Edição 425

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Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU ANO II Nº 525 QUINTA-FEIRA, 14 DE JULHO DE 2022

Queda da Bastilha: foi na França mas mudou o mundo!!!

Marcou o fim da Monarquia Absoluta. Esse evento histórico repercutiu e influenciou o mundo todo. Portanto, o poder do Rei não era mais absoluto. Para os cidadãos franceses este acontecimento é considerado como o símbolo da batalha contra a opressão. Os três ideais da República representados na bandeira tricolor faziam então sentido: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. Página 3


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Festa nacional francesa

O dia 14 de julho é o feriado dedicado à festa nacional francesa. Instituída em 1880, esta data comemora ao mesmo tempo a Queda da Bastilha em 14 de julho de 1789, que marca o fim da monarquia absoluta, e a Festa da Federação em 14 de julho de 1790. A Bastilha, ou mais precisamente Bastille Saint-Antoine (Bastilha Santo Antônio), era uma prisão e um símbolo do poder absoluto e arbitrário do Antigo Regime de Luís XVI. Em 14 de julho de 1789, os manifestantes tomaram o controle da fortaleza. Embora houvesse apenas sete prisioneiros naquele momento, esta ação foi tida como a primeira grande intervenção do povo francês. Portanto, o poder do rei não era mais absoluto. Para os cidadãos franceses este acontecimento é considerado como o símbolo da batalha contra a opressão. Os três ideais da República representados na bandeira tricolor faziam então sentido: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. Hoje, as comemorações da Festa Nacional são organizadas em todos os lugares da França. O mais antigo e maior desfile militar da Europa acontece na manhã do dia 14 de julho, na avenida Champs-Elysées em Paris, na presença do Presidente da República Francesa, de altos funcionários e de convidados estrangeiros ilustres. O cortejo é composto de unidades militares à pé, motorizadas ou aéreas, e às vezes unidades de tropas de exércitos estrangeiros são convidadas para desfilar

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ao lado dos exércitos franceses. Em 14 de julho são realizados também os famosos Bailes dos Bombeiros. Esta tradição remonta ao ano de 1937, quando a Brigada dos Bombeiros de Montmartre abriu as portas do seu quartel a um pequeno grupo de curiosos. Os soldados do fogo animaram a noite com demonstrações de ginástica e fogos-de-bengala. Após esta celebração com os cidadãos, a ideia se populariza em outros quartéis. Desde então, esta festa é indispensável.

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

No dia 13 ou 14 de julho, muitos fogos de artifício são lançados nas grandes cidades francesas. Porém, a festa mais famosa é a de Paris, onde milhares de pessoas se reúnem no Champ-de-Mars, no rio Sena, em terraços ou ainda no 1o ou 2o andar da Torre Eiffel. Geralmente os fogos são disparados a partir dos espelhos d’água do Trocadéro e oferecem um espetáculo pirotécnico impressionante que dura cerca de 35 minutos. Recomenda-se estar na margem do rio oposta para assistir aos fogos.

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.


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A influência da Revolução Americana A segunda metade do século XVIII não foi marcada apenas pela Revolução Francesa, mas por uma série de revoltas e revoluções ao redor do continente europeu e na América. Antes de a revolução na França começar em 1789, a mais notável havia sido a Revolução de Independência das colônias americanas. Essa revolução foi apoiada por Luis XVI, que enviou tropas francesas para ajudar George Washington e companhia na empreitada americana de se tornar independente da Grã-Bretanha, o principal rival político e econômico da França naquele período. A empreitada francesa, apesar de bem vista pela população, trouxe um prejuízo financeiro e dívida tão grandes para

a coroa que obrigou Luís XVI a fazer sucessivos aumentos de impostos ao longo das décadas de 1770 e 1780, período em que a França já passava por uma grande crise econômica, que veremos em breve. A Revolução Americana foi importante também por um motivo simbólico: fortalecer no imaginário dos franceses os ideais de liberdade e de igualdade entre cidadãos, em sintonia com o pensamento iluminista da época. Porém, esses desejos cada vez mais claros do povo francês se chocavam com uma barreira poderosa: a divisão brutal da sociedade em grupos, alguns com muitos privilégios, e outro com nenhum. Esses grupos eram chamados de Estados.


