Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU ANO II Nº 505 TERÇA-FEIRA, 21 DE JUNHO DE 2022
ABREU SODRÉ À partir da esquerda: Cordeiro e Alfredo Chaguri (Bofete), Nelson Gasparini (Botucatu), Governador Abreu Sodré, Prefeito Wadhi Jorge (Anhembi), Antônio Delmanto (Botucatu), Pedreti Neto (Botucatu) e Prefeito Amaral de Barros (Botucatu), 1967. Roberto Costa de Abreu Sodré nasceu no dia 21 de junho de 1918, na capital paulista, filho de Francisco de Paula Abreu Sodré e de Idalina Costa de Abreu Sodré. Pertencia a uma tradicional família de cafeicultores e pecuaristas da Média Sorocabana. Seu irmão Antônio Carlos de Abreu Sodré foi um dos líderes do Partido Democrático de São Paulo e do Partido Constitucionalista, Promotor Público e Vereador em Botucatu, revolucionário de 1932, constituinte de 1934 e deputado federal de 1935 a 1937 quando em dobradinha com o botucatuense Dante Delmanto foram eleitos com a maior votação do Estado. Roberto Sodré morou em Botucatu e estudou no Ginásio Diocesano (hoje, La Salle). Eleito Governador de São Paulo, fez sua primeira viagem para o interior, vindo para Botucatu onde recebeu seu 1º título de Cidadão. Leia histórico nas páginas 2, 3 e 4.
Avenida Conde de Serra Negra
A Avenida Conde de Serra Negra já está recebendo a nova base para a pavimentação. São várias frentes de trabalho atuando juntas, em pontos diferentes, para que a obra ocorra rápido e em breve tenhamos mais uma das entradas da cidade revitalizada. Botucatu crescendo e se modernizando no entorno da Cuesta!
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Governador Roberto Costa de Abreu Sodré
1958 - referente à dobradinha Antonio Delmanto e Roberto de Abreu Sodré 1934 - referente às Eleições da Constituinte de 1934, com a dobradinha Antonio Carlos de Abreu Sodré e Dante Delmanto, os mais votados do Estado de São Paulo
1936 - referente às Eleições da Constituinte de 1934, com a dobradinha Antonio Carlos de Abreu Sodré e Dante Delmanto, os mais 1958 - referente à dobradinha Antonio votados do Estado de São Paulo Delmanto e Roberto de Abreu Sodré
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DIRETOR: Armando Moraes Delmanto EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689
1964 - Visita a Botucatu do governador Carlos Lacerda, da Guanabara (Rio). Da esquerda para direita: Dep. Fed. Herbert Levy, gov. Lacerda, Dep.Est. Abreu Sodré e Ver. Antonio Delmanto, em palestra no Circulo Operário de Botucatu
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INAUGURAÇÃO DA TV CULTURA E INAUGURAÇÃO DO TRECHO/PLANALTO DA RODOVIA DOS IMIGRANTES
1968
1967 - primeira visita como Governador de São Paulo ao interior do Estado, onde recebeu o título de Cidadão Botucatuense
1968 e 1969
1971 - Inauguração da Rodovia dos Imigrantes: à partir da esquerda, prof. Américo Oswaldo Campiglia, presidente do DERSA, governador Abreu Sodré, Armando Moraes Delmanto e Tharsício de Souza Santos. Amanhã, 21 de Junho, comemora-se o aniversário do ex-governador Roberto Costa de Abreu Sodré (1967/1970). Tendo sido o primeiro governador de São Paulo eleito, de forma indireta, pela Assembleia Legislativa, durante o Período Militar. Fez um governo moderno, notadamente nos transportes (com a criação do DERSA - Desenvolvimento Rodoviário S/A), com a construção da Rodovia Castelo Branco e da Rodovia dos Imigrantes (quando inaugurou o trecho do planalto) e no setor cultural com a criação da TV CULTURA - televisão educativa, uma das pioneiras do Brasil. Tendo sido deputado estadual e presidente da ALESP - Assembleia Legislativa de São Paulo, Abreu Sodré encerrou sua carreira política como Ministro das Relações Exteriores, no governo de José Sarney. Toda a sua carreira teve como propulsor a grande liderança política exercida por seu irmão, Antonio Carlos de Abreu Sodré, político de destaque do Partido Democrático e, posteriormente, do Partido Constitucionalista pelo qual se elegeu Deputado Federal na Constituinte de 1934, como o mais votado do Estado em dobradinha com Dante Delmanto, eleito Deputado Estadual com a maior votação do Estado. Assim, vamos reproduzir, abaixo, tre-
