Edição 534

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Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU ANO II Nº 534 SEGUNDA-FEIRA, 25 DE JULHO DE 2022

Botucatu: Vereadora Cláudia Gabriel deve assumir a Educação. Pedroso ocupará vaga na Câmara O Prefeito de Botucatu, Mário Pardini (PSDB), anunciou a nova Secretária Municipal de Educação: a vereadora Claudia Gabriel (DEM), que já foi Secretária Adjunta de Educação. A vereadora Cláudia Gabriel foi eleita com 1.226 votos em 2020 e foi uma das mais votadas na cidade. No lugar de Cláudia Gabriel, a Câmara Municipal deverá convocar o primeiro suplente, José Pedroso Bitencourt (“Tá Nervoso, Vote no Pedroso”). Ele obteve 1180 votos em 2020. A posse será no dia 1º de Agosto, às 19 horas, durante a Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Botucatu. Pedroso é o segundo suplente a tomar posse: o primeiro suplente a assumir foi Lelo Pagani que assumiu a vaga de André Curumim que foi para o secretariado do Prefeito Pardini. (Fonte: Botucatu Online/Haroldo Amaral / Rádio Clube FM)

Ney Latorraca

Nascido em 25 de julho de 1944, é ator famoso por mais de 50 anos dedicados a uma carreira na TV, no teatro e no cinema. Filho de um crooner e uma corista, já nasceu ligado à arte, iniciando sua carreira logo na infância. Fez radionovela e teatro estudantil antes de ir para a televisão, inicialmente como figurante e depois alcançando o sucesso em novelas, séries e programas humorísticos. Alguns personagens de destaque: o rebelde Mederiques de Estúpido Cupido (1976), 0 excêntrico Barbosa do TV Pirata (1988) O vampiro Vlad de Vamp (1991), além de papeis de destaque na televisão, teatro e no cinema.

O GIGANTE DEITADO (ilustração de Vinício Aloise ao pé do Gigante, as Três Pedras)


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Diário da Cuesta

artigo NOSSA CUESTA Moacir Bernardo A expressão “serra”, bastante utilizada no Brasil, é uma espécie de muralha, com montanhas que apresentam vários picos ou anfractuosidades. Falando de morros mais simples, pode-se dizer que uma “serra” verdadeira implicaria em uma subida íngreme, de um dos lados do relevo, compensada por outra descida íngreme do outro lado. Aqui em nossa região, entretanto, temos uma formação por muito tempo chamada de “serra” que não corresponde à realidade. Em tempos modernos, esclarecido geólogo de renome internacional e grande pensador, o francês Emmanuel De Martonne, ao examinar o solo de nossa região e a formação “sui generis” chegou à conclusão de não tratar-se de uma Serra, mas sim de uma Cuesta, terreno que eleva abruptamente de uma planície, formando a seguir extenso planalto. Na Cuesta, a subida íngreme existe em um dos lados ; o lado contrário (chamado reverso) corresponde a uma descida suave e normalmente longa, o que é o típico caso do relevo de nossa região. Quem vem de São Paulo pela rodovia Castelo Branco ou pela rodovia Marechal Rondon, na altura do município de Bofete, já tem uma visão da nossa magnífica Cuesta passando de altitudes de 300 metros para mais de 700. Se continuar a viagem, caminhando para oeste, o viajante vai encontrar uma descida suave, que só vai se completar a mais de 500 quilômetros, já nas alturas da calha do rio Paraná. É todo esse conjunto que compõe a “Cuesta”. Essa denominação aparentemente estranha, devemos ao geógrafo francês já citado que na defesa de sua tese de doutorado junto a uma Universidade Francesa, esta forma de relevo no Nordeste da Espanha, que é uma subida íngreme, voltada para o litoral, essa sugerida visão da costa litorânea foi denominada de “Cuesta”. Essa denominação passou a ser oficializada para designar essa forma característica de relevo. Esse mesmo geógrafo francês, fez parte do grupo de professores responsáveis pela implantação do curso de Geografia na Universidade de São Paulo. No final da década de 1930, De Martonne realizou algumas viagens pela nossa região, em busca de elementos para sua tese no Brasil, e para subsídios sobre seu trabalho de reserva intitulado “Brasil Tropical Atlântico e sua Geomorfologia”. Ao penetrar em nossa região, viajando de trem, utilizando a então Estrada de Ferro Sorocabana, verificou que a partir de Botucatu, se delineava o mesmo tipo de relevo que houvera estudado na Espanha. Chamou a essa unidade de relevo de “Cuesta de Botucatu”.

Novos Hospitais

No entanto, além do geógrafo De Martonne ter posto em destaque a região de Botucatu, a imponência desta forma de relevo na nossa região justifica plenamente que este nome seja utilizado para todo o setor ocupado por esta unidade de relevo. O trabalho de De Martonne foi publicado na “Revista Brasileira de Geografia”, do IBGE em 1943 e a unidade de relevo desta área do Estado de São Paulo foi efetivamente chamada de “Cuesta de Botucatu”. Além dessa formação geográfica da nossa região, e da estudada de Emmanuel De Martonne no Nordeste da Espanha, temos áreas de relevo de “Cuestas” na África do Sul, no Canadá e na Austrália. A de Botucatu, entretanto, ressalta algumas particularidades que a tornam absolutamente especial, como veremos a seguir. 1 – A muralha de cerca de 300 metros que separa o planalto da Baixada ostenta um panorama de inegável beleza, capaz de atrair o passageiro ou visitante que a transpõem, pois do seu topo descortina-se uma ampla área cortada por rios e ponteada por cidades e áreas rurais de rara beleza. 2 – A linha de separação entre o topo da Cuesta e a baixada estende-se por mais de 80 Km, constituindo-se, por isso mesmo, na mais extensa área de contato entre o topo e o “front” da Cuesta em todo o mundo. 3 – Recoberta originalmente por uma vegetação de mata natural, em parte ainda preservada, pela pequena presença humana nas áreas mais íngremes, a “Cuesta de Botucatu” apresenta uma riqueza inigualável, mesmo porque a diversidade da flora das matas tropicais é uma realidade presente no ambiente do “front” da “Cuesta de Botucatu” que no entanto, não é registrado em nenhuma das formações de cuestas em qualquer local do mundo. Finalmente é importante lembrar que embora a “Cuesta de Botucatu” corresponda a todo um território que se inicia nos limites do nosso município e se estende até o extremo oeste do Estado de São Paulo, continuando em situação invertida mesmo no Estado de Mato Grosso do Sul. A importância estratégica de área frontal é tão grande que o nome “Cuesta de Botucatu” prevalece na literatura especializada para designar esta formação geográfica. É, portanto, indiscutivelmente um patrimônio natural de grande valia para nosso município. Esta crônica é um trabalho retirado de estudos realizados pelos renomados professores botucatuense: João Queiroz Marques, Gastão Dal Farra, Julierme de Abreu Castro e Álvaro José de Souza. A eles que já não se encontram entre nós, rendo minhas homenagens. Moacir Bernardo - Presidente do Centro Cultural de Botucatu

Hospital Estadual de Botucatu/HCFMB Inaugurado em abril de 2014. Faz parte do Complexo Hospitalar do HC da FMB. Hospital de pequeno porte, realizando cirurgias eletivas de pequena e média complexidade. Tem área de 23.500m2 , com 80 leitos e 4 salas de cirurgias. Hospital da UNIMED - Segunda Unidade Hospitalar da UNIMED/ BOTUCATU. Inaugurado em 21/03/2020, com 11.000m2 , 7 pavimentos, 70 leitos de internação + 10 leitos de UTI, com o mais completo Centro de Diagnóstico por Imagens do interior do Estado de São Paulo.

EXPEDIENTE NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO DIRETOR: Armando Moraes Delmanto EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689 O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.


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A R T IREUNIÕES GO

Considerações...

Eduardo J.R. Santos Universidade de Coimbra

Palavras sábias, de paz e de contemplação... semana tranquila! “Há algo sábio em nos desprendermos da nossa individualidade, em renunciarmos a acumular rótulos para nos diferenciarmos dos outros (…). Há algo de libertador na ideia de não precisarmos de encontrar respostas por já não existirem perguntas, nem dúvidas, nem incertezas (…).”, Enrique Arce, in ‘A grandeza das coisas sem nome’.

Mas que fôlego para o resto da semana! “

Do que se passa atrás de / mim, prefiro não saber; a / menos, claro, que tu decidas, // à traição, beijar-me a nuca.” Maria do Rosário Pedreira, In ‘O Meu Corpo Humano’ Hoje deu para aqui… in Memoriam Saramago. Faz uma dúzia de anos que Saramago partiu para o seu último romance, contrariando a célebre frase d’ ‘As Intermitências da Morte’: “No dia seguinte ninguém morreu”. Ou usando outra expressão desta obra, era chegada a “rescisão deste contrato temporário a que chamamos vida”. O Nobel foi um exemplo, felizmente, por vezes imperfeito, de coragem na escrita e no amor. Aos 64 anos apaixonou-se por Pilar muitos anos mais nova. Tiveram consciência da hipocrisia e preconceito do idadismo, um entre os muitos lamentáveis “ismos” da nossa sociedade. Venceram, e como Pilar diz, não sou a viúva de Saramago, pois ele continua vivo! Quando as pessoas têm asas como Pilar, chamam-se de anjos. Este foi um bonito romance de Saramago e Pilar, de paixão e luta. Pois não é a existência um ato contínuo de amor nas suas diferentes espécies, que dia-a-dia, mais ou menos desajeitadamente tentamos viver? Ficando este também “velho” mágico a deixar-nos uma mensagem sobre o amor sublime:


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“Aparição”

Maria De Lourdes Camilo Souza

Acordei no meio da noite com um suave tamborilar de chuva no telhado. Abri os olhos e escutei de novo, era mesmo aquela chuvinha que torna a noite de sono mais gostosa. Virei-me na cama me aconchegando mais, fechei os olhos e voltei a dormir. Pensei intimamente: que benção essa chuvinha chegando depois de algumas semanas de um tempo

seco. Mais uma lua cheia chegou e trouxe essa mudança benéfica. Não entendo dessas coisas apenas o suficiente para entender o porque nessa época de inverno, muitas pessoas sofrem com alguns problemas respiratórios. Eu mesmo percebo isso. O sono voltou. Em um sonho surgiram no meu quarto dois estranhos seres azuis, magros e altos, de muita luz. Tinham cabeça grande, olhos puxados. Sua presença clareou todo o quarto Chegaram muito pertinho de minha cama muito levemente com seus dedos longos tocaram na minha cabeça. Senti que saiam de mim como linhas e mais linhas de um novelo que me pesava nos últimos dias. Iam saindo e formando umas brumas escuras que de mim saiam e iam se esfumando e sumindo. Não percebi quando eles se foram. Dormia profundamente. Acordei mais tarde com um latido baixo da Mindy. Ainda era muito cedo. O sonho voltou a minha mente. Quem seriam? Não sei explicar mas acho que eram semelhantes ao casal do filme Avatar. Só sei que me sinto ótima! Obrigada queridos seres de luz!


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