Edição 404

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Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

ano II Nº 404

QUARTA-FEIRA, 23 de FEVEREIRO de 2022

23 de fevereiro DIA DO ROTARIANO O Rotary é uma rede global de líderes comunitários, amigos e vizinhos que veem um mundo onde as pessoas se unem e entram em ação para causar mudanças duradouras em si mesmas, nas suas comunidades e no mundo todo. Tudo começou com a visão de um homem: Paul Harris, advogado que formou o Rotary Club de Chicago no dia 23 de fevereiro de 1905, por isso, sempre no dia 23 de fevereiro se comemora o DIA DO ROTARIANO. Ou seja são 117 anos trabalhando em prol de uma sociedade melhor. O nome “Rotary” surgiu da prática inicial de fazer o rodízio das reuniões entre os escritórios de cada associado. O Rotary é formado pelos Rotary Clubs, o Rotary International e a Fundação Rotária. Juntos, esses três elementos conseguem fazer a diferença em comunidades do mundo inteiro. Em Botucatu, a Câmara Municipal realizou sessão dedicada ao aniversário dos 117 anos de existência do Rotary Internacional, quando usou da palavra o GD Newton Colenci (ex-governador do Rotary).

JOÃO PASSOS •

No Dia do Rotariano nada mais justo do que homenagearmos aquele que foi ex-presidente e ex-governador do Rotary: JOÃO PASSOS. Botucatuense e cidadão prestante foi líder autêntico da comunidade botucatuense e encabeçou à frente dos rotaryanos a construção e fundação da CASA DA ESPERANÇA. PÁGINA 3

LEITURA DINÂMICA Notícias de Botucatu e sua gente

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Artigo

Os quatro primeiros rotarianos No dia 23 de fevereiro de 1905, Paul P. Harris, Gustavus Loehr, Silvester Schiele e Hiram E. Shorey se reuniram no escritório de Loehr para a ocasião que ficaria conhecida como a primeira reunião de Rotary Club. O desejo de Harris de promover o companheirismo entre profissionais uniu esses quatro homens e levou à criação de uma organização internacional de serviços humanitários. Leia sobre cada um desses quatro rotarianos e também a respeito de Harry L. Ruggles, conhecido como “o

quinto rotariano”. O fundador do Rotary, Paul Harris, nasceu em Wisconsin, EUA, no dia 19 de abril de 1868. Ele foi criado por seus avós paternos em Vermont e estudou na University of Vermont, em Princeton e na University of Iowa. Foi presidente do RI de 1910 a 1912, e associado do Rotary Club de Chicago até seu falecimento, em 27 de janeiro de 1947. Loehr, um engenheiro de minas, nasceu em 18 de outubro de 1864 em Carlinville, EUA. Ele foi rotariano por apenas alguns anos, não tendo servido em nenhuma função no clube ou em âmbito internacional. No entanto, a primeira reunião do Rotary Club foi realizada em seu escritório, na sala 711 do Unity Building, no centro de Chicago. Ele faleceu em 23 de maio de 1918 em Chicago. Rotariano por apenas alguns anos, Shorey serviu como secretário durante o primeiro ano do clube. Ele nasceu em Maine em agosto de 1862 e faleceu em março de 1944. Schiele, um distribuidor de carvão, serviu como o primeiro presidente do clube, em 1905, e o terceiro tesoureiro do Rotary International, em 1945. Nascido em Terre Haute, EUA, em 1870, estudou na Terre Haute Business College e serviu no Exército duran-

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te a Guerra Hispano-Americana. Ele foi presidente da Schiele Coal Company de 1902 a 1939, ano em que se aposentou. Ele e Harris se tornaram grandes amigos e ambos moraram na zona sul de Chicago. Schiele morreu em 17 de dezembro de 1945 e foi enterrado próximo a Harris no cemitério Mount Hope. Ruggles, nascido em Michigan, formou-se na Northwestern University em Evanston, EUA, e se associou ao Rotary Club de Chicago na segunda reunião. Ele serviu como tesoureiro durante seu primeiro ano, foi presidente de 1908 a 1919, e diretor do Rotary de 1912 a 1913. A introdução de músicas nas reuniões de clube é atribuída a ele. Sua gráfica, H.L. Ruggles & Co., imprimiu o primeiro exemplar da revista The National Rotarian e o primeiro livro de canções do Rotary. Ele morreu em 26 de outubro de 1959, sendo associado honorário de sete outros clubes além do Rotary Club de Chicago.

Quando o Rotary Club de Chicago publicou sua lista de associados, em outubro de 1905, o clube tinha 21 integrantes, incluindo dois associados honorários.

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.


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JOÃO PASSOS: Líder Autêntico!

