Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU ANO II Nº 480 SEGUNDA-FEIRA, 23 MAIO DE 2022
Sigla adotada por uma organização civil paramilitar criada em São Paulo no dia 24 de maio de 1932. MMDC eram as iniciais dos nomes pelos quais eram conhecidos os estudantes Cláudio Bueno Miragaia, Mário Martins de Almeida, Dráusio Marcondes de Sousa e Américo Camargo de Andrade, mortos na noite de 23 de maio na praça do Patriarca, durante uma manifestação popular em favor da “autonomia” de São Paulo e da reconstitucionalização do país, que culminou na invasão da sede do Partido Popular Paulista, antiga Legião Revolucionária de Miguel Costa.
Estudante morto no estopim da Revolução de 32 é de São Manuel, SP Mário Martins foi um dos 4 jovens mortos na invasão à Liga Revolucionária. Das iniciais dos nomes deles surgiu o movimento oposicionista MMDC. Página 2
2
Diário da Cuesta
Estudante morto no estopim da Revolução de 32 é de São Manuel, SP
Mário Martins foi um dos 4 jovens mortos na invasão à Liga Revolucionária. Das iniciais dos nomes deles surgiu o movimento oposicionista MMDC.
Em 1932, os paulistas se levantavam contra o governo federal para exigir uma nova constituição. O estopim da guerra foi a morte de quatro jovens estudantes. Em São Manuel (SP), a fazenda onde viveu um dos jovens mortos ainda é preservada pela família. O antigo casarão ainda guarda detalhes do século 19. Tudo muito conservado. Nos banheiros ainda se usam as banheiras antigas. Os móveis, em perfeito estado, fazem quem entra na casa voltar no tempo. Nas paredes estão retratos de figuras do passado, muitos deles, parecem pintados à mão e documentos com mais de 100 anos ainda permanecem bem guardados. Foi no casarão que Mário Martins de Almeida viveu parte da juventude. “Ele foi um dos protagonistas da revolução de 1932”, explica Eduardo Ayres Delamonica, pesquisador histórico. Em 1930, um ano depois da crise do café, Getúlio Vargas assumiu o país. No governo provisório, o presidente nomeou interventores para governar São Paulo. Contrariados, os grandes fazendeiros de café, começaram a organizar um movimento no estado para derrubar Vargas e pedir uma nova constituição no país. O estopim da revolta teve início com a morte de quatro jovens no centro da cidade de São Paulo, em 23 de maio de 32. Os estudantes Mário Martins de Almeida, Euclides Miragaia, Dráusio Marcondes de Sousa e Antônio Camargo de Andrade morreram durante uma tentativa de invasão ao escritório da Liga Revolucionária, grupo que apoiava o governo. “Colocaram uma
EXPEDIENTE NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO
escada para tentar subir e esses quatro, no meio da multidão, foram alvejados e os corpos cairam no chão. Os manifestantes, como forma de protesto, carregaram os corpos e levaram até a Praça da República, onde existe um monumento erguido para eles, dali começou a revolução de 32”, ressalta o pesquisador. Mário Martins morreu durante a invasão Das iniciais dos jovens mortos nasceu o movimento oposicionista conhecido como MMDC - Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo. Mário Martins foi um dos jovens que morreram em 1932. O primeiro M da sigla é em homenagem ao jovem de São Manuel. No dia 9 de julho de 1932, o Estado de São Paulo se levantou em defesa da democracia. “Ele é nascido em São Manuel, nós temos até a certidão de nascimento dele”, ressalta o pesquisador. Mário Martins de Almeida nasceu em São Manuel em 1901. Estudou na capital e trabalhou em fazendas da família em Sertãozinho, também no interior paulista. Segundo os historiadores, Martins estava na capital para visitar os pais e acabou se envolvendo com a manifestação. O corpo dele foi sepultado em São Paulo e atualmente está no Mausoléu do Obelisco do Ibirapuera. Mas, São Manuel ainda guarda relíquias de um dos seus filhos mais ilustres. Movimento No museu da cidade há uma sala exclusiva da revolução de 32. São objetos que homenagem os combatentes desta batalha. São capacetes, fardas e uma pasta só do Mário Martins de Almeida. Inclusive com uma cópia da certidão de nascimento, provando que ele é de São Manuel. Na certidão consta a inscrição de que ele lutou na revolução. O museu recebe mais de 300 pessoas por mês. Segundo a coordenadora, Aparecida Toledo Crotti muita gente visita o local para aprender mais sobre a revolução, principalmente sobre Martins. “Pessoal vem muito pela curiosidade, conhecer mais sobre este episódio da nossa história”, conta a coordenadora.
