Edição 509

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Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU ANO II Nº 509 SABADO E DOMINGO, 25/26 DE JUNHO DE 2022

FESTAS JUNINAS

“Festas Juninas”, que possuem esse nome por estarem associadas ao referido mês. Sabemos que, além daquilo que caracteriza tais festas, como trajes específicos, comidas e bebidas, fogueiras, fogos de artifício e outros artefatos feitos com pólvora (como bombinhas), há também a associação com santos católicos, notadamente: Santo Antônio, São João e São Pedro. Página 2

Portugal decide emprestar coração de D. Pedro I para comemoração dos 200 anos da independência brasileira

Coração de Dom Pedro reservado em formol dentro de urna na igreja da Lapa, no Porto (Foto: Reprodução/Youtube/Irmandade da Lapa) O coração de D. Pedro I poderá viajar até ao Brasil para ser exibido nas comemorações do bicentenário da independência do país. A viagem, debatida há mais de um mês, teve agora a concordância do presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira. A decisão foi tornada pública nesta quarta-feira (22), em conferência de imprensa, por Moreira, que apontou que o traslado temporário depende de garantias de transporte e conservação que terão de ser acertadas entre os governos português e brasileiro. O coração do imperador está protegido e guardado em formol numa igreja ao norte da cidade do Porto. A última aparição pública do órgão aconteceu durante a gravação de um documentário em 2015. A relíquia guardada pela cidade portuguesa terá que receber

“transporte em ambiente pressurizado”, segundo informa o site local NIT. A autorização dada pela cidade do Porto — e pela Irmandade da Lapa, da Igreja que guarda o tesouro — teve que esperar por uma avaliação do Instituto de Medicina Legal local. O temor dos portugueses é de que a que a viagem pudesse danificar o coração conservado há quase dois séculos. “O relatório da perícia ainda não está totalmente concluído, mas já nos foi assegurado que o coração poderá ser transladado temporariamente para o Brasil”, confirmou Rui Moreira. O episódio do empréstimo do coração de Pedro I (conhecido em Portugal como Pedro IV) começou meses atrás, quando o embaixador brasileiro George Prata oficializou o pedido para o traslado. Em 7 de setembro de 1822, o Brasil era declarado como uma nação autônoma. Como conta a história, o à época imperador Dom Pedro I proclamou a independência às margens do rio Ipiranga. Em 2022, 200 anos depois, o Brasil pretende fazer uma celebração em homenagem a esse aniversário tão importante. Pedro I é símbolo da independência brasileira, mas tem importância também em Portugal. A pedido do imperador, seu coração permaneceu na cidade portuguesa e seu corpo foi levado para o país que ajudou a tornar (Fonte: Jornal Leia Notícias)


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Festas Juninas

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As festas juninas têm em suas raízes a mistura de elementos das tradições pagãs romano-germânicas e cristãs.

As comidas típicas marcam as festas juninas No Brasil, desde pelo menos o século XVII, no mês de junho, comemoram-se as chamadas “Festas Juninas”, que possuem esse nome por estarem associadas ao referido mês. Sabemos que, além daquilo que caracteriza tais festas, como trajes específicos, comidas e bebidas, fogueiras, fogos de artifício e outros artefatos feitos com pólvora (como bombinhas), há também a associação com santos católicos, notadamente: São João, Santo Antônio e São Pedro.

Origem das festas juninas

Os pesquisadores especializados em festividades e rituais costumam apontar as origens das festas juninas nos rituais dos antigos povos germânicos e romanos. Os povos que habitavam as regiões

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campestres, na antiguidade ocidental, prestavam homenagens a diversos deuses aos quais eram atribuídas as funções de garantir boas plantações, boas colheitas, fertilidade etc. Geralmente, tais ritos (que possuíam caráter de festividade) eram executados durante a passagem do inverno para o verão, que, no centro-sul da Europa, acontece no mês de junho. Esses rituais implicavam o acendimento de fogueiras e de balões (semelhantes aos que hoje são feitos com papel de seda), entre outros modos de comemorações, como danças e cânticos. Na transição da Idade Antiga para a Idade Média, com a cristianização dos romanos e dos povos bárbaros, essas festividades passaram a ser assimiladas pela Igreja Católica, que, como principal instituição do período medieval, soube também diluir o culto aos deuses pagãos do período junino e substituí-los pelos santos. A religiosidade popular absorveu de forma muito profunda essa mistura das festividades pagãs com a doutrina cristã. Nas regiões do Sul da Europa, sobretudo na Península Ibérica, onde o catolicismo desenvolveu-se com muita força no fim da Idade Média, essas tradições tornaram-se plenamente arraigadas.

