Edição 537

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Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU ANO II Nº 537 QUINTA-FEIRA, 28 DE JULHO DE 2022

Jair Rosa Pinto ídolo do Presidente e do 1º Campeonato Mundial em 1951 1951, cumprimenta o capitão da Juventus-ITA, Parola (Acervo Histórico)

Presidente Jair Messias Bolsonaro no salão dos troféus e da Galeria dos Presidentes do Palestra/Palmeiras. Atrás do ombro do presidente, o quadro do botucatuense Dante Delmanto, Presidente do time na conquista do Tricampeonato Paulista (1932/33/34)

Festa das Nações da APAE de Botucatu volta a ser realizada de maneira presencial após dois anos Toda renda da festa será destinada para dar melhor qualidade de vida a 320 pessoas desde bebês a adultos nas áreas de Assistência Social, Educação, Saúde, Esporte e Cultura

O Presidente Jair Bolsonaro comentou sobre a origem do seu nome: “Em uma gestação bastante complicada, ela (sua mãe) como católica colocou o nome de Messias. O Jair veio porque naquele dia (21 de março) era aniversário do Jair Rosa Pinto, meia da seleção brasileira e do Palmeiras. Meu pai como palmeirense colocou o nome de Jair”, explica Bolsonaro. Leia matéria sobre Jair Rosa Pinto na página 2


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Diário da Cuesta

Palmeiras: 1º Campeão Mundial e Jair Rosa Pinto o grande ídolo do campeonato E Jair Rosa Pinto foi um personagem que esteve presente naqueles dois momentos: tanto na derrota brasileira diante da Celeste Olímpica, quanto na vitória palmeirense sobre a Juventus da Itália, time contra o qual o Verdão foi Campeão do Mundo no mesmo Maracanã inundado de lágrimas exato um ano antes. O então camisa 10 do Palmeiras foi o capitão do time na maior parte do tempo que defendeu a equipe, inclusive na importante campanha da Copa Rio. Ele cumprimentou o capitão da Juventus, Parola, e ergueu o troféu após o empate por 2 a 2 que decretou o título ao Verdão (o jogo de ida havia sido 1 a 0 a favor do Palmeiras).

O capitão Jair Rosa Pinto levantou a taça da Copa Rio (Acervo Histórico) Assim como em 2020 o Palmeiras conquistou a Tríplice Coroa (Paulista, Libertadores e Copa do Brasil), os títulos conquistados pelo Verdão (que dominava o cenário futebolístico naquela época) entre 1950 e 1951 ficaram conhecidos como `As Cinco Coroas’ e, além do Campeonato Paulista de 1950 e do Mundial de

DESPEDIDA DO PALMEIRAS E RUMO AO SANTOS

FICHA TÉCNICA

Aos 34 anos, ao fim de 1955, Jair Rosa Pinto deixou o Verdão. Como não tinha histórico de lesão ao longo de toda a carreira, ainda tinha vitalidade para jogar por mais algum tempo em alto nível. Ainda tinha lenha para queimar. Escolheu o Santos para esta nova etapa de sua vida no futebol. A equipe santista, aliás, era a experiência que faltava na carreira de Jair. Lá, ele formou uma das melhores linhas ofensivas da história do time alvinegro, ao lado de Pagão, Dorval, Pelé e Pepe. Pelé, o Rei do Futebol, na oportunidade, era novato: Jair chega ao Peixe em 1956, mesmo ano em que Pelé surge no Alvinegro Praiano. Portanto, Jair foi uma espécie de mentor do Rei, nas palavras do próprio Pelé, que disse ter aprendido muito com ele. A moral de Jair Rosa Pinto no Santos, já veterano à medida em que Pelé estava começando, era tanta, que ele tinha carta branca, inclusive, para dar “puxões de orelha” nos meninos da Vila daquela época, incluindo o garoto Edson Arantes do Nascimento. No Peixe, o craque carioca conquistou os Paulistas de 1956, 1958 e 1960. Após deixar o Santos em 1960, Jair Rosa Pinto ainda transferiu-se ao São Paulo, onde jogou a temporada de 1961 aos 40 anos, ainda com brilho. Depois, entre 1962 e 1963, ainda no Tricolor, seu condicionamento físico já não permitia, cada vez mais, gradualmente, que jogasse em alto nível. Então, em 1963, aos 42 anos, ele deixa o time do Morumbi e segue para a Ponte Preta, onde faz uma única temporada como jogador e treinador e pendura, definitivamente, as chuteiras. CARREIRA COMO TREINADOR A partir de 1963, Jair Rosa Pinto seguiu no futebol na função de treinador e passou a aceitar convites para trabalhar. Dirigiu clubes como São Paulo, Ponte Preta, Santos, Fluminense, Olaria e Madureira (onde tudo começou), dentre outros. Entretanto, jamais conseguiu repetir o mesmo sucesso que teve como jogador.

Nome

Jair Rosa Pinto

Data de nascimento 21 de março de 1921 Local de nascimento Quatis-RJ Data de falecimento 28 de julho de 2005 Posição: Meia Número de temporadas: 7 Clube anterior: Flamengo-RJ Jogos: 248 (145 vitórias, 46 empates e 57 derrotas) Estreia: Palmeiras 3×1 Portuguesa (01/09/1949) Último jogo: Palmeiras 0x3 XV de Jaú (06/11/1955) Gols: 74 Primeiro gol: Palmeiras 3×1 Portuguesa (01/09/1949) Último gol: Palmeiras 3×3 Jabaquara (23/10/1955) TÍTULOS Barra Mansa Taça da Prefeitura Municipal: 1938 Madureira Torneio Início: 1939 Vasco da Gama Campeonato Carioca: 1945 Palmeiras Copa Rio: 1951 Torneio Rio-São Paulo: 1951 Campeonato Paulista: 1950 Taça Cidade de São Paulo: 1950 e 1951 Santos Torneio Rio-São Paulo: 1959 Campeonato Paulista: 1956, 1958, 1960 Taça dos Campeões Estaduais de São Paulo e do Rio de Janeiro: 1957 Seleção Brasileira Copa América: 1949

Entre 1950 e 1951, o Palmeiras conquistou as Cinco Coroas (Acervo Histórico) 1951, também fizeram parte dessas conquistas a Taça Cidade de São Paulo de 1950 e 1951 e o Torneio Rio-São Paulo de 1951.

