Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
ano II Nº 429
QUINTA-FEIRA, 24 de MARÇO de 2022
Catedral será revitalizada
Obras começarão ainda em março e contemplarão manutenção no telhado, calhas, adornos, paredes, entre outros Da Redação A Catedral Metropolitana de Sant’Anna, em Botucatu, passará por obras de revitalização e reformas em sua parte externa. A informação foi confirmada na última semana pela administração do local, sendo que a iniciativa já recebeu aval do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) local. Obras começarão ainda em março e contemplarão manutenção no telhado, calhas, adornos, paredes, entre outros. Para que o processo ocorra dentro da máxima segurança, o entorno da igreja será interditado. Não foram informados os custos para a revitalização. Com 79 anos de sua inauguração, o templo passou, em algumas oportunidades por trabalhos pontuais de restauro e manutenção. O mais recente ocorreu em 2017, quando a abadia do prédio passou por recuperação, que também consistiu em pintura no Cristo Redentor acima. Considerada a principal edificação do chamado Centro Histórico, a Catedral Metropolitana possui características únicas como sua arquitetura em estilo gótico, com a assinatura do engenheiro Cav. J. Sachetti, tendo como inspiração da Catedral da Sé, em São Paulo. Também é uma das igrejas que tem vasto repertório de arte sacra. A história da atual Catedral está ligada diretamente com a elevação de Botucatu como Arquidiocese. Em 8 de dezembro de 1927, dom Carlos Duarte Costa lançou a pedra fundamental para a construção da nova
edificação. Houve a presença do então presidente do Estado (equivalente ao cargo de governador), Júlio Prestes. Foram anos de intensos trabalhos e mobilização da comunidade para a concepção da igreja magna de Botucatu. Ainda durante a edificação, alguns fatos foram significativos: em 1937 a cripta (onde os bispos e arcebispos estão sepultados), estava conclusa sendo que em setembro daquele ano, os restos mortais de Dom Lúcio Antunes de Souza foram transferidos para o local. Sua inauguração ocorreu oficialmente em 8 de dezembro de 1943. Na década de 1960 a igreja recebeu uma grande revitalização e reforma, com mudanças significativas. Por determinação do então arcebispo, Dom Henrique Golland Trindade foram derrubados todos os altares de mármore, bem como de quase todas as imagens, inclusive a grande imagem de Sant’Ana do altar central. Essa imagem foi colocada na Praça ao lado da Catedral em um pedestal. A obra sofreu com ações de vândalos, voltando a compor o cenário em 2013 após a revitalização daquele espaço público. A Catedral recebeu incrementos artísticos que ao longo dos anos enriqueceram o patrimônio religioso e cultural, como os vitrais que reproduzem os quadros de madonas, amplamente adaptados ao ambiente brasileiro. Tais vitrais são uma atração única para contemplação e reflexão de fé. Outra atração que está disponível ao visitante é a capela do Santíssimo que, no interior da basílica, oferece um espaço de paz e reflexão. (NOTÍCIAS BOTUCATU)
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MEU CANTINHO, MEUS VIOLÕES NANDO CURY
Apesar de parecer um objeto como tantos outros, de uso pessoal e profissional, o violão é uma criatura fora da curva. Por isso, está diretamente ligado ao lado mais egoísta e ciumento de seus donos. Do tipo: “podem me pedir emprestado qualquer coisa, menos o meu violão de estimação”. O seu formato arredondado parece inspirado no corpo feminino, naquelas mulheres com curvas mais acentuadas. Tem boca e emite sons através de uma caixa de ressonância. Não tem veias, mas veios de madeiras nobres. Tem braço, com vários espaços, limitados por trastes, que permitem fazer diferentes flexões que são os acordes em diversos tons, bem como as escalas musicais em várias tonalidades. No seu corpo não fluem vasos sanguíneos, que se afinam com remédios e outros métodos, mas cordas posicionadas sobre a escala, que emitem sons e podem ser afinadas por tarraxas que saem da mão do violão. Para manter seu corpo de madeira sempre conservado, não perder a afinação, nem a sonoridade, é preciso guardar o violão no case, uma caixa especial. E sempre evitar a proximidade do violão com o calor, o frio e a umidade. O cara que mais entende de violão é o luthier. Como construtor, pode fabricar novos modelos. E em sua oficina, faz também as manutenções (troca de cordas, tarraxas e outros) e pequenos consertos, como recuperar batidas e amassados, melhorar seus engasgos que são as trastejadas. O holder é quem afina os