Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
ano II Nº 416
QUARTA-FEIRA, 09 de MARÇO de 2022
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Diário da Cuesta
EDITORIAL
“Rússia diz que uma terceira guerra mundial seria nuclear e destrutiva O Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que, caso aconteça uma terceira guerra mundial, armas nucleares seriam usadas e seriam destrutivas, de acordo com a agência de notícias RIA. Lavrov disse que a Rússia, que lançou uma operação militar especial contra a Ucrânia na semana passada, enfrentaria um “perigo real” se Kiev adquirisse armas nucleares”. E o perigo é real e existe! A Ucrânia afundou seu maior navio de guerra para evitar que caísse em mãos dos russos... A Usina Nuclear atacada recebe acusações de ambos os lados. Quem garante que uma ação “sem intenção” não provoque a 3ª Grande Guerra Mundial ?!? O Presidente dos EUA incentivou, ao exagero, para que a Ucrânia se confrontasse com a Rússia. Iniciada a invasão russa os EUA e a Europa deixaram covardemente a Ucrânia só... Se a Ucrânia não tem condições de enfrentar a Rússia que se renda! Não há justificativa para continuar a destruição do país e a perda de seres humanos. Sem analisar o mérito da disputa, a GUERRA PRECISA PARAR!!! NÃO!!! PARA A 3ª GUERRA MUNDIAL!!! A DIREÇÃO. EXPEDIENTE NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO
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VIAGENS DE TREM
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NANDO CURY
Nasci nos tempos que as estradas de ferro, além de transportar cargas em seus vagões, levavam orgulhosamente “carros” de passageiros. Fui viajante da Estrada de Ferro Sorocabana que vinha de São Paulo, passava por Botucatu, minha cidade, e ia até Presidente Venceslau na divisa do Mato Grosso. Lembro das viagens que, ainda criança, fiz com papai nas minhas férias para Avaré. Tia Zulma e tio Zé me esperavam sorridentes na estação. Eu, todo eufórico, descia com minha mala e papai seguia de trem para Santa Cruz do Rio Pardo, onde trabalhou por dois anos. Foi um step para ele voltar como contador da agência do Banespa de Botucatu, no começo dos anos 60. Depois, em 72, ocorreu a transferência e mudança familiar pra São Paulo, onde papai terminou sua carreira de sucesso na diretoria do banco. Mas, as viagens de carro pra Botucatu, aos finais de semana com meus pais, viraram constantes. No primeiro ano da faculdade, queria permanecer mais tempo na cidade natal. Assim, junto com meu primo Cyro Leão, os amigos Keko e João Bosco deixávamos para voltar pra São Paulo no último trem, da meia noite de domingo. Havia um razoável serviço de bordo, com lanches e bebidas tradicionais. Os bancos não eram confortáveis, mas numa certa hora da madruga, embalados pelo barulho monocórdico das rodas do trem por cima dos dormentes de madeira, tatak tatak, tatak, tatak ... conseguíamos pegar no sono. Por volta das 6 da manhã, salvo algumas intercorrências na linha, desembarcávamos na Estação Júlio Prestes, em São Paulo. Keko pegava ônibus para o Ipiranga, direto pra Faculdade de Psicologia da São Marcos. Enquanto isso Cyro, João Bosco e eu embarcávamos num outro ônibus, em direção à Avenida Paulista, pras aulas das recém inauguradas Faculdades Objetivo que, da mesma forma que o cursinho, funcionavam no velho prédio da Gazeta. Cyro cursava Psicologia. João Bosco e eu o Curso Comunicação Social. A avenida Paulista estava fechada para o trânsito, era um canteiro geral das obras da Linha Verde de outro tipo de trem, o do Metrô. Apesar de ser admirador de trem, viajei poucas vezes neste transporte. Além destas passagens que contei, destaco o deslumbrante e arrepiante contorno pela Serra do Mar na Ferrovia Paranaguá-Curitiba, nos anos 60. E mais recentemente, com amigos e em família, idas pontuais para ver e tomar o fog londrino na vila inglesa de Paranapiacaba. Recordo também de histórias contadas por irmãos mais velhos de amigos de infância, sobre um misterioso trem que levava mochileiros de Corumbá, MT, até a Bolívia. Em 1982, Almir Sater gravou “O Trem do Pantanal”, de Paulo Simões e Geraldo Roca, a mais famosa versão dessa viagem: “Enquanto esse velho trem atravessa o Pantanal. O povo lá em casa espera que eu mande um postal. Dizendo que eu estou muito bem vivo. Rumo a Santa Cruz de La Sierra”. Muitas canções trazem o imponente personagem trem em seus versos. Fácil de lembrar do “Trem das Onze” (1964) de Adoniram Barbosa, cujo filho único morava na estação de Jaçanã, do extinto Trem da Cantareira, uma linha férrea que ia da zona Norte a Guarulhos. Em 2005, a estória de Adoniran ganhou uma conti-
