Diário da Cuesta
ano II Nº 384
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU SEGUNDA-FEIRA, 31 de JANEIRO de 2022
Professor Roque de Carvalho: uma vida dedicada à cultura! Lançamento literário do escritor/professor Roque de Carvalho. “Momentos Felizes 5”, lançado neste mês de janeiro de 2022 (360 páginas), com diagramação e editoriação da Gráfica Diagrama. É toda uma caminhada firme e constante através de crônicas dedicadas à Educação e à Cultura. Como professor secundário, professor universitário e advogado, o autor tem se dedicado ao exercício da cidadania em sua pleR TO AU SO BR E O nitude. Com exemplar formação profissional, também como militar dedicado, o professor Roque deixa marcada a sua caminhada cívica com destaque perante seus concidadãos. Parabéns! Sucesso! 359
MOMENTOS FELIZES
alho é Pires de Carv Roque Roberto . Em 1.950, bancário. a-SP natural de Getulin do Exército. Advogado ento Sarg 6 1.95 MetropoEm s Faculdades desde 1.976 pela São Paulo (FMU), Espede Tolitanas Unidas pela Instituição Civil ito Dire Mestre em cialista em de Bauru (ITE), ledo de Ensino sensu) tese “A formação Educação (stricto temas transversais” pelo os do professor e Associação de Graduação da r do EnsiCentro de Pósetininga. Professo Ensino de Itap gio de São Bento em São no Médio no Colé Superior em São Paulo, no Paulo e do Ensi Bonita e Instituto Munia Botucatu, Barr Superior de São Manuel cipal de Ensino Faculdades Tibiriçá, Asrespectivamente de Botucatu (UNIFAC), no Ensi de bro de (FUNBBE) e sociação Interior Paulista gia de São Manuel (IMES). Mem dação Faculdade do Fun Letras e Pedago s de Conclusão de Cursos da strante Faculdades de alho trab de lista (FIP). Pale ora e do Interior Pau Arnaldo Prado CurBanca examinad dad acul no/F Ensi dual de Bauru “Dr. VAI À ESCOLA” da Barra Bonita de atu e Hospital Esta “A OAB na UNESP/Botuc r e Palestrante do Projeto il em Botucatu. Escreve ado vello”, Coorden Ordem dos Advogados do Bras da Serra de Botucatu, eio 25ª Subseção da al da Cidade de Bauru, Corr de Matão, Jornal “O CaJorn crônicas para o catu”, Jornal “ Tribuna Espírita” Luz” de Indaiatuba-SP. de ze conJornal “Mais Botu Botucatu e Jornal “Colméia Medalha de Bron cedido de a ui Luz” Poss da . Luz” minho l “Caminho da a Bonitense”, con Integrante do Cora e o Título de “Cidadão Barr cito Exér Bonita. cedida pelo icipal de Barra pela Câmara Mun il.com arvalho@gma Email: roquerpc adas no Youtube Palestras grav 138 fone: (14) 99825-4 50 - Botucatu-SP - CEP: 18.611-2 Rua Luiz Mori 298
Livros de Crônicas
No mês de julho e no mês de agosto, o Diário dava destaque para os lançamentos literários em Botucatu e, na oportunidade, o enfoque aos lançamentos do professor Roque de Carvalho com suas crônicas e o trabalho cidadão à frente de uma equipe da OAB/Botucatu e, em agosto, o lançamento do quarto volume do “Momentos Felizes”.
a t s e u C a d Diário
Nº 211
s o t n e m Lança em Botucatu
NA DEFESA
DO
ENTE E DA MEIO AMBI
CIDADANIA
TU EM BOTUCA
TE RÇ A-F EIR A,
Diário da Cuesta
ano I
13 de JULHO de
NA DEFESA DO MEIO
2021
ano I Nº 244
SEXTA-FE IRA, 20 de AGO STO
20 DE AGOSTO DIA NACIONAL DO M AÇOM
de 2021
Na verdade todos os dia derados o dia do maçom s são consi. É uma homenagem aos maçons brasileiros, principalmente de Gonça lves Bonifácio de Andrada Ledo e José e Silva, que visavam libertar o Bra sil de Portugal . Assim, o dia 20 de Ago sto tornou-se um símbolo da luta maçônica em favor do povo brasileiro e da Independência do Brasil. Importante o registr o histórico de Gonçalves Ledo que proclamou, dentro de um templo ma çônico, a Independência do Brasil no dia to de 1822, duas sem 20 de Agosanas antes da Proclamação da Indepe ndência por D. Pedro I, em 7 de Set embro.
