Edição 508

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Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU ANO II Nº 508 SEXTA-FEIRA, 24 DE JUNHO DE 2022

24 de Junho Dia de São João O Dia de São João é comemorado, em 24 de junho, para lembrar o dia em que nasceu João Batista, o profeta que previu o nascimento de Jesus Cristo. A data cristã é celebrada em diversos países. No Brasil, o dia de São João é comemorado, de norte a sul, no formato de Festa Junina. O maior símbolo dessa comemoração é uma fogueira. Com São Pedro e Santo Antônio, São João é um dos santos mais populares do mundo. É considerado, ainda, o primeiro mártir e o último dos profetas. (Mundo Educação)

Encontro regional de Academias de Letras na Pinacoteca de Botucatu

No próximo sábado, dia 25, a Academia Botucatuense de Letras (ABL) estará realizando uma confraternização regional em comemoração ao seu Jubileu de Ouro, que significa 50 anos de atividades na cidade a ser comemorado no próximo dia 9 de Julho. Nesse 1º Encontro Regional da Academia de Letras e Artes de Botucatu, entre os confrades da Academia de Letras de Botucatu e de outras cidades da região acontecerá na Pinacoteca Fórum das Artes de Botucatu (Rua General Telles, 1040, Centro), entre 9 às 17h, com apoio das secretarias de Educação e Cultura. Haverá lançamentos de livros, exposições literárias e de artes. A Academia de Letras (ABL), fundada em 9 de julho de 1972, que tem, atualmente, na presidência a escritora e professora Carmem Silvia Martin Guimarães, cumpre importante papel na comunidade botucatuense, notadamente em sua atividade cultural, com seus saraus e suas sessões solenes, divulgando a cultura, o folclore e as tradições botucatuenses, participando das datas cívicas da cidade.


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ARTIGO ilustração de Vinício Aloise

José Maria Benedito Leonel - Nossa tarefa é plantá. Se vai tê colheita, só Deus sabe. - É isso mesmo. Assim proseava o pai e seu parceiro de luta, o Chico Pequeno. Guardei a prosa. Então vamos lá. Penso que meus netos, que estudam em renomadas escolas, precisam saber que todas as crianças do mundo tem fome, sede, frio, medo, vontades e amores. Mas não é só saber. É preciso ter convicção dessas coisas e fazer delas cláusulas pétreas no coração, amá-las e defendê-las. E é preciso que meus filhos busquem garantir o que é essencial nas suas mesas e nas mesas de quem dependam deles. Que meus filhos saibam que o quê dói em mim,

dói no outro, que as lágrimas não são doces pra ninguém. Saibam eles, meus filhos e netos, que não são os degraus da sociedade que separam os humanos, mas sim o que trazemos dentro de nós. Acredito mesmo nisso? Acredito! Às

vezes fico meio sozinho, meio perdido, meio zonzo, mas não mudo minha crença. Acredito no humano do ser humano. Parece-me que é preciso escolher o que se planta nas terras dos corações. Não se colhe amoras plantando joás. Simples assim.

Santo Antônio, São João, São Pedro

EXPEDIENTE NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.


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ARTIGO

A ORIGEM DA FESTA DE SÃO JOÃO.

Newton Colenci A festa de São João, hoje conhecida como ‘a mais brasileira das festas’, não nasceu em solo nacional. Sua origem remota às celebrações pagãs, anteriores ao cristianismo, realizadas no solstício de verão – 21 de junho, no hemisfério norte- em que se comemorava a colheita. “Com a expansão do Império Romano e a consequente disseminação do Cristianismo, as celebrações pagãs foram revestidas pelo manto sagrado da igreja católica, tornando-se festa de santos. A de São João foi uma delas”, explica maria celeste mira, antropóloga da PUC-SP, especializada em cultura popular. Trazida ao Brasil pela corte portuguesa, a Festa de São João, que na península ibérica tinha e ainda tem o caráter mas devocional, sofreu um processo de aclimatação. Ganhou elementos simbólicos que lhe deram um ar dramatúrgico. A quadrilha é um exemplo. “Derivada da dança da nobreza cortesã francesa - há referências disso na quadrilha, como as expressões anarriê, anavantu -, ela não existe nas festas de São João em outros lugares do mundo”, afirma Edson Farias, sociólogo da universidade de Brasilia. O mesmo acontece com o casamento caipira, que força a idéia de regionalidade, “marcadamente, há uma cena - Tradicional nordestina: o pai é uma

espécie de coronel, o noivo é um caipira, roceiro, sertanejo, mas também malandro; a noiva representa a virgem, e o pároco remete á figura do padim ciço”, explica farias. Os folguedos, segundo ele, servem para integrar a população, que em vez de ocupar uma posição passiva, de espectadora, participa fazendo festa. Outro simbolo utilizado para enfatizar a identidade nordestina é a vestimenta de cangaceiro presente nas chamadas quadrilhas matutas, que seriam as “de raiz”, mais rústicas e sem coreografia- na verdade, passam por ensaios exaustivos como qualquer quadrilha. De acordo com Elizabeth Christina de

