Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU ANO II Nº 478 SEXTA-FEIRA,20 MAIO DE 2022
Ação rápida do Poder Público na assistência aos necessitados
O Prefeito Mário Pardini declarou: “O frio chegou com tudo nesta semana. Hoje, as 22 horas a previsão aponta 6 graus, e por isso, vamos reforçar ainda mais as rondas da Operação Migrante. Ontem, acolhemos 21 pessoas, que se protegeram do frio, tiveram uma noite em cama limpa, confortável, foram alimentadas e tiveram a oportunidade de tomar um banho quente e vestir roupas limpas. Contamos com o apoio da população, ajudando a GCM, a Assistência Social e a Defesa Civil no caso de verificar pessoas dormindo ao relento. Verificando é só ligar no 199”.
Veja o histórico da criação do Albergue Noturno de Botucatu
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EXPEDIENTE NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO
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Albergue Noturno de Botucatu
O Registro Histórico do Albergue Noturno de Botucatu precisava ser feito para que não se perdesse no tempo... Surgiu como Lei Municipal, de autoria de Antônio Delmanto, em 1949. No ano de 1956, como os prefeitos alegassem que não havia verba para a instalação do Albergue, Antônio Delmanto e um grupo de amigos colaboradores, iniciou a construção do Albergue como uma iniciativa privada. Com a colaboração da sociedade botucatuense, de empresários e políticos; com a realização de sorteios e rifas levou em frente essa iniciativa. Em 1968 – 12 anos após a criação da lei que criara o Albergue, em 1949 – era inaugurado o ALBERGUE NOTURNO DE BOTUCATU. Após 20 anos de ininterrupto funcionamento, com expressivo atendimento social, o ALBERGUE foi DOADO à Prefeitura Municipal. Na época, eu exercia a presidência e meu pai a vice-presidência. Com a DOAÇÃO foi transferido para a Prefeitura Municipal de Botucatu o patrimônio que o Albergue recebeu de herança no valor estimado à época de 5 milhões de dólares. Infelizmente, a prefeitura perdeu prazos processuais e o patrimônio do Albergue Noturno foi transferido para o Hospital do Câncer. Foi uma perda irreparável para as entidades sociais de Botucatu... Hoje, o Albergue tem outros nomes (Camin/Espaço Acolhedor), está em outro prédio da prefeitura, mas as bases de sua construção estão firmes em sua atividade social em 50 anos de existência. É um orgulho para Botucatu! É REGISTRO HISTÓRICO! (AMD) Missão Cumprida! Foram 20 anos de funcionamento exemplar! No ano de 1988, o Albergue Noturno foi transferido para a Prefeitura Municipal como era o grande sonho de seu fundador: a Lei que criou o Albergue Noturno, enfim, tornara-se realidade, o Albergue Noturno era um próprio municipal! Em meados de maio de 1988, em solenidade realizada na Prefeitura Municipal, o presidente em exercício do Albergue, Dr. Antônio Delmanto, assinava o termo de doação do Albergue e de todo seu patrimônio. Nesse aspecto é preciso destacar o valioso patrimônio que o Albergue Noturno ganhou graças ao interesse do Dr. Berval Delmanto (irmão de Antônio Delmanto) que tendo um cliente de descendência árabe, muito rico e sem herdeiros, o aconselhou a que doasse seus bens para instituições de caridade. Assim, em testamento, o rico senhor deixou a maior parte de seus bens para o Hospital do Câncer de São Paulo, e muitos bens para o Albergue Noturno de Botucatu. Esses bens, cerca de 19 imóveis, eram localizados nas Alamedas Pamplona e Santos (10 ou 12 lojas comerciais), mais uns 8 apartamentos nas Avenidas Paulista e Angélica (uma casa). E, pasmem!, esse dinheiro, esse patrimônio (avaliado à época em 5 milhões de dólares) foi perdido! Não foi perdido para a sociedade, mas, sim, para a assistência social de Botucatu: ocorreu que a Prefeitura Municipal perdeu os prazos processuais para habilitar-se no processo de inventário e o Juiz determinou que todos os bens fossem para o Hospital do Câncer. Mas Botucatu, com certeza, perdeu e muito... Uma fortuna. Daria para manter o Albergue, a Misericórdia Botucatuense e todas as entidades assistenciais de Botucatu. A doação do Albergue para a Prefeitura já havia sido feita, incluindo o direito a esses bens. Qual