Diário da
No Dia do Maçom – 20 de Agosto – comemorado pelas Lojas Maçônicas em todo território nacional, apresentamos resumo do trabalho realizado sobre a Maçonaria em Botucatu. Na verdade, todos os dias são considerados o dia do maçom. É uma ho menagem aos maçons brasileiros, principalmente de Gonçalves Ledo e José Bonifácio de Andrada e Silva. No ano de 1998, no mês de setembro, em sua edição nº 11, a revista Peabiru, foi convidada a fazer matéria sobre o CENTENÁRIO DA MAÇONARIA EM BOTUCATU, po dendo divulgar o histórico fornecido pela Loja Guia Regeneradora, com fotos do Tem plo Maçônico e o fac-símile da ficha cadastral do Dr. Antonio José da Costa Leite, fundador da Misericórdia Botucatuense e que foi Venerável da Loja Maçônica. Os dados publicados pela Peabiru, datam do ano de 1998. Hoje, a Maçonaria já está completando mais de 120 Anos em Botucatu. Mais forte e com um maior número de membros. É matéria histórica a se confundir com a própria História de Botucatu!
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Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU ANO II Nº 557 SÁBADO/DOMINGO , 20, 21 DE AGOSTO DE 2022
A suástica , por exemplo, presente nas mais diversas culturas da antiguidade, como a indiana , a chinesa , a marajoara e a tolteca , representa em sua origem o movimento perpétuo das coi sas, que cria e destroe. Um segmento de reta horizontal simboliza o repouso, a quietude, a ausência, a estática e a tese. Um traço vertical que o corta , faz nascer a cruz, símbolo de criação , da expansão do Universo, da pluralidade, do positivo e do fértil. É o símbolo da vida , que ao se deslocar ao redor de seu ponto central, significa multiplicidade. Acres cido de segmentos em suas extremidades, indica a direção desse giro , para a direita ou para a esquerda. Por isso a suástica se chama também cruz gamada , isto é, formada pela letra gama do alfabeto grego Deve-se atentar para a direção do movimento: a mão direita sempre foi considerada o símbolo do trabalho, e por isso a direção para a direita lembra operosidade, multiplicidade, antítese e dinâmica. Não foi com outra intenção que Hitler escolheu esse símbolo para seu domínio, significando assim uma reação em cadeia de sua política totalitária. Se invertermos as hastes para a esquerda, temos o movimento em sentido contrário, rumo ao caos. O famigerado emblema nazista acabou sendo identificado com a destruição e o mal, porque traiu o verdadeiro sentido do símbolo , que é altamente positivo. frontispício da LOJA SILVANO LEMMI, da Maçonaria Italiana em Botucatu, no início do século XIX, estava o símbolo da suástica...
No
Centenário da Maçonaria em Botucatu
O NAZISMO SE APROPRIOU DA SUÁSTICA?!?
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O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios. No ano de 1998, no mês de setembro, em sua edição nº 11, a revista Peabiru, foi convi dada a fazer matéria sobre o CENTENÁRIO DA MAÇONARIA EM BOTUCATU, podendo divulgar o histórico fornecido pela Loja Guia Regenerado ra, com fotos do Templo Maçônico e o fac-simile da ficha cadastral do Dr. Antonio José da Costa Leite, fundador da Misericórdia Botucatuense e que foi Venerável da Loja Maçônica. Os dados publicados pela Peabiru, datam do ano de 1998. Hoje, em 2021, a Maçonaria já está completando mais de 120 Anos em Botucatu. Mais forte e com um maior número de membros. É matéria his tórica a se confundir com a própria História de Botucatu! A Maçonaria em Botucatu se confunde com a