Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
ano II Nº 417
QUINTA-FEIRA, 10 de MARÇO de 2022
ATUAÇÃO DO SEBRAE EM BOTUCATU E REGIÃO NESTES 24 ANOS - SebrATUAae-SP
Evento reuniu parceiros da entidade nesta segunda-feira, dia 7, no Parque Tecnológico Botucatu O Sebrae-SP comemorou 24 anos de atuação na região de Botucatu e realizou um evento para os parceiros nesta segunda-feira, dia 7 de março, no Parque Tecnológico. O Escritório Regional (ER) foi inaugurado no dia 6 de março de 1998 e é responsável pelo atendimento de 18 municípios por meio de ações para o desenvolvimento dos pequenos negócios. A entidade também está presente em oito cidades da região por meio do Sebrae Aqui, um canal de atendimento presencial e de articulação criado a partir da celebração de parcerias entre o Sebrae-SP, prefeituras municipais e entidades sem fins lucrativos. As cidades com postos são: Avaré, Bofete, Conchas, Laranjal Paulista, Pardinho, Pereiras, Porangaba e São Manuel. A previsão é encerrar 2022 com postos em todas as cidades da região. “Trata-se de uma data muito especial e aproveito para agradecer nosso time, que busca por meio da realização de sonhos levar a bandeira do desenvolvimento aos quatro cantos da regional. E também agradeço aos
parceiros que compartilham a nossa missão, somam esforços e acreditam no nosso trabalho”, destacou Eduardo Nascimento, gerente regional do Sebrae-SP. Na ocasião, a Secretária de Educação de Botucatu, Cristiane Amorim, assinou o termo de adesão para implantar o programa Jovens Empreendedores Primeiros Passos (Jepp) em sete escolas municipais e beneficiar mais de 1,3 mil alunos. O Jepp tem como objetivo criar um ambiente propício à aprendizagem para favorecer o envolvimento dos jovens estudantes no próprio ato de fazer, pensar e aprender. Daniel Lopes, Diretor do Parque Tecnológico Botucatu, enfatiza a importância da parceria e ações que o Parque Tecnológico tem com o Sebrae. “Todas as ações que o Sebrae realiza, o Parque Tecnológico tem participado também, com o intuito de fomentar a geração de emprego, renda , conhecimento, etc.”, disse. O Escritório do Sebrae-SP em Botucatu está localizado na Rua Dr. Costa Leite, 1570, no Centro, telefone (14) 3811-1710.
SERVIDORES DA UNESP, USP E UNICAMP TERÃO REAJUSTE SALARIAL DE 20%! (NOTÍCIAS BOTUCATU)
LEITURA DINÂMICA Notícias de Botucatu e sua gente
Foi lançado no dia 09 de março no Encontro Especial da Sociedade Numismática Brasileira, em São Paulo o primeiro livro da Série Coleções, abordando o tema "Erros e Anomalias". Estão programados sete livros onde apresentando moedas brasileiras. Um dos autores é o botucatuense Edil Gomes, que assina a obra juntamente com Alexandre Costa. A obra será importante material de pesquisa já que trará de forma didádica e em imagem de alta resolução as moedas do Brasil de diversos períodos.
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O GIGANTE DEITADO
(ilustração de Vinício Aloise - ao pé do Gigante, as Três Pedras)
Gesiel Jr./ABL – Academia Botucatuense de Letras
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BAHIGE FADEL
ATAQUES
O festival de vale tudo eleitoral já começou. Isso não foi surpresa para ninguém. Há anos que não vemos uma campanha eleitoral limpa, com debate de ideias e programas de governo. O que temos visto é um deixa-que-eu-chuto para ver se o que está na frente tropeça e cai. Bastou o cara se apresentar para ser pré-candidato a vereador de um município chinfrim do vale do abutre, que vem bordoada na cabeça dele. É um deus-me-livre total. Parece que campanha eleitoral no Brasil se transformou em terra de ninguém: todos podem, tudo vale, seja o que Deus quiser e, mesmo que ele não queira, vamos lá, que o caminho é livre. Então, caminha quem quer, quando quer, do jeito que quer. Mesmo que para isso tenha que dar uma trombada em alguém, para tirá-lo da pista. E essa história, caro (e)leitor, vale para todo mundo. O pequeno vira macho, o mudo vira falante, o covarde vira valentão, o não-sei-nada vira sei-tudo, o adversário vira inimigo, o companheiro vira adversário, o arrogante vira humilde, o rico vira pobre, o pobre vira rico, quem era deus vira o senhor diabo, quem era diabo vira o todo poderoso. Briga de cego pelas cadeiras disponíveis no poder. Todos agora são os bons: os ruins são os outros. Todos agora são honestos, os desonestos são os outros. Todos agora são competentes, os incompetentes são os outros. Todos agora são do povo e pelo povo, os contra o povo