Festa Junina no Brasil

Com a colonização do Brasil pelos portugueses a partir do século XVI, as festividades juninas aqui foram se estabelecendo, sem maiores dificuldades, e ganhando um feitio próprio. As comemorações das festas juninas no Brasil, além de manterem as características herdadas da Europa, como a celebração dos dias dos santos, também mesclaram elementos típicos do interior do país e de tradições sertanejas, forjadas pela mescla das culturas africana, indígena e europeia. Sendo assim, as comidas típicas (como a pamonha), as danças, o uso de instrumentos musicais (como a viola caipira) nas festas, etc., tudo isso reflete milênios de tradições diversas que se fundiram.

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.


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Baixa adesão dos jovens e acolhimento a homoafetivos são desafios para a Igreja Gesiel Júnior

Especial para o Diário da Cuesta

Num documento de dez páginas, o arcebispo de Botucatu, dom Maurício Grotto de Camargo, apresentou a síntese da consulta feita aos católicos na fase diocesana do Sínodo sobre a Sinodalidade, convocado pelo papa Francisco e considerado a maior atividade proposta pela Igreja Católica desde o Concílio Vaticano II,ocorrido entre os anos de 1962 e 1965. O evento tem como tema “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”. Nestes primeiros meses de 2022 houve a chamada consulta sinodal aos leigos que atuam nas paróquias e instituições presentes na Arquidiocese de Botucatu. “A fase diocesana do caminho sinodal não é o fim, é apenas o começo de uma Igreja sinodal”, afirmou o padre José Hergesse, coordenador de Pastoral, responsável pela pesquisa que deu base à síntese divulgada pelo arcebispo, dividida em dez pontos. “O que muito dificulta o diálogo na Igreja são as fofo-

cas, os mal-entendidos, opiniões e posições pessoais, a não conclusão dos debates e discussões, impedindo que se chegue a um consenso ou a acordo”, observou dom Maurício, que no documento também menciona “a competição egoísta entre os membros das pastorais, além das opiniões individuais que querem se sobrepor à posição da maioria, e, por isso mesmo, a falta de unidade”.

Autocríticas Dentre os resultados obtidos na consulta feita aos católicos, o

arcebispo apontou a baixa adesão dos jovens à vida eclesial, observando que eles “nem sempre se comprometem com as atividades paroquiais”, mas observa também faltar “aos agentes de pastoral, em geral, o modo mais apropriado de se aproximar deles e envolvê-los na vida da paróquia”. O líder da Igreja Católica na região diz haver esforço por parte da arquidiocese para a escuta dos marginalizados e excluídos. “São reconhecidas e valorizadas a presença e solidariedade dos Vicentinos e de outros grupos paroquiais, em especial nos momentos de maior dificuldade ou calamidade, como enchentes, períodos de seca, de frio intenso ou crise econômica”, destaca. Porém, dom Maurício reconhece a falta de projetos que possam ir além do assistencialismo e que invistam no acolhimento, recuperação da própria dignidade e inclusão das pessoas excluídas para evitar a acomodação. “O grande desafio é a presença das minorias que nem sempre são respeitadas e acolhidas em suas particularidades, como por exemplo as pessoas homoafetivas, que continuam sem um lugar na vida da Igreja”, admite. O resultado da consulta sinodal será enviado para a fase continental do Sínodo, que começa em setembro. Já a grande assembleia dos bispos está marcada para acontecer em Roma, em outubro de 2023.