Em uma entrevista que dei ao saudoso amigo Jaime Sanchez, para a sua revista “Boca de Cena”, em novembro de 1998, falando sobre o Comércio de Botucatu e a falta de novos líderes, eu citava o nome de JOÃO PASSOS: “...O Comércio local está meio à deriva...Esse é o meu ponto de vista (1998). O que eu acho é que é uma atuação limitada e provinciana. O comércio de Botucatu está buscando um novo João Passos, um novo Emílio Peduti, um novo Octácilio Paganini...” Realmente, João Passos passou a ser o principal referencial de uma Liderança Positiva. Presidiu a Associação Comercial de Botucatu em 1949, e de 1955 a 1969. Como Diretor Presidente da Cinematográfica Araujo & Passos, tinha uma presença sempre forte na defesa dos interesses dos comerciantes. Ao mesmo tempo, presidiu e viabilizou o Botucatu Tênis Clube – BTC, como o melhor clube da cidade e, como rotariano, presidiu e foi Governador do Rotary Clube. Na presidência do Rotary Clube de Botucatu, com a ajuda dos rotarianos e de sua esposa Marina Fagundes Passos, fundou a CASA DA ESPERANÇA, para a reabilitação física das pessoas. João Passos tem sido, sempre, homenageado pelos rotarianos. João Passos era casado com Marina Fagundes Passos e teve um único filho, o arquiteto Ronaldo Passos que deu continuidade à sua atividade profissional e foi o autor do projeto arquitetônico do CINE TEATRO NELLI, considerado o teatro com a melhor acústica da região e da CASA DA ESPERANÇA. Dona Marina Passos, elegante e discreta, era voltada à cultura, tendo sido uma das fundadoras da ABL – Academia Botucatuense de Letras, como Membro Honorário. Em 1972, no jornal “VANGUARDA DE BOTUCATU”, de 18 de agosto, ficou registrada a importância da “Casa da Esperança”, inaugurada em 12 de Abril de 1970. Na ocasião, destaquei a importância do Sr. João Passos e como foi um incansável batalhador da causa pública. Juntos assinamos convênio com a Caixa Econômica do Estado de São Paulo para a conclusão da sede social do BTC. Tive a oportunidade de acompanhá-lo em sua luta para a conclusão e consolidação da CASA DA ESPERANÇA, obra que retrata a sua disposição para as grandes realizações. Na ocasião, atestei que o Sr. João a todos cativava como um gentleman, assim, o Dr. Felício Castellano, Secretário da Promoção Social, o Dr. Nelson Marcondes do Amaral, Secretário Particular e o Prof. Francisco Carlos Sodero, Assessor (Governo Abreu Sodré) e representante do Ex-presidentes do Rotary Clube prestando homenagem à João Passos, ex-presidente e ex-governador do Rotary.

