Edição 440

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Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

FREI FIDÉLIS

ano II Nº 440

QUARTA-FEIRA, 6 de ABRIL de 2022

AS TRÊS PEDRAS Interpretação & Mistérios Dizia Frei Fidélis que “no Brasão da cidade de Botucatu (o 1º Brasão/1952) notamos ao lado das Três Pedras, uma estrada que os autores do escudo entendiam relacionada com um caminho que os Brasis denominavam PEABIRU e que os Jesuítas deram como “Caminho de São Tomé”. Os estudos do capuchinho centraram-se nas Três Pedras, às quais interpretou que eram formação rochosa (uma delas, a Pedra do Meio, com formato fálico) e seriam um “EX-TU” : TEMPLO NEGRO FÁLICO, catalisando em torno de si energias cósmicas profundas, constituindo-se em verdadeiro epicentro de fenômenos misteriosos. Página 3

Meu pai & Meu amigo! Dia 19 de abril é data do aniversário de meu pai... Já passando dos 75 anos e estou eu aqui a escrever sobre ele e para ele... Saudades! (AMD) Página 4

LEITURA DINÂMICA Notícias de Botucatu e sua gente

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O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.


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FREI FIDÉLIS E AS TRÊS PEDRAS -

Interpretação & Mistérios “Frei Fidélis da Mo�a, frade franciscano, é descendente de autríacos, tendo-se naturalizado brasileiro. Nasceu em Trento (Itália), em 06/01/1885, e faleceu em Botucatu/SP (Brasil), em 19/02/1968, filho de João Batista Mo� e Joana Simeoni. Foi historiador, antropólogo, lingüista, teólogo, mas essencialmente filósofo. Publicou trabalhos com o criptônimo de Peregrino Vidal. Usou esse cognome, principalmente em publicações jornalísticas. Esteve na cidade de Botucatu, interior de São Paulo, por volta dos anos 50, agregado ao Santuário “Nossa Senhora de Lourdes”. Nesse local realizou grande parte de suas pesquisas.

3 Foi estudioso do idioma sumério, língua de Sumé ou Hércules. Elaborou um Dicionário Sumério-Português, talvez o único em nosso idioma. Conheceu diversas línguas, entre as quais, o sumério, o hebraico, o grego, o latim, o tupi-guarani e as línguas neolatinas. Suas pesquisas tem sido questionadas por uns, admiradas por outros e analisadas por muito poucos. Os seus livros e publicações, apesar de raros, continuam sendo lidos, discutidos, admirados ou contestados. Para Frei Fidélis, as formações rochosas que existem na Serra de Botucatu (ou Cuesta de Botucatu) são templos construídos pelos filhos de Deus (o culto branco) ou levantadas pelos devotos de Satã (o culto negro). Parte ele do princípio de que o sumério, língua do Grão-Sacerdote, Sumé, é a origem de todos os outros idiomas. Através de gravações em pedras, grutas, que ele pesquisou, e no contexto da interpretação lingüística das lendas tupis e textos bíblicos, chegou a uma nova interpretação do povoamento da América. Tem-se dado a Sumé, também conhecido por Hércules ou Herácles, o conceito de representante idealizado da força combativa. É o símbolo da vitória (ou da dificuldade da vitória) da alma humana sobre suas fraquezas. O Padre Manuel da Nóbrega, em “Cartas ao Brasil” e o Frei Vicente do Salvador, no século XVI, relatam episódios fantásticos sobre a vida de Sumé no Brasil. Os relatos desses jesuítas, da passagem de Sumé pelo Brasil, coincidem com as anotações de Frei Fidélis.. A sua tradução da Bíblia, pelo idioma sumério, no relato da vida na Atlântida, coincide com a descrição feita por Platão. Falanos, Fidélis dos numerosos monumentos que existem no Brasil e, em especial, da inscrição da Serra de Itaguatiá, serra que se levanta nas proximidades de Ouro Preto, cercada pelo rio das Mortes e pelo Ingahy. Essas inscrições são as mais perfeitas que possuímos de nossa pré-história. Elas trazem uma perfeita correspondência com a descrição que Platão faz sobre a Atlântida. Ela nos fala principalmente sobre os treze povoadores da América. Os monumentos, diz, que desafiando dezenas de séculos, ostentam os gloriosos fundadores da primitiva civilização americana, andam semeados por toda a América. No Sul, continua Fidélis, mais copiosa messe deles ocorre. -Resenhamos, diz, alguns desses monumentos, que comprovando a narração de Platão, nos falam, outrossim, que a Atlântida do sábio grego, é a própria América. Viu-se a América obrigada a prestar culto singular, mediante os seus monumentos, como no Gigante que Dorme, na Serra de Botucatu. Juntamente com os 13 fundadores, aparece também a figura majestosa e simpática do Grão-Sacerdote, o chefe, que guiou para a América as três levas de povoadores ou repovoadores. Da reflexão sobre os estudos de Frei Fidélis, da interpretação das lições da Alquimia, principalmente através das pesquisas de Jung e de sua dedicada discípula Marie Louise Von Franz, do Mous Líber, do Mysterium Conjunctionis e de outros códigos da Idade Média, ao lado dos trabalhos dos jesuítas nas Missões, fomos levados a Bofete, um local que guarda construções, esquadrinhadas por Fidélis, e que mostram lembranças da origem da América, a pátria dos Atlantes. (AMD)


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Meu pai & Meu amigo!

