Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU ANO II Nº 494 QUARTA-FEIRA, 08 JUNHO DE 2022
Quase metade (44%) do preço da gasolina é imposto! Quase 50% do valor cobrado é imposto! O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta segunda-feira que o governo federal aceitará ressarcir os estados pelas perdas de arrecadação com o projeto de lei sobre os combustíveis. Como contrapartida, no entanto, o governo exigirá que os estados e o Distrito Federal derrubem a zero a alíquota do ICMS sobre o diesel e o gás de cozinha. Segundo o Ministro Paulo Guedes, se os governos estaduais aceitarem a proposta, o acordo valerá até 31 de dezembro. Ele afirmou que a compensação custará ao governo federal entre R$ 25 bilhões e R$ 50 bilhões. O anúncio foi feito em pronunciamento após reunião no Palácio do Planalto com os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco. Durante o pronunciamento, Lira e Pacheco sentaram-se ao lado de Bolsonaro. Presidente Bolsonaro: “Para aliviar o bolso dos brasileiros, estamos criando as condições necessárias para que os governadores ZEREM os impostos estaduais dos combustíveis, além de reduzir e limitar o teto do ICMS para outros bens essenciais. Se o problema é perda de arrecadação, nós pagamos a conta!” O desafio do presidente, se cumprido, provocará uma redução, por exemplo, de pelo menos 44% no preço da gasolina!!!
Comemorado em 8 de junho, o Dia Mundial do Oceano é uma data que incentiva a sociedade a refletir sobre a importância da conservação das águas marinhas do planeta. A Assembleia Geral da ONU decidiu que, a partir de 2009, o dia 8 de junho seria designado oficialmente como Dia Mundial dos Oceanos. Os oceanos cobrem mais de 70% da superfície da Terra e contêm 97% da água de todo o planeta. As águas salgadas abrigam uma biodiversidade com quase 200 mil espécies identificadas. Eles são parte essencial para a promover a regulação climática do planeta, pois absorvem cerca de 30% do dióxido de carbono produzido pelos seres humanos. Além disso, aproximadamente 3 bilhões de pessoas no
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artigo Elda Moscogliato Estamos vivendo o Ano Internacional dos Oceanos proposto pela Comissão Oceanográfica Intergovernamental da UNESCO e proclamado pela Assembléia Geral das Nações Unidas já em 1994, para vigorar neste exercício de 1998, anunciam-no os jornais e revistas científicas. *** A importância do tema que encerra uma questão global conclamou a alta cúpula internacional de vez que na sua abrangência diz respeito à sobrevivência humana, razão pela qual todas as nações se mobilizam e ocorrem à idéia, através de seus organismos correspondentes, prestando-se à cooperação e à solução do problema em si, grave e improcrastinável. *** É preciso salvar o mar conhecendo-lhe mais insistente e cientificamente as profundezas abissais - um mundo submerso e povoado, do qual tão pouco ainda se sabe. É necessário devassar-lhe as entranhas que encerram reservas potenciais úteis expostas à gratuidade explorativa em benefício da vida e da sobrevivência humana. *** Essa munificência dadivosa à espera de uma exploração racional e atuante, está sendo vítima indefesa de deteriorização impiedosa através de detritos radioativos, componentes químicos e outros mais, deletérios, que lhe devassam a superfície com o grave comprometimento de sua fauna aquática admirável, o aniquilamento da faixa litorânea e a contaminação das praias que a natureza enfeitou. *** Desde que se destruam as águas oceânicas compromete-se em definitivo a vida na terra. O problema é grave e se impõe a uma solução inadiável, consideradas as
POR MARES E OCEANOS agressões que atualmente as comprometem. É ponto bastante significativo para a bioética que surge na defesa dos valores indispensáveis ao equilíbrio do ecosistema vital à preservação da vida na terra. *** Essa imensa massa líquida que nos seus 330milhões de quilometros quadrados ocupa 70% da superfície do globo, polarizará por todo este ano a inteligência universal responsável, toda entregue a reparar-lhe os danos e impedir-lhe lesões maiores, na elaboração de leis e estatutos que lhe cicatrizarão os males e lhe deterão a ruína total, precavendo-a de se transformar num imenso mar morto. *** Essas mesmas águas que nos vêm da Criação já povoadas e enriquecidas desde o segundo dia do Criador, quando separou-as e povoou-as com esmero de artista. Deu-lhes mais: um caminho movediço e deslizante pelo qual os povos primitivos recém-saídos das tribos primeiras, aventuraram-se à caminhada dos milênios que lhes facultou entre terras e mares, serranias e caudais, a chegada ao Estreito de Bhering e lhes ofereceu o Ocidente. Traziam já consigo o uso de quipos: o calendário mais perfeito de todos os tempos; o culto do Sol, o segredo das pirâmides e deixaram marcas de uma civilização atordoante e surpreendente. *** Essas massas líquidas que forneceram aos fenícios, o segredo do múrice purpúrio que lhes abriu à comercialização de todos os povos as especiarias do Levante. *** Essa mesma massa fluída, movente, aliciante e perigosa que sugeriu à fantasiosa imaginação do homem as mais ricas e envolventes mitologias, povoando os mares e oceanos dos tritões, dos deuses invencíveis, das ninfas, das sereias, capazes de desviar Ulisses dos braços de Penélope, isolan-