mesmo na inauguração da CASA DA ESPERANÇA, todos eles foram tomados de vivo entusiasmo por essa magnífica obra. Junto com D. Marina ele concluiu a CASA DA ESPERANÇA. Os dois, sempre juntos, lideraram os rotarianos na consecução desse grande objetivo. Hoje, a CASA DA ESPERANÇA é uma realidade e um modelo de organização e uma certeza de que muitos seres humanos lá encontrarão a ajuda humana e a recuperação técnica de que necessitam. HISTÓRICO DA CASA DA ESPERANÇA: Conta D. Marina Fagundes Passos, os dois motivos mais fortes que levaram João Passos e ela a construir a Casa da Esperança: 1º “O meu pai, com 71 anos, teve um acidente vascular cerebral, ficando hemiplégico. Fui para Avaré para cuidar dele, pois tínhamos muita afinidade e ele me atendia muito. Comecei a fazer exercícios com ele, muitos por intuição e outros orientados pelo José Oscar Guimarães, quando o encontrava aqui. O restabelecimento foi rápido, e alguns meses após, meu pai já estava capacitado a comer sozinho, cortar carne, vestir-se, tomar banho, enfim auto-suficiente para uma vida quase normal. Comprovamos, assim, quanto pode um atendimento imediato, na maioria dos casos responsáveis por inválidos e infelizes”; 2º “Algumas visitas que fizemos às Casas da Esperança de Santos e Santo André, também fundações do Rotary, onde vimos rotarianos e senhoras abnegadamente trabalhando onde centenas de crianças e adultos se recuperavam de deficiências motoras. O João, na sua ânsia de servir, já havia, com outros companheiros, construído a sede esportiva do BTC, proporcionando à infância e à juventude botucatuense, meios para praticarem esporte, ocupações sadias, deixando assim de frequentarem snokers, o que era muito frequente e comum.” “Depois, a construção da sede social do BTC, a sala de visitas de Botucatu. Chegou a vez de fazer alguma cousa para os menos afortunados, pelos incapacitados permanente ou temporariamente. Começou a luta pela Casa da Esperança. A compra do terreno, os estatutos, a construção. A luta tremenda para conseguir recursos financeiros. As campanhas encabeçados pelo João: bailes da cerveja, bazares da pechincha, feijoadas, campanha dos boizinhos, campanha para sócios contribuintes. Os primeiros donativos, 30 mil do Governo Sodré, a planta feita pelo Ronaldo (Passos) depois de várias visitas com o João e o Dr. Costa a outros Centros de Reabilitação. A compra de equipamentos, alguns aparelhos importados. Foram companheiros atuantes desde o primeiro dia: Luiz Chiaradia, como tesoureiro; Pedro Tôrres – depois Manoel Pinhão, como secretário; Dr. Costa, como vice-presidente e médico responsável. Inaugurada a 12 de abril de 1972, como comemoração do aniversário da cidade, contou com a presença do Secretário da Promoção Estadual – Dr. Castellano e do Professor Francisco Carlos Sodero, representante do Governador Sodré. Começou a funcionar a 29 de julho de 1970 e está cumprindo sua finalidade, dando atendimento a todos que dela necessitam, gratuitamente aos impossibilitados de pagar. Fornece lanches às crianças em tratamento e sopa aos pacientes que vem de cidades vizinhas, permanecendo muitas horas na Clínica. Está dando atendimento também aos pacientes encaminhados pela Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas, que ainda não possue esse Departamento. Na sua curta história de menos de dois anos, conta com casos maravilhosos de reabilitação, como o da Rosângela Aliberti Bauer, aqui em Botucatu mesmo. Está muito bem equipada e organizada, funcionando com a colaboração voluntária dos srs. José Medaglia, Luiz Chiaradia e assistência médica e gratuita dos drs. Costa e Lunardi.” NOTA: Artigo de 1972 (“Vanguarda”, de 18/08/72 - publicado no livro “Crônicas da Minha Cidade”, de 1976) retrata o que foi essa empreitada social de grande sucesso. Depois, funcionou no local, a APAPE – Associação de Pais e Amigos das Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais (Reabilitação, Habilitação, Estimulação, Intervenção e Inclusão Social).


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ARTIGO

“Ovos nevados” Maria De Lourdes Camilo de Souza

Ao amanhecer de um dia muito agradável olhava minhas memórias e sugestões de videos, na busca de uma música bonita para o dia. Música sempre me inspirou. Existem sons únicos que me trazem idéias, , juntam frases e formam textos. Parei numa música de Ivan Lins, cantarolando com ele, compartilhei. Estava fazendo algumas coisinhas pela cozinha, quando comecei a ouvir aquela voz simpática de uma italiana dando uma “riceta” Como descendente de italianos parei o que estava fazendo, voltei a sala de estar pegando o celular e aumentando o som para ouvir melhor do que se tratava. Adoro ouvir italiano falando. E aquela “riceta” me interessava bastante “Ovos nevados”. Sempre tive imensa curiosidade de saber como se preparar aquela nuvem que derretia na boca, em forma de pudim caramelizado. A italiana começou a dizer os ingredientes, eram apenas dois: ovos e açúcar. Aquilo me intrigou. Como? Milagre? Magia? E fui anotando no meu caderno. Primeiro colocou o açúcar numa panela e preparou uma calda em ponto de fio. As cozinheiras de plantão vão entender. Colocou aquela calda numa forma de pudim. Depois foi quebrando os ovos : eram 7. Tudo sendo explicado em italiano, quem é descendente vai lá nas suas origens, volta a ser a criança ouvindo a Nona. Foi separando cuidadosamente as claras das gemas. Tinha um segredinho bem interessante para fazer sem misturar uma a outra: uma garrafa pet. Nessa altura voltei o vídeo para entender o espirito

da coisa. Aproximava a boca da garrafa pet e colhia a gema inteira. UAU! pensei, genial! Separadas as claras no recipiente da batedeira até virarem as claras em neve, e sobre elas colocou algumas colheradas de açúcar. Conseguindo aquele ponto específico, foi colocando com uma espátula, aquela substância nevada na forma caramelizada, devo informar aos leitores amantes da cozinha : que não é ponto de suspiro. Colocou água numa enorme panela, colocou a forma e levou ao forno por 37 minutos. Plunct plact zum e....estava pronto. Não existe nada parecido com o sabor daquilo. Posso lhes garantir são puros pedaços de nuvens doces. Só saboreei duas vezes na vida. Uma delas foi uma festa de Natal na casa de uns conhecidos. Não foi possível repetir pois esfumaçou a nossa frente, todos adoraram. E a outra foi naquele momento em que revivi o celeste sabor ao ouvir a riceta de “una italiana vera”, naquele vídeo do YouTube.


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