cho publicado no livro “Memórias de Botucatu”, de 1990: “Aqui abro mais um parêntese Certos fatos de nossa história sempre estão “amarrados” a fatos passados. Por isso a importância da memória na vida de um povo e em nossa própria vida. A ligação da família Delmanto com a família Abreu Sodré remonta aos anos 20/30. O Dr. Antonio Carlos de Abreu Sodré foi Promotor Público e Vereador em nossa cidade, sendo líder do Partido Democrático - PD. Seu irmão, Sr. Francisco, muito adoentado, residiu em Botucatu em busca de recuperação. Isso não ocorreu, vindo a falecer em nossa cidade. O irmão menor de Antonio Carlos (Roberto) e que viria a governar o Estado de São Paulo, chegou a cursar o Ginásio Diocesano. Durante a Revolução Constitucionalista de 1932, o então tenente Dante Delmanto, na frente localizada em Casa Branca, conviveu com vários botucatuenses e, inclusive, com 3 irmãos da família Abreu Sodré. Com a manchete “Correspondência de Soldados”, o Jornal de Notícias, de 11/09/32, trazia a seguinte nota: “O nosso conterrâneo, Dr. Dante Delmanto, escrevendo de Casa Branca ao gerente do “Jornal de Notícias”, assim diz: “Ao caro Nello (Nello Pedretti), Dante envia um grande abraço e participa que no setor de Mococa se encontram reunidos numerosos botucatuenses e entre eles: Milton Amaral, Lauro e Orlando Bonilha, Paulo Carneiro, Paulo Geraldo, Antonio Cardoso de Almeida, Roberto Fazzio, Antonio Brasil Junior, Alfredo Bueno, Álvaro Nogueira e um filho do falecido Rodrigues Cunha, além de 3 irmãos do Dr. Sodré. Gente firme e valente”. Após a Revolução Constitucionalista de 32, Botucatu partiu coesa para as eleições gerais de 1934 (Assembléia Constituinte). Para Deputado Federal, o Partido Constitucionalista lançou o Dr. Antonio Carlos de Abreu Sodré, destacado líder do partido e que era Promotor Público em Botucatu. Para Deputado Estadual, o PC lançou a candidatura do jovem advogado botucatuense, Dr. Dante Delmanto, com atuação de destaque no Fórum de São Paulo (pertencia ao escritório de advocacia do Dr. Marrey Jr., jurista e político de prestígio) e nos meios esportivos, eis que era Presidente do Palestra Itália (Palmeiras) onde acabara de conseguir o tricampeonato paulista -1932/33/34. Ambos foram eleitos com a maior votação individual de todo o Estado de São Paulo. Pois bem, de 1937 a 1945 tivemos o período ditatorial de Getúlio Vargas. A re-
4 democratização só ocorreria em 1946. À partir de 46, os políticos que militaram no antigo Partido Democrático aglutinaram-se na recém fundada União Democrática Nacional - UDN. O Dr. Antonio Carlos de Abreu Sodré falecera e o Dr. Dante Delmanto afastara-se da política durante o período ditatorial, dedicando-se exclusivamente à sua banca de advocacia criminal. Já nos anos 50, lança-se candidato a Deputado Estadual o irmão mais novo do Dr. Antonio Carlos de Abreu Sodré: Roberto Costa de Abreu Sodré. Em Botucatu, Antônio Delmanto continuava em sua militância política e estreava como o vereador mais votado de Botucatu, nas primeiras eleições após a Ditadura de Vargas. Nos anos 50, Delmanto pertencia aos diretórios nacional e estadual da UDN, exercendo liderança efetiva em nossa região. Grandes amigos e Deputados Federais do partido, Antonio de Souza Noschese (cujo pai residia em Botucatu e aqui foi enterrado após sua morte) era Vice-Presidente da FIESP e Herbert Levy que era presidente do Banco da América, convocaram Antônio Delmanto para que representasse Botucatu e região como candidato a Deputado Estadual pela UDN. Convocado pelos companheiros do partido e pelos correligionários da cidade, Delmanto decidiu-se pela aceitação de sua candidatura. No entanto, visita de Roberto Costa de Abreu Sodré alterou sua decisão. Em nome dos velhos tempos, Abreu Sodré pedia a Delmanto que saísse candidato a Deputado Federal para que ele pudesse contar com os votos de Botucatu e região como candidato a Deputado Estadual. E foi o que ocorreu. Naquela época não havia essa história de se apoiar candidato de fora em troca de “financiamento de campanha”. Nada disso. Era na base do idealismo. A base