MIS IMAGEM SOM É importante Registro Histórico/Cultural: A ideia de cria ção do MIS partiu do próprio governador Carlos Lacerda, que pretendia reafirmar a importância cultural do Rio de Janeiro após a perda do status de Capital da República. O museu foi criado em 27 de agosto e inaugurado em 03 de setembro de 1965 como parte das comemorações do IV Centenário da Ci dade, ocupando um edifício de arquitetura neoclássica que abrigou o pavilhão do Distrito Federal na Exposição do Cen tenário da Independência, em 1922. O prédio, que fica na região da Praça XV (Praça Luiz Souza Dantas), foi tombado pelo Patrimônio Histórico em 1989 Em 1966, o museu lançou o projeto “Depoimentos para a Posteridade”, com o objetivo de gravar entrevistas com personalidades importantes. O 1º entrevistado foi João da Baiana, em 24/08/1966. Depois dele, outros ilustres conce deram depoimentos ao MIS, como Pixinguinha, Chico Buar que e João Cândido, líder da #revoltadachibatarm que falou aos historiadores Hélio Silva e Ricardo Cravo Albin em 1968 Trechos desse depoimento estão no 4º episódio do Podcast Rio Memórias. Com mais de 310 mil documentos em diversos formatos (fotografias, discos, filmes, fitas de vídeo e áudio, dentre outros), atualmente o acervo do MIS é composto por 33 co leções particulares de importantes personalidades da cul tura brasileira, divididos entre as duas sedes da instituição: Praça XV e Lapa. Em 2010 foi lançada a pedra fundamental de uma nova sede, em Copacabana, mas as obras estão paradas desde 2016. Em 15/09/2021 o Governo do Estado lançou edital para contratação de empresa para concluir as obras que estão em fase de acabamento. Boa! Ricardo Cravo Albin foi escolhido por Lacerda para implan tar o MIS, em suas palvras a dimensão e grandiosidade dessa iniciativa cultural: “Hoje me orgulho de ter fundado 18 museus da imagem e do som pelo Brasil afora. O primeiro foi o de São Paulo, entre gue a Rudá de Andrade [filho de Oswald de Andrade] e que, hoje, é um dos principais do país”, relata Cravo Albin, advoga do por formação, mas que não pratica a profissão, e também jornalista, que se dedicou ao registro do passado e não do pre sente. Leia histórico na página 3
da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU ANO II Nº 563 SÁBADO E DOMINGO , 27 E 28 DE AGOSTO DE 2022
E DO
: MUSEU DA
Interessados devem entregar os documentos até 23 de setem bro. A Diretoria da Academia Botucatuense de Letras (ABL) de Botucatu informa que estão abertas as inscrições para preenchi mento de vagas para novos membros. Os interessados irão concorrer às cadeiras 33, 34 e 35 como Membro Efetivo da ABL. Para isso, deve apresentar requerimen to ao presidente da ABL, currículo vitae, títulos do requerente, histórico de atividades culturais, literárias ou cientificas, além de exemplos de trabalhos publicados ou laureados. Os documentos devem ser entregues até o dia 23 de setembro na sede da Academia Botucatuense de Letras, na Praça XV de Novembro, 30 – Centro. (Fonte: Leia Notícias)
Diário
Botucatu: Academia Botucatuense de Letras está com vagas abertas para novos membros
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E D I T O R I A L Diário da Cuesta2 EXPEDIENTE DIRETOR: Armando Moraes Delmanto EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta com br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689 NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
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O Luiz Ernesto é formado na primeira turma da Faculdade de Jornalismo da Fundação Casper Líbero, em 1951, tendo cursado também a Escola de Sociologia e Política E foi de sua iniciativa o convