Edição 53

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Diário da Cuesta

ano I Nº53

NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

SÁBADO E DOMINGO, 09/10 de janeiro de 2021

“Ana Rosa: Sua Vida, Sua História” A bela e formosa ANA ROSA e a cena da emboscada que a matou registrada pela pena mágica do Mestre Vinício. É o túmulo mais procurado no Cemitério de Botucatu. Tem Capela construída na região do crime. É uma lenda forte... Página 4

Decisão rápida: Prefeitura+HCFMB/UNESP A partir desta quinta-feira, o Hospital das Clínicas da Unesp de Botucatu voltará a operar com 30 leitos de UTI Covid. “Há algumas semanas já vínhamos tratando com o HC e com o Governo do Estado essa ampliação, com o objetivo da retomada da capacidade de leitos existente meses atrás”, disse o prefeito Pardini. “Hoje, o índice de ocupação do HC é de 83%, considerando 24 leitos. Se já estivéssemos com esses 6 novos leitos, neste momento teríamos ocupação de 67%.” “Essa é uma luta de todos e por isso precisamos ainda da colaboração da população, usando máscara, higienizando as mãos com frequência e evitando aglomerações.”, destacou o prefeito municipal.

Inicio do ano movimentado, várias comemorações aconteceram aqui e além da Cuesta

COMENTA Rodrigo Scalla

ESPECIAL N REVEILLO 2021

Socialmente, o ano de 2021 começou bem, claro, deixando de lado a pandemia sem muitos fogos de artificio e sem aquele esperado show de coloridos no céu de Copacabana visto pelo mundo. Não tivemos a tradicional missa do Galo devido ao Papa Francisco não estar muito bem de saúde, deixando somente uma mensagem rápida para o mundo. Também não tivemos a tradicional corri-

da de São Silvestre, somente a apresentação de Roberto Carlos nos dias que antecederam o Natal. Apesar da chuva amiga- da- onça, todos os clãns da cidade e além da Cuesta se reuniram entre si para festejar a entrada de 2021. Não tivemos os 2 milhões de festeiros nas praias de Copacabana vestidos de branco, levando flores para Iemanjá, festejando o Ano Novo. Nas fotos a seguir, alguns dos meus diletos amigos em suas casas em reuniões informais com roupas esporte somente, e as mulheres sempre lindas e que não perdem uma para estar embonecadas. Fotos na página 4


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Diário da Cuesta

a r t i g o DA ESCRAVIDÃO À IMIGRAÇÃO ITALIANA Roberto Delmanto Segundo alguns historiadores, a escravidão brasileira, que durou cerca de quatrocentos anos, só foi superada, em número de escravos, por aquela praticada na Roma Antiga. Fomos também uma das últimas, senão a derradeira nação, a aboli-la, sob pressão moral dos abolicionistas, entre os quais Castro Alves, com seu “O Navio Negreiro”, nosso maior poema épico, e também comercial da Inglaterra. Mesmo após sua abolição pela Princesa Izabel, a vinda de escravos continuou a ocorrer disfarçadamente, como em Porto das Galinhas, no Estado de Pernambuco, hoje belo local turístico, onde a menção às aves se referiam, na verdade, aos escravos. Daí, a expressão popular que até hoje perdura, “para inglês ver”. A maior parte dos escravos, principalmente na zona rural, era por demais maltratada, com açoites, grilhões nos pés e na cabeça, além das terríveis máscaras de ferro para os fugitivos capturados, chamados de “fujões”, como nos mostram as gravuras de Debret. Por isso, após a abolição, mesmo passando a ser paga, a imensa maioria

dos escravos não quis continuar nas fazendas, cujos donos ficaram de repente completamente sem trabalhadores. O horror dos sofrimentos que lhes haviam sido infligidos, os impedia de lá continuar... Uma das exceções, em Botucatu, foi meu trisavô materno, Coronel Raphael Augusto de Moura Campos. Era tão bom para seus escravos que nenhum deles deixou sua propriedade após a abolição. Certa vez, tendo percebido a tristeza de seu cocheiro, que ficara viúvo, ao ir a um leilão de escravos notou que os olhos dele se iluminaram ao ver uma linda jovem negra. Não teve dúvidas: comprou-a e, depois, sendo o amor de ambos recíproco, promoveu seu casamento. Muitos anos após, o destino fez com que a bisneta desse casal viesse a ser manicure de minha mãe Cecília, bisneta de Raphael. Homem de princípios rígidos, não esquecendo as ofensas e traições que sofrera na sua atuação como líder político, já idoso, passava um dia a cavalo por uma das principais ruas de Botucatu. Um antigo desafeto, também de idade, que estava na calçada, ousou cumprimenta-lo: “Boas tardes, Coronel”. A resposta imediata e surpreendente para todos que conheciam sua refinada educação, foi um sonoro “palavrão”...