própria história de nossa cidade. Obje tivando o registro histórico de seu 1º Centenário é que preparamos esta matéria Hoje, são várias “Lojas” em nossa cidade. No entanto, nos primórdios de nossa cidade a atuação maçônica foi bem diversificada e muito presen te. Foram 4 as Lojas Maçônicas: Loja Guia do Futuro, Loja Regeneradora Botucatuense, Loja Cel. Baptista da Luz e Loja Silvanno Lemmi ( pertencente à Colônia Ita liana, muito numerosa e influente à época). “1º CENTENÁRIO da Augusta Respeitável e Grande Benfeitora LojaGUIASimbólicaREGENERADORA Nº 1259 - Oriente de Botucatu - SP A Maçonaria é uma instituição essencialmen te iniciática, filosófica, filantrópica, progressista e evolucionista.Pugnapelo aperfeiçoamento moral, intelec tual e social da humanidade, por meio do cumpri mento inflexível do dever, da prática desinteressa da da beneficência e da investigação constante da verdade. Proclama a prevalência do espírito sobre a ma téria. Seus fins supremos são : LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE da Maçonaria em Botucatu
Centenário
Além disso : I - Institucionalmente a Maçonaria tem a missão de promover o aperfeiçoamento do ser humano e consequen temente a sua valorização no contexto da so ciedade.II–Condena a exploração do homem, os privilégios e as regalias, enaltecendo , porém, o mérito da inteligência e da virtude, bem como o valor demonstrado na prestação de serviços à Ordem, à Pátria e à Humanidade; III – afirma que o sectarismo político, re ligioso ou racial é incompatível com a univer salidade do espírito maçônico. Combate a ignorância, a superstição e a tirania; IV – proclama que os homens são livres e iguais em direitos e que a to lerância constitui o princípio cardeal nas relações humanas, para que sejam respeitadas as convicções e a dignida de de cada um ; V – defende a plena liberdade de expressão do pensamen to, como direito fundamental do ser humano, admitida a corre lata responsabilidade;São postulados universais da Instituição Maçônica, dentre outros;• A existência de um princípio criador : O Grande Arqui teto do Universo; • A proibição de discussão ou controvérsia sobre matéria político-partidária, religiosa ou racial, dentro dos templos ou fora deles, em seu nome; • uso do avental. O Grande Oriente do Brasil, Órgão Fundado em 17 de junho de 1882, é uma instituição Maçônica simbólica, regular, legal, e legítima, inscrito como pessoa jurídica de direito privado e reconhecido como de utilidade pública federal pelo governo brasileiro. Tem sede própria e foro no Distrito Federal É constituído como Federação indissolúvel dos Grandes Orientes dos Estados, do Distrito Federal, das Delegacias, das Lojas Maçônicas Simbólicas e dos triângulos Fotos da Sessão Solene do Centenário da Maçonaria e do Templo Maçônico:NOTADA REDAÇÃO: matéria resumida da publicação da revista Pea biru nº 11, de setembro de 1998.
Diário da Cuesta2 EXPEDIENTE DIRETOR: Armando Moraes Delmanto EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Tels:Contato@diariodacuesta.com.br14.99745.6604-14.991929689 NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM WEBJORNALISMOBOTUCATUDIÁRIO
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Diário da Cuesta 3 A MAÇONARIA ITALIANA DE BOTUCATU
E quedamo-nos na certeza de que, sejam quais forem as adversidades deste novo tempo, se tivermos fé, não seremos aniquilados. E a realidade social que vivemos poderá ser outra, se nos comunicarmos sob a égide desse símbolo. José Sebastião Pires Mendes.”
