Edição 503

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Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU ANO II Nº 503 SÁBADO E DOMINGO, 18 E 19 DE JUNHO DE 2022

KASATO-MARU

O Kasato Maru foi originalmente um navio russo chamado Kazan que foi utilizado como navio-hospital durante a Guerra RussoJaponesa. No final da guerra, passou para os japoneses como indenização de guerra ou capturado. Foi adaptado para ser navio de passageiros e transportou os soldados que tinham combatido na Manchúria de volta para o Japão. Em seguida, passou a ser utilizado para transporte de imigrantes japoneses para o Havaí, em 1906, e para o Peru e o México, em 1907. Em 1908, trouxe o primeiro grupo oficial de imigrantes japoneses para o Brasil. A viagem começou no porto de Kobe e terminou, 52 dias depois, no Porto de Santos em 18 de Junho de 1908. Vieram 165 famílias (781 pessoas) que foram trabalhar nos cafezais do oeste paulista.

O DIÁRIO DA CUESTA fez o registro da importante imigração japonesa para o Brasil em sua edição nº190, de 18/06/2021. É REGISTRO HISTÓRICO Diário da Cuesta 4

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“Folha de Botucatu”, 29/06/1988

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EXPEDIENTE

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

WEBJORNALISMO DIÁRIO

Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.


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OS ATROPELAMENTOS DAS VACAS Roberto Delmanto

O empresário herdara, há quarenta anos, a fazenda perto de São Paulo que antes pertencera ao pai e ao avô. Criando gado leiteiro, cuidava dela com todo carinho, indo lá pelo menos uma vez por mês. Certo dia, uma vaca atravessou a cerca que separava o pasto da estrada vicinal, invadindo a pista e sendo atropelada por um ônibus. Embora não tivesse havido feridos, foi lavrado um termo circunstanciado pela contravenção de não guardar com a devida cautela animal perigoso, prevista no art. 31, caput, da Lei das Contravenções Penais. Apesar da cerca aparentar ter sido cortada por alguém, não foi periciada, pois o administrador da fazenda preocupou-se em repará-la imediatamente, a fim de evitar que outros animais se evadissem. Alguns meses depois, outra vaca atravessou a cerca e adentrou à pista, sendo atropelada por um carro com dois ocupantes, cujo passageiro se feriu levemente. Este

não representou criminalmente contra o motorista por lesões corporais culposas, por achar que ele não teve culpa. Todavia, novo termo circunstanciado foi lavrado igualmente pela guarda sem cautela de animal perigoso. Mais uma vez, a cerca aparentava ter sido cortada, mas acabou não sendo periciada pela urgência em consertá-la. O empresário, a quem defendi, garantiu que a cerca estava em perfeitas condições, suspeitando de um ex-funcionário despedido por justa causa, que prometera se vingar. Este, ouvido na polícia, negou qualquer sabotagem, alegando que já tinha alertado o ex-patrão das más condições da cerca e que ele nada fizera. Outro ex-empregado, dispensado amigavelmente, o desmentiu, declarando que a cerca era nova e estava em ótimas condições. O primeiro termo circunstanciado foi arquivado, por entender o promotor que vaca não é animal perigoso. Já no segundo termo, outro representante do Ministério Público, pensando de forma diversa, decidiu denunciar o empresário. Antes de fazê-lo, solicitou fossem requisitadas informações sobre seus antecedentes para ver se ele fazia jus à transação penal, evitando o processo. Entretanto, como as informações demorassem a chegar, o fato prescreveu. Por via das dúvidas, logo após o acidente com o segundo animal, o cliente resolveu fazer uma segunda cerca em toda a extensão do pasto para a estrada, que, assim, passou a ter uma dupla proteção. E, ao que soube, até hoje não houve mais vacas atropeladas...


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ARTIGO

“As caçadoras de pérolas do Japão”

Maria de Lourdes Camilo de Souza Dia dos namorados, da troca de carinho, de presentes e principalmente do Amor. E a estória veio do Japão. Houve uma época que intrépidas mulheres das aldeias costeiras do Japão, denominadas as Ama. Elas mergulhavam seminuas nas águas geladas do Oceano Pacífico atrás de ostras e caracóis, vestidas só de tanga e munidas de máscaras e facas. Após a Segunda Guerra Mundial, com o aumento do turismo, o olhar dos forasteiros começou a erotizar a nudez até então inocente dessas mulheres sereias. Fiz grandes e queridos amigos que vieram da Terra do Sol Nascente. E dessas queridas pessoas amorosas e sinceras recebi presentes. D. Kyoko que toda semana me regalava uma revistinha do Acendedor da Seicho-no-ie, repleta de ensinamentos. O Sr. Ueno, muito simples e trabalhador, com suas mãos calejadas e carcomidas da terra nos trazia aqueles pêssegos enormes e deliciosos da Colônia Santa Marina. O Dr. Milton Yoshida que conheci lá na UNESP, que fazia o intercâmbio de estudantes e pesquisadores entre os dois países. Tem também o Anilton Martim , querido amigo que casou-se com a Marcia Japonesa e foram viver no Japão. Ele me mandava lindos cartões postais de lá. Quando regressou fez-me uma visita e deu-me de presente um cordão de ouro com uma linda pérola. Quando mostrava o presente aos meus sobrinhos netos contava a lenda das sereias caçadoras de pérolas do Japão. Eu considero que essas amizades são símbolos que guardo como lindos tesouros no fundo do coração como as pérolas cultivadas nas ostras.

No Rodapé: colocar a foto do Kasato-Maru


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LEITURA DINÂMICA

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– Entre os agricultores pioneiros, estava Sazuko Sawabe, responsável pelo desenvolvimento de uma variedade que, no ano de 1959, recebeu oficialmente o seu nome: pêssego Sawabe. E foi tão grande a aceitação dessa variedade pelos brasileiros que a mesma passou a ser cultivada em todo o país. O pêssego Sawabe divulgou a Colônia Santa Marina de Botucatu em todo o Brasil.

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– Destaque especial para as condecorações recebidas no Centenário da Imigração Japonesa a nível nacional, municipal e internacinal.

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– Nas comemorações do Centenário da Imigração Japonesa para o Brasil, em 18 de Junho de 1988, a comunidade japonesa de nossa cidade, unida e coesa, prestou expressiva homenagem às mais idosas representantes da colônia residentes em nosso município: Carmem Gushiken, 98 anos; Kunie Kiy, 88 anos e Fumilko Sakata, 87 anos. Sendo que Carmem Gushiken era considerada e reconhecida até no Japão como a nissei mais idosa do Brasil, tendo nascido depois da chegada do navio Kasato-Maru que trouxera seus pais.

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– Natural de Kaganva Sem – Ilha Shihoho/Japão, Seiichi Konishi nasceu em 06/02/1913. Chegou ao Brasil em 1931, trabalhou um ano na lavoura como imigrante. Veio para Botucatu mais ou menos por volta de 1932, onde trabalhou como protético, profissão iniciada no Japão. Foi o 1º protético de Botucatu. Trabalhou como Dentista prático. Casou com Dona Dinah, em 1946, tendo 4 filhos (2 casais). Foi membro do Lions Clube e atuou

na Comissão Municipal de Esportes. Foi o primeiro descendente japonês a receber a Cidadania Botucatuense.

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– O então prefeito Luiz Aparecido da Silveira, recebeu (1980) comitiva de autoridades estrangeiras lideradas pelo Sr. Minoru Satake, em visita oficial. Na oportunidade, o presidente da Associação Botucatuense de Cultura Japonesa colocou a pedra fundamental da Praça Brasil Japão.


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