Edição 507

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Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU ANO II Nº 507 QUINTA-FEIRA, 23 DE JUNHO DE 2022

PESQUISAS ELEITORAIS VOCÊ CONFIA ?!?

VERGONHA NACIONAL !!!

No início dos anos 80, disputavam a Prefeitura de São Paulo, Jânio Quadros e Fernando Henrique Cardoso. TODOS os Institutos de Pesquisa davam a vitória para FHC, apenas as enquetes da Rádio Jovem Pan davam a vitória para Jânio. Resumo: com o apoio do prefeito nomeado da Capital, Mário Covas e do governador Franco Montoro, FHC tirou fotos sentado na cadeira de prefeito, um dia antes das eleições... Perdeu feio e ficou desmoralizado. Jânio Quadros DESINFETOU a cadeira de prefeito no primeiro dia de trabalho !!! Leia matéria na página 3


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Diário da Cuesta

Editorial É muito complicado o jogo político. E as “espertezas” ou canalhices são encontradas nas situações mais paroquiais... Na primeira eleição de Leonel Brizola para governador do Rio de Janeiro, a Rede Globo e o Instituto que fazia a coleta dos dados já tinham derrotado o Brizola. Eis que se formou uma Rede Informal da Legalidade e, via Justiça Eleitoral, Brizola teve reconhecida a sua vitória. A proteção dos Institutos de Pesquisas, geralmente, está atrelada à contratação continuada desses mesmos Institutos para o monitoramento da popularidade dos respectivos governos ou, então, mediante sua contratação por elevada somada de dinheiro. Nos EUA, por exemplo, onde os direitos sociais e humanos propiciam uma fiscalização efetiva e séria, as pesquisas tendem a corresponder mais à realidade. Apenas para registro, nas eleições de 2018, o presidente Bolsonaro, segundo as pesquisas, PERDERIA para todos os candidatos em um segundo turno. O governador do Rio (WITZEL), eleito em 2018, perderia com 12% e, na verdade, ganhou com 41%. O governador eleito de Minas, Zema, perderia com 23% e, no entanto, ganhou com 42%. NÃO SÃO ERROS DA MARGEM DE ERRO... SÃO PESQUISAS FAJUTAS, FALSAS!!! Enfim, o Regime Democrático necessita superar essas “artimanhas” dos espertinhos de sempre, “sugadores do dinheiro público”, para alcançar a sua sustentabilidade. É isso. A Direção.

EXPEDIENTE NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

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Eleições: reduzindo a pó as ilusões... Na Faculdade de Sociologia e Política tínhamos na grade curricular, com destaque, as matérias de Estatística, Ciência Política e Economia. E a análise das pesquisas tinha uma atenção especial, não só as políticas mas, principalmente, as ligadas ao setor produtivo. Então, o que devemos entender por “pedido do cliente”? Ora, que as pesquisas podem ser direcionadas conforme as espectativas do cliente, ou seja, apenas para exemplificar: na Capital paulista, pesquisa feita no Largo 13 ou na Capela do Socorro tende a beneficiar candidatos da oposição; já a pesquisa feita em bairros tradicionais como nos Jardins e Higienópolis tendem a beneficiar os candidatos da situação. E as possibilidades de “enfoque” são muito diversas: o eleitorado jovem tende a votar pela renovação; o eleitorado da terceira idade tende a ser mais conservador. Outra: o eleitorado classe A vota, quase sempre, na situação; já o eleitorado dos bairros operários, com certeza, dará seus votos para os candidatos populares e de partidos da oposição...

RESUMINDO: As pesquisas dependem, fundamentalmente, do pedido do cliente... NÃO são infalíveis. E o exemplo histórico aconteceu nas primeiras eleições diretas para Prefeito da Capital de São Paulo (após o Regime Militar), com a disputa polarizada entre Fernando Henrique Cardoso e o ex-presidente Jânio Quadros. Pois bem, TODOS os Institutos de pesquisas davam a vitória CERTA de

FHC, só a Rádio Jovem Pan – que em 2022 está comemorando 80 Anos de Jornalismo Cidadão! - havia feito um levantamento de opinião, nada oficial ou científico, dando um resultado contrário. Jânio ganhou e FHC iludido pelas pesquisas, tirou uma série de fotos sentado na cadeira de prefeito, um dia antes das eleições. O governador era Franco Montoro e Mário Covas era o prefeito NOMEADO da Capital, todos apoiando a candidatura de FHC. Isso resultou em mais uma tirada histórica de Jânio: convocou a imprensa e desinfetou a cadeira do prefeito, com o seguinte comentário: “Nádegas indevidas sentaram nesta cadeira...” Com certeza, as eleições REDUZEM A PÓ OS SONHOS DE MUITOS...

“Preste atenção, o mundo é um moinho. Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos. Vai reduzir as ilusões a pó...”