do-o na ilha da Perfeição de que o herói se enfarou e fugiu de regresso ao lar. *** Essa mesma massa escorregadia, líquida e acariciante, que esconde no vai-e-vem da maciez das ondas o idílio eterno com a Lua, capaz, no paroxismo das tormentas de fazer sossobrar pequenos barcos ou couraçados gigantes nas partidas perigosas das batalhas navais, à força total das quais jazem em seu seio misterioso as carcaças de submarinos e aviões camikases. *** Essa mesma massa líquida, flutuante, instável e fascinante arrebata a literatura de todos os tempos lembrando-nos o misterioso Navegante Solitário que Wagner extraiu das lendas dos Países Baixos e imortalizou no Navio Fantasma. *** Esse imenso lençol movediço sepultou em seus abismos profundos os lendários lêmures, a terra de Mu e a Atlântida de cuja civilização fantástica falam os helenos clássicos. *** Essa imensa mole líquida oferece através de sua crosta sólida, no solo abissal, o sustentáculo às grandes realizações da tecnologia mais avançada através das pontes quilométricas - pontes da amizade, da comunicação, da interação de regiões e países em prol do enriquecimento, da amizade, do progresso. *** Do profundo de suas águas flutuantes jorra o petróleo - força econômica que se constitui o sexto poder do mundo. *** Singrando suas águas inseguras, partiram um dia, de uma pequenina Nação Lusitana, as caravelas que nos revelaram ao mundo. Estamos a 500 anos da descoberta.
Que a Embaúba é uma árvore típica do cimo da Cuesta de Botucatu? Pois é, a Embaúba que também é conhecida por Umbaúba, Ambaíba, Ambaúba, Imbaúva ou Imbaúba, é árvore da família das Moráceas (cecropia palmata); é árvore de tronco indiviso. Embaubal é o bosque de embaúbas. Também é chamada de árvore-dos-macacos ou árvore-da-preguiça ou torém. O antigo traçado férreo da Sorocabana passava por Vitória (Vitoriana), Lageado e...Embaúba... Sim, Embaúba é uma pequena Vila pertencente a Botucatu que até hoje é procurada pelos amantes da pesca por ser um local ideal e piscoso. Hoje, o descuido e o desrespeito à natureza reduziu muito o número de Embaúbas em nossa região, mas podem ser encontradas na Cuesta e em vários pontos verdes de nossa cidade.
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FARMÁCIA CASEIRA NANDO CURY
Parece que quanto mais idade ganhamos, mais nos julgamos “especialistas” em tratamentos da saúde. E confiamos na nossa capacidade de mandar ver na automedicação. Ah, isso é uma mania dos 60 Mais, não é? Não só deles, digo nossa. Lógico que não se restringe a essa faixa etária. Cerca de 77% dos brasileiros usam medicamentos sem qualquer orientação médica. É o que apontam os dados do Conselho Federal de Medicina. O índice foi alcançado também, considerando-se as apostas em diferentes soluções indicadas para prevenir ou conter a pandemia. Remédios que focam na vitamina D, vitamina C, kit Covid e muito mais. Mas, ainda bem que a nossa automedicação carrega o carimbo de “certificada”. Ou seja, nos automedicamos com muita parcimônia, pois fomos previamente orientados sobre o risco de intoxicação. Sabíamos que o uso contínuo de certos remédios, como os antibióticos e anti-inflamatórios, podiam atacar órgãos vitais. Portamos um certificado autenticado a um hábito herdado dos nossos pais. De geração para geração. Em quase todas as famílias é possível testemunhar a existência de uma farmácia caseira, para ajudar nas febres da infância, nos resfriados da adolescência e em algumas emergências em qualquer idade. Faço um adendo importante. A farmácia caseira dos meus pais não tinha tranca e o acesso só era liberado com a presença de mamãe. Helena tinha longa vivência por seu dedicado trabalho no Centro de Saúde. Estava sempre antenada sobre novas doenças e como combate-las. Ao primeiro sintoma com alguém da família, lá vinha Helena equipada com o termômetro para medir a nossa temperatura. Abria nossa boca, com aquele palito de sorvete que imobiliza a língua, para poder observar, com a ajuda da luz de uma luminária manual, se a garganta estava ou não inflamada. Em casos suspeitos, em que previa a possibilidade de sintomas médios ou graves, mamãe ligava direto pros médicos especialistas. E nos levava rapidamente pros consultórios. Mais tarde, quando montamos nossas casas, minhas irmãs e eu trouxemos junto a “fórmula” da farmácia caseira, com a lista completa dos nomes dos remédios, mais os alertas bem digeridos dos modos de usá-los. Lembro que tinha um pouco de tudo na antiga farmácia caseira dos Donato Cury. Para