Apresentam dois aspectos, isto é, de conteúdo e de instrumento. O conteúdo é sempre uma mensagem convencional, como por exemplo a estátua de Joana D’Arc, cujo conteúdo é a lembrança da resistência francesa contra os invasores estrangeiros. Como instrumento, o símbolo estabelece um contacto íntimo entre o emissor e o Tomandoreceptor.omesmo exemplo, vemos que a estátua transmite às gerações que se sucedem iguais sentimentos de patriotismo e de coragem, inerentes ao povo francês. Através dos tempos os símbolos sempre trouxeram à baila um acontecimento esquecido, reavivaram sentimentos, e esta beleceram pontes entre uma civilização e outra, como a reto mar um diálogo interrompido. Pela interpretação dos símbo los da escrita cuneiforme, Rawlison estabeleceu bases para a elucidação dos enigmas das civilizações mesopotâmicas. Usando a analogia, Champolion reuniu os quebra-cabeças dos caracteres gregos e egípcios e contou-nos, pela decifração da pedra de Roseta, a história perdida do Egito. Os símbolos sempre foram uma liguagem universal na tural e formam, a despeito de sua convencionalidade, o mais primitivo sistema de comunicação. As idéias milenares sobre a origem do Universo estão cheias de pontos comuns exteriori zados nos diversos símbolos. A suástica, por exemplo, presen te nas mais diversas culturas da antiguidade, como a indiana, a chinesa, a marajoara e a tolteca, representa em sua origem o movimento perpétuo das coisas, que cria e destroe. Um segmento de reta horizontal simboliza o repouso, a quietude, a ausência, a estática e a tese. Um traço vertical que o corta, faz nascer a cruz, símbolo de criação, da expansão do Uni verso, da pluralidade, do positivo e do fértil. É o símbolo da vida, que ao se deslocar ao redor de seu ponto central, significa multiplicidade. Acrescido de segmentos em suas extremidades, indica a direção desse giro, para a direita ou para a esquerda. Por isso a suástica se chama também cruz gamada, isto é, formada pela letra gama do alfabeto grego Deve-se atentar para a direção do movimento: a mão direita sempre foi considerada o símbolo do trabalho, e por isso a direção para a direita lembra operosidade, multiplicidade, antítese e dinâmica. Não foi com outra in tenção que Hitler escolheu esse símbolo para seu domínio, significando assim uma reação em cadeia de sua política totalitária. Se invertermos as hastes para a esquerda, temos o movimento em sentido contrário, rumo ao caos. O famigerado emblema nazista acabou sendo identificado com a destruição e o mal, porque traiu o verdadeiro sentido do símbolo, que é altamente positivo. Com a mesma profunda significação temos o círculo, símbolo do infinito, en contrado na tradição antiga como uma serpente que morde a sua cauda. É a con tinuidade das coisas, como dizia Lavoisier, em que nada se cria, nada se perde, mas tudo se transforma. É o moto-contínuo, animado pelas forças invisíveis da Natureza. E na analogia dos contrários, que estabelece a tese, a antítese e a sínte se, encontramos a harmonia e o equilíbrio. Do centro à periferia partem raios que se movem num vórtice dinâmico, como na teoria da expansão do Universo, como se fosse um grande coração pulsando de amor.
A importância da imigração italiana em Botucatu é conhecida. No entanto, vale destacar a atuação desses valorosos pioneiros imigrantes na Maçonaria. Primeira mente, os peninsulares se reuniram na Loja Guia do Futuro e, mais tarde e com o crescimento deles, partiram para a sua própria loja maçônica : Loja Silvanno Lemmi Durante anos tiveram destaque na comunidade botuca tuense, principalmente nos primeiros anos deste nos so século. Na Loja Guia Regeneradora encontra-se primorosa bandeira estandarte da loja italiana, assim como medalhas e ritos maçônicos (a loja italiana era subordinada diretamente a Roma, tendo seu rito todo em italiano e dependendo de correspondência epistolar para o recebimento de orientações, decisões e normas diretamente da Itália) Tudo isso dificultava o normal desempenho da loja italiana No primeiro decênio deste século, através de inicia tiva particular de seu Venerável Mestre Pedro Delman to, a loja maçônica italiana conseguiu sua sede, especial mente construída para essa finalidade. No frontespício da Loja, ainda hoje pode-se notar a presença de simbolis mo gráfico a representar a presença maçônica. Hoje, no local, funciona a loja comercial “A Composição”, esquina da Rua Curuzu com Rua Monsenhor Ferrari. Releitura da Arquitetura Maçônica - Com o objetivo de resgatar a presença da Loja Maçônica