Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU ANO II Nº 465 QUINTA-FEIRA, 05 DE MAIO DE 2022
Em 5 de maio de 1994, o Brasil perdia o grande poeta Mário Quintana...
Mário Quintana (1906-1994) foi um poeta, tradutor e jornalista brasileiro. Foi considerado um dos maiores poetas do século XX. Mestre da palavra, do humor e da síntese poética, em 1980 recebeu o Prêmio Machado de Assis da ABL e em 1981 foi agraciado com o Prêmio Jabuti. Mário Quintana nasceu na cidade de Alegrete, no Rio Grande do Sul, no dia 30 de Julho de 1906. Iniciou seus estudos na Escola Elementar e depois na escola do mestre português Antônio Cabral Beirão, em sua cidade natal. Em 1919 mudou-se para Porto Alegre e ingressou no Colégio Militar de Porto Alegre, em regime de internato. Nessa época, publicou seus primeiros versos na revista literária dos Alunos do Colégio Militar.
Posse da Nova Diretoria da OAB
A OAB Botucatu realizou na última quarta-feira, cerimônia de posse para o triênio 2022/2024. Tomou posse na solenidade, a Diretoria eleita da 25ª Subseção. Reeleito como Presidente para o próximo triênio, Dr. Nuno Augusto Pereira Garcia. Em seu discurso, o Presidente disse a respeito dos novos desafios desta gestão, além de agradecer a colaboração de todos os envolvidos na gestão passada. Na mesma cerimônia, foi conduzida a entrega da carteira de identidade aos novos advogados e advogadas e, ainda, também fora efetuada entrega de certificados de homenagem aos Presidentes de gestões assadas da Subseção. A nova Diretoria é composta também pelos seguintes advogados: Presidente: Dr. Nuno Augusto Pereira Garcia Vice-Presidente: Dr. Alexandre Luiz Melicio Secretário Geral: Dr. Ademir Toani Junior Tesoureira: Dra. Belmira Di Carla Paes Cardoso Cagliari Martins Secretária Geral Adjunta: Dra. Dayse Cristina de Almeida.
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Carreira literária de Mário Quintana Em 1940, Mario Quintana lançou seu primeiro livro de poesias A Rua dos Cataventos. Sua poesia extraiu a musicalidade das palavras. A aceitação de seus poemas levou vários sonetos a serem transcritos em antologias e livros escolares. Quintana foi alvo de elogios dos maiores intelectuais da época e recebeu uma indicação para a Academia Brasileira de Letras, o que nunca se concretizou. Sobre isso ele compôs, com seu afamado bom humor, o conhecido Poeminha do Contra. Em seguida, publicou: Canções (1945), Sapato Florido (1947), O Aprendiz de Feiticeiro (1950) e “Espelho Mágico (1951). Em 1953, Quintana passou a trabalhar no jornal “Correio do Povo”, onde durante quatro décadas publicou poemas na coluna Caderno H. Segundo ele, o nome da coluna se chamava assim porque era feito na última hora, na hora “H”. Consagração Quintana foi consagrado como um dos maiores nomes da poesia brasileira. Sem se enquadrar em qualquer escola literária, livre do compromisso com o valor formal, em sua obra o poeta filosofa em uma linguagem coloquial e bem cuidada. Quintana aborda temas do cotidiano, da infância, da morte, do amor e do tempo. Tece reflexões sobre o bem e o mal, que evoca na forma de Deus, anjos e diabo. Prêmios e homenagens Homenagem na Academia Brasileira de Letras pelos ilustres Manuel Bandeira e Augusto Meyer (1966). Prêmio Fernando Chinaglia de melhor livro do ano com Antologia Poética (1966). No ano seguinte, vem o título de Cidadão Honorário de Porto Alegre (1967). Medalha “Negrinho do Pastoreio”, concedida pelo governo do Rio Grande do Sul (1976) Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra (1980). Título de Doutor Honoris Causa, concedido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1982). Em 1983, o Hotel Majestic passou a se chamar Casa da Cultura Mário Quintana, local onde o poeta Mario Quintana faleceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, no dia 5 de maio de 1994.
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“ Aprendiz “
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José Maria Benedito Leonel
No coração do outro ninguém anda e só o dono da casa sabe as goteiras que ela tem. Só o dono da dor sabe o quanto ela dói. E é bom saber que ao dizê “seja o que Deus quisé” só estamos reconhecendo que “sempre é como Deus qué”. Calma, eu também, conheço o discurso das escolhas , da prosa do livre arbítrio, mas não desprezo o destino. Sabe o que é? Eu, que criança já nāo sou, sei que o Zé Batista não era um peãozinho quarqué . Era cavaleiro e muito.Podia caí da mula ali no corredor do Alambari, perto da moradia do Timóteo? Não podia! Podia morrê ali naquela noite fria de julho? Não podia, mas morreu! Meu pai, seu parceiro de lida, com o zóio orvaiado, alisou-me a cabeça e disse “era o destino dele”. Eu era criança e guardei o acontecido e a fala do pai. Podia a Mariana, a morena de zóio preto e de sombranceia serrada fazê o que feiz? Podia a muié mais bonita do meu arruado deixá o Zé, o Zé da Mariana sem mais o quê e ir embora no fim da colheita? Aquele amor que vi nascê e vi viceja nas tardes morenas da minha terra, também vi morrê. Se tratavam tão bem, se olhavam com ternura, se abraçavam com carinho, duetavam as vozes nas cantigas. De repente, tudo acabô. O Zé da Mariana não fez essa escolha e nem o Zé Batista escolheu morrê naquele tombo. Vez em quando o vento do destino surpreende a gente: vem, muda o roteiro e vai embora cumprí sua sina, o seu destino. A vida é assim, um rascunho que de repente é o original, porque a gente vai embora, sem escolhê, sem querê e sem entendê. É o destino da espécie humana. Eu sei de mim e sei as veredas andadas por meu coração nas ciladas do destino. Fui na vida o que deu pra sê, quisesse ou não quisesse eu. Não me julgo patrão da minha vida. Ao contrário, dela fui operário aprendendo a ser servo de Deus. Simples assim.