quedas ou machucados, havia a desinfetante água oxigenada e o Merthiolate pra cicatrizar. A gaze, o algodão, esparadrapo e o Band Aid completavam os curativos. Não podiam faltar o Sal de Frutas Eno, a Aspirina, a Novalgina, o Anapyon pros gargarejos, Amidalin pra dor de garganta, LactoPurga, um laxante leve. Lá estavam presentes o Luftal antigases, colírio Lerin, conta-gotas pro nariz, Cerumin pra amolecer cera de ouvido. Pomada Minancora para tratar espinhas e inflamações. E “revolucionários” produtos, indicados para crescermos fortes e sadios, como Emulsão de Scott com seu poderoso óleo de fígado de bacalhau, Biotônico Fontoura, na fórmula original e Calcigenol irradiado. Hoje, nossa farmácia caseira está dividida em duas caixas especiais, que ficam nos armários dos banheiros do apartamento. Deixamos uma gaveta de armário só pras pomadas diversas. Pensando no uso emergencial, no armário da cozinha mantemos um vidro com remédios tipo Epocler para ajudar o fígado, Engov, Dramin para náuseas, Resfenol para dor de cabeça, Floratil para regular intestino. Ao redor do vidro algumas caixas com Dorflex ou Tandrilax que atuam como relaxantes musculares, Omeprazol para pro-
teger o estômago, DecongexPlus e Seki, xaropes contra a tosse, potinhos de vitamina C, solução aquosa de própolis e mais alguns. Por outro lado, quando trocamos o cenário residencial por paisagens de eventuais viagens, uma das coisas mais fascinantes do planejamento é montar a frasqueira. E incluir o indivisível kit de primeiros ou constantes socorros. Dentro da frasqueira vão pomadas batutas como Dermodex contra assaduras, Nebacetim contra queimaduras, Massageol para dores musculares, Hirudoid contra batidas e outra antialérgica. Complementam a lista os remédios naturais de uso contínuo. E, no calor, os indispensáveis: Off para espantar insetos, o protetor solar e o hidratante. Resta uma reflexão. Cada medicamento funciona de uma maneira diferente, de acordo com o histórico de cada pessoa. Portanto, quando algo acontecer, em casa ou numa viagem - e as doses dos ingredientes caseiros não funcionarem - foque rapidamente sua atenção naquela receita clássica, que passa voando no final do comercial: “se persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado”.
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“Borbulhante”
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“Tell your story. Shout it. Write it. Whisper it if you have to. But tell it. Some won’t understand it. Some will outright reject it. But many will thank you for it. And then the most magical thing will happen. One by one, voices will start whispering, ‘Me, too.’ And your tribe will gather. And you will never feel alone again.” L.R. Knost
Alan Feltus - From Page to Memory, 2004. Maria De Lourdes Camilo Souza
Comecei contando estórias pandêmicas que continuaram e aí viraram endêmicas, surtos que vão e vem e agora já mudaram tanto os vírus que já perdemos a noção. Quem nunca pegou acabou pegando e por aí vamos. Até o macaco virou notícia e nome de febre da varíola. Novas estórias e novas preocupações, causos malucos. Nem sei a quantas anda a guerra entre Rússia e Ucrânia. Johnny Deep ganhou a ação e a discussão. Will Smith ainda rende notícia por conta do tabefe em Chris Rock na noite do Oscar, coisa que continuo achando cinematográfico e coreográfico, e acho mesmo que foi tudo combinado antes para dar auê. Coisas de Hollywood. E quem diria? Top Gun Maverick é filmão. Tom Cruise sensacional, continua emocionando e dessa feita está lotando os cinemas. Coisa que os filmes ganhadores do Oscar não conseguem. Para ser sincera nem lembro o nome de nenhum deles. O careca Belzebu continua fazendo das suas; e na boa?? Ninguém contesta? Despautério, diria minha avó Angelina! Prefiro falar de poesia e daquela poeta portuguesa Flora Figueiredo a quem fui apresentada recentemente e em seus ver-
sos me tocou o coração com sua singeleza. Coisa difícil nestes últimos tempos diamantinos, achava que nada mais me faria enternecer, e suspirar e de repente sonhar. Consegue imaginar um poema que foi colocado numa “bolha onde o arco íris passeia e adormeceu? Quando acordou o poema não era mais meu, era teu”. Imagem mais terna. Como a Sonata de Beethoven tocada ao piano que uso como música de fundo neste momento, como inspiração plangente.