Italiana, a Re vista Peabiru procurou ajuda junto ao artista plástico e intelectual botucatuense, José Sebastião Pires Mendes para que se pudesse “visualizar” em sua originalidade. o prédio da Loja Italiana, construído especialmente para a finalidade de, lá, cultuar-se a maçonaria. Com maes tria, temos a reconstituição do Templo Maçônico, com toda sua originalidade. O destaque maior, fica por conta dos símbolos artisticamente gravados em seu frontespício. Nesses símbolos vê-se, com destaque, a suástica. entanto, destaque-se que o prédio data de quase duas dé cadas antes do advento do nazismo! Da mesma forma, destaque-se que a suástica gravada no prédio está em sua forma original, ou seja, reta. Anos depois, ao ser apro priada e elevada a símbolo nazista, a suástica foi estratégi camente inclinada para, simbolicamente, representar mo vimento maior e mais agressivo...Hoje, é como a suástica é mundialmente conhecida. Para conhecimento de todos, a Revista Peabiru solicitou do artista a reconstituição do estilo original do prédio do Templo Maçônico, bem como um ensi namento didático referente à suástica e todo o simbolismo que representa: (AMD) “O Símbolo” Em um mundo tão conturbado como o que vivemos, torna-se imperioso pro curar parâmetros para que não nos percamos nesse tão profundo emaranhado de acontecimentos.Dir-se-iaque se faz mister criar um novo cartesianismo filosófico, do qual pos samos extrair coordenadas eficientes que nos ajudem a navegar por estes mares, sem correr o constante risco de ver vagar sem rumo nossa tão solapada nave. Surgem então propostas oportunistas, sugestões de boa fé ou aventuras quixotescas do pensamento que apelam para as mil facetas de um ecletismo tão atuante quanto antigo. Refiro-me aos movimentos que surgem e ressurgem, oriundos das várias crenças e religiões, dos diversos ramos do esoterismo ou das próprias religiões convencionais. A busca de uma razão de ser nunca foi tão urgente. Nesse contexto, não seria em vão considerarmos alguns aspectos dessa busca, sem nos enveredarmos pelos labirintos da metafísica ou nos domínios do dogma. Um facho de luz nos ilumina gradativamente as trevas: o símbolo. Levando-se em conta que todas as relações sociais são feitas através dos símbolos, é notório que eles constituem uma das camadas mais importantes da realidade social. Gur vitch diz que eles são ao mesmo tempo, produtos e produtores dessa realidade. São produtos, porque foram criados pelos homens para se comunicarem entre si, e são produtores porque através deles os homens se comunicam e se realizam.
E chegamos ao máximo significado da cruz de Cristo, sobre cujos madeiros superpostos se imola o Filho de Deus, para a vida dos mortais, tornando-os imor tais. É a rosa mística do amor que desabrocha do sofrimento. O lótus que emerge do lodo, a paz que vence a guerra. É o grande Hércules que perpassa o misterioso portal entre as colunas de Gilbratar É o vencedor que culmina na exaltação supre ma do trabalho e do sacrifício, a apoteose de uma humanidade a caminho de Deus.
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O Prof. Arlindo Machado, da Escola de Comunicações e Artes da USP, sobre a importância dos registros históricos e dos livros de história, nos lembra que “...a biblioteca da Sorbonne, tida como a maior da Europa contava com um acervo, no seu início, de 1 228 livros Hoje, as maiores bibliotecas do mundo abrigam cada uma por volta de dez milhões de volumes. E destaca a importância de registros, como o que estamos fazendo, dos fatos históricos:” Bancos de Dados inteligentes deverão substituir os inexpressivos fichários atuais, novos softwares ajudarão na tarefa de localizar, selecionar e compreender a informação... deverão condenar ao esquecimento as antigas livrarias e remodelar o conceito de biblioteca ” Esse é o futuro. É perfeitamente possível digitalizar coleções inteiras de jornais antigos. É viável, através de softwares específicos, catalogar toda uma biblioteca. Bancos de Dados po dem preservar toda a Memória Histórica das cidades Repetimos: esse é o futuro! E estamos trazendo o registro importante de parte da construção histórica de uma cidade do interior do Estado de São Paulo, com a construção, pela força da comunidade organizada, de seu Hospital Benemérito.
Centenário da Misericórdia Botucatuense
O registro do histórico do Centenário da Misericórdia Bo tucatuense precisa ser divulgado como forma de se preservar a história e deixar exemplos da participação positiva e vitoriosa da comunidade organizada.