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HOJE TEM FEIRA NANDO CURY
Hoje, com a mais nítida certeza, há feiras montadas em diversos cantos da cidade. E pensando nisso, como surgiu o nome feira? Historicamente, uma lei do imperador romano Constantino (272 a 337 DC), favorável ao Cristianismo, tornou “feriae” todos os dias da Semana Santa. Do latim “feriae” significa feriado, dia de descansar. Depois, coube ao Papa São Silvestre (data desconhecida até 335 DC), contemporâneo de Constantino e o mesmo santo da Corrida paulistana, regulamentar os dias da semana. São Silvestre manteve o domingo, Dies Domenicus e dia do Senhor, e também o sábado, sabbatum ou shabbath, como dia consagrado ao descanso em hebraico, no Antigo Testamento. Surpreendentemente, no ano de 563 DC, um concílio de bispos da Igreja Católica reunidos na cidade de Braga, em Portugal, decidiu mudar os nomes dos outros dias da semana, que até então homenageavam os astros do sistema solar, tidos como deuses pagãos. Foi resgatada a antiga lei de Constantino e assim nasceram segunda, terça, quarta, quinta e sexta, associadas ao vocábulo “feriae”, que com o tempo sofreu uma alteração gramatical virando feira. O detalhe curioso é que essa mudança dos dias valeu apenas para os países de língua portuguesa. Independentemente de nomear dias, feira também é sinônimo de data para se fazer compras, vendas e trocas. Existem quase 900 feiras livres pela cidade de São Paulo. E na maioria delas há aqueles locais mais adequados para se degustar deliciosos pastéis, regados ao tradicional caldo de cana, iguaria líquida que pode ser misturada ao limão, gengibre, maracujá... Aqui na minha rua tem uma feira onde compro peixes, temperos, legumes e frutas de ótima qualidade. E na qual funciona uma barraca do premiado Pastel da Maria. Em frente ao Pastel da Maria sai na hora a garapa da Kombi do Xande e da Cris. Com bônus de som ao vivo, estacionamento grátis e muita fartura em produtos a preços compatíveis, às quartas-feiras até 22h, dá pra fazer um happy hour no bem organizado Varejão Noturno do Ceasa. Na mesma linha gastronômica entra a tradicional Feira de Arte, Artesanato e Cultura da Praça da Liberdade, que funciona aos finais de semana. E associa comidas típicas da cozinha oriental como tempurás, guiozas, yakissobas, takoyaki, com peças de artesanato e artísticas feitas por imigrantes japoneses. Focando em artesanato, volto pros anos 70, mirando minha saudosa jardineira jeans da Levi´s, que me ajuda a lembrar da Feira da Praça da República. Tempos românticos de estudos na Faculdade de Comunicação Objetivo e viagens pra Botucatu, desfilando pulseiras, sandálias e bolsas tiracolo de couro com um carimbo made in hippies. Tudo combinando com as camisetas e calças descoladas das galerias da Rua Augusta e dos primeiros shoppings paulistanos. A partir dos anos 80 e 90 mudei o dial da feira. E passei a frequentar também as feiras da
Praça Benedito Calixto, aos sábados e do Bexiga, aos domingos. O objetivo era empreender uma busca “arqueológica”, mirando os vinis. No entanto, estas duas feiras mais a Feira do MASP, que funciona aos domingos, expõem muito mais do que vinis, dispõem de diversos objetos únicos para os fanáticos por antiguidades. Quem vai à Feira do Bexiga na Praça Dom Orione, entre as ruas 13 de Maio e Rui Barbosa, pode aproveitar para fazer um programa completo, indo almoçar numa das famosas cantinas que ficam nos seus arredores. Para os apaixonados por artes manuais, vale à pena uma visita à Feira de Arte e Artesanato Omaguás, localizada na praça do mesmo nome, em Pinheiros. Lá, num espaço muito verde e agradável, vários artesãos expõem seus trabalhos, usando técnicas tradicionais como pintura, escultura, cerâmica, crochê, costura, e novas técnicas sustentáveis ou baseadas na reciclagem. O legal é observar esses artistas criando e encomendar “on time” e sob medida as peças pra levar pra casa. E ainda é preciso de um fôlego extra para acompanhar o concorrido segmento de feiras setoriais. De educação a construção. De turismo a fotografia. De saúde a metalurgia. De casamento a estética. De alimentos a automóvel. De moda a tecnologia. De joias a instrumentos musicais. De móveis a aviões. De calçados a transportes. De iluminação a hotéis. De horror a beleza. De defesa e segurança a cerveja e vinho. De lazer a higiene. De eletrônicos a pets. De barbearias a hospitais. De flores a drones. De fitness a pizzaria. De ponta a ponta em produtos e serviços, a cidade-negócios da América Latina se enfeira e renasce. Nota 1 Sugestão de tema: Fernando Moya. Nota 2 Ouça o podcast após as 12h30 de segunda-feira.