Literárioasmento: “Memórias
1º Lanç em Prosa e Verso” Bofetenses
da e a riqueza as naturais tem suas m suas belez de Bofete, co e em que nasceu e onde ia tór his a istra Bofet resgata e reg em verso, a eo da Silva, em prosa e Lúcia Ebúrn a descreve, gina 2 ca Carmem ade a autor regional. Pá Da acadêmi m sensibilid Co ura . rat vo lite po a de seu Bofete na vida cotidian lho a valorizar rtante traba raízes. Impo
a entre rneo da Silv Vieira. em Lúcia Ebú r e José Celso Soares Kla dêmica Carm da ABL, a aca demia Antonio Evaldo Em reunião Aca da es ent s e ex-presid os acadêmico
AMBIENTE E DA CID ADANIA EM BOTUCA TU
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s sobre o co nicas escrita lho. Com crô ntos Felizes, es de Carva ia de Mome cer a Litee Roberto Pir na sequênc ue qu ar, riq Ro str en io, a mo tár s ra sor universi portante ob s, o autor no gado e profes aram a buscar resposta rar. É uma im o irá melho ento do advo nos motiv a de que tud Último lançam as que sempre ia e a certez em tem nd os pa re de sob s tidiano e e em tempo humanidad como vive a Página 3 atuense. ratura Botuc
“Desnecessário o com entário sobre sua aut obiografia quando se lê a trilogia concebida e vivenciada pelo insp irado Roque Roberto Pires de Carvalho, “Mo mentos Felizes”. Em cada crônica, elabora da ao longo de toda uma vida, repleta de experiências, nos dep ramos com a alma do aescritor. A suavidade das memórias que enfeixam momentos agr adáveis, inesquecíve is que contagiam aqu que, na contemporane ele idade, vivenciou fato s semelhantes. Astuto na arte de extrair o belo e o irônico que leva ao riso descontraído, também nos remete ao tempo em que aind a a natureza falava aos corações, no gor geio e pureza dos pás saros ao se recolherem ao ninho, aquietando -se sob o céu forrado de estrelas. O autor ausculta o próprio cora ção...” Maria I. Aria Kfou ri Lançamento do “Mo mentos Felizes 4”, uma autobiografia do advogado e professor universitário Roque Rob erto Pires de Carvalho, com projeto gráfi co e diagramação de Edil Gomes (Grafica Diagrama).
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ARTIGO
“NON DVCOR DVCO”
Roque Roberto Pires de Carvalho
Mês de janeiro! calor forte da estação e chuvas ao final da tarde era motivo para ele sair de casa sobraçando descorado guarda-chuva. Visitava jardins e vitrines das lojas da rua principal da cidade. Distraia-se com o movimento ligeiro dos pedestres e velocidade dos veículos. Ao que parece só ele não tinha nenhuma pressa em voltar ao lar. Aqui era seu asilo e à sua espera uma biblioteca com renomados autores. Como consulente, parecia ouvir as vozes desses mestres sempre prestativos. Nessa noite compulsou um livro que relatava a história da cidade de São Paulo desde sua fundação em 1554. Após longa leitura recolheu-se ao leito. Um sono calmo tomou conta de seu corpo em recuperação de energias e sua alma alçou voo para o ano de 1916 e em sonho ele estava em um salão de festas, feéricamente iluminado. Via-se o Presidente da província e o Prefeito entre outras altas autoridades civis e militares, senhoras da sociedade paulistana exibiam modelos e jóias importadas em típica festa literária. Não era para menos. Nessa noite seria conhecido o Brasão da cidade de São Paulo, trabalho que em concurso público teve como vencedor o poeta Guilherme de Almeida (1890-1969) e seu parceiro o desenhista José Wasth Rodrigues (1891-1957). Sob calorosos aplausos foi retirada a cortina e exibido com ufanismo a peça vencedora. Um dos literatos presentes comentou que no Brasão era visto o escudo português com um braço armado, logo acima a coroa com quatro torres suportadas por dois ramos de café frutificados em vermelho e como divisa, simbolizando o sentimento paulista, escrito em uma faixa de prata a locução latina “Non Dvcor Dvco”. As autoridades brindaram com champagne o acontecimento e assim a cidade de São Paulo ganhava seu estandarte. Na condição de penetra ele assistia essa festa e vez por outra um dos garçons passava por ele enchendo seu copo com uma bebida que parecia ser sidra. Vagamente aquele palco iluminado, dourado e charmoso foi desaparecendo do subconsciente e ele acordou. O relógio marcava duas horas da madrugada, olhou para a folhinha e o mês de janeiro assinalava o dia vinte e