Andrade Lima, antropóloga da universidade de Campina Grande, especializada em festas populares brasileiras, o São João iniciou no Brasil como um evento privado. “Os senhores de engenho montavam a festa e convidavam amigos e agregados”, diz. As celebrações foram crescendo – de um comemoração familiar passou a ser da comunidade - até se tornarem públicas. A festa era muito forte no país inteiro, mas recuou nas demais regiões. “No nordestre, ela se aliou a elementos que lhe deram suporte, por exemplo, o forró. Além de contribuir para a definição de uma - identidade regional, passou a ser um produto musical concorrido a partir do sucesso de Luiz Gonzaga, Jackson do padeiro e Marinnes” explica Farias. Ele afirma que, no final dos nos de 1980, com uma redefinição da política nacional de turismo, mais descentralizada e com a idéia de potencializar recursos locais, as festas de São João – que na verdade representam todo o ciclo junino – e tornaram o principal foco de atração - turística de muitas cidades nordestinas, como Campina Grande e Caruaru. “Não acredito que hoje exista uma perda de identidade. A medida que vão se introduzindo novos elementos, ela vai redimensionando sua cara, adquirindo outras feições, mas sem deixar de ser uma festa de São João”. Fonte: brasileiros- Debora Giannini. Newton Colenci - Da ABL - Academia Botucatuense de Letras


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Esporte em Destaque

Vinícius Alves

Um novo botucatuense à lateral dos gramados

A cidade de Botucatu vem ganhando espaço no esporte profissional, dentre eles, o futebol. Além de nomes conhecidos como Thomazella, Clayson e Baralhas, o esporte da bola chutada agora conta também com outro filho da Terra dos Bons Ares: Guilherme Pereira Francisco inicia neste ano sua trajetória junto à turma do apito, atuando como Árbitro Assistente da Federação Paulista de Futebol. Em entrevista a mim concedida, Guilherme contou sobre como está sendo sua experiência junto à lateral dos campos. Vinícius Alves: Como se deu sua entrada no mundo de arbitragem? Seus pais também atuam, não é? Guilherme Francisco: Tudo começou através do meu principal professor, o meu pai. Ele já atuava na várzea e foi então que despertou em mim a vontade de atuar com ele, e em 2015 fiz a primeira partida ao lado dele. V. A.: Chegou a tentar a carreira como jogador? G. F.: Como todo jovem eu também tive o sonho de ser jogador. Joguei em alguns projetos pela cidade, mais não tive sucesso de chegar ao profissional. V. A.: Em quais campeonatos você integrou a equipe de arbitragem? G.F.: Pela Várzea atuei em vários campeonatos amadores em diversas cidades como Botucatu, Lençóis Paulista, São Manuel, Pardinho, Itatinga, Piracicaba, Várzea Paulista, Santa Maria, Itaí, entre outras cidades de SP. V.A.: E como conseguiu ingressar na FPF? Por quais testes teve que passar? G.F.: Sempre foi meu sonho entrar no quadro da Federação, foi então que em 2019 abriu as inscrições para entrar para a escola de arbitro da FPF. Fiz uma prova muito concorrida que tinha somente 50 vagas, então estudei bastante e fui aprovado. Foi então que tudo começou. Foram 2 anos de estudo em São Paulo com aulas práticas e teóricas. Eu saía de Botucatu na sexta feira à noite no ônibus do Brás, dormia no ônibus até as 7horas da manhã, pegava o metrô e ia para a Barra Funda para estar lá na aula as 8horas todos os sábados; Também passei por

Guilherme (ao centro), ao lado de seu pai e grande apoiador, Biro (esquerda) diversas provas sobre regras de jogo, que eu tinha que tirar pelo menos 7 na prova, abaixo disso eu estaria eliminado do curso não podendo concluir, mais graças a Deus minhas notas sempre foram acima de 9. Após passar por todas as provas, aí veio o teste físico, onde também pode ser eliminado do curso. O teste é concluir a primeira etapa, que é dar 5 sprints de 30 metros em até 4.8 segundos e depois parte para o 40x75x25 (40 tiros de 75 metros em até 17segundos com descanso de 25 metros andando em 26 segundos. Esse é o teste para passar na escola. Aí tem o teste físico para nós que já somos do quadro da Federação, que é a mesma distância, mais os tiros devem ser feitos em até 15 segundos com recuperação de 22 segundos Todo ano tem o teste físico, se não passar não estará apto a realizar os jogos o ano todo! V.A.: Qual foi o seu primeiro jogo e qual a sensação que você teve em estar

ali? Como foi a recepção por parte dos demais membros da arbitragem? G.F.: Meu primeiro jogo foi no dia 09/04/22: Independente x União Barbarense, em Limeira pelo Sub 15 e 17. Quando recebi a escala eu comecei a chorar, pois era meu sonho sendo realizado, a sensação foi maravilhosa, uma alegria sem fim, pois estava recebendo algo que esperei a anos. Passa um filme na cabeça na hora do Hino Nacional, pois me lembro de tudo que passei pra chegar até ali. Dei meu máximo naquele jogo, e cada escala que eu pego, eu saio do jogo com meu 200% deixado em campo. Eu amo fazer parte desse time, e minha estreia foi com uma equipe maravilhosa, me receberam muito bem, e fizemos um lindo jogo. V.A.: Quais os desafios para se alcançar patamares mais elevados na arbitragem, como uma série A2, A1 do Paulista? G.F.: Esse é meu próximo objetivo. Para estar em uma série A3, A2 e A1 só depende de mim. Cada oportunidade que a Federação me dá é meu dever me entregar 200% e acertar nas nossas decisões, para estar em um nível desses. Todos dias devemos treinar, cuidar da alimentação, buscar a perfeição, pois quando for dada a oportunidade devemos estar prontos. E com tudo isso em dia, uma hora chegarei nesse nível de série A1. Depende exclusivamente de mim e da entrega em jogos de categorias menores! V.A.: E pra finalizar, qual sua última consideração? G.F.: Por último quero agradecer ao meu pai, o Biro, pois ele é o principal motivo de hoje eu estar no quadro da Federação. Além de pai é um grande amigo e conselheiro, devo tudo a ele!


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