Dia 19 de abril é data do aniversário de meu pai... Já passando dos 75 anos e estou eu aqui a escrever sobre ele e para ele... Saudades! Antônio Delmanto (1905/1994) Em 2005, no Centenário de seu nascimento, publiquei uma edição especial da revista PEABIRU dedicada a ele: “Médico Cidadão”. Na abertura da revista, eu escrevi nas “primeiras palavras”: “Esse o retrato que gostaria de apresentar a todos os botucatuenses: o retrato do Médico Cidadão. O retrato daquele que tinha a profissão, de fato, como um sacerdócio e o exercício da política, como uma tarefa, exatamente isso: uma tarefa a ser cumprida!” DOIS MOMENTOS:

Ano em que meu pai foi candidato a Deputado Federal

O homenageado, meu pai com muita honra, nascido em Botucatu/SP, Antônio Delmanto passou toda a sua vida entusiasmado com a profissão. Era um vocacionado. Por 60 anos exerceu a medicina como um sacerdócio. Gostava da profissão. Tendo cursado também Farmácia, tinha pleno conhecimento

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das fórmulas dos remédios e as receitava com precisão. No exercício da Medicina, realizou cerca de 80 mil cirurgias, entre pequenas, médias e grandes. Após seu Curso de Medicina, especializou-se com o Dr. Benedito Montenegro, considerado o melhor cirurgião da época (1936/37), sendo professor e, depois, diretor da Faculdade de Medicina da USP. Essa a nossa contribuição, em termos do histórico de Antônio Delmanto, com muitas fotos e ilustrações. Mostrando que ele exerceu a medicina como um sacerdócio e viu, sempre, a política como uma tarefa, exatamente isso: uma tarefa cívica a ser cumprida... Buscamos, nas palavras do sempre mestre Prof. Agostinho Minicucci, o perfil do homenageado: “Antônio Delmanto fez da medicina um sacerdócio, da política um ementário de ideias e ideais. Como pessoa foi um modelo e um exemplo às gerações que vem vindo. Na Idade Média de Botucatu, se assim poder ser dito, foi um cavaleiro heróico e um menestrel, semeador edílico de um estro comunitário e idealístico. Antes de viver para si, viveu e tem vivido para a sua Pátria. Ela se chama Botucatu.” E, nas “palavras finais”, completando o trabalho sobre sua vida, eu escrevi: “No ano de 1976, eu lançava o meu primeiro livro sobre Botucatu. “Crônicas da Minha Cidade, e fazia a seguinte dedicatória: “Para Antônio Delmanto: meu pai, meu amigo, meu exemplo.” Hoje, é para ele e sobre ele todo o trabalho. Missão cumprida... Esse trabalho que dedico a meu pai é – com certeza! – o mais importante que escrevi em toda a minha vida e ao qual dediquei todo o meu entusiasmo de filho e cidadão. Ontem, passei um bom tempo percorrendo meus registros do passado: fui a Vitoriana onde ele tinha um sítio, onde íamos nos finais de semana; passei na Misericórdia onde ele clinicava e operava; passei no clube (AAB); passei pelo sobrado na Praça do Paratodos; passei pelo Albergue Noturno que ele construiu e doou ao Município...Saudosismo? Acredito que sim. Mas uma coisa leve, com lembranças boas e retempero para continuar a caminhada.


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“A mantilha de Sevilha” Maria De Lourdes Camilo Souza

Nos meus tempos de menina, as meninas e moças usávamos um véu branco na cabeça para assistirmos a missa. Significava a humildade das mulheres diante de Deus. As mulheres casadas usavam um véu negro. Eram peças delicadas e em geral levavam rendas nas extremidades. Eu guardava o meu cuidadosamente em uma caixa especial, junto com um terço que ganhei por ocasião da minha primeira comunhão da minha avó Angelina, era muito delicado com delicadas contas de cristal de um rosa pálido, e um pequeno missal com dedicatória para lembrar a data especial. Era meu talismã. Gostava até de aspergir sobre ele, ao guardá-lo, algumas gotículas de perfume Nossos véus eram muito simples. Mas via na Igreja ás vezes, algumas moças ostentando alguns véus de lindas rendas estrangeiras. Com o passar do tempo o uso do véu foi abandonado. Lembro-me bem de uma linda senhora amiga da minha mãe que tinha vários, um deles era de um cinza claro que combinava com seu tailleur de corte elegante. Lembrei desse episódio pois uma prima que tinha já um relacionamento mais sério, tinha inclusive sido apresentada á família do rapaz. Sua futura sogra fez uma viagem de férias com o esposo para a Europa. Enviavam lindos postais dos países que visitavam, suas lindas cidades. Naquele tempo não tínhamos esses celulares com câmeras para enviarmos fotos instantâneas. Os postais ás vezes chegavam depois do retorno dos viajantes. Contavam muitas das suas emoções da viagem, seus maravilhosos lugares, comidas exóticas. Passando por Sevilha, belíssima cidade da Espanha resolveu trazer de lá presentes delicados para a sua futura nora. Um deles era uma belissima mantilha de finíssima renda e um terço de pequenas rosas feitas primorosamente de um diáfano tecido rosa claro, com uma cruz de madrepérola fechando o conjunto. Veio envolto num fino papel de seda dentro de uma caixa de grife com a nome da loja onde foi adquirida. Um dia visitando a prima, ela nos mostrou empolgada os presentes, nos segredando que ia usá-los na cerimônia do seu casamento.


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