EXPEDIENTE NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO

Pagão, Jair, Dorval, Pelé e Pepe, uma das principais linhas ofensivas da história do time santista DIRETOR: Armando Moraes Delmanto EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.


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“Falemos de rosas” Maria De Lourdes Camilo Souza

Ouviu alguma vez dizer que lá no Nordeste deste meu Brasil tem um paraíso escondido ? Se enganou, amigo, não estou me referindo às praias lindas, com um mar verde de águas quentes. Parques aquáticos extraordinários, redes fincadas no meio do mar para o descanso do turista. Dos bares aquáticos e refrescantes. Noites animadas pela música nordestina, dançando um animado forró. Falo de um cantinho escondido entre as pedreiras do Nordeste. Tem um clima frio e úmido. A cidade de Viçosa do Ceará amanhece encoberta de uma névoa dessa umidade, parece até Botucatu em dias frios. Lá tem água límpida, transparente e em quantidade que brota da terra, fica lá na Serra de Ibiapaba. Essa riqueza está atraindo novos conquistadores da região. São pequenos produtores de flores que saíram das grandes cidades para ali começar a vida.

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E plantando o que? -Rosas! Imagine campos imensos com plantação de rosas de várias cores. Já distribuem suas flores por todo o Brasil. A maior fazenda de rosas do país fica na Serra Grande. É um mercado em plena expansão. Só imagino o perfume e a beleza daqueles campos. De suas aromáticas pétalas poderiam sair sabonetes, óleos, xaropes, bebidas. Nestes tempos estranhos que vivemos, tantos seres queridos indo embora... Tanta insanidade, a luta constante do Mal contra o Bem. Não tem nada melhor para elevar o espírito do que voltar o olhar para o bom, o belo, o perfumado, e porque não, lucrativo, trazendo trabalho e abundância para o povo sofrido. Um lugar que nos remeta um pouco ao que foi nossa morada no espaço sideral. Falemos de rosas perfeitas, primorosas, perfumadas, encantadoras. Que ao serem presenteadas levam Amor. E do que mais o homem necessita neste momento para se curar? Amor! Sim amigos, falemos de rosas.


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CORDIALIDADE

Bahige Fadel

O historiador Sérgio Buarque de Holanda afirmou, no livro Raízes do Brasil, que o brasileiro é um ser cordial. Por muitos anos, se entendeu essa afirmação como sendo gentil, carinhoso, afetivo. E se procurou diferenciar o jeito de agir dos brasileiros do jeito dos norte-americanos, por exemplo. Enquanto o brasileiro seria gentil, afetivo e carinhoso, o estadunidense seria racional, frio, calculista. E a gente gostava dessa diferença. Essa cordialidade estaria diretamente relacionada ao um jeito mais suave de agir, mais caloroso. Nós seríamos mais informais nas relações, enquanto que os outros são mais formais, mais distantes. Depois dessa pandemia, as concepções sobre a cordialidade do brasileiro mudaram um pouco. Pra início de conversa, o que é ser cordial? Não que tivéssemos mudado o significado da palavra, mas demos uma amplitude maior ao que significa cordial. Cordial é aquilo que se origina do coração. Assim, convencionou-se que um ser cordial é aquele que age a partir de seus sentimentos. Um ser cordial seria afetivo, companheiro, gentil com as outras pessoas. A grande falha na interpretação da cordialidade do brasileiro está aí. Ele é cordial, sim. Age por sentimentos. Mas os sentimentos

que têm aflorado após os dois anos de pandemia não são tão bons como se pretendia anteriormente. Ter ódio também é ser cordial? Ser violento também é uma manifestação de cordialidade? Se segundo os poetas, os sentimentos estão no coração, sentir ódio também é uma manifestação de cordialidade. Está sendo cordial aquele que, por ódio, faz discriminação de gênero. Está sendo cordial aquele que agride física e moralmente alguém só porque não concorda com as suas ideias. Um dia desses, brinquei, no facebook, com um amigo que lembrava o título mundial do Palmeiras. Perguntei se ele ainda acreditava em Papai Noel e em fada do dente. Ele levou numa boa, mas outras pessoas começaram a escrever coisas grosseiras, deselegantes, ofensivas, como se eu tivesse ofendido a moral e a dignidade delas. E daí eu me lembrei de quando eu ia aos estádios de futebol e me sentava na arquibancada ao lado de um torcedor do time adversário, sem medo de ser agredido ou ofendido. Hoje, nem pensar. A cordialidade, antes, era afeto; hoje, violência. Nessa época de campanha eleitoral, a cordialidade do brasileiro está à flor da pele, no pior sentido possível. Está sendo uma briga de foice no escuro. Já houve morte. Haverá outras. Dizem que numa situação em que a violência prevalece, a principal prejudicada é a verdade. E é mesmo. Ouviremos muitas notícias a respeito de um e de outro candidato. Só não ouviremos a verdade. Esta ficará escondida na cordialidade das ações, esperando por um momento – Tomara que ele exista. – em que seja permitido que a razão prevaleça.


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