entidade não iria festejar uma doação como essa?!? Mas, acima de tudo, estava o grande sonho de seu fundador, Antônio Delmanto, concluir o que começara em 1949... Pois bem, na solenidade de transferência do Albergue Noturno para a Prefeitura de Botucatu, estavam presentes todos os Diretores do Albergue: Dr. Antônio Delmanto, Genésio Piagentini, Aldo Martin, Dr. Antonio Tílio Junior, Dr. Isidoro Martins, Francisco de Assis Domingues, José Carlos Fortes , Amando Laperuta e Oscarlino Tancler. Na ocasião, o Dr. Delmanto discursou fazendo um histórico da construção do Albergue e de seu funcionamento, destacando o importante trabalho prestado por companheiros já ausentes, como Abílio Dorini, José Giacóia Sobrinho e Rafael de
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Moura Campos. Fizeram igualmente uso da palavra, o prefeito Municipal Antonio Jamil Cury e o vice-prefeito Joel Spadaro, ambos dando ênfase à importância do Albergue e à firme disposição da então administração de levar adiante e ampliar os serviços sociais do Albergue. Nas palavras de Antônio Delmanto, toda a emoção do ato de transferência: “Meu filho Armando, tão dedicado, sabia das enormes dificuldades e que nós éramos o grande sustentáculo, a alma do Albergue. Com a idade chegando tudo começava a ficar mais difícil e a velhice, todos sabemos, é inexorável. Armando propôs ao Spadaro, então já candidato a Prefeito , a transferência do Albergue para a Prefeitura, fazendo cumprir, assim, a lei municipal de 1949 que criou o Albergue Municipal. Convocamos, como vice em exercício (Armando era o presidente), uma Assembléia propondo e sendo aceita a transferência e também, os direitos à herança consignada ao Albergue e que representa uma verdadeira fortuna, herança conseguida por meu irmão Berval que, como advogado, obteve junto a cliente amigo. Em nosso pensamento e intenção se a recebessemos, poderíamos melhorar e muito o Albergue, assim como consignar recursos para a manutenção de tantos meninos na Vila dos Meninos, tantas meninas no Orfanato, também tantos velhinhos no Asilo, além de auxílios mensais à Misericórdia Botucatuense. E construiríamos uma vila com pequenas casas para famílias pobres e com filhos menores, começando um trabalho que tentamos como vereador, objetivando combater as favelas. Há lei aprovada, de nossa autoria (1949), que obriga a Prefeitura a construir 5 a 6 casas populares, por ano, para famílias carentes. Essa lei nunca foi cumprida...” Hoje, a cidade de Botucatu sabe que a Prefeitura Municipal tem condições de atuar efetivamente nesse setor assistencial. Missão cumprida! Antônio Delmanto deixou, para a história de Botucatu, marcada a sua Antônio Delmanto e trajetória como benemérito ! Emílio Peduti PROJETO DE LEI Art. 1º - Fica criado o Albergue Noturno de Botucatu, com acomodações independentes para homens, mulheres e crianças Art. 2º - O Executivo Municipal fica autorizado a mandar proceder o estudo e a confecção da planta e orçamento das obras; Art. 3º - A planta, orçamento das obras bem como o contrato para a execução do serviço deverão ser aprovados pela Câmara; Parágrafo Único - O contrato para execução do serviço, deverá obedecer as normas estatuídas no artigo 82 da Lei nº 1, de 18 de setembro de 1947; Art. 4º - Fica o sr. Prefeito Municipal, autorizado a escolher o terreno destinado à execução da presente lei; Art. 5º - A despesa com a execução desta lei, correrá por conta do crédito que oportunamente será aberto e pela campanha que será feita junto às Associações locais e à população do município; Art. 6º - Esta lei entrará em vigor na data de sua promulgação e publicação, revogadas as disposições em contrário. Sala das Sessões, 19 de janeiro de 1948. Vereador Antônio Delmanto (autor)” Aprovado por unanimidade, o projeto de lei de criação do Albergue Noturno de Botucatu, contou com o apoio de toda a bancada udenista que o subscreveu e com parecer favorável e unânime da Comissão de Pareceres. Nessa ocasião, o Dr. Antônio Delmanto deixou a presidência a fim de discorrer sobre o assunto. Assumindo a presidência, o vice-presidente Emílio Peduti. O Dr. Antônio Delmanto pediu a palavra e depois de congratular-se