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689
O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.
Diário da Cuesta
Alfredo Colenci é o novo membro da Academia Botucatuense de Letras
3
Gesiel Júnior O engenheiro de produção Alfredo Colenci Júnior, pioneiro na educação superior tecnológica no Brasil, passa a integrar a Academia Botucatuense de Letras, como membro correspondente. A cerimônia de posse aconteceu na sexta-feira, 20, às 19h30, no Centro Cultural de Botucatu, durante sessão literomusical. Na mesma oportunidade, o acadêmico Olavo Pinheiro Godoy fez uma palestra sobre a participação de botucatuenses na Revolução Constitucionalista de 1932. O novo imortal Nascido em Laranjal Paulista, em 14 de outubro de 1943, o professor e doutor Alfredo Colenci Júnior estudou em Botucatu, onde fez o curso Científico. Mais tarde, graduou-se em Engenharia de Produção Industrial Mecânica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, em 1969 e em Administração pela Universidade Mackenzie, em 1971. Obteve em 1984 o mestrado em Engenharia Mecânica pela Escola de Engenharia de São Carlos (USP) e o doutorado em Engenharia Mecânica, pela mesma escola em 1992. Colenci foi professor titular da Escola de Engenharia de São Carlos e do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, onde foi vice-diretor superintendente e atuou na área de Engenharia de Produção,
Posse aconteceu na sexta-feira, 20, no Centro Cultural de Botucatu
com ênfase no Processo de Fabricação e Seleção Econômica, especializando-se nos temas de capacitação tecnológica, gestão do conhecimento para a inovação, competitividade sistêmica, educação tecnológica e gestão acadêmica. Consultor empresarial, o novo acadêmico também foi assessor de Projetos Especiais da Prefeitura de São Carlos, onde reside. É autor dos livros “Gestão Estratégica de Negócios”, “Livre Pensar, é só Criar...” e “A Nobreza da Emoção”.
4
Diário da Cuesta
“RECIPROCIDADE” “É ISSO QUE FAZ AS COISAS DAREM CERTO. NA ATENÇÃO, NO CARINHO, NA LEMBRANÇA E NO AMOR.” Maria De Lourdes Camilo Souza
Recentemente fui almoçar lá na Camponesa, comer aquela parmegiana que fazem por lá. Continua a mesma qualidade, apesar da pandemia, apesar das dificuldades, apesar de tudo. Continua com grande procura. Temia ter que aguardar para pegar uma mesa, pois estava faminta. Não precisou aguardar, pois tinha lugar. O atendimento sempre impecável. A comida solicitada foi uma salada e a deliciosa parmegiana. O filé, o molho maravilhoso, que o dono pensa fornecer em potes. Aquelas batatas fritas perfeitas, e o arroz soltinho. Uma viagem de sabor, sem mencionar o lugar lindo, bem cuidado. Notei que agora também tem gelato artesanal à venda. O que torna os lugares especiais e que marcam a nossa lembrança? O carinho e o respeito pelo cliente. Isso é o segredo do sucesso constante dos empreendedores: investir na qualidade dos produtos oferecidos, buscando manter a linha criada, ou melhorar sempre. Sempre que possível os viajantes passam para dar-se o prazer de usufruir daquele manjar delicioso. Não preciso ser consultora do Sebrae para entender a ISO 9001, apesar de ter frequentado curso a respeito lá na UNESP. Paralelo aos comerciantes de sucesso, esbarramos naqueles que começaram um negócio de sucesso e que não seguiram as regras, e acabam perdendo clientes fiéis. Utilizam-se de ingredientes de segunda pensando enganar o paladar do cliente. Seguem ao que chamo a “Lei de Gerson”. Famoso futebolista brasileiro, Gerson Oliveira Nunes, que fez uma propaganda sobre “se levar vantagem em tudo”. Fazem uma propaganda do produto perfeito mas, usam in-
gredientes de má qualidade. Um exemplo seria uma bela e dourada torta de frango. Quando o cliente corta o primeiro pedaço descobre que a torta é composta apenas de grossa massa seca, intragável e indigesta, e que o recheio não existe. Resumo da ópera? Nunca mais compra. E a esperteza se resume no fracasso. Os que se mantém fiéis a qualidade e respeito ao consumidor marcam o nome do seu produto nas memórias da clientela e nas propagandas boca a boca, e são os detentores do sucesso.