Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU ANO II Nº 552 SEGUNDA-FEIRA, 15 DE AGOSTO DE 2022
"Euclides da Cunha (20/01/1866 – 15/08/1909), autor de “Os SERTÕES”: orgulho da Literatura Brasileira!"
A Academia Paulista de Letras - APL lançou revista comemorativa do Centenário de Morte do escritor Euclides da Cunha (1909/2009).
Leia a biografia do autor na página 2
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina é o 2º hospital do Estado que mais realiza atendimentos Em mais um ano, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), uma das maiores instituições SUS do Estado, tem sua assistência destacada pelo levantamento do Tribunal de Contas de São Paulo (TCESP). Entre janeiro e dezembro de 2021, o HCFMB realizou mais de três milhões de atendimentos, entre ambulatoriais, urgência, emergência, consultas e exames, ficando em segundo lugar entre os hospitais universitários do Estado de São Paulo com maior número de atendimentos. O ranking, que inclui 199 hospitais administrados pelo Estado ou pelos municípios, é liderado pelo Hospital das Clínicas da USP, o maior da América Latina, com cerca de 7 milhões de atendimentos. (Fonte: Botucatu Online)
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EUCLIDES DA CUNHA
Euclides Rodrigues da Cunha nasceu em Cantagalo (RJ), em 20 de janeiro de 1866. Órfão de mãe aos três anos de idade, passou a infância sob tutela de duas tias no interior fluminense, e um ano aos cuidados da avó, na Bahia. No Colégio Aquino, entrou em contato com os ideais republicanos, orientado por Benjamin Constant, e passou a editar, com os colegas, o periódico O Democrata, no qual publica seu primeiro artigo, “A viagem”, em 1884. Aos 19 anos, ingressou na Escola Politécnica fluminense, onde não conseguiu manter-se por muito tempo, por falta de dinheiro. Transferiu-se, então, para a Escola Militar da Praia Vermelha, onde permaneceu por dois anos, até ser preso e expulso por rebeldia: republicano, quebrou seu sabre e recusou-se a prestar continência ao ministro da guerra do Império. Mudou-se para São Paulo, onde passou a escrever para o jornal A Província de São Paulo, antecessor do atual O Estado de S. Paulo. Casou-se com Anna Ribeiro, filha do major Sólon Ribeiro. Depois de proclamada a República, foi reintegrado ao Exército. Graduou-se em Engenharia Militar pela Escola Superior de Guerra em 1892, trabalhou como engenheiro na construção da estrada de ferro Central do Brasil, mas desligou-se do Exército em 1896, principalmente por divergências político-ideológicas. Não lhe aprazia o rumo que tomava o novo governo, tampouco as severas punições aplicadas aos envolvidos na Revolta da Armada. Apesar de admitido na Escola Militar, durante revista às tropas, o escritor lançou sua arma aos pés de Tomás Coelho, Ministro da Guerra. Após este ocorrido, Euclides entrou em disciplina, saindo do Exército em 1888. Entretanto, reintegrou-se com promoção depois da proclamação da República, tornando-se primeiro-tenente e bacharel em Matemática, Ciências Físicas e Naturais na Escola Superior de Guerra. Euclides da Cunha deixou a Escola de Guerra em 1891, e ocupou o novo cargo de coadjuvante de Ensino da Escola Militar. Na época da insurreição de Canudos, no ano de 1897, escreveu dois artigos que se chamavam “A nossa Vendéia”. Com a divulgação dos mesmos, Euclides da Cunha foi convidado pelo Estado de São Paulo para estar presente no final do conflito. Documentou todo o ocorrido, depois enviou aos jornais as suas reportagens, que transformaram-se no seu livro celebre, Os sertões. Euclides terminou o livro em 1898, quando morava em São José do Rio Pardo,
Autógrafo de Euclides da Cunha, uma importante figura da literatura pré-modernista.
onde até hoje conserva-se a sua memória. O livro foi publicado em 1902 e intitulado pela crítica uma obra-prima, misturando ensaio, história e ciências naturais. É reconhecido na Literatura Brasileira como uma das maiores obras do País, de teor literário e científico. Euclides da Cunha marcou sua história com sua escrita, apesar de exercer diversas funções em sua trajetória. No dia 21 de Setembro de 1903 foi eleito à cadeira número sete, como sucessor de Valentim Magalhães. O escritor encantou-se por Ana Emílio Ribeiro, filha do Major Frederico Solon de Sampaio Ribeiro, um dos líderes da República, e casou-se com ela. Em 1909, Ana Emílio Ribeiro, mais conhecida por Ana de Assis, resolve abandonar Euclides e viver sua paixão com o seu possível amante, tenente Dilermando de Assis, o qual Euclides desconfiava ser o verdadeiro pai de um dos filhos dela. Euclides decidiu matar o amante de sua esposa, mas Dilermando era campeão de tiro e agiu em legítima defesa o matando. De modo que foi absolvido pela justiça e casou-se com Ana. O escritor, professor, sociólogo, repórter jornalístico, historiador e engenheiro brasileiro, teve seu corpo examinado pelo médico e escritor Afrânio Peixoto, que assinou o laudo. Principais Obras: Os sertões, epopéia e ensaio (1902); Relatório da Comissão Mista Brasileiro-Peruana do Alto Purus (1906); Castro Alves e seu tempo, crítica (1907); Peru versus Bolívia (1907); Contrastes e confrontos, ensaio (1907); À margem da história, história (1909); Cartas de Euclides da Cunha a Machado de Assis, correspondência (1931); Canudos, diário (1939). Obra completa, org. Afrânio Coutinho, 2 vols. (1966).