nuação, feita por Tom Zé, em “A volta do Trem das Onze”: “Pra Iracema em Jaçanã. A esperança parece vã. Mas na maloca, Adoniran já se reforça, com tapioca, caldo de rã. E convoca Joca pra derrotar Leviatã e Tio Sam.” As estações e suas plataformas são pontos de tantas chegadas e partidas. E guardam silenciosas os momentos de encontros e desencontros. Tal qual o caso revelado por Adriana Calcanhoto em “Naquela estação” de João Donato, Caetano Veloso e Ronaldo Bastos (1999): “E agora, tudo bem. Você partiu. Para ver outras paisagens. E o meu coração embora. Finja fazer mil viagens. Fica batendo parado naquela estação.” Duas viagens de trem que aparecem em músicas de uma mesma década podem, supostamente, ter um ponto em comum. Ou seja, falar de um trem da Central do Brasil, que tinha cor azul e interligava os municípios mineiros de Montes Claros, Monte Azul com Belo Horizonte. E que nas linhas de outro ramal chegava até Pirapora, atravessada pelo Rio São Francisco. No belíssimo álbum Clube da Esquina 1, de 1972, aparece o “Trem Azul” de Lô Borges e Ronaldo Bastos. “Coisas que a gente se esquece de dizer. Frases que o vento vem as vezes me lembrar. Coisas que ficaram muito tempo por dizer. Na canção do vento não se cansam de voar. Você pega o trem azul, o Sol na cabeça. O Sol pega o trem azul, você na cabeça. O Sol na cabeça.” Em1977, com “Trem de Pirapora”, Sá e Guarabyra incluem as lembranças do provável trem azul por esta cidade: “O trem de Pirapora já passou por essa ponte. Perdido em Montes Claros. Achado em Belo Horizonte. Pirapora preta, preta, barranqueira. Luz acesa até altas horas da noite.”
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Diário da Cuesta “Fascinação , teu nome é mulher” “Toda mulher tem no seu íntimo uma magia própria de fazer acontecer, de dar jeito, de dar o peito, dar um colo, de fazer bem feito. Parabéns mulher pelo seu dia! “ Carolina Salcides Maria De Lourdes Camilo Souza
Chegando 8 de março, o assunto é Mulher! E mesmo sem querer vem-nos aos lábios aquele sorrisinho de orgulho. Vai negar? Hoje descobri que meu signo de Sagitário tem uma Deusa de plantão que se chama Hebe. Esse nome vem do grego e significa juventude. Hebe era filha legítima de Zeus e Hera. Tinha o privilégio da eterna juventude, e representava a donzela consagrada aos trabalhos domésticos (aí já não me identifico muito, fazer o quê! ) Seu poder era da imortalidade e da cura para si mesma e também curar outros seres. Que mulher não quer ser eternamente jovem? Ter esse poder da Deusa Hebe seria fantástico! Eu bem que tento. Vou descobrindo códigos, números, mézinhas, magias, cremes, mas qual? Só não faço cirurgia plástica, afinal se tenho o privilégio de ter essa Deusa cuidando do meu signo, sei que ela vai me dar a localização daquela fonte da juventude. Sabe-se lá? De repente vejo num sonho? Pode ser que esteja no final do arco íris ao lado do pote de ouro. Só nós mulheres sabemos o que passamos nas últimas décadas. Mudanças sócio econômicas abissais, históricas, na saúde, tecnológicas que ajudaram bastante, facilitando o trabalho doméstico, mudando para melhor as condições de vida de nós mulheres. Muitas enfrentam jornada dupla de trabalho ajudando no sustento da casa. Sabemos daquelas mulheres que atuam com facilidade no campo profissional que antes era como diziam “coisa de homem”: profissões como: cientista, piloto, militar, médico, engenheiro, mecânico, presidir um pais, sem perder a graça e a feminilidade. Com toda a diversidade que marcam os nossos tempos ainda é a esposa e a mãe. Quer maior milagre que dar vida a um pequeno ser humano? Lembro que na minha época de me decidir pela profissão que exerceria e a mais indicada era : professora. Muitas colegas nem mesmo chegaram a exercer, casaram-se antes de terminar o curso. Muitos homens na época achavam que mulher não podia trabalhar fora. Alguns tios da minha família mesmo, proibiam as esposas. Só que chegou um momento de extrema necessidade e essas abençoadas mulheres começaram e trabalhar com marmitaria, e pasmem: levantou a economia da família que proporcionou estudo e trabalho aos filhos. Com o passar do tempo virou o negócio da família. Hoje é empresa de sucesso, fornecendo alimentação caseira a trabalhadores de mais de 70 empresas localizadas em mais de 10 cidades diferentes, e mantendo a cozinha piloto que alavancou essa estória. E os machões da família? Admitiram que estavam errados e foram ajudar no trabalho. Afinal quantos “chef de cuisine” se formam hoje? São os sinais do tempo. Parabéns mulheres pelo seu dia!