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Diário da Cuesta

O NÚMERO DA RUA Roberto Delmanto O empresário goiano herdara a tradicional indústria do avô. Apesar de sua dedicação e competência, em uma dessas cíclicas crises econômicas ela se tornou inadimplente. Na época não havia a possibilidade da recuperação judicial de hoje e a empresa foi à falência. Enquanto o processo falimentar tramitava, o empresário, para sobreviver e sem desviar qualquer bem da falida, montou outra indústria similar em Campinas. Para se resguardar, pôs a nova empresa em nome de um terceiro e não colocou nenhuma placa na fachada, de modo que o endereço só podia ser identificado pelo número da rua. Denunciado por um credor, o juiz da falência desconsiderou a personalidade jurídica da nova firma e determinou a arrecadação de seus bens. Quando o empresário soube o que estava ocorrendo, uma carta precatória já tinha sido expedida para Campinas a fim de cumprir a decisão judicial. Muito aflito, me procurou. Expliquei-lhe que o caso não era criminal e indiquei um renomado falencista. Algum tempo depois, fiquei sabendo que, informado pelo empresário da iminência do cumprimento da precatória e de

que a empresa não possuía qualquer identificação na sua porta, mas apenas a numeração da rua, o colega deu-lhe um insólito conselho: “troque o número por outro”. Foi o que o empresário fez na mesma noite. O oficial de justiça apareceu algumas semanas após e, não encontrando a numeração que constava do mandado, certificou que não localizara a firma. O empresário pôde, então, continuar trabalhando, dando emprego a dezenas de pessoas e sustentando sua família. Como o grande magistrado carioca ELIEZER ROSA, chamado de “o bom juiz”, disse certa vez a respeito dos criminalistas, mas que também se aplica aos falencistas, todos “têm um pouco de diabo e muito de anjo...”


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LEITURA DINÂMICA As maiores Festas Juninas do Brasil

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- São João de Campina Grande (Paraíba)

O maior São João, não só do Brasil, como do mundo é realizado durante aproximadamente 31 dias no Parque do Povo, “o quartel-general do forró”, no centro da cidade de Campina Grande. Sim, a cidade da campeã do BBB 21 Juliette! O evento reúne espetáculos, danças e quadrilhas, pública e privadas, para celebrar o mês junino. Em 2021 ela chega às sua 38ª edição, tendo tido a última, em 2020, realizada de forma inédita em formato online e fora da época tradicional - foi em outubro.

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- Mossoró Cidade Junina (Rio Grande do Norte)

Como o título induz, o Mossoró Cidade Junina ocorre na cidade de Mossoró, no estado do Rio Grande do Norte. O evento é o terceiro festejo junino do Brasil e reúne anualmente, no Corredor Cultural da região, mais de um milhão de pessoas em seus vários dias de festa. A programação, que envolve shows nacionais, apresentação de humor, quadrilha, comidas típicas e o espetáculo “Chuva de Bala,” é toda gratuita e realizada em uma área com mais de 48 mil metros quadrados. Deu pra imaginar a estrutura dessa Festa?

Mossoró Cidade Junina - Espetáculo Chuva de Bala (Foto: Foto: Divulgação/Prefeitura de Mossoró)

Maiores Festas Juninas do Brasil - São João de Campina Grande (Foto: Medow Entertainment/Divulgação)

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- Bumba-meu-boi de São Luís (Maranhão)

Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco, o Bumba-meu-boi é uma das festas típicas mais tradicionais no Brasil. Sua realização data desde o século XVIII e movimenta maranhenses e visitantes por todos os cantos da capital e do interior do estado, nos meses de junho e julho. É um evento para toda a família brincar e pular as danças típicas e desfiles desde a parte da manhã até a noite.

Maiores Festas Juninas do Brasil - Bumba-meu-boi (Foto: Yuri Graneiro)

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- São João de Caruaru (Pernambuco)

No top 4 das Festas Juninas no Brasil está a realizada durante todo o mês de junho na região de Caruaru, nordeste brasileiro. Neste evento, os festejos atraem brasileiros e estrangeiros para celebrarem o São João do Nordeste com vários atrativos, como quadrilhas juninas, fogos de artifício, fogueira e iguarias tradicionais à base de milho. Segundo o Guinness World Records, essa é a maior festa regional ao ar livre do mundo.

Maiores Festas Juninas do Brasil: Caruaru em Pernambuco


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