Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU ANO II Nº 492 SEGUNDA-FEIRA, 06 JUNHO DE 2022
Roberto Barcellos: o churrasqueiro que leva Botucatu para o Mundo
Com bem sucedido empreendimento gourmet, Roberto Barcellos está à frente da Confraria do Fogo e da Confraria da Carne em nossa cidade, além de dar assessoria/consultoria para criadores e para empresários do setor, em todo o país. (Fonte: SOLUTUDO) Página 3
Botucatu brilha no esporte
A equipe de Rendimento de Judô do SESI Botucatu teve atuação destacada no Aberto Nacional Sub 23, disputado em Aracaju/SE. A competição contou com a presença dos melhores judocas do país. Doze 12 atletas do SESI Botucatu marcaram presença. O judoca Michael Natan Félix (-60kg) conquistou a medalha de ouro. A prata veio com Wilgner Mendes (-90kg) e a de bronze, com Maria Paula Guilherme (-70kg). Com este resultado, o atleta Michael Natan Félix conquistou a vaga para disputar os Jogos Sul-Americanos, em Assunção, no Paraguai, no mês de outubro. (Fonte: Botucatu Online)
Atletas do Botucatu Taekwondo Team/Projeto BETHEL participaram da última etapa do Campeonato Paulista de Taekwondo realizada em São Paulo. A equipe contou com 8 atletas, conquistando 8 medalhas: 3 de ouro, e 5 de prata. São 4 Campeões Paulistas e 5 Vice-Campeões: Alex Alves, Hermínio Cavalante, Pedro Henrique Tobias, Lilian TerciliaBruno Simonazzi, Maellys Lourane, Isabela Zonta e Emerson Alexandre. (Fonte: Botucatu Online)
JORNAL BOM DIA CRIATIVA As principais notícias do dia! Anderson França e Júnior Quinteiro apresentam de forma direta e objetiva o Jornal Bom Dia Criativa que é transmitido de segunda a sexta-feira das 7:15 às 09:00 através da Rádio Criativa FM 98,9 e seus canais digitais Facebook e Youtube. O DIÁRIO DA CUESTA também está presente no jornal da Criativa mandando a sua mensagem institucional e prestigiando Botucatu!
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artigo
RUBIÃO DOS VELHOS TEMPOS . . .
ELDA MOSCOGLIATO Lá pelas décadas de 19201930, Rubião Júnior era um vilarejo pacato, de umas poucas casas e um punhado de famílias sitiantes a lhe marcarem a escassa demografia. Nos seus oitocentos e noventa metros de altitude contados ao nível da estaçãozinha, ventos constantes, solo de camada arenosa, e o agreste morro de píncaro pontiagudo, cujo acesso único era o caminho velho tão bem fixado pela Kodak do velho Hernandez, a vilazinha pitoresca e alegre só tinha como atrativo para quebrar a mansuetude dos dias sempre iguais, a chegada dos trens da Sorocabana. A gare era o ponto social de reunião do vilarejo. Quando o seletivo anunciava ao Bilo, a partida do trem na estação mais próxima, o velho sino, até hoje existente, badalava os três toques da breve chegada do comboio. Já então nessa altura, fervilhava a gare no alegre perpassar dos jovens, nos encontros dos amigos, na espera do jornal do dia, vendido anos a fio, de forma avulsa, pelo Vicente Costillas. Foi esse velho jornaleiro que deu guarida em sua casa – e melhor – em seu coração, ao pobre menino abandonado que mais tarde surgiu homem feito, integro e exemplar, como o Comandante da Força Publica de São Paulo: o comandante João de Quadros. Enquanto se aguardava o trem, acertavam-se os namoros, definiam-se os noivados, engatilhavam-se negócios, decidia-se da construção da sonhada igreja para Santo Antônio, nome tutelar da região. No Botequim ao lado, fervilhavam os assuntos enquanto se saboreava o quente cafezinho, privilégio do Hotel Varoli.
