. “Por que os ossos doem. Enquanto a gente dorme? Por que os dentes caem? Por onde os filhos saem? Por que os dedos murcham. Quando estou no banho? Por que as ruas enchem. Quando está chovendo? Quanto é mil trilhões. Vezes infinito?”.
4
ARTIGO
Diário da Cuesta
O FALSÁRIO Roberto Delmanto
O jovem bancário trabalhava há cerca de três anos na controladoria de um grande banco. De uma hora para outra, foi acusado de ter sido o autor de um considerável desfalque. Ele negava com veemência a acusação e meu pai Dante, a pedido de sua família, assumiu a defesa do mesmo. A prova era eminentemente grafotécnica, pesando sobre o moço a suspeita de ter falsificado, com sua letra, inúmeros documentos internos. A perícia inicial o apontou como o autor das falsificações e ele foi denunciado em uma das Varas Criminais de São Paulo. Durante a instrução do processo, a pedido da defesa que foi deferido pelo Juiz, a Polícia Técnica realizou uma perícia complementar, concluindo não haver certeza se o jovem era, realmente, o responsável pelas adulterações. Ao fazer essa nova perícia, os peritos, que haviam colhido farto material de próprio punho do bancário, ficaram, todavia, surpresos com o alto grau de capacidade gráfica dele e com a enorme possibilidade de variações da sua escrita, tendo deixado esse fato consignado em seu laudo. Ao final do processo, o próprio Promotor pediu a sua absolvição. O Magistrado, após absolvê-lo, curioso em saber se o acusado tinha realmente tanta habilidade gráfica, solicitou-lhe que, informalmente – pois, a final, já fora absolvido – imitasse a sua assinatura, que era absolutamente ilegível e impossível de ser copiada. O rapaz aceitou o desafio e o Juiz, após assinar algumas vezes em locais diferentes de uma folha em branco, entregou-a ao bancário para que reproduzisse sua firma. Este assinou várias vezes com a mesma caneta, em diversos lugares, e devolveu a folha ao Magistrado, que, estupefato, não conseguiu reconhecer quais eram as suas próprias assinaturas. Recomendou, então, ao moço que tivesse juízo e procurasse usar para o bem esse grande talento que Deus lhe dera. Algum tempo depois, o rapaz voltou a envolver-se em outro processo, também por falsificação. Procurado para defendê-lo novamente, meu pai, que não costumava defender um acusado mais de uma vez – para que a absolvição não lhe servisse de estímulo para delinquir ou voltar a delinquir, como dizia – recusou o patrocínio da causa. Mas não pôde deixar de acompanhar, pelo noticiário policial, a “carreira” do ex-cliente. Tornou-se, com o passar do tempo, um dos maiores falsários do País, deu vultosos “golpes” em inúmeras pessoas e instituições, mas em compensação passou boa parte de sua vida “atrás das grades”...
5
Diário da Cuesta
LEITURA DINÂMICA
Ministros da Saúde, Marcelo Queiroga e da Mulher, Famílias e Direitos Humanos, Damares Alves, estiveram em Botucatu, no Hospital UNIMED (Misericórdia Botucatuense) acompanhando o caso da menina que passou mal após ser vacinada em Lençóis Paulista (Notícias.Botucatu).
Dr. Walfrido Oberg, presidente da Unimeda Botucatu, o ministro Quiroga, Dr. Celso Pizarro, diretor técnico do Complexo Hospitalar, ministra Damaris e Dr. Fernando Pinheiro, Diretor Clínico do Hospital.
Campanário do Santuário de Lourdes em fase final de obras: já com pintura e com colocação de vidros temperados para maior visibilidade do Campanário.
RECADO
1
Construção do Memorial da Música Caipira. A Prefeitura de Botucatu iniciou a construção do Memorial dedicado à música raiz. Esse local será um grande atrativo turístico a consolidar as trajetórias de grandes compositores como Angelino de Oliveira, Raul Torres, Serrinha, Zé da Estrada e os irmãos Tonico e Tinoco ( nascidos em Pratânia, portanto em Botucatu, eis que o então Distrito da Prata pertencia ao município de Botucatu). O Memorial será localizado na Cohab 1 (residencial Humberto Popolo), terá como estrutura arquitetônica uma recepção com área para exposições itinerantes + 3 salas onde serão ministradas aulas e cursos de música e terá até um pequeno coreto. Uma escultura de uma VIOLA com 5 metros de altura ficará, imponente, à frente do prédio. Boa! Botucatu também tem, com orgulho, seu Mestre da Viola, o João Tavares. A divulgação da letra da consagrada música Boiada Cuiabana, de Raul Torres, em nossa região, devemos a ele. Essa música já havia sido lembrada pelo prof. Vinício, pois ela destacava a presença de Alambari (Piapara), como ponto de partida das Comitivas. O Mestre Tavares é um dos mais expressivos professores de viola e violão, para música caipira ou música raiz, de todo o Estado. No Vale do Paraíba temos o Braz da Viola, na região de Botucatu temos o Mestre Tavares. A dupla botucatuense, Ramiro Viola & Pardini tem feito verdadeira “garimpagem” sobre nossa música raiz em seus programas na TV e radiofônicos. A TV TEM/Globo no programa “Centro-Oeste Paulista se destaca como berço dos nomes famosos da música caipira de raiz” apresentou ampla reportagem com essa dupla. Ramiro Viola & Pardini deram uma aula sobre a autêntica música raiz: desde Raul Torres, o grande Angelino de Oliveira, Serrinha, Carreirinho, Pardinho, Tião Carreiro, Zé da Estrada e Pedro Bento até a dupla famosa Tonico & Tinoco (nascidos no Distrito da Prata, então pertencente ao município de Botucatu, hoje Pratânia). Todos tendo Botucatu e região como ponto de partida ou de retorno para revigorar a criatividade musical. É Registro Histórico!
2
3 A construção do Memorial da Música Caipira, na COHAB 1, está ainda no início. A reportagem do Diário esteve dois dias seguidos no local para acompanhar o andamento das obras. A foto é de Pardinho que também prestou sua homenagem à música caipira. O Memorial terá uma escultura monumental de uma VIOLA, com 5 metros de altura na sua fachada.
URGENTE