1ª. FASE DO HOSPITAL: O Dr Costa Leite obtém da matriarca Da. Isabel Franco de Arruda, rica proprietária vinda de Piracicaba, a doação 10 contos de réis. Dez contos de reis! Os fazendeiros Antonio Ferreira da Silva Veiga Russo e Domingos Soares de Barros doaram parte de suas propriedades para o hospital Sendo que o Domingão (como era conhecido) doou propriedades como primeira fonte de renda da Misericórdia Com firme apoio da comunidade foi eleita a primeira Diretoria: Dr Costa Lei te, Antonio Cesar, Amando do Amaral Barros, João Rodrigo e Floriano Simões Como Provedor, o Juiz de Direito, Dr Luiz Ayres de Almeida Freitas. A planta do hospital foi de autoria do arquiteto Francisco B Soler (espanhol) Interessante o registro da presença, por dois anos, do médico e depois cien tista famoso, Dr. Vital Brasil. Pertenceu ao quadro clínico da Misericórdia e, como secretário, elaborou algu mas Atas. Com a existência de muitas fazendas, portanto de muitas matas e animais peçonhentos (cobras e escorpiões), começou a pesquisar e estudar o soro-antiofí dico. Em, 1897, seguiu para a capital para atuar no recém fun dado Instituto Butantã, onde se consagrou para a ciência. 2ª. FASE DO HOSPITAL: Em 1937, grave crise abalou o fun cionamento da Misericórdia. O Corpo Clínico se afastou por desentendimento com a Administração. Após breve período sem prestar serviços, fechado, o hospital reabriu em uma iniciativa da Comissão de Diretores da Administração da Entidade Mantenedora. Foram convidados os srs. Emílio Peduti e o Dr Antônio Delmanto. O primeiro, empresário e capitalista bem su cedido e, o segundo, médico botucatuense com especialização na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com estágio com o Dr Benedito Montenegro, considerado o melhor cirurgião da época e, posteriormente, Diretor da Fa culdade de Medicina da USP. As instalações da Misericórdia eram modestas Era preciso ampliar Moderno aparelho de Raio X, caríssimo à época e impossível de ser comprado com recurso próprio, foi uma oferta do Comendador Antonio Pereira Ignácio, fundador da Vo torantim (avô do empresário Antonio Ermírio de Moraes). O industrial Anto nio de Souza Noschese, doou a sala e todos os aparelhos de Ortopedia, a viú va do ex-prefeito Tonico de Barros doou toda a ala de ginecologia com vários quartos e equipamentos, que passou a ser a ala Maternidade “Nhazinha de Barros”. Enfim, com a mo bilização do corpo clínico obteve-se as doações necessárias para o pleno funcionamento do hospital. Em 1993, a gran de comemoração do CENTENÁRIO DA MISERICÓRDIA BO TUCATUENSE. Uma vida onde a beneme rência supriu, por dé cadas, a ausência do Estado no importante setor de prestação de serviços de saú de. Hoje, o hospital está consolidado, com a direção da UNI MED, mesmo enfren tando as dificuldades que todos os hospitais do Brasil ainda enfrentam.
Diário da Cuesta4
Na capital paulista nós temos a Santa Casa de Misericórdia, tradicional e modelar estabelecimento hospitalar. E por todo o Estado de São Paulo e pelo Brasil, temos as Santas Casas, hospitais erguidos e mantidos pela caridade das comunidades a que servem... Faço essas considerações, exatamente, pelo fato do hospital que vamos focalizar não levar o nome de Santa Casa: é tão somente Misericórdia Botucatuense Sempre me recordo que meu pai, mé dico, comentava que a Misericórdia não era uma Santa Casa, mas com certeza, era uma Casa Santa! Principalmente em seus primórdios, quando não havia a assistência médica organizada por parte do Governo Federal, fun cionando os serviços de saúde pela mobilização da própria comunidade que contava com entidades filantrópicas, geralmente maçônicas. Pois bem, a Misericórdia Botuca tuense foi fundada em 1893, passando a funcionar em 1901, graças ao médico baiano, Dr Antonio José da Costa Leite, que teve a brilhante iniciativa. Como único médi co da cidade e da região, acompanhando o avanço das paralelas poderosas da Estrada de Ferro Sorocabana e contando com o apoio financeiro e a doação de terras de fazendeiros e ricos pro prietários da cidade.
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Diário da Cuesta 5 PEDUTI & DELMANTO
Histórico de Lideranças Políticas !