violões do músico durante os shows e que tem, acima de tudo, a função de cuidador. Quer uma aula de capricho nessa área é só assistir, pelo Youtube, o vídeo “Tour pelos meus violões” do Nando Reis. Com o violão não existe solidão, ele é o companheiro de todas as horas. Seus sons e harmônicos são inspiradores na criação de melodias e de versos. Aos oito anos, em 61, ganhei do meu pai o meu primeiro violão, um Tranquilo Giannini, logo depois de criar algumas canções que foram cantadas pelos meus familiares. Aprendi os primeiros acordes com mestre Antonio Arias, que tocava no auditório da PRF-8, Rádio Emissora de Botucatu. Em 1963, aos 10 anos de idade, veio a primeira banda chamada Os Jetsons. Somei minha voz e violão aos violões e vozes de Rui Célio Jorge e Zeca Neiva, mais a bateria de João Malheiros, depois do Cláudio Fanella. Passados três anos, Os Jetsons virou Jetsons Company, com Rui Célio na bateria e voz, Zilton Fioravanti na guitarra solo, Acácio Oliveira no baixo e eu na guitarra base e voz. Foi uma fase musical em que o violão foi substituído pela guitarra. No mesmo ano que ganhei a guitarra com amplificador, nós fomos convidados para tocar no programa de calouros No Reino da Gurizada da F-8, no lugar do regional de mestre Arias que se aposentava. Anos depois, Jetsons Company virou XPTO, com Rui Célio na voz e bateria, Zilton na guitarra solo, Armandinho na segunda guitarra, Paulo Pagani no órgão, Roberto Calmon, no backing vocal, som e iluminação e eu na voz e contrabaixo. Nos anos 70, já em São Paulo, troquei a guitarra por um violão folk Del Vecchio de 12 cordas. Este violão, de incrível sonoridade, participou de festivais de música nos tempos da Faculdade de Comunicação Objetivo (1972-76). Me ajudou a compor as canções vencedoras do nosso grupo vocal Pé no Cinzeiro, em parceria com os amigos Dudu Legname, Percy da Silva e Nilton Pilz que também tocava um violão de nylon. Nos anos 80, quando eram moda os captores Barcus Berry, eu comprei três: um para o meu violão Gianinni de 6, série especial de 6 cordas de aço, que havia adquirido recentemente, outro para o12 cordas e mais um pra viola caipira, outra aquisição. Com este trio ajudei a fazer a base, além de vocais do Grupo Piruá, que tinha também o baixo, os violões e vozes de Toni Liutk e Mônica Parmigiani, a percussão de Felix Fink e as flautas de Rodolfo Ramina e Ana Elisa Colomar. Nos anos 90, comprei outro violão, um Hofma de nylon elétrico para tocar e compor bossa nova.
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Atualmente, nas músicas dos Beatles For All, posso usar o Giannini de 6 cordas de aço e o Del Vecchio de 12, ambos conservados e eletrificados, para fazer o contraponto ao cadenciado violão de nylon do Toni Liutk e ao marcante piano do Roberto Borges. Todo violão merece muito trato e carinho. Por isso, mantenho todos, até o meu primeiro, em seus respectivos cases, enfileirados no cantinho do escritório-estúdio. Uma coisa é certa: não existe serenata sem violão. Outra coisa é real: uma reunião entre amigos fica bem mais animada quando um bom tocador traz seu violão pra cantar. E violão que se preza aparece nas canções como um elemento surpresa. Sei que esta crônica vai ficar um pouco mais longa. Mas, não posso deixar de convidá-la (lo) para lembrarmos e cantarmos juntos algumas conhecidas canções. Antes de cada uma, vamos imaginar o som de um violão bem marcado ao fundo, guiando as nossas vozes: “Um cantinho, um violão, esse amor, uma canção. Pra fazer feliz a quem se ama.” (Corcovado, Antonio Carlos Jobim). “Quem canta comigo, canta o meu refrão, meu melhor amigo é meu violão.” (Meu refrão, Chico Buarque). “Se alguém perguntar por mim. Diz que fui por aí. Levando o violão embaixo do braço”. (Diz que eu fui por aí, Zé Keti). “Moro num país tropical. Abençoado por Deus. E bonito por natureza. Em fevereiro. Tem carnaval. Eu tenho um fusca e um violão...” (País tropical, Jorge Ben Jor). “Violão, pandeiro, tamborim na marcação e reco-reco. Meu samba. Viva meu samba verdadeiro. Porque tem teleco-teco.” (Viva Meu Samba, Billy Blanco). “Há muito tempo em toda festa. Todo mundo me pedia pra cantar... E mesmo sem saber qual era a letra. Pegava um violão. Mandava um cha-la-la-lá. Puxava um ou ou ou. Do fundo do coração.” (Naquele tempo, Mariozinho Rocha e Renato Correa). “Um tocador de violão não pode cantar, prosseguir, quando lhe acusam de estar mentindo. Quer virar pássaro e voar, no ar, no ar. Quer virar pássaro e sumir.” (Pássaro, Sá e Guarabyra). Nota: Sugestão de tema e pesquisa musical por Toni Liutk.