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três, virou-se na cama e adormeceu novamente. Pela manhã voltou à biblioteca para encontrar eventuais ligações do inusitado sonho com o seu cotidiano. Sim!... havia elo de ligação!... Na garagem da sua casa um carro tipo Caravan, modelo 1997, cor bege, última série e único dono era ferramenta de trabalho e eventuais passeios. Sua esposa, apreciadora de paisagens urbanas e rurais invariavelmente o acompanhava nos passeios. Estudiosa das leis de trânsito, vez por outra chamava sua atenção: - “cuidado querido, buracos na pista...” - “olha, vai mudar o farol”, “ali existe faixa para pedestres...” - “reduza a velocidade, depois da curva sempre tem radar e posto do guarda...” “Argh!...” e assim ele ia pilotando motivado pelos cuidados e pela paciência de Jó, da qual era herdeiro. Toda vez que engendrava uma viagem lembrava-se da ladainha... era de paz e aceitava resignado os palpites laterais que ouvia sempre. Em nome do amor que os unia e amor pelo carro fizeram um pacto de ajustamento preliminar para viagens futuras...Agora, acomodado na cadeira de espaldar alto ele procurou a melhor maneira de não desagradar e não ofender a esposa mas ao mesmo tempo continuar senhor da situação e do volante. Eureka...! Lembrou-se ter visto em sonho o Brasão da cidade de São Paulo e dos dizeres contidos na faixa prateada: “Non Dvcor Dvco”- estava resolvido o problema para com ela. Procurou em um livro o tal Brasão, e a título de modelo levou para seu amigo tipógrafo fazer um cartão em papel cuchê e fazer com a máxima urgência. Urgência fazia sentido! o dia 25 de janeiro estava chegando e ele queria fazer uma surpresa para a esposa. Nesse dia sempre considerado feriado ele iria convidá-la para um longo passeio. Enquanto o homem trabalhava o distintivo ele mesmo lavou o carro, pintou os pneus, passou flanela nos vidros. Recebida a encomenda apressou-se em colocar no painel do carro o Brasão de São Paulo. Sua consciência não o acusava de nenhuma culpa ou ofensas e ela, por certo teria momentos para abraços e sorrisos. O dia 25 amanheceu ensolarado. Gentilmente aproximou-se da esposa fazendo lhe o convite: - querida, que tal um passeio pela cidade, hoje é feriado... que tal? - ela sorridente, como sempre, aceitou o convite. Engalanados com as roupas próprias aos domingos e feriados foram à garagem e ele, como sempre, abriu as portas do carro para que ela ocupasse o seu lugar de honra. Assim que assomou o volante olhou para ela, ela olhou para ele, deram boas risadas e com espanto ela perguntou: - que história é essa...? - “Non Dvcor Dvco”...? e ele valendo-se dos recursos aprendidos no ginásio respondeu... - querida, isso ai quer dizer Não sou conduzido, conduzo... Gostou? Em meio aos sorrisos pisou na embreagem, engatou a primeira, a segunda, a terceira marcha do maravilhoso carro em direção à rodovia mais próxima...
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689
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Momentos Felizes
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Registrando os 25 anos do “Tribuna do Estudante”(1988), com os artigos na capa dos então jovens botucatuenses, Armando M. Delmanto, Bahige Fadel e Oscar Francisco Balarin.