partidária do partido “bancava” os seus candidatos. Nada de dinheiro sem origem e nada de “fantasmas”. Sempre que havia eleição, Abreu Sodré votava em Botucatu (à época era possível ao candidato escolher onde votar), sempre desfilando pelas ruas da cidade ao lado do Dr. Antônio Delmanto e dos udenistas locais. Com a dobradinha, Abreu Sodré elegeu-se Deputado Estadual, sendo certo que os votos de Botucatu e da região foram decisivos para sua vitória. Eleito, Abreu Sodré ampliou sua base política. Elegendo-se Presidente da Assembléia Legislativa por 3 vezes consecutivas. Em 1966, com prestígio entre os deputados estaduais e em seu partido, a ARENA, Roberto Costa de Abreu So-
Diário da Cuesta dré é indicado e eleito Governador do Estado de São Paulo, pela Assembléia Legislativa, sendo o primeiro governador eleito de forma indireta, na vigência do regime militar. Com a eleição de Abreu Sodré, a cidade de Botucatu passa a “sonhar” com a boa sorte e os bons tempos. Uns diziam que o Dr. Antônio Delmanto, médico de prestígio e político em ascensão, seria Secretário de Estado, convocado pelo amigo. Isso não ocorreu. A bem da verdade, Antônio Delmanto da mesma forma que seu mano Dante Delmanto, nunca aceitou cargo remunerado na administração pública. Durante o governo de Abreu Sodré, Antônio Delmanto, juntamente com o Dr. Rafael de Moura Campos, exerceu o cargo de Representante da Comunidade Botucatuense junto à FCMBB-Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu. Essa representação junto ao Conselho Diretor da FCMBB, por 2 anos, foi sem remuneração. No campo político a amizade entre Delmanto e Abreu Sodré haveria de custar ao primeiro a eleição municipal. Em 1968, a cidade de Botucatu vivia um período singular. Em plena Ditadura Militar, Botucatu tinha a sua greve de estudantes e a primeira greve (rebelião) de padres católicos do país e, se isso não bastasse, seriam realizadas eleições municipais.
políticos da antiga base de sustentação do regime Vargas que estavam marginalizados e descontentes. Não havendo candidato disposto a enfrentar o candidato oficial, tido como “irmão” do governador, a oposição lança um candidato desconhecido: o Sr. Luiz Aparecido da Silveira. Pois bem, sem o saber estavam lançando uma nova liderança política. Os “caciques” da velha república esperavam que Lico Silveira, homem simples e ligado à terra, se eleito, fosse facilmente manobrado: que fosse um homem de cabresto. Lêdo engano! O homem tinha personalidade. Fez governo próprio e descartou “um-a-um” os figurões. Na verdade a candidatura de Lico Silveira selava o fim de um período em Botucatu. Botucatu estava caminhando para uma nova realidade social e a política também teria que mudar. O Governador Abreu Sodré, após sua posse, em março de 1967, realizou a primeira visita ao interior do Estado vindo, exatamente, para a cidade de Botucatu. Aqui recebeu o seu primeiro título de “Cidadão” como Governador, durante as festividades do aniversário da cidade (14/04/67)”. Roberto Costa de Abreu Sodré (São Paulo, 21 de junho de 1917 — São Paulo, 14 de setembro de 1999) [1] foi um advogado, empresário e político brasileiro. Foi deputado estadual, governador do Estado de São Paulo e ministro das Relações Exteriores do Brasil. Foi um dos fundadores da União Democrática Nacional (UDN) em 1945, e posteriormente integrante da Arena, a partir de 1966. Foi eleito de maneira indireta para o governo de São Paulo, cargo que ocupou de 31 de janeiro de 1967 a 15 de março de 1971. Foi casado com Maria do Carmo Mellão de Abreu Sodré, falecida em 24 de janeiro de 2012, que foi presidente do Fundo de Solidariedade Social, que ela própria estimulou o marido a criar assim que assumiu o governo paulista em 1967. [2]
1968 Não é preciso dizer que a oposição da época através do MDB, ganhou. A ARENA ganhou em quase todo o Estado, em Botucatu, não. Nesse quadro político, a oposição cresceu na cidade. O MDB local não era forte, mas com a nova realidade local aglutinou em torno da legenda os