Com a abolição da escravatura, começaram a chegar os primeiros imigrantes italianos, vindos principalmente do sul da Itália, que na segunda metade do século retrasado passava por enorme privação. Acostumados a maltratar os escravos, muitos fazendeiros continuaram a fazer o mesmo com os imigrantes. Entre meus guardados, tenho uma carta - que preciso localizar-, publicada na primeira página de um jornal de Botucatu, em que um padre brasileiro denunciava, com indignação, o que estava acontecendo. Mas os maus tratos não abalaram os italianos. Graças à sua dedicação ao trabalho e à sua persistência, economizando o pouco que lhes sobrava durante anos, muitos acabaram por adquirir as fazendas em que trabalhavam. De empregados tornaram-se patrões, entrando para a história de São Paulo e de Botucatu, que ajudaram a construir...

Que a Cuesta é a forma de relevo escarpada em um dos lados e apresentando um declive suave do outro? Este verdadeiro “degrau”, que popularmente era conhecido como “serra”, passou a ser conhecido pelo nome da cidade próxima da qual assume proporções mais gigantescas: Cuesta de Botucatu. A Cuesta de Botucatu marca o início do Planalto Ocidental Paulista. Ela tem, na sua escarpa, o limite físico e humano entre o leste e o oeste do estado; só o rio Tietê a ultrapassa (fenda natural); rodovias e ferrovias que a cruzam serpenteiam por entre seus patamares mais suaves para atingir o topo e, depois, deslizar suavemente em direção aos limites com Mato Grosso e Paraná. No seu topo, a suavidade de um tipo climático que talvez tenha induzido os povoadores a reconhecerem ali os “bons ares”. Assim é a CUESTA: um relevo característico de regiões mexicanas, espanholas, francesas, sul-africanas e indianas, mas a Cuesta de Botucatu tem a sua identidade; por sua história, por seu significado; inclusive porque a partir dela se internacionalizou o nome “cuesta” e por se constituir, em nossa região, o espaço mais significativo e marcante do relevo paulista, ela é, por todos os aspectos um patrimônio natural, cultural, histórico, geológico e até artístico – fonte de inspiração para muitos artistas de nossa região. DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EXPEDIENTE NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.


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Diário da Cuesta

a r t i g o “Ana Rosa: Sua Vida, Sua História” O Centro Cultural de Botucatu foi o principal foco cultural da cidade durante o lançamento do livro “Ana Rosa: Sua Vida, Sua História”, de Moacir Bernardo, Editora Santana, ilustrações de Benedito Vinicius Aloise. Nesse evento, abrilhantado pelo conjunto “Vozes da Noite”, da vizinha cidade de São Manuel, com apoio do Centro Cultural de Botucatu, através de seu então presidente, Olavo Pinheiro Godoy, o autor recebeu grande afluxo de pessoas interessadas no histórico/lendário de Ana Rosa. Segundo Moacir Bernardo, o livro coroa um trabalho de 5 anos de pesquisas em Botucatu e Avaré, trazendo na própria obra recortes de jornais à respeito do assunto. Na ilustração, a maestria do Vinício, mais uma vez, reconstitui os personagens e ilustra os lugares percorridos por Ana Rosa... Ana Rosa foi uma jovem muito bonita. Assassinada tragicamente aos 20 anos de idade, em 21/06/1885, por três pessoas a mando de seu próprio marido abandonado, o Chicuta. O local onde foi assassinada transformou-se em ponto de grande afluência de pessoas e de crenças e de curas...mas isso já é para ser lido no livro analisado. O Dr. Sebastião de Almeida Pinto, em seu tradicional livro “No Velho Botucatu”, às págs. 161/162, nos traz um relato desse importante acontecimento: “Um crime famoso, que apaixonou a população, foi o da Ana Rosa. Ela não matou ninguém, ela é que morreu. Mas o fato delituoso foi rotulado com esse nome e assim passou à tradição. Esse crime, durante muito tempo, foi o motivo principal das conversas do zé povinho. Foi mais comentado do que o dos turcos, ali na estação de Rubião Júnior. Ou do que a morte do dr. Gonçalves da Rocha, que foi assassinado dentro de casa, na sala de jantar, quando lia o jornal. Crime mais sensacional até, do que o do Isaias Mata Treis. Até agora, ainda se fala no drama de Ana Rosa, que depois de morta ficou com cheirinho de santidade, apesar da pinta brava que fora em vida. Ana Rosa era uma cabocla bonita. Moça faceira. Casada com Chicuta, que tinha um sítio em Avaré. Um dia, pirou. Veio para Botucatu. E assentou praça no regimento do amor rasgado. Era a mulher-dama mais falada e cotada no mulherio da fuzarca. Batia longe suas colegas, que tinham nomes engraçados: Nhâna Cabeça, Nica Paranista, Nhâna Santantônio, Antoninha Veada, Carolina erna Grossa (há pouco falecida), Sinhana Papo Roxo, Nhâ Tuca Guaiáca, Marrequinha, Maria Taquára, Dita Caçafoice e outros que tais, Ana Rosa se diferenciava da turma, pela

beleza e pelo nome. Essa era a abalizada opinião de Nhâna Picapau, a toureira, que contava detalhes do caso, que ela bem conhecia. Um dia, Ana Rosa desapareceu. Encontraram depois, restos do seu corpo, picado à faca, num capinzal adiante do Lavapés, na estrada do Pardinho. O crime bárbaro, foi executado por um tal Costinha e dois paranistas, a mandado de Chicuta, que assim lavou a honra ofendida. Os paranistas fugiram. Sumiram. Costinha e Chicuta, depois de algum tempo foram presos. E entraram em julgamento. E foram absolvidos. Pela derimente da perturbação dos sentidos !!! Com toda certeza, a perturbação era a dos senhores jurados. Os pedaços do corpo da morena pecadora e mártir, restos de corvos, enterrados foram no local do achado. E alí, ergueram uma capelinha. Onde almas piedosas iam rezar. Com o tempo, um italiano sabido, botou uma venda por alí por perto. E começou a promover uns “domingos do mês”. E depois, festas de Santa Cruz. E a Capelinha de Ana Rosa começou a ficar famosa, a SANTA deu de fazer milagres... e o italiano a enriquecer. Um dia o senhor Bispo soube da história. E determinou umas averiguações. Por fim, a autoridade Diocesana acabou com as festas e os milagres cessaram. E hoje a capelinha abandonada, está lá, na beira da estrada das carroças, quase em ruínas, com uma ou outra vela a arder, acêsa por mãos piedosas ou por pecadoras arrependidas”. Moacir Bernardo fala entusiasmado de sua obra: “Essa é uma história de 130 anos! É preciso que se resgate esse caso de amor que terminou em tragédia. A memória de Ana Rosa merece ser preservada, sua história deve ser resgatada, tanto pela sua importância cultural, folclórica e religiosa. E isso precisa ter início pelo tombamento de sua capelinha. A grande visitação ao seu túmulo é a maior prova de sua grande popularidade...

A verdade é que Moacir Bernardo presta importante serviço à cultura botucatuense com seu trabalho de pesquisa sobre Ana Rosa. O então presidente do Centro Cultural de Botucatu, Olavo Pinheiro Godoy, no prefácio da obra diz com propriedade: “Essa história de ANA ROSA, fruto de ampla pesquisa na qual se procura consolidar todo o conhecimento objetivo que o assunto representa, sem dúvida, valiosa contribuição para o estudo de uma figura que se tornou lendária na cidade. O conto cumpre a seu modo o destino da ficção contemporânea. Posto entre as exigências da narração realista, os apelos da fantasia e as seduções do jogo verbal, ele tem assumido formas de surpreendente variedade. Ora, o presente trabalho é o quase documento folclórico, ora a quase crônica da vida urbana, ora o quase drama do cotidiano. Este é um livro que será lido com agrado, não apenas por aqueles que se dedicam ao estudo de nossas tradições, mas também por todos os leitores, que se interessem pelas realizações humanas, pela vida palpitante das comunidades, pelo nosso rico passado. Tudo isso é narrado de maneira simples e direta, objetivamente, sem a preocupação da retórica. Faz-se a história de ANA ROSA, com simplicidade e clareza. Como dizia Chesterton: “Tradição não quer dizer que os vivos estão mortos, mas que os mortos estão vivos”. O sucesso do lançamento do livro, com certeza, será repetido na venda das Livrarias. Moacir Bernardo, participante do Centro Cultural (hoje, seu presidente), já tem trazido sua colaboração à preservação da memória botucatuense. No último número da Revista Peabiru, ele participou com excelente artigo referente aos Bebedouros para animais que tanto marcaram o visual citadino. Agora, nos presenteia com a lendária história de Ana Rosa. Vale a leitura. Parabéns ao autor. Avante! (AMD)


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COMENTA Rodrigo Scalla

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Diário da Cuesta ESPECIAL N REVEILLO 2021

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1-O lar doce lar de Elaine Abramides com Florence Biasotti e amigas queridas no maior alto astral p a chegada de 2021. 2-Gustavo Britto recebido na casa da minha tia Anna Maria Amat para o jantar de Réveillon. 3-Meus amigos amados da família Chaguri. 4-Erika Victoriano e o amado Júnior na estrada, provavelmente. 5-Nos domínios dos Policastro; Hamilton Júnior, Márcia e o empresário mais amado de Botucatu, Hamilton Régis Policastro. 6-Fátima recebe amigos no Recanto dos Coqueiros com música e alta gastronomia caipira. 7-Destaco a grande família Furquim. 8-O clã Chirinea , saudades da dona Wilma. 9-O clã Tavares e Furquim, queridos e amados por todos um feliz 2021. 10-Nathalya Policastro Bihler e Murilo Bihler só sorrisos para a chegada de 2021. 11-Mara Caetano e o filho Victor Ferreira com Ismael Caetano. Os festejos renderam mais de seis garrafas de wisk do bom, claro, entre amigos e com moderação. A casa era uma festa só. 12-Silvio Santos e sua esposa com os netos. Coisa linda de ver. 13-Só alegria no Rio Bonito no Rancho do Rubão Herbest e Lilian. Menu: Rabada. 14-Réveillon elegante do amigo Nordi. Um lorde como sempre no caminhar pela vida . Em 2021 certamente não será diferente. 15-Steve e Lecka , só love no Réveillon chique. 16-O Réveillon muito chique Shirley Scir Leah . Lugar maravilhoso. Adorei! 17-Jamais poderia me esquecer de Rosana Giacobino e toda família. Um brinde de feliz Ano Novo. 18-Muita festa dos Oliveira,Biral, Bertolini e Souza todo o clã reunido. 19-Réveillon também no rancho Dinucci no Rio Bonito com a sempre receptiva Camilla Dinucci, euzinho e Irene Oliveira. 20-Clima de muita alegria nos domínios de Silvinha Rocha, amigos de toda a vida. 21-Lindos como sempre Rafaela e André e o inseparável pet. 22-Réveillon nos domínios do Tedinha chique no urtimo. 23-Comemoração Zanetti, minha amiga Sônia que amo de paixão, Marquinhos e Karina Borgato Zanetti com amigos e familiares. 24-Meu dileto amigo Carlos Ramos e amigos na maior festança. 25-Nosso eterno vereador Paulo Renato nossos votos de um Feliz Ano Novo. 26-Maria de Lourdes Losi e family. 27-Réveillon nos Aguiar. Beijos na Vivi. 28-O clã Pedro Chiaradia Neto. 29-Casal nota mil , Joaquim e Vera vendo o nascer do ano no alto do apartamento onde residem. 30-O Clã Pirula em mais uma noite de festa. Abraços no Paulo e Rose e filhas lindas. Amo vocês! 31-Ester Ferreira e eu. 32-Igor Gonçalves e Fernanda Bia Sara. 33-A amiga empresária de São Paulo, Lilian Gonçalves em sua casa. Obrigadinho pela foto e beijos na Carlinha Fiori. 34- Direto da cidade maravilhosa a minha amiga Giovanna Priolli. 35-Direto da cidade maravilhosa , a socialite e empresária Ariadne Coelho. 36-O clã Colino esperando 2021 em alto estilo. 37-O dia da posse do prefeito reeleito com expressiva votação no centro oeste paulista Mário Pardini , sucesso total em 1 de janeiro. 38-Roberto Secio , responsável pelo livro das Misses do Brasil , também virá a Botucatu. Um banho de cachoeira para entrar o ano muito bem. 39-Solange Barros e Barros na Bahia de todos os Santos em férias merecidas. 40-Beijos na atriz Lucinha Lins , pronta para desbravar as cachoeiras de Botucatu em 2021. Já convidei para ficar aqui em casa. Disse que amou a cidade e quer assistir uma missa na nossa Catedral.


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