Edição 513

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Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU ANO II Nº 513 QUINTA-FEIRA, 30 DE JUNHO DE 2022

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Dia 30 de Junho: Dia da Mídia Social

A Organização das Nações Unidas (ONU) festejou o Dia da Mídia Social para comemorar a primeira rede social da história, o ClassMates.com que nasceu em 1995. No Brasil, a primeira Mídia Social que “bombou” foi o Orkut, em 2004. Criado por um engenheiro turco, que mirou nos usuários do Tio Sam, mas acabou conquistando países como Índia e

NADA DO QUE FOI SERÁ...

Brasil. Dia 30/06 é conhecido como “O Social Media Day”, uma homenagem ao impacto e revolução (e que revolução!) que as mídias sociais provocaram (e provocam) nas sociedades contemporâneas. As Mídias Sociais vieram para ficar, por mais que uma ou outra seja mais usada e outra menos, sempre estão surgindo novas mídias com o objetivo de conectar pessoas. Seja nas grandes metrópoles ou em pequenas cidades, é cada vez mais raro uma pessoa ficar por dentro dos temas do momento ou conversar com pessoas distantes sem utilizar as Mídias Sociais.

“Nada do que foi será De novo do jeito que já foi um dia Tudo passa Tudo sempre passará” Página 4


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Diário da Cuesta

MALDADE HUMANA BAHIGE FADEL

Recentemente, estava lendo um artigo de Maria Melo, Life coach e cofundadora da Academia do Ser, publicado na revista Progredir, sobre a maldade humana. O artigo me chamou a atenção. Não que suas ideias me tenham surpreendido pelo inusitado. Não. Como um simples observador, muitas vezes notei que o ser humano tem dentro de si o instinto da maldade. Sim. A maldade proposital e consciente. Não estou me referindo à maldade patológica. Essa é uma doença e, por isso, deve ser tratada como tal.Estou me referindo à maldade consciente de pessoas consideradas normais. Elas se acham no direito de serem más. Acham que prejudicar os outros com os seus atos é um direito delas. Seguem a lei do mais forte: se eu posso, eu faço. É a lei da selva. A lei do mais forte. Conto sempre um fato ocorrido numa sala de aula de cursinho pré-vestibular, com aproximadamente cento e cinquenta alunos. Um rapaz chegou atrasado, no primeiro dia de aula. Só havia vaga na primeira fileira. Era uma dificuldade chegar até lá. O rapaz se esgueirava entre os alunos, com dificuldade. No meio do caminho, um aluno colocou a

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perna para o rapaz tropeçar. E isso aconteceu. Não houve solidariedade de ninguém. Não houve empatia. Houve apenas uma vaia ensurdecedora. O rapaz nunca mais apareceu. O que me chamou a atenção no artigo de Maria Melo foram algumas ideias ali colocadas. Uma delas foi a de Mencio Mong Tse (371 a.C. – 289 a.C), pensador chinês: “os seres humanos são naturalmente bons, agem dentro da moralidade, são dotados de compaixão e da capacidade de distinguir o bem do mal e, por isso, o mal é resultado de influências externas”. Esse pensador é seguido por Rousseau, que dizia que ‘o homem nasce bom, a sociedade é que o corrompe’. Assim, por esses pensadores, o ser humano aprende a ser mau. Tudo bem. A gente pode aprender um monte de coisas. O que é difícil entender é que, se ele aprende a ser mau, aprende também a ser bom. Aprendendo as suas coisas, por que escolhe ser mau, e não ser bom? Mais à frente, a articulista afirma que ‘as pessoas associadas à maldade comum apresentariam características como o narcisismo e egoísmo exacerbado, com tendência à vitimização, possuindo uma incrível preguiça para a escolha do bem, com uma grande capacidade de mentir, de esconder as suas intenções, de reverter situações e mascarar quadros, bem como uma preocupação com a aparência, inclusive do ponto de vista da legalidade.’ Vejam que ela se refere à maldade comum, não à maldade patológica. São pessoas tidas como normais que, por narcisismo e egoísmo exacerbado, optam pela maldade. São pessoas que seguem a máxima de Gérson: ‘o negócio é levar vantagem em tudo’. Nem que seja para pisar a cabeça do outro. Nem que seja para prejudicar os outros em seus direitos. Voltando ao artigo, Maria Melo cita psicólogos americanos Stanley Milgram e Philip Zimbardo: ‘o mais pacato dos seres humanos poderia cometer atos terríveis se assim lhe fosse ordenado pelas autoridades, pois teríamos uma tendência inata à obediência e à submissão.’ Isso que dizer que a maldade humana pode estar relacionada à tendência à submissão e obediência do ser humano. Essa é a reação de rebanho. As pessoas podem agir como o gado, obedecendo às ordens dos superiores. Se os superiores forem maus, pessoas comuns, normais podem agir como más, em obediência a seus superiores. Muitas autoridades contam com isso, para submeter cidadãos comuns às suas vontades, nem sempre de acordo com a moral e a ética. Vou terminar esta reflexão com um pensamento de Albert Einstein: “O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, e, sim, por aquelas que permitem a maldade.”

