Edição 393

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Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

ano II Nº 393

QUINTA-FEIRA, 10 de JANEIRO de 2022

O Barão do Rio Branco, é o Patrono da Diplomacia do Brasil (20/04/1845 – 10/02/1912) O Brasil, tanto na Monarquia como na República, contou com exemplares representantes que honraram a tradição de paz do país e conseguiram expressivas vitórias diplomáticas, como o Barão do Rio Branco, Joaquim Nabuco, Rui Barbosa, Assis Brasil e tantos outros servidores exemplares! Alceu de Amoroso Lima (Tristão de Ataíde), in Política & Letras, definiu bem: “Rui Barbosa era o homem cujo sonho mais vivo foi fazer do Brasil, pela força do Direito, potência mundial; Rio Branco pensara o Brasil na América do Sul; Nabuco esboçara esse prestígio no norte do continente; Rui sonhava com o Brasil no mundo”. Foi uma Diplomacia vitoriosa!

Cidade de São Paulo recebe 28 unidades do Millennium, modelo Caio

A KBPX Administração e Participação (Transkuba), tradicional cliente do Grupo Caio, adquiriu 28 unidades do Millennium IV. Os modelos adquiridos pela Transkuba foram entregues ao longo do mês de janeiro e chegam para ampliar a frota, que já conta com 226 veículos. A empresa está situada na capital do estado de São Paulo e é responsável por 16 linhas em diversas regiões do município. Os ônibus estão em bairros como Santo Amaro (Zona Sul), Parque Dom Pedro (Centro) e Pinheiros (Zona Oeste) e transportam mais de 100 mil passageiros por dia, demonstrando a importância da atuação dessa companhia no transporte público da maior cidade do país. Todas as 28 unidades recém-chegadas às garagens da KBPX possuem, aproximadamente,13 metros de comprimento. Os ônibus têm capacidade para transportar 91 pessoas, entre passageiros sentados e em pé, motorista e cobrador.


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Diário da Cuesta

O Barão do Rio Branco, é o Patrono da Diplomacia do Brasil

José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco, foi um professor, jornalista, diplomata, político e historiador brasileiro. Nasceu no Rio de Janeiro, em 20 de abril de 1845, e morreu na mesma cidade, no dia 10 de fevereiro de 1912. Foi importante por suas atuações na definição das fronteiras do Brasil em diferentes ocasiões, fazendo negociações e assinando tratados com diversos países. Negociador hábil Começou aos 19 anos, acompanhando o pai, o visconde do Rio Branco, como secretário na missão especial que entabulou as negociações de paz da Guerra do Paraguai (1865-1870). Depois, representou o Brasil na disputa da região dos Sete Povos das Missões com o Uruguai. Também foi encarregado de resolver a disputa do Amapá entre o Brasil e a Guiana Francesa. Em ambos os casos, os resultados foram favoráveis ao Brasil. Garantiu ainda a posse do Acre, reivindicado pela Bolívia e fixou a fronteira entre o Brasil e a Guiana Inglesa (atual Guiana). Foi como reconhecimento pela solução dessas questões fronteiriças que, em 1888, recebeu de Dom Pedro II o título de Barão do Rio Branco. Formação e atividades José Maria Paranhos estudou no Imperial Colégio de Pedro II, no Rio de Janeiro. Ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo e no meio do curso transferiu-se para o Recife, em Pernambuco, onde concluiu os estudos. Foi deputado por Mato Grosso e promotor público em Nova Friburgo, no estado do Rio de Janeiro. Dedicou-se também ao jornalismo, tendo dirigido o diário A Nação, no Rio de Janeiro. Em 1876, foi nomeado Cônsul do Brasil em Liverpool, no Reino Unido. Foi membro da Academia Brasileira de Letras e escreveu vários livros sobre a história do Brasil, como Memória brasileira e Episódios da Guerra do Prata. Em 1902, foi nomeado ministro das Relações Exteriores, função que exerceu até 1912, ano de sua morte.

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O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.


Diário da Cuesta

“ Diferenciados... “ nel

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José Maria Benedito Leo-

Tem que tê coragem! Tem que sê diferenciado, tem que tê sido batizado pra valê, tem que sê protegido por Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo porque senão não faiz, senão não apeia, senão não monta, senão não capeia ----- Zé, que prosa sem sentido é essa? Do que ocê tá falando? Tá caducando, é? É mió eu ficá quieto com essas certezas minhas. Tem coisa que não é pra quarqué um e nem pra todo mundo. Não é pra quarqué um, uma mula “voando” morro abaixo, o peão levá a mão no laço, armá a laçada e buscá as guampas do touro fumaça que corre na sua frente, buscando o mato. De companheiro, só o cachorro preto, chamado Carranca. Eu sei e bem quem fazia isso com simplicidade. Tem mais gente que como eu, sabe! Não é pra quarqué um laçá um bezerro no pasto, confiá na mula que chincha, apeá com o remédio na mão e ir no bezerro com a vaca nelore, mãe amorosa, investindo, berrando, mais brava que cão de guarda na corrente. É preciso mais que coragem. É preciso fé e a proteção de Deus. Assim é. O burro chucro, baio na cor, tá no palanque dando manetadas

e coices. Tá traiado desafiando a peãozada. Essa é a hora dura. Em mim da saudade do Geraldo. Assim, meio de quarqué jeito, ele chegava montando, sem cuidados e reservas. Se tivesse ele sido violeiro não afinava viola, não importando se afinação fosse cebolão, rio abaixo ou boiadeira. Montava de quarqué jeito em quarqué traia e fazia pará. E batia o chapéu na cara pra pulá mais. Apeava, ajeitava o lenço no pescoço, brincava com os amigos e ia embora, como se fosse fácil. Tá na seringa da mangueira, babando de bravo, investindo até na sombra, cavocando o chão. É preciso sê muito homem pra tirá o chapéu da cabeça e , com ele, capeá o boi naquele apertado, até vê ele ajoelhado, na sua frente. São os diferenciados da lida. Mas são tantos os diferenciados na vida.... Circo de periferia, lona véia, arquibancada que balança. E tem os trapézios e o casal de trapezistas É preciso, no vai e vem dos trapézios, no salto no ar e no vázio, muita coragem. E tem os cirurgiões fazendo operações delicadas nos centros cirúrgicos. Que Deus esteja com eles. Encerro repetindo, tem coisa que não é pra quarqué um. Eu só tava, na nossa linguagem, prestando tributo a quem Deus escolhe, os diferenciados. E mais, gosto muito deles quando simples e humildes, porque quem é já é e não precisa dizê que é. Simples assim. NOTA: ilustrações de Vinício Aloise em “uma história desenhada”.


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Diário da Cuesta ARTIGO

“O passeio do tamanduá e o atropelamento da anta” Maria De Lourdes Camilo Souza

Quando eu tinha uns 13 anos, era entre insegura, desengonçada e ás vezes ousada, apesar de muito tímida e medrosa. Deve ocorrer com os adolescentes em geral. Certo dia pela manhã, saí da casa da Costa Leite, uma quadra antes da Misericórdia, me encaminhava até a Livraria São Francisco de Salles comprar alguma coisa de escola. Atravessei o jardim até a Avenida e na hora de atravessar em frente ao antigo Fórum, distrai-me olhando nas janelas superiores com medo de estar sendo observada por algum preso assassi-

no, engolindo em seco nem olhei muito para ver se vinha algum carro. Vi que ao longe vinha uma moto mas, calculando mal, achei que conseguiria atravessar. Ledo engano : a moto chegou rápida e a sua roda da frente bateu com força na minha perna esquerda e me jogou na calçada não sem antes dar uma cabeçada num poste. A cabeça é dura mesmo, acreditem! Cheguei a tontear, e a perna ficou raspada, mas não quebrei nenhum osso. O motoqueiro parou muito bravo dizendo: -”Sua idiota! Não viu que eu estava vindo?” Estava mesmo muito bravo. Hoje me pergunto se do tamanho que era a rua, como ele não conseguiu se desviar de mim, já que éramos só eu e ele na rua naquele momento. Sabemos que o trânsito não era tão intenso naqueles tempos. Consegui me levantar mas fiquei um bom tempo até sarar daquele machucado na perna, sem comentar a mancha roxa que ficou por um bom tempo. E a vergonha de comentar o episódio? Lembrei desse acontecido estes dias, quando vi a notícia de um atropelamento recente, ocorrido no centro da cidade, e que resultou em morte da vítima. Tive muita sorte! Pensei! E talvez na batida da cabeça poderia ter ficado com alguma sequela. Que nada! Chacoalhou os miolos com certeza, nada demais. Fico imaginando nos dias que vivemos. Até tamanduá bandeira passeia pelas nossas ruas numa boa. Vai caminhando como humano pelas calçadas. Balançando seu rabão peludo, e a sua cabeçona comprida, vai harmoniosamente com suas patas que tem enormes unhas atemorizantes. Sabe daqueles bichos que a gente só viu em páginas da Barsa: aquela imensa enciclopédia, com centenas de livros grossos vendidos muitas vezes por ambulantes? Ele deveria estar procurando por um bom formigueiro onde inserir sua língua fina e comprida sugando as formiguinhas e assim saciando a sua fome. Tempos pandêmicos, onde 3 vacinas não te garantem nem salvam das inúmeras variantes de um vírus chinês, mas o tamanduá visita a cidade.


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