são os outros. E ninguém precisa provar coisa alguma. Não há o que provar, é só falar, e tudo bem, obrigado. Depois da eleição, a gente fala que se enganou, pede desculpas ou jura por Deus que não foi bem aquilo que disse, que foi mal compreendido. Difícil explicar por que alguém entra nessa. Vício? Pode ser. Vocação? Pode ser. Ousadia? Pode ser. Espírito público? Quem sabe? Vontade de se locupletar? Para muitos, com certeza. Desejo de aparecer? Quem dirá que não? Vontade de conseguir uma boquinha? E quem não quer? Falta de opção? Será? Vingança? Sabe que eu não tinha pensado nisso? Ficar importante? É. O certo é que um montão de gente entra nessa de participar de eleições. Conheço gente que ganha dinheiro com isso. Ninguém é de ferro, né? Conheço gente que tem sonhos de transformar o mundo. O mundo precisa de sonhadores. Conheço gente que vira candidato porque está acostumado. Dá para entender? Conheço gente que quer subir na vida. Subir na vida com a política? Vá fazer um concurso, cara! Conheço gente que entra na política para puxar o saco de alguém. Está assim, ó. Conheço gente que entra na política, como alguém que entra na avenida para sambar, no carnaval. Por que um cara entra na política é difícil especificar. Depois não
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consegue sair. Gosta de participar dessa guerra. Percebe que estão falando de uma amante que teve muitos anos atrás. Esbraveja. Salta cambalhota. Diz o diabo. Quem é que tem a ver alguma coisa com a minha vida particular? Mas continua na festa, digo, na política. O cara não quer largar a corda. Chamam o cara de ladrão, bandido, corno, cunhado de lúcifer, duas caras, três caras, quatro caras... Ele esbraveja alguns instantes. Mas continua. Coloca-se como Cristo sacrificando-se pela humanidade. E nessa briga de foice, há religiosos e ateus. Os religiosos dizem que são religiosos e os ateus não perdem uma oportunidade de ir à missa. E nessa briga, há ricos e pobres. Os ricos escondendo que são ricos e os pobres se orgulhando da pobreza, como se fosse um troféu. E nessa briga, há culpados e inocentes. Os culpados jurando que são inocentes e os inocentes, bem, a gente torce para que nunca se transformem em culpados. Enfim, está iniciada a caça às bruxas. Caro (e)leitor, não acredite em tudo que vê e ouve. Nesse espetáculo, há muitos artistas. Uns convencem, outros não. Uns atacam, outros são atacados. Que a gente não seja apenas plateia. Que a gente seja juiz num momento e fiscal em outro.
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“Fetiche” MARIA DE LOURDES CAMILO SOUZA
Que mulher nunca se deteve fascinada diante das vitrines de loja de calçados? Ás vezes só para olhar mesmo, sem a intenção de comprar. Só esse mero olhar tem a capacidade terapêutica sobre seu estado de ânimo. Acho que faz parte desse código feminino de cura interior. Minha mãe era assim. Cada vez que íamos a São Paulo, ela tinha na sua lista de consumo uns tais sapatos que denominava tressê (não sei se é assim que se escreve). Era um sapato fechado marrom, com uma espécie de couro finamente trançado. Às vezes me fazia andar por horas pelas inúmeras lojas de sapato para ver se os encontrava. Ela tinha ganho um par desses sapatos do meu pai. Só que com grande tempo de uso o sapato não cabia mais nenhuma meia sola. Era o tempo que tínhamos os sapateiros. Trabalhavam em salinhas minúsculas com apenas um balcão. Tinham seus objetos de trabalho que me intrigavam. Enormes agulhas ponteagudas, umas formas parecidas a pés com um suporte aonde introduziam o sapato para trabalhar. Seu Santos era um deles, pessoa amável, rosto fino e magro, nariz aquilino e argutos olhos azuis. Trazia sempre aposto sobre as roupas um avental de couro para protege-las da graxa Quantos sapatinhos nossos não consertou! Hoje vendo na Loja do Apae uma bela caixa novinha não contive a curiosidade. Pensei “isto é novo”. Abri a caixa sobre o balcão e dei com um belo par de botas cinza de pelica. Fiquei ali admirando. Está novinha! Quase sem uso. Fiquei imaginando quem a doou. Deve ter sido uma mulher de grande beleza e elegância. Deve te-la usado em apenas uma ocasião, com roupas cinzas na mesma cor compradas para combinar com elas. Lembrei da Cinderela, e a estória dos sapatinhos de cristal. Nas lojas Swarovski do Shopping vi as miniaturas da carruagem, da Cinderela, dos sapatinhos. Eram de uma delicadeza A carruagem de cristal girava sobre um nicho. Viajei no encanto de tão bela imagem.