com a Casa e com Botucatu pela escolha do nome honrado do Sr. Emílio Peduti para o cargo de vice-presidente da Câmara, disse “que o Sr. Emílio Peduti, que há onze anos vem exercendo a presidência da Misericórdia Botucatuense, data em que assumi a Direção Clínica, poderia testemunhar as razões de seus argumentos. Que muitas e muitas e muitas vezes, como Diretor Clínico daquele Hospital, mandei que se internassem famílias inteiras , não porque estivessem enfermas, mas porque batiam àquela Casa fundada pelo Dr. Costa Leite, a fim de solicitar um abrigo. Que as mulheres e as crianças, sistematicamente, eram e são atendidas, o mesmo nem sempre acontecendo aos homens, visto a enfermaria se achar sempre cheia, com os colchões e divãs espalhados pelo salão. Eram, no entanto, encaminhados à Delegacia de Polícia, onde o dr. Delegado, colaborando nessa assistência, permitia e permite que os mesmos lá pernoitem, tomando as refeições na Misericórdia...” Aprovado em primeira votação, esse projeto de lei seria aprovado, em segunda votação, no dia 11 de abril.
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“Fernanda dos girassóis” Maria De Lourdes Camilo Souza Quatro anos atrás, perto de 14 de março, fomos a Tupã para comemorar o aniversário da Fernanda. São 4 horas de carro, de Botucatu até lá. Bebel acomodada em sua cadeirinha chique para viagem e a Chérie dentro da sua casinha. Muitas malas, bagagens. Partimos felizes ao som de uma playlist especial, cantando ao som de algumas músicas. Monitoradas em várias etapas da viagem por telefonemas do meu sobrinho mais velho, que nos aguardava ansioso com a família. Chegando lá, vieram nos receber com muita alegria, abraços e beijos sau-
dosos. Eles moram logo ali numa das entradas de Tupã, a Vila Inglesa como é chamada. Sua casa é enorme, toda ladeada de árvores e tem um coqueiro imperial num gramado ao lado de uma piscina. Uma varanda que dá acesso á copa, cozinha e sala de estar, uma porta de correr, que separa o corredor dos cinco quartos e banheiro. Casa de esquina ampla e agradável. Como sabem, faz muito calor por lá. As cachorras ficam soltas e felizes naquele espaço todo. Chérie com seu pelo crespo de poodle fica coberta de carrapichos de rolar pela grama. Os dias corriam felizes, com muita conversa e as comidinhas deliciosas que degustavamos na grande mesa de madeira maciça sentados nos grandes bancos de madeira. Chegado o domingo fomos convidados pela avó materna, para almoçar com ela e Seu João. E fomos todos, deixando as cachorras em casa. Degustámos uma salada de folhas com tomates em rodela, escondidinho de carne seca e arroz, deliciosamente preparados pela Darcy, seguidos de manjar branco e sorvetes. Para finalizar um café e muito bate-papo na área da casa deles onde é um pouco mais fresco. Quando voltamos para casa, Marcelo abriu o portão basculante e a Bebel correu nos receber. Senti falta da Chérie e saí pela casa, chamando por ela e... nada. Vasculhamos todos os cantos da casa. Ela tinha escapulido por um pequeno buraco cavado ao lado do portão lateral. Saímos procurá-la por toda vizinhança. Fomos até a beira da estrada que passa perto dali. Eu já me desesperava pensando, um caminhão passou por cima e tentava me fazer de forte para não cair no choro. Fernanda saiu no sentido contrário indo até uma praça que fica a algumas quadras. Passou pela casa de uma de suas amigas perguntando se tinham visto a Chérie. Em conversa com a sua amiga, ficou sabendo de um grupo do Facebook, chamado Amigos da Vila Inglesa. Me pediram uma foto da Chérie. Enviei e eles publicaram no grupo. Demorou algumas horas e nada. Quando chegou o final da tarde, uma senhora ligou dizendo que estava com uma cachorrinha semelhante a da foto em sua casa. Deu o endereço e fomos de carro até lá, que não era muito distante da casa do meu sobrinho, só que era no sentido contrário ao que havíamos procurado. Meu coração batia acelerado. Chegando a casa da senhora, tocamos a campainha. Chérie veio até o portão branco vazado, seguida dos netinhos da mulher, que corriam atrás dela apaixonados. Foi um tremendo alívio. Chamei a fujona, que veio correndo alegremente para os meus braços.