“MOMENTOS FELIZES”, livro lançado pelo colega Roque Roberto Pires de Carvalho, com projeto gráfico e diagramação de Edil Gomes, da Gráfica Diagrama, repercutiu positivamente e recebeu da Presidente da ABL - Academia Botucatuense de Letras, Acadêmica Carmem Sílvia Martin Guimarães, um comentário que destaca a obra e sua importância na Literatura Botucatuense: “A Academia Botucatuense de Letras congratula-se pelo lançamento do seu livro “Momentos Felizes”. Saiba que nós sentimos muito
honrados por termos mais um botucatuense nos anais da Literatura, particularmente, na Literatura Botucatuense. Contribuição também importantíssima para a história de Botucatu, através de suas sensíveis memórias pessoais. Nessa caminhada de sua prosa, que alcança o mais íntimo do homem, em sua aprendizagem individual na vida, seja repleta da luz Maior”. Rememorando passagem que tive com o autor, trago fotos da palestra feita sobre o lançamento de meu livro “CONSTITUINTE - O que todo brasileiro
deve saber sobre a Assembleia Nacional Constituinte”, de 1981, na UNIFAC. Na foto, da esquerda para direita, Osmar Delmanto (UNIFAC), vereador Progresso Garcia, vereador Armando M. Delmanto, Bahige Fadel (UNIFAC), Sandoval Nassa e Roque Roberto Pires de Carvalho (UNIFAC). E, na abertura do livro “Momentos Felizes 2”, a lembrança da professora Marilene Marins de Carvalho, coordenadora pedagógica do Colégio La Salle, onde ela destacava o lançamento que fiz, como diretor e junto com meus colegas, do jornal oficial do La Salle, o “TRIBUNA DO ESTUDANTE”. (AMD)
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ARTIGO
“Costureira de coracões” Maria De Lourdes Camilo Souza
Quando minha mãe faleceu, três dias depois do seu aniversário, dia 26 de agosto. Eu estava com a minha mudança preparada para o dia 04 de setembro, para casa de sonhos, e que tinha todos os requisitos para poder atender melhor a ela. Só que Deus tinha outros planos mais apropriados, um lugarzinho lá nos jardins celestes e a chamou uns dias antes. Com a trabalheira da mudança, num primeiro momento e com o apoio da família, eu não senti o baque da perda, como veio a acontecer depois. Na época estava trabalhando temporariamente no Colégio Gemini. E lá também trabalhava a Carminha, uma dessas pessoinhas muito especiais: que ora estava na cozinha lidando com os panelões, preparando deliciosas comidinhas para as crianças que lá estudavam, ora estava carregando algum bebê chorão, ora levando um outro no carrinho para uma volta no pátio para pegar no soninho da tarde.
Ora estava na área de serviço lavando roupas. Os antigos diziam que gente como ela era “pau para toda obra”. Ela amava as crianças e a escola. Tinha uma vida familiar sofrida, marido alcoólico e com as comorbidades decorrentes. Os filhos na época estavam estudando. Ela foi um poderoso alento para mim naqueles dias doídos da minha vida. Eu me arrastava pelos comodos da casa durante a noite, chorando feito um rio de lágrimas seguida pelo meu velho cão poodle branquinho o Nicky, que me seguiu na mudança. Durante as manhãs lá na escola eu não começava o dia sem passar pela cozinha para saudar a Carminha. O dia ficava diferente com a chegada das crianças, suas vozinhas e risos alegres eram um alento. Lá pelas 10.30 eu dava outra passada na cozinha da Carminha de onde saia um cheiro tentador das sopas e do arroz e feijão sendo preparados e ela ora me dava uma canequinha com caldo de feijão recém temperado ou de uma das sopinhas para os bebês. Esse ritual me remetia aos tempos em que cuidava da minha mãe. No mesmo horário lá na casa da Cardoso quando se cozinhava músculo para a sopa, eu pegava uma canequinha com aquele caldo e sumo de limão e dava para fortalecer a mãe que se restabelecia. Achava que era um poderoso aliado na sua recuperação, assim como uma boa colherada do Biotônico Fontoura. Enquanto batíamos um papinho rápido eu e Carminha, e depois retornava ao trabalho. Esse intervalinho rápido me ajudava nesse restabelecimento que como me diziam, “a dor da perda de um ente querido leva pelo menos dois anos a melhorar”. E a minha “psicóloga de araque”, Carminha ia ajudando a me curar. A roda do tempo passou por nossas vidas mudando tudo. Mas a amizade com a Carminha continua. Minha irmã tem mais contacto com ela, indo muitas vezes até sua casa para uma visita, para levar os netos matarem a saudade, ou para levar uma costurinha para ela fazer, outra de suas habilidades. Esqueci de mencionar que outra são as plantas. Ela tem o dedinho verde. Chegando lá na sua gostosa casa, muito cerca do Lageado, ao passar pelo portãozinho de ferro, sendo recebidos pelos seus cachorros, anda-se por um corredor cheio de orquídeas floridas, um refrigério para os olhos. Esse corredor também passa pela porta de entrada da casa ao lado direito e segue até os fundos onde se vê uma mesa grande retangular onde a família faz as refeições mas que nas visitas sempre tem uma baciada cheia das suas deliciosas cuecas viradas. Mais ao fundo da para sua sala de costuras, e de lá já se avistava o enorme quintal com uma horta e árvores frutíferas. Desse lar amoroso sempre se sai com o coração costurado pelo seu carinho e uma muda de uma planta ou orquídea. Visita na Carminha é como dia de festa.