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Naqueles tempos não se inaugurara ainda o trânsito regular de ônibus. Washington Luiz batia-se pela abertura de estradas. O asfalto cuidado e as pistas não eram ainda. Vigoravam mesmo, os trens da Sorocabana. Às dez da manhã e às dez da noite, desciam os trens, com pequenas diferenças horárias – um, de Bauru, outro, da alta Sorocabana – a caminho de São Paulo. Às dezesseis da tarde e pela madrugada, subiam da Capital, rumo ao sertão noroeste e para Presidente Prudente, então chamada Alta Sorocabana, os trens de passageiros. O pernoite econômico, para baldeação, era em Rubião Júnior. Daí, as atividades de nossos avós maternos, que mantinham o Hotel Varoli, no velho casarão dos Pinto e no novo prédio construído, este último , até hoje lá no alto, abrigado pelo ainda frondoso pé de magnólia, à beira da asfaltada Avenida Bento Lopes. A salubridade do clima tornou Rubião, de repente, uma pequenina estação climatérica. Para lá acorriam famílias de São Paulo e de outros lugares, na discreta preocupação do restabelecimento de um dos seus familiares atacado da “fraqueza pulmonar” ante os prognósticos então sombrios de tuberculoses
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689
e de “galopantes” que, não prevenidas, irrompiam em trágicas hemoptises. Desde então, surgiram os “bungalows” risonhos de áreas engrinaldas de trepadeiras alegres e as indefectíveis espreguiçadeiras para os longos repousos da prescrição médica. Rubião encheu-se assim, de moradores diferentes. Era gente de outros níveis, educada em outras esferas, sujeita agora às contingências da cura. Gente extraordinária que acomodou-se ao pacato viver do lugar e que transformou e alegrou ainda mais o vilarejo. O Hotel Varoli era hotel de trânsito. Oferecia pernoite e refeições. Não aceitava pensionistas. Fornecia esporadicamente pensão em marmitas. Surgiu daí o conhecimento, a cordialidade, a amizade duradoura envolvendo nossa gente a outras gentes. Nossa avó – só coração e ternura maternal – era o centro monopolizador daquela juventude que na ocasião demandava o lugar. Indiferente aos riscos pessoais, quantas vezes foi ela chamada aflitivamente para vigiar, com a mãe desolada, as crises de hemoptises que cobriam de angustia as noites passadas nos “bungalows” floridos. ( A Gazeta de Botucatu – 10/08/1971)
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Roberto Barcellos: o churrasqueiro que leva Botucatu para o Mundo Felipe Pugliese/Solutudo Essa reportagem começou com uma mensagem convidando nosso personagem para uma entrevista. Ele estava na estrada, a caminho de Rio Preto, onde iria fazer o churrasco da Live da dupla Zé Neto e Cristiano. Essa é a rotina de Roberto Barcellos, um dos maiores especialistas de carne do Brasil, que vive e leva o nome de Botucatu para vários cantos do País e do Mundo. Proprietário da Confraria do Fogo, criador da marca BBQ SECRETS, consultor… enfim, o currículo de Barcellos é longo e alguns pilares dessa história são interessantes. Como veio parar em Botucatu? A cidade em que o empresário construiu família e negócio apareceu na mesma época que muitos: faculdade. “Sou de são Paulo. A vida toda lá, aos 18 anos vim para fazer faculdade de agronomia na Unesp, foi quando conheci a minha esposa e criei raízes aqui: tenho três filhos, dois deles nasceram na cidade”.
Ainda na faculdade, Barcellos percebeu que a carne era a materialização final de toda tecnologia agropecuária. O próxima passo foi o mercado de trabalho. “Trabalhei cinco anos em frigorífico, na indústria, onde aprendi demais. Saindo, comecei a dar consultoria para empresas que queriam desenvolver carne de qualidade”. A criação da própria marca Depois de alguns anos dentro da fábrica, ele saiu para ouvir o público, foi quando começou a nascer sua marca BBQ SECRETS. “Eu queria entender como funcionava a cabeça do churrasqueiro. As referências sempre foram as carnes argentinas e uruguaias… e o meu objetivo era fazer no Brasil algo do mesmo nível. Nossa grande entrada foi produzir uma carne em parceria com um frigorífico de Lençóis Paulista, que hoje é servida nos melhores restaurantes do País”. Trazendo o Mundo para Botucatu Barcellos é seguido por pessoas de todo o mundo e faz a sua marca chegar em diferentes países. Muitos admiradores já vieram o acompanhar em nossa cidade. “Hoje a gente recebe gente do Brasil inteiro em Botucatu. Pessoas do Uruguai, Argentina, Austrália… O movimento da Gastronomia, de valorizar produtos de qualidade, caiu no gosto das pessoas e chegou no churrasco”. (Fonte: SOLUTUDO)
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“Mães”
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Maria De Lourdes Camilo Souza
Eu estava na Loja Mundo para mais um dia de trabalho voluntário. Abigail chegou com algumas sacolas nas mãos, saudei-a alegremente, emendando em seguida:” chamei você com meu pensamento”. Tinha algumas dúvidas quanto as providências a tomar com relação a algumas doações que estavam por lá, aguardando para serem arrumadas. Biga, muito solícita como sempre já foi me dizendo: “pois não, para que sou boa”. E já foi me dando as orientações. Em seguida entrou uma cliente que começou a olhar tudo. Deixamos que ficasse a vontade para escolher. Recebemos doações de roupas e sapatos usados, que vendemos a baixo custo. Essa é já parte que funciona como um brechó. Gostamos da denominação “ loja” justamente porque valoriza o trabalho de artesanato dos assistidos e das voluntárias. Entretanto tem as pessoas que justamente visitam por causa das boas roupas e calçados das doações. Depois de me orientar a Biga foi entregar alguns trabalhos de costura que faz para os assistidos. Passados alguns minutos retornou á loja me dizendo : “você já viu a nova aluna?” Eu respondi que não. Vai ali no corredor para vê-la. Ela então insistiu para que eu fosse até o corredor para ver a menina. Corri lá mas, ela já tinha sido encaminhada para as suas atividades. Retornei a loja dizendo que ela já não estava lá e perguntei o porquê da insistência. Biga começou a me contar a situação da menina. A mãe quando viu o bebê, abandonou a filha. Minha intenção aqui não é julgá-la por sua atitude. Existem mães de filhos perfeitos que se vêem na contingência de os abandonar por vários motivos. Seja por sua condição econômica, seja por ter sofrido abuso sexual e não ter condições psicológicas para criar. Essa menina excepcional foi abandonada aos cuidados de seu pai. Este por sua vez assumiu a situação e diga-se de passagem, cuida da filha com muito amor, trazendo-a para o Apae em perfeitas condições de higiene, atenção se desdobrando em amor e carinho. Recordei que naquela mesma manhã ao ligar a TV ouvi horrorizada, uma notícia sobre um pai que ao receber a notícia da separação legal da esposa, ameaçou de queimar a família e acabou cumprindo a ameaça, dando cabo da própria vida em seguida. Existem as mães coragem e também o “pães” coragem. Eu tive a benção de ter uma mãe coragem que foi arrimo da família, quando meu pai perdeu o emprego.