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NA DANÇA DA DISCO MUSIC Nando Cury

Estávamos nos anos 70, a era mágica de questionamentos e descobertas sobre a vida, o país, o mundo. E especialmente a carreira profissional. Final de curso universitário, das rodas nos intervalos de aulas. Separação dos grupos de estudo, dos mestres professores, fim de projetos acadêmicos, de namoros... Momento de fincar o pé na real, abraçar os primeiros estágios e trabalhos. Desgarrar do amparo seguro da casa paterna e se arriscar. No contraponto, havia a música, que após o expediente e nos finais de semana, aliviava nossa tensão, quebrava a ansiedade, soltava nossas angústias, ajudava a superar os erros que eventualmente cometíamos no percurso do aprendizado. Se, em nossa memória, ainda estavam frescos os bailinhos de dançarmos parados e coladinhos, no dois pra lá, dois pra cá, opostamente a eles entrava nas programações das rádios e nas nossas seleções em fitas cassete, um novo tipo de música para dançarmos soltos. E que exigia movimentos do corpo todo. Era a disco music, influenciada pela soul music, o funk e a música latina. Seus novos sons traziam o piano elétrico, linhas funkeadas com ritmo marcado pelo baixo e o chimbal da bateria, guitarra com acordes sincopados, arranjos vibrantes para naipes de cordas e de metais. Completavam as beats eletrônicas com sintetizadores Moog. As vozes masculinas usavam muito o falsete e destacavam-se potentes vozes femininas. Tão logo a disco music se firmava nas rádios, surgiam pela cidade as discotecas, lugares super apropriados para receber a nova moda, com tudo o que ela pedia em sua configuração grandiosa: som, decoração, linguagem musical, iluminação fulgurante, bar, pista para dança para acolher inúmeros e ávidos dançarinos. Sob o incentivo do condutor de repertório de vinis, o disc jockey, vulgo DJ, que operava dois sofisticados toca-discos, ajustava o som e ainda interagia com o público. Lançada, em 1977, pelo empresário Ricardo Amaral, na Av. Faria Lima, a Papagaio Disco Club tinha pista exclusiva para a prática da dança e sofisticados equipamentos de som de 6.000 watts de potência. E inaugurava, oficialmente, o conceito de “discoteca” no Brasil. Sua decoração trazia arcos de neon multicoloridos e diversas bicicletas penduradas no teto, algumas com rodas em movimento. Oferecia “Pipoca Dançante”, as matinês para crianças aos sábados e domingos. E deixou alguns LPS gravados (Warner e Som Livre) com sequências de músicas da Disco. Outras ótimas discotecas paulistanas foram a Banana Power (na Av. São Gabriel), a Hippopotamus, a Ta Matete (com lounge e restaurante), a Overnight e a Toco. Para frequentar as disco, as garotas caprichavam no brilho com forte maquiagem, meia arrastão e o famoso salto de plataforma, Os garotos atacavam de camisa social de mangas arregaçadas, calças boca de sino e sapatos. O figurino era inspirado no badalado filme Saturday Night Fever (1977), onde o dançarino Tony Manero (John Travolta) compensava, com sua habilidade na dança, os momentos de uma vida cotidiana pouco expressiva. Aos dançarinos era esperado o fator coragem para iniciar a dança, no ritmo e no equilíbrio que impunham as disco musics. Antes de ir pra discoteca, havia o “esquenta”, a base de whisky e cerveja, alternando as geladeiras das casas de amigos e colegas a cada noite. No bar da discoteca o coquetel mais pedido era o dry martini: gim, vermute e gelo, batido na coqueteleira e decorado com a clássica

Diário da Cuesta azeitona no palito. Disputava com a cuba livre, daiquiri e a meia de seda. Boas lembranças? Simbora reviver o clima da discoteca em casa. Prepare o ambiente. Arraste os sofás, tire a mesinha de centro, enrole e isole os tapetes. Deixe a pista livre. Separe copos especiais e uma bebida quente. Verifique se a vitrola está com agulha nova e os LPs na sequência certa do play list seguinte. Ah, não esqueça de passar um recado pros vizinhos, já se desculpando que hoje tem som mais alto até tarde. Se eles reclamarem, convide-os pra dançar. E apresente logo o playlist. Lembre-se que você é o (a) DJ. Comece menos rápido e balanceado com Dancing Queen (Benny Anderson, Stig Anderson, Bjorn Ulvaeus) do Abba (1976). Vá acelerando com (Patti) LaBelle e “Lady Marmalade” (Kenny Nolan, Bob Crewe),(1975). Depois o K C & The Sunshine Band, com “That the way I like it” (Harry Casey, Richar Fink, Chis Barron, Aaron Comess, Mark White, Antony Krizan), (1975). Em seguida, entra a Gloria Gaynor e o remix “Never Can Say Goodbye” (Clifton Davis) & Reach Out I’ll Be There (Edward Holand, Brian Holand, Lamont Dozier) gravado ao vivo na Alemanha, no TV Show Starparade, em 1975. Quebre tudo com The Trammps, em “Disco Inferno” (Leroy Green, Ron Kersey) (1976). No meio do fervo, insira o hit “Stayin’ Alive” (Barry Gibb, Maurice Gibb, Robin Gibb) de 1977 com Bee Gees. Agora vá de “Don’t Let Me Be Misunderstood” ( Bennie Benjamin / Gloria Caldwell / Sol Marcus) , com a banda americana-francesa Santa Esmeralda, regravação de 1977 de um antigo sucesso do The Animals. Então receba, com alegria, a introdução de metais que prepara “September” (Maurice White, Allee Willis, Al McKay) do Earth, Wind and Fire (1978). Passe para “Blame It On the Boogie” (Mick Jackson, Dave Jackson) (1978) dos The Jacksons na formação com Michael, Jackie, Marlon, Randy e Tito Jackson. Pegue o clima de Chic, com “Le Freak” (Nile Rogers, Bernard Edwards (1978) Estique para “Don’t Stop Til You Get Enough” (Michael Jackson), no single solo de Michael Jackson (1979) Off the wall. E feche e comemore com Kool & The Gang e Celebration (Robert Bell) (1980).


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