Tanto Antônio Delmanto como Emílio Peduti participaram e tiveram pa pel de destaque na 2ª. Fase da Misericórdia Botucatuense. Convocado, An tônio Delmanto assumia, no segundo semestre de 1937, a Direção Clínica do Hospital. A situação era grave. Os médicos haviam se afastado do hospital. Urgia uma solução. Delmanto, retornando a Botucatu após seu curso de Me dicina no Rio de Janeiro e estágio de 2 anos na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, aceitou o desafio. Montou um excelente Corpo Clínico e remodelou e modernizou a infra-estrutura hospitalar.Damesma forma, Emílio Peduti, empresário bem sucedido, é convocado para gerir a Diretoria Administrativa da Misericórdia. A grave situação econômico-financeira precisava de uma estabilida de urgente. A escolha para essa empreitada não poderia ter sido melhor: Pedutão sabia adminis trar e sabia manter o comando. Antônio Delman to permaneceu como Diretor Clínico de 1937 a 1951 Emílio Peduti permaneceu como Presidente ou Provedor de 1937 a 1963, quando faleceu. Pois bem, Emílio Peduti já tivera, em 1936, uma experiência política quando fora candidato a Vereador e conseguira obter suplência (Jay me de Almeida Pinto, ainda solicitador de Direi to, conseguira eleger-se Vereador e tirava licença para propiciar a que Peduti assumisse a vereança por breves períodos). No ano de 1947, Peduti no vamente se candidata a vereador (PSD) e obtém sucesso com 276 votos. Antônio Delmanto, após seu regresso a Botucatu tenta pela primeira vez um cargo eletivo nas eleições municipais de 1947, candidata-se a Vereador (UDN) e é eleito com 945 votos. Para a época - mais de 50 anos atrás! - a votação recebida representou o recorde individual de votos até hoje não suplantado (proporcionalmente ao número de eleitores do município) Com a votação de Delmanto, a UDN fez a maior bancada da Câmara Municipal. Com essa votação do udenista, o então Governador Adhemar de Barros, sempre pretendente à Presidência da República, que estava «armando» a sua base política no interior de São Paulo, procura manter contato. O encontro é realizado na fazenda do irmão do governador, Sr. Geraldo de Barros, tendo como intermediário o Sr. Joaquim Amaral Amando de Barros. Na fazenda de São Manoel, Antônio Delmanto recebe a proposta: apoio decisivo do «esquema ademarista» para sua eleição a Prefeito Municipal em 1951, em troca de apoio político futuro a Adhemar de Barros. Esse apoio de Delmanto seria «sacramentado» por uma carta hipotecando apoio futuro à possível candidatura de Adhemar Nada feito. Delmanto alegou que seu partido (UDN) teria seus próprios candidatos às próximas eleições e que tinha fechado questão no sentido de combater Adhemar à nível estadual. O Pedutão aceitou e fechou com Adhemar. Não se sabe se houve carta assinada e não consta apoio de Peduti a Adhe mar nas eleições seguintes. Peduti ganhou a eleição para a Pre feitura. Hoje, com a concordata e desaparecimento da empresa Teatral & Peduti na segunda metade dos anos 80, fica difícil imaginar a grandiosidade e poderio da empresa no início dos anos 50. Emílio Peduti não só era o maior capitalista da cidade como a sua empresa «dominava» grande parte do in terior paulista com sua rede de cinemas e sua distribuidora de filmes É registro histórico. Após a campanha municipal de 1951 e antes da divulgação do resultado, Peduti e Delmanto realizaram memorável chur rasco de confraternização. Eram outros os tempos e outros os homens.Depois da “quarentena” eleitoral que sempre serve para serenar os âni mos, principalmente dos simpatizantes que se situam na periferia das grandes lideranças, Peduti e Delmanto reataram o relacionamento. Por decisão de Pe dutão, a Comissão encarregada do 1º Centenário de Botucatu acatou e implan tou a sugestão de Delmanto para que os grandes vultos de nossa história local fossem homenageados (Costa Leite, defronte a Misericórdia; Cel. Amando de Barros, na Praça do Bosque; Comendador Virgínio Lunardi, na praça principal da Vila dos Lavradores e o Dr. Cardoso de Almeida, defronte a Escola Normal), com a colocação de busto em praça pública. Pedutão