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.


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Diário da Cuesta “ARTIGO SOBRE A IMPORTÂNCIA DA MÍDIA SOCIAL NA DERRUBADA DAS DITDURAS E NA DEFESA DA DEMOCRACIA”)

egito@povolivre.com Foi uma revolução? Uma insurreição armada? Potências estrangeiras insuflando e mobilizando a população? O Exército queria mais poderes? NÃO. Nada disso... O povo conectado através de suas lideranças naturais, a juventude motivada, famílias nas ruas, multidão crescendo, o repúdio à violência, o acerto de contas e o prazo expirado de um Ditador e de um Regime que há 30 anos oprimiam e calavam um povo de tradições de lutas e de exemplos de heroísmos. Foi o fim de uma era de opressão! Caiu o Ditador. Renunciou ao poder que tivera. Fugiu... Simples assim?!? Sim, simples assim e surpreendente! Mágico! Vozes que chegavam aos lugarejos, às aldeias e que vibravam na periferia do Cairo. A arma mortal era aparentemente inofensiva. Ela conectava pessoas, levava rapidamente notícias, relatava online a espectativa de um mundo todo acompanhando as esperanças de uma Nação inteira. A Aldeia Global se corporificava no avanço tecnológico da comunicação via internet... Mas havia a pobreza, o descontentamento dos oprimidos, a oposição dos cidadãos prestantes, havia a exploração dos governantes, havia a corrupção dos pulhas, sim, os ingredientes da opressão que são os mesmos de inúmeros povos do planeta terra. Mas aqui havia essa nova chama da liberdade de imprensa , da liberdade de expressão que constroe a Democracia, dá voz aos mais fracos e castiga os malfeitores do serviço público... A imprensa nos mostrou, desde o início, a mobilização crescente e...diferente. Tendo levado o presidente dos EUA a afirmar, com admiração, que vira, via internet, na praça da vitória, famílias inteiras com seus filhos pequenos e, também, jovens, muitos jovens! Era o Egito redivivo a cobrar os seus direitos e a resgatar a sua honra! NO PASSADO, UMA HISTÓRIA DE VITÓRIA DIFERENTE... Como a grande maioria dos brasileiros, eu também acompanhei essa explosão de cidadania! E fiquei com a certeza de que uma mobilização daquele vulto, com gente surgindo de todos os lados não seria, não poderia ser obra de uma revolta organizada, adrede preparada, não! Foi obra das mensagens rápidas para uma população que tinha uma liderança natural que, esta sim, já estava conectada e acompanhava o que acontecia no mundo todo. E lembrei-me do fim da opressão para inúmeros países com o desmoronamento do Império Soviético. Ninguém imaginava, à época, que seria possível ruir como ruiu a União Soviética. Poucos lhe faziam oposição, os intelectuais engajados silenciavam quando a bota e os tacões dos invasores soviéticos humilharam os húngaros e invadiram a antiga Checoslováquia! Houve, sim, um silêncio sepulcral da grande imprensa brasileira quando, iniciante no jornalismo, escrevemos em jornal da capital paulista, a nossa revolta contra aquele massacre e contra o silêncio conivente das cabeças pensantes engajadas ou simplesmente medrosas.

O “DAY AFTER” DO EGITO ! Para os grandes estudiosos, para os cientistas políticos, para os analistas políticos da imprensa mundial restou uma enorme e surpreendente surpresa. A praça da vitória continuava com a população se confraternizando, mas lideranças que mantinham contato com a imprensa do mundo todo que estava acompanhando o grande protesto, tão logo chegou a notícia da renúncia do Presidente Mubarak e de seu vice, comunicaram: o protesto acabou! E, em uma cena inédita, populares a varrerem o chão, limpando pichações, lavando estátuas nas ruas e na praça. E tudo num clima de grande euforia e comemoração, crianças subindo nos tanques de guerra, soldados irmanados à população! E a operação limpeza era espontânea, como a dizer ao mundo que tudo acompanhava, que o povo estava consciente do que fizera e, agora, era a hora da mobilização positiva. Um cartaz, em inglês, levantado por um cidadão na praça, dizia tudo: “Desculpem. Estamos Reconstruindo o Egito !” (BLOG DO DELMANTO – 13-02-2011)

Comentários:

- Boa tarde, amigo Delmanto! Quero parabenizá-lo pelo seu blog, principalmente por sua visão profunda da situação egipcia e mundial, e seu artigo sobre o Sarney. Não sei se leu meu pequeno artigo no Diário, na quinta-feira passada, mas mencionei “uma ponta de inveja” ao ver a garra daquela juventude a lutar nas ruas por uma liberdade democrática, quando por aqui faziam arruaça por causa de...futebol! Quando veremos de novo os “cara-pintadas” (reedição piorada da juventude de 60 e 70) sairem às ruas com a mesma garra para exigir uma VERDADEIRA varredura no país? Emblemática é a cena que você mencionou, dos cidadãos limpando monumentos e exibindo cartazes “estamos reconstruindo o Egito”! Quando é que vamos expelir o lixo acumulado debaixo do tapete? Melhor dizendo, quando vamos abolir os tapetes que só servem para isso? E ficamos por aqui, como você mencionou, no protesto cidadão de longo prazo, no mínimo solidários com os corajosos Arnaldos Jabores, Carlos Alexandres, Boris Casoys e etc. que acabam sendo pregadores num deserto de incapacidades e incompetências intelectuais e políticas. É claro que temos gente boa. Mas porque são tão covardes? E nós? Dentro de nosso mísero nicho, como poderíamos tentar sequer mudar as coisas? Abraços, e desculpe o desabafo. Sebastião. (jspmendes@hotmail.com) 13 de fevereiro de 2011 - É mesmo, a primeira revolução via internet, uma revolução limpa. O terreno era fértil para a revolta, mas foi a rapidez com que foram conectadas as lideranças civis para a mobilização da população. Foi incrível. Acho que as Ditaduras do mundo todo devem ficar preocupadas. Pena que em Cuba nem a internet chega, lá é um Estado Policial. Mas a tecnologia ainda vai acabar com a “mamata” dos irmãos Castro: 50 anos de Ditadura! E Fidel ainda é o ídolo para o Zé Dirceu, o Hugo Chaves, o Genoíno (do mensalão), o Delubio e outros menos conhecidos...Eco!!! (jair.castro66@yahoo.com.br) 14 de fevereiro de 2011 - comovente a ação do povo no egito. revolta puramente popular. mobilização do povo sem interferência ou indução de qq partição da sociedade que teve início aqui, na internet. sou maluca por esse mundão sem dono. é isso. (REQUERI) 16 de fevereiro de 2011


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NADA DO QUE FOI SERÁ... A MÚSICA: Como uma Onda no Mar/Lulu Santos e Nelson Motta/ veja aqui “Como Uma Onda no Mar” Lulu Santos/Nelson Motta

“Nada do que foi será De novo do jeito que já foi um dia Tudo passa Tudo sempre passará” Hoje, de alma lavada e com sabor de juventude, de mudança, de virada, de conquista, de construção, de amor...

O Brasil viveu momentos mágicos com os INDIGNADOS BRASILEIROS mostrando às autoridades, aos acomodados, aos políticos, aos partidos políticos que pulsa forte a cidadania no coração da juventude e de todos brasileiros que ainda sonham com uma Pátria mais justa, com menos desigualdades sociais e com mais civismo! A história está registrada: A “intelligentzia brasileira” saberá captar as Mensagens dos Manifestantes. A VOZ DAS RUAS ecoou por todo o Brasil. No post “Novo Brasil no Ritual da Passagem”, fizemos a “chancela” do momento especial que vivia a Nação Brasileira, com uma foto emblemática na frase que a eternizou:

“A foto de abertura é EMBLEMÁTICA: ela mostra na obra arquitetônica imortal de

Oscar Niemeyer os “vultos” do NOVO BRASIL que surgiu! É o RITUAL DA PASSAGEM de um POVO adormecido para a posição de Autor de sua História!” RESUMINDO: A Revolução da Mobilização Social foi e estará sendo pra valer! Nada mais será como antes! A nossa DEMOCRACIA-MEIA SOLA, a CORRUPÇÃO e a IMPUNIDADE, ficou claro, PRESCISAM de MUNDANÇAS URGENTES! É preciso queSEJA CONVOCADA ou encaminhada ao CONGRESSO NACIONAL a CONVOCAÇÃO DE UMA ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE EXCLUSIVA, ou seja, para a REFORMA POLÍTICA! A SOLUÇÃO É A MUDANÇA TOTAL! Essa é a VOZ DAS RUAS! Esse o NOVO BRASIL no RITUAL DA PASSAGEM!!! Com a certeza de que estaremos com ânimo redobrado para as MUDANÇAS que virão, vamos ouvir com o Lulu Santos a música (dele , com letra de Nelson Motta) que emprestou seus versos para a abertura deste post: “Como uma Onda no Mar”. (AMD)

Nada do que foi será De novo do jeito que já foi um dia Tudo passa Tudo sempre passará A vida vem em ondas Como um mar Num indo e vindo infinito Tudo que se vê não é Igual ao que a gente Viu há um segundo Tudo muda o tempo todo No mundo Não adianta fugir Nem mentir Pra si mesmo agora Há tanta vida lá fora Aqui dentro sempre Como uma onda no mar Como uma onda no mar Como uma onda no mar Nada do que foi será De novo do jeito Que já foi um dia Tudo passa Tudo sempre passará A vida vem em ondas Como um mar Num indo e vindo infinito Tudo que se vê não é Igual ao que a gente Viu há um segundo Tudo muda o tempo todo No mundo Não adianta fugir Nem mentir pra si mesmo agora Há tanta vida lá fora Aqui dentro sempre Como uma onda no mar Como uma onda no mar Como uma onda no mar Como uma onda no mar Como uma onda no mar


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