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DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
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Francisco Marins: A Guerra de Canudos
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Francisco Marins
A Guerra de Canudos é um livro paradidático de História do Brasil do escritor brasileiro Francisco Marins, publicado originalmente no Brasil em 1987 pela editora Ática, dentro da coleção O Cotidiano da História. A temática histórica abordada no livro é a Guerra de Canudos (1896-1897), confrontos militares do Exército Brasileiro, sob as ordens do Presidente da República Prudente de Moraes, contra os sertanejos do povoado de Belo Monte, no interior da Bahia, liderados por Antônio Conselheiro. O livro é dividido em duas partes: uma narrativa ficcional mostrando a visão do personagem principal aos acontecimentos históricos reais e um apêndice com vários artigos de conteúdo histórico contextualizando o período. A campanha de Canudos - uma verdadeira guerra nos sertões da Bahia - é episódio marcante da história brasileira, tendo sido gerada por movimentos de rebeldia e contestação. Um enfrentamento entre os que defendiam a ordem, emanada dos poderes da República, instaurada em 1889, e uma população sertaneja, que defendia novas alternativas para subsistir. Neste livro, você poderá acompanhar o
heroísmo das pessoas que, embaladas por suas crenças religiosas e pela disposição de conquistar meios dignos de sobrevivência, lutaram e morreram por aquilo em que acreditavam. [fonte: contracapa, 2003, Ática] Francisco Marins já havia abordado a temática da Guerra de Canudos em seu romance histórico juvenil “A Aldeia Sagrada”, publicado em 1953.
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“Chão de estrelas” “Minha vida era um palco iluminado Eu vivia vestido de dourado Palhaço das perdidas ilusões” Silvio Caldas Maria de Lourdes Camilo Souza
Esta música é uma das pérolas do cancioneiro brasileiro. Na minha infância eu a ouvi tocar muito lá em nossa casa. Nós tínhamos aqueles discos muito antigos que eram chamados de “bolachões”. Precisavam ser manuseados com muito cuidado porque se caíssem no chão quebravam em mil afiados cacos pretos. Eram guardados dentro de uma espécie de envelope de papel grosso, tinha um buraco redondo onde se podia ler o nome do disco, música e cantor a ser ouvido. Parecia até um ritual .Ao se retirar o disco da capa, limpávamos cuidadosamente com uma flanela nacia, pegando delicadamente com as pontas dos dedos pelas bordas, sem tocar as nervuras internas. Depois cuidadosamente pegávamos o braço com a agulha e colocávamos com precisão no início da música a ser tocada. E esperávamos aquele chiado característico antes da música começar. Tínhamos uma vitrola, um pouco mais moderna que
aquela movida a manivela. E quando tocava essa música, minha mãe que tinha uma linda e afinada voz de soprano a cantava com muito sentimento. Nesta noite fria, denominada de São Lourenço, no 10 de agosto, olhando um céu que se vê meio enevoado onde nem se vêem bem as estrelas, esse lindo e romântico nome de música dançou frente meus olhos e a música da mente veio aos neus ouvidos. E a imagem de um lindo céu estrelado de uma noite fria de inverno, tão linda e iluminada quanto um quadro de Van Gogh embalou o meu sonho tão vívido, cheguei a ouvir muito clara e límpida, a maviosa voz da minha querida Yoyô. Ah ...agosto, mês oito, simbolo do infinito, mês do aniversário dela. Lembrei que nunca tinha ouvido falar da noite de São Lourenço, e fui pesquisar sobre esse Santo. Lourenço nasceu em 225 em Huesca que depois se denominou Valência, linda cidade da Espanha. Foi martirizado, mas nem as chamas, tormentos e correntes o fizeram perder a fé em Deus. E num dia 10 de agosto de 258 veio a falecer, virando mais uma luminosa estrela no céu. Voltou ao lar, chão de estrelas. Muitos de nós somos inspirados ao olhar o céu, a lua, as estrelas e sonhar e prepararmos para o retorno.