consolidou a sua imagem de administrador seguro. Voltou a ser reeleito Prefeito Municipal de Botucatu no ano de 1959, com o apoio de An tônio Delmanto e da UDN. Aqui é importante destacar que em sua primeira eleição (1951), Peduti recebera apoio total de Adhemar, então Governador, e dos ademaristas locais, que representavam respeitável força política, contan do ainda com o apoio do Prefeito de Botucatu, Sr. Renato de Barros, primo do governador. Na ocasião, através de seu irmão, Sr Geraldo de Barros (São Manoel), o então governador investira “pesado” em Botucatu: adquirira a nossa única rádio (PRF-8), reforçou o jornal local (Correio de Botucatu) e de sapropriou a Casa de Saúde (Sul Paulista e depois Nossa Senhora Menina) para a instalação ime diata do Hospital Regional da Sorocabana (os ferroviários sem pre representaram expressiva força política em Botucatu) Pois bem, Emílio Peduti vencera as eleições e não dera o esperado apoio a Adhemar nas campanhas políticas que se seguiram e, a ní vel local, deixara os adhemaristas falando sozinhos... Elegera como seu sucessor, João Queiroz Reis, derrotando exatamente o Sr Renato de Barros, primo do ex-governador... Os ademaristas estavam há tempos tentando chegar ao acerto de con tas... Na eleição de João Reis, os ademaristas perderam e não conseguiram dar o troco... Na sucessão de João Reis, o candidato oficial foi novamente Emí lio Peduti (1959). Os ademaristas lançaram o candidato a vice-prefeito, o ve reador Plínio Paganini, com José da Silva Coelho para Prefeito. Quase chega ram lá. Mesmo com o apoio da UDN, que lançara o candidato a vice-prefeito (Abílio Dorini), a eleição de Peduti corria sério risco. A campanha foi violenta. Coelho estava no auge de sua carreira e as forças ademaristas, como sempre, representavam expressivo número de votos. Dizem que Coelho perdeu a eleição uma se mana antes do pleito. Em seu famoso comício no Paratodos, Coelho lotou a praça, indo a multidão até defronte o Botu catu Hotel. Pois esse foi o motivo de sua derrota... Alertados pela derrota que se aproximava, o esquema de campanha de Peduti realizou a operação “pente-fino”, com argumen tos “persuasivos” nos principais bairros da cidade. E, como jogada final, Peduti trouxe para animar seu último comício, simplesmente o maior ídolo do cinema nacional: Mazzaropi! Peduti ganhou e a oposição elegera o vice-prefeito, Plínio Paganini. No início de 1962, a oposição a Peduti se ampliava na mesma proporção em que se desenhava a volta do “ve lho” Adhemar e com a derrota de seus aliados a nível es tadual, Peduti já começara a sentir um recrudescimento, no final de 1962, da oposição que lhe era crescente. O recrudescimento poderia ser classificado como feroz pelo observador mais otimista, mas realmente era desumano e assustador. As perspectivas não eram boas. O acerto de contas estava co meçando... Em 04/03/63, Pedutão faleceu...” (“in” Memórias de Botucatu 2, edição 1993) Delmanto firmou posição como parlamentar combativo, sendo rei teradamente o vereador mais votado da cidade. Em sua última eleição, em 1972, elegia-se com novo recorde de votos: 1993. Quando do segundo mandato de Pedutão como Prefeito, as coisas não andavam bem... Pedutão, já adoentado, enfrentava feroz oposição Alguns vereadores situacionistas (“cupinchas” , mesmo) já começavam a formar o Bloco Independente.. Peduti começava a ficar só... Era pouco o apoio político de que dispunha. Um desses apoios e que permaneceu até 1963 quando Peduti faleceu no exercício do cargo e sob violenta oposição, foi o de Antônio Delmanto.
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Diário da Cuesta6
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Travou-se, então, o seguinte diálogo: A Promotora: “Prof. Pedro, quando o senhor esteve no local, a moto ain da lá se encontrava?
Embora fosse um típico caso de homicídio culposo, o cliente foi processa do e pronunciado por homicídio doloso triplamente qualificado. Segundo o laudo oficial, o automóvel brecara apenas pouco antes de bater na motocicleta, o que caracterizaria a intenção dolosa do acusado de atingi-la.