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689
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Gesiel Jr./ABL – Academia Botucatuense de Letras
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Notícias de Botucatu e sua gente
JORNALISMO MODERNO Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENT
E E DA CIDADANIA EM BOTUCAT
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RAUL TORRES E O SAMBA RURAL
Nº 05
SÁBADO DOMINGO 14/15 de novembro de 2020
ADANIA EM TE E DA CID
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RAUL TORRES é um orgulho para Botucatu. Faz parte do TRIO DA MÚSICA RAIZ: ANGELINO DE OLIVEIRA , RAUL TORRES E SERRINHA. Praticame nte, fazendo de Botucatu e região a CAPITAL DA MÚSICA CAIPIRA ou MÚSICA RAIZ! Com estátua na Praça do Bosque, Raul Torres tem resgatado o seu OUTRO LADO MUSICAL: do SAMBA RURAL ou SAMBA DO INTERIOR . O original e excelente TRIO GATO COM FOME, resgata com muito brilho dez sambas de Raul Torres, no álbum EM BUSCA DOS SAMBAS DE RAUL TORRES. Botucatu não poderia ficar desconhecendo esse lado musical de Raul Torres e com o também. Ver matéria completa qual fez muito sucesso, na página 2
BOTUCATU
Diário da Cue
Nº 04
NA DEFESA
SEX TA-FEIRA 2020 mbro de
13 de nove
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RANÍ É TU / GUA O BOTUCA A CNBB AQUIFER MUNDO, A DOCE, O ÁGUA DO A VIVE A MAR DE ÁGU ERVATÓRIO DE 4 O PLANET VERDADEIRO O O MAIOR RES A E TODO IDO. Página TEM LÍQU RAD SEU SO O CIO CONSIDE ÁGUA COM VAÇÃO DESSE PRE ELEGEU A PRESER ÃO PELA PREOCUPAÇ
O R Á G UA : A M E L H E RV E JA U T A C U T C BO ELHOR PA R A A M
ELE IÇÕ ES MU NIC IPA IS
Amanhã, 15 de novembro, é dia de Eleição Municipal e é, também, feriado da Proclamação da República. Em Botucatu são 321 seções eleitorais no Município de Botucatu e são 101.025 eleitores. O Chefe do Cartório Eleitoral da Comarca de Botucatu, Igor Ignácio, destacou algumas recomendações para o dia de amanhã: o horário de votação tem 1 ho
Cuesta a d io r iá D
Estátua de Raul Torres na
você sabia? Que teria sido b
Praça do Bosque (Botucatu)
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Ele é o Eleito! DO MEIO AMB
IENTE E DA CIDA
DANIA EM BOTU
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Nº 06 SEGUN DA-FEI RA 16 de novemb ro de 2020
O prefeito Már leição (2020/20 io Pardini consegue a sua Botucatu. Desd 24) à Prefeitura Municipa reee l de vinha desponta o início da campanha, Pard ndo na pref erência do eleit ini botucatuense . Executivo da orado que por sua SABESP, teve capa destanicípios. Dura cidade positiva à frente 35 munte tou as inundaçõ seu mandato, Pardini enfr es que ocor com queda reram em Botu ende pontes e catu estragos gene e, em sequênci ralizados a, teve que enfr do vírus chin ês... Ufa... Botu entar a pandemia seu trabalho catu acompanh à frente de ou o uma equipe e, nas Eleições capacitada Municipais, RENOVOU a fiança! ELE sua conÉ O ELEITO !
OS CONSTRUTO na 3, leia o hist RES DO FUTURO DE BOT órico que traz UCATU – DIN UCCI & PAR as profundas DINI – Na pág raízes da fam iília PARDINI Uma viagem com Bot fantá
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“O colar de pérolas”
Diário da Cuesta
Maria De Lourdes Camilo Souza
Hoje vou contar um pouco da Tia Ofélia, irmã de minha mãe, e do Tio Omar, seu marido. Tia Ofélia era a segunda filha, depois de minha mãe, que era a mais velha. Era muito bonita, como todos os filhos dos meus avós. Era diferente das outras irmãs: era morena e tinha belos olhos verdes. Lembrava Yvonne De Carlo, linda atriz canadense que atuou em vários filmes do antigo cinema americano. Era também muito elegante. Ela e o Tio Omar se amavam profundamente. Seus filhos aparecem nas fotos: Rosemary, Maria Aparecida, Paulo Roberto, Adalberto e a menor, a Amarilis Mendes , muito loura. Parecia uma boneca. Rose e Cida eram da nossa idade, e quando estávamos em Avaré, éramos inseparáveis. Passeios na praça, íamos a missa juntas nos domingos, matinês no cinema. Estávamos na época de Natal daquele ano, e fomos passar com a família da minha mãe em Avaré. Era uma fase das “vacas magras” porque meus país investiram na compra da casa da Costa Leite, e sabíamos que não teríamos presentes aquele ano. E para nós o importante era estarmos todos juntos em família e mais importante ainda era termos nossa casa própria. Claro que como meninas que éramos , bem no fundo do coração estávamos conformadas, mas, tristes. Afinal éramos boas filhas, boas meninas, bem educadas, estudiosas! Merecíamos ganhar um presente! E ele veio! Tio Omar e Tia Ofélia nos deram de presente naquele Natal, um colarzinho de pérolas! É esse aí da foto, ao qual adicionei depois esse medalhão de macassita e madrepérola, que pertenceu a minha mãe. Guardo até hoje nessa caixinha de música, que foi presente de um outro Natal e que, acreditem: ainda toca música.