Seu pai, Francisco Sodré, foi o segundo prefeito do município de Santa Cruz do Rio Pardo e o responsável pela chegada dos trilhos da Estrada de Ferro Sorocabana. Irmão do grande líder democrático, Antonio Carlos de Abreu Sodré que foi um dos políticos mais importantes de São Paulo no período de 1930 a 1945. A presença forte e exemplar de seu irmão na política paulista lhe propiciou sua caminhada política sólida e positiva. Wikipedia
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“Tempinho de vida “ José Maria Benedito Leonel
Neste trecho da minha vida já entendi que desta vida a gente só leva a vida que leva, mais nada. Se eu puder ficâ por aqui mais um pouco, só quero me desapegá de uns caprichos, de umas tontices, de umas manias e bardas. Sabe por que? Pra pode vivê gostoso, rindo, brincando, acarinhando, proseando com minha gente prosa doce como caqui. Só vou lacrimejá na cantiga da “Salve Rainha”, mãe de misericórdia pela Irmandade do Divino Espírito Santo:” Sarve Rainha, mãe de misericórdia, vida, doçura, doçura, esperança nossa”... A meu favor digo que sempre tive empatia com o agir alheio. Fui inocente as vezes, usado as vezes, mas nunca fui carrasco de ninguém. Sempre acolhi as diferenças individuais e os valores de
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cada um, mas mantive os meus. Sei bem de onde venho e conheço o alcance do meu laço. Pouco pude fazê pra miorá esse mundão de Deus, mas ao menos não humilhei os humildes, não desprezei os mais pobres, nunca fingi amor e nunca fiz minha mãe chorá. O tempinho que me resta quero que seja bonito como a barra do dia, como o pé de ipê amarelo, florido, lá nas grotas do sítio Barro Preto. Quero que seja bonito como as garças do Rio Petiço ou as marrequinhas da Agua do Corvo, dos caminhos da minha vida. Eu só quero ser feliz, viver contente, andando a cavalo, cantando moda de viola, abraçando quem quero bem, sendo afável com as pessoas. Nem pense que sou alienado, mas é que tenho meus valores e tenho propósitos em minha vida. Sou rico do meu jeito! Acredito, quando escrevo essas coisas, que não tô sozinho nessa vontade de viver gostoso, brincando, rindo, esse tempinho que me resta. Estou? É que eu já sei que a vida não tem ensaio. Ela foi o que foi e não tem volta. Perdoem-me meu modo de vê a vida ou de viver, mas sou o que pude ser.
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Esportes Lucas Nogueira
Ronaldo altera escudo do Valladolid e gera protesto entre torcedores na Espanha Fenômeno concretizou o anúncio de mudança de emblema feito em abril nesta segunda-feira, no aniversário de 94 anos do clube
O Real Valladolid, clube espanhol de Ronaldo Fenômeno, lançou nesta segunda-feira (20) seu novo escudo, com intuito de dar uma nova perspectiva do time, trazendo elementos de evolução como um reflexo da fase que o time está vivendo. Após passar por três anos de estudo sobre rebranding, com a consultoria da FutureBrand, o novo visual do clube foi consultado por membros da equipe, historiadores e sócios do time para que todos tivessem seu parecer à respeito do passado e do futuro do clube. A diretoria do Valladolid afirma que para a construção do novo emblema foram analisados registros históricos do time para projetar a nova identidade do futuro. O brasão perdeu detalhes como as espadas e os ramos de São Fernando, as chamas da área superior esquerda teve seu desenho simplificado. A coroa que está no topo do escudo foi reduzida e também feita com traços mais simples. Os torcedores não aprovaram as mudanças de Ronaldo e subiram a hashtag #ElEscudoNoSeToca como forma de protesto, que em tradução para o português significa “O escudo não se toca”. Na festa de anúncio do acesso do time a primeira divisão do Campeonato Espanhol também foi possível ver faixas de protesto com a mesma crítica. O brasão do time europeu não era alterado desde 1998 e gerou revolta nos torcedores espanhóis, que são contra pois acreditam que o símbolo faz parte da história do clube.
Faixa com o escrito “El escudo no se toca”, em português “O escudo não se toca”
Torcedores colocam faixas em protesto contra Ronaldo em frente ao clube
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