O Professor: “Não senhora”. A Promotora: “E o carro?”
Diário da Cuesta 7 O VIADUTO
O Professor: “Não senhora”. A Promotora (com sarcasmo): “E o poste caído?”
Ainda na fase do inquérito, solici tei um parecer técnico ao Dr. Pedro Lourenço Thomaz, Professor Aposen tado da Academia de Polícia Civil do Estado de São Paulo e, seguramente, a maior autoridade em acidentes de trânsito do país. O renomado perito concluiu e demonstrou que o laudo oficial estava errado, tendo o motorista do automóvel freado por cerca de 60 metros antes de colidir com a moto, evidenciando os sinais de frenagem que seu motorista tudo fizera para evitar o acidente.
A Promotora oficiante solicitou que o Prof. Pedro fosse ouvido no júri como testemunha do Juízo, o que foi deferido. Na sessão de julgamento, durante a inquirição do mestre, a representante do M. Público procurava derrubar o seu parecer, enfatizando a circunstância dele só ter estado no local dos fatos trinta dias após o acidente.
O corretor resolveu ir atrás, também em velocidade, para anotar as placas das motos. Os três veículos adentraram em um viaduto. No final da descida deste, havia um farol que se fechou: enquanto a primeira moto pas sava, a segunda diminuía sua marcha, sendo abalroada pelo automóvel, cujo motorista, embora freando intensamente, perdera o controle do carro.
O corretor de câmbio, saindo com seu carro na compa nhia da noiva de um restaurante onde haviam jantado, ao entrar em importante avenida, não se apercebeu de ter “fechado” duas motocicletas que por ela transitavam. Foi o bastante para os motoqueiros, no primeiro farol, cercarem seu automóvel: o primeiro ofendeu-lhe e à acom panhante, e o outro desferiu-lhe um soco no rosto, fazendo com que batesse sua cabeça na da noiva. Em seguida, as duas motos, após fazerem “zigue-zague” em tom de gozação, arrancaram em velocidade.
Com o choque, o motoqueiro ainda conseguiu controlar sua moto por vá rios metros, até bater no meio fio da praça ali existente, onde, estando sem capacete, veio a falecer de imediato. O automóvel, por sua vez, após bater em um poste, capotou, ferindo sua ocupante.
Roberto Delmanto
O Professor (com toda a calma): “Também não senhora. No local só esta va o viaduto...” O riso na platéia foi geral. A tentativa fracassada de desmoralizar um emi nente mestre certamente contribuiu para que os jurados fizessem justiça, desclassificando a imputação para homicídio culposo no trânsito.
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Diário da Cuesta8
3 - O primeiro médico de Botucatu e da região, o Dr. Costa Leite, foi também o FUN DADOR daBotucatuenseMisericórdia
LEITURA DINÂMICA
4- Em 1937, a Misericórdia viveu sua grande crise que abalou o seu funcionamento. O Corpo Clínico se afastou por desenten dimento com a Administração. Após breve período sem pres tar serviços, fechado, o hospital reabriu em uma iniciativa da Co missão de Diretores da Administração da Entidade Mantenedora.
- ONTEM X HOJE. Nas fotos pode-se ver no frontispício da en trada principal da Misericórdia, na foto original do prédio com a fachada com os símbolos maçônicos.
1 - A MISE DIARICÓRBOTU CATUENSE é fruto da atuação 2neméritabedamaçonariaquedotouacidadeeregiãodeseuprimeiroHospital
5- É digna de registro a visita que o nosso 4º Bispo e, posteriormente, nosso 1º Arcebispo, Dom Henrique Golland Trindade, fez à Misericórdia Botucatuense. Essa visita é reveladora do espírito cristão de Dom Henrique e a exata dimensão que tinha de sua liderança, como Pastor e orientador de toda comunidade. O jornal “DEMOCRACIA”, de 22/08/48, registra a recepção que o Presidente da Misericórdia, Emílio Peduti e o Diretor Clínico, Dr. Antônio Delmanto fizeram com a presença de toda Diretoria e Corpo Clínico à S.Exa.Revma. Dom Henrique Golland Trindade:
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