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CANTIGAS DE NINAR

NANDO CURY

Quando pequenos, nós que nascemos dos anos 70 pra baixo, obedecer aos pais a ordem de “é hora de dormir” era quase que automática. Por outro lado, as canções de ninar nada amigáveis não colaboravam com as necessidades paternas ou maternas. Alguns pais, como Waldo Cury, preferiam cantar ou tocar na vitrola outras músicas para fazer os filhos dormirem. Lembro muito de um álbum de músicas do Ary Barroso, interpretadas pelo Orlando Silva. Todos as noites eu pedia ao papai pra ouvir esse disco. E a música Curare foi eleita minha cantiga de adormecer. Nessa época, ao embalar os filhos com as cantigas próprias para isso, pais e mães tinham que tornar mais amigáveis os estranhos personagens que nelas ainda aparecem. “Nana neném que a cuca vem pegar.” Tem uma tal de Cuca, que na lenda é uma mulher velha, maldosa, assustadora que pode vir pra casa e amedrontar aquela criança teimosa, que desobedece aos pais e não quer dormir cedo, ou em certas horas do dia. Captando isso, Monteiro Lobato imaginou a Cuca como um jacaré, macho ou fêmea, de cabelos loiros. E essa simpática versão tornou-se um sucesso no programa Sitio do Pica-pau Amarelo da Rede Globo em 1977 e durou vários anos. A Dona Cuca ganhou até o “Tema da Cuca” (Dori Caymmi, Geraldo Casé), cantado por Cássia Eller. “Cuidado com a Cuca que a cuca te pega. E pega daqui e pega de lá.” Nas antigas cantigas de ninar há também um certo boi que traz uma intimidadora cara preta. Que talvez seja mais convocado pra afugentar crianças que, além de teimosas, são birrentas. “Boi, boi, boi da cara preta pega essa menina que tem medo de careta”. Na linha “bovino bravo” encontra-se Acalanto, de 1957, que Dorival Caymmi dedicou à sua filha Nana, trazendo no final um trecho da canção popular do boi. “É tão tarde, a manhã já vem. Todos dormem, a noite também. Só eu velo por você, meu bem. Dorme, anjo, o boi pega neném. Lá no céu deixam de cantar. Os anjinhos foram se deitar. Mamãezinha precisa descansar. Dorme, anjo, papai vai lhe ninar. Boi, boi boi...”. Criado em São Paulo, com férias cativas numa fazenda de Urupês, interior paulista, meu filho Tom, ao contrário de se assustar com boi da cara preta, só queria dormir depois que fosse, no escuro da noite, ver a vaca preta, no pasto da fazenda. Os filhos que nasceram nas décadas de 70 e 80 com certeza já ouviram cantigas de ninar com apelos mais leves e dengosos. No entanto, os que vieram ao mundo no meio dos anos 90 pra frente, tiveram o privilégio de serem embalados pela transformadora dupla Sandra Perez e Paulo Tatit, da Palavra Cantada. Tudo começou com o álbum Canções de Ninar de 1994, propondo 22 canções pra embalar seu filho (a). Uma obra que traz lindas melodias com letras sensíveis e inteligentes. E que pode, tranquilamente, representar as melhores cantigas de ninar brasileiras de todos os tempos. Desse álbum da Palavra Cantada, a minha preferida é “Vagarinho” (Paulo Tatit, Edith Derdik), “Vagarinho: Vagarinho, vagarinho, fecha o olho no seu ninho. E o sono vai chegar.” Começando a brilhante carreira dedicada ao público infantil, Sandra e Paulo convidaram outros grandes cantores e compositores pra fazer parte do “Canções de Ninar”. É de Ná Ozetti

a voz que sola “Acalanto pra você” (Ná Ozetti, Neco Prates, Edith Derdick). “Eu canto pra você dormir. A terra gira sem ter fim. O sol se esconde não sei onde. Escurece a noite cresce. Eu canto e você já dormiu.” É de poesia concreta e voz grave de Arnaldo Antunes a canção “Dorme” (Arnaldo Antunes).”Para raio dorme. Temporal, dorme... Travesseiro, dorme. Meu amor, dorme... Luiz Gonzaga, dorme, Luz do sol, dorme... Amanhã, dorme.” É de estribilho que ficou na minha memória a canção “Boa Noite” (Paulo Tatit e Zé Tatit), com uma letra sem pudores, alternando cada verso pra um cantor ou cantora, indo de Ná Ozetti, Sandra Perez, Mônica Salmasso, Geraldo Leite, Paulo Tatit a Pedro Mourão. “Gatinha a mamãe tá tão cansada, vê se dorme hoje toda a madrugada... Brotinho com você não tem problema. Só não dorme quando vamos no cinema... Menininha você me enrola com pergunta. Bando é bando, banda é banda, bunda é bunda....Agora sem nenhuma brincadeira. Vê se dorme e chega de tanta besteira. Mil abraços, mil beijinhos, mil carinhos Durma bem e sonhe com os anjinhos. Boa noite, boa noite.” É de linda melodia, lindo coro e vozes a canção “Meu anjo sim” (Sandra Perez e Zé Tatit) cantada por Sandra Perez, Mônica Salmasso, Paulo Tatit e Rodrigo Rodrigues. “Não sei se tu tens um anjo. Que eu tenho um anjo sim. Meu anjo é um pequenino. Que agora vai dormir.” É de pai criativo a ideia de “Pro nenê nanar” (Paulo Tatit e Zé Tatit), como canta Geraldo Leite. “O que é que um pai pode fazer pro nenê nanar. O que é que o pai pode fazer no meio da noite pro nenê nanar. Venha cá no colo. Pequenina tão manhosa. Que eu te canto a velha bossa nova.” Quando o Tom nasceu, em 1995, compus pra ele 12 músicas no que chamei de “Manual do Neném”. A canção pra dormir é “Sonho zen”: “Dorme querido, dorme candura. Dorme que a noite vem. Dorme tranquilo, dorme fartura. Dorme num sonho zen.” PODCAST: experimente na segunda-feira, após o meio dia, acessar podcastmais.com.br/semonica. E ouça as músicas desta crônica.


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