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Esporte em Destaque
Futsal Feminino volta à semifinal da Copa Record após onze anos O futsal feminino de Botucatu segue alcançando excelentes resultados pelas quadras do Estado de São Paulo. Dessa vez, a equipe comandada pelo técnico Bruno Soler garantiu a classificação para a semifinal da Copa Record após vencer uma das favoritas ao �tulo da competição, o time de Potunduva. Após o empate por 1 a 1 no tempo normal, a decisão pela vaga foi para as cobranças das penalidades, nas quais as meninas de Botucatu saíram vencedoras após duas defesas da goleira Michele. Com a vitória, o Futsal Feminino de Botucatu retorna a semifinal do torneio após onze anos de ausência. Um feito que é comemorado pelas atletas e também pelo seu treinador, que explicou que neste ano o time vem passando por uma reformulação: “É um ano de reformulação para a gente. Acabamos perdendo algumas peças no final do ano depois que nós chegamos na final do Paulista da Série Prata e então vimos que precisávamos dar uma reforçada”.
Sobre a chegada das novas jogadores, Bruno seguiu explicando como se deu a seleção: “Fizemos algumas seletivas on-line, mas não conseguimos trazer tantas atletas, uma ou outra que reforçaram o elenco. Estamos na busca de mais algumas para a disputa do Paulista desse ano, mas para a disputa da Copa Record estamos com um time equilibrado, conseguimos manter a base”. Uma das novas jogadoras da equipe que vem se destacando é a jovem Maria Carolina, que é da cidade de Itapetininga e que precisa viajar até para Botucatu para participar dos jogos. Dessa forma, a equipe segue com a realização dos trabalhos, mesmo considerando que as condições não sejam as ideais: “A gente treina três vezes por semana, não é cenário ideal se compararmos com as equipes com que vamos disputar a semifinal, que possuem atletas contratadas, alojadas na cidade e que conseguem treinar em dois períodos. Nos-
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Vinícius Alves
Vaga para essa fase veio após emocionante vitória nos pênaltis sobre Potunduva, fora de casa
sa equipe é a única que não consegue ter essa realidade”. Ainda que não seja como o desejado, o técnico explica que o time disponibiliza academia, nutricionista e preparador �sico às atletas, e que os treinos são realizados numa intensidade na qual elas possam se igualar ou ao menos se aproximar da capacidade das jogadoras adversárias. Embora reconheça a grandeza do nível técnico e tático dos times rivais, Bruno diz ter estudado bastante a parte tática, o que tem trazido evolução à equipe botucatuense. Com a conquista da vaga à semifinal da Copa Record após onze anos, o treinador se mostra feliz em levar o nome da cidade a esse patamar, ainda mais após superar as atuais campeãs da Liga Paulista: “Sabemos da grandeza e da história que Botucatu tem no futsal, não só no masculino como no feminino, e se a gente puder chegar perto ou fazer a
história que algumas pessoas que estiveram antes nós fizeram, já estaremos felizes”. O Futsal Feminino de Botucatu, mesmo diante todas as limitações, vem colhendo ótimos resultados nos campeonatos que tem disputado, sendo que dos últimos cinco em que foram às quadras, chegaram em todas as decisões. E é com essa dedicação e paixão que as jogadoras e toda a comissão do futsal feminino de Botucatu seguem trabalhando, superando as adversidades, contando com o respaldo daqueles que acreditam e incentivam esse projeto que, mesmo distante do orçamento e investimento das outras equipes, mantem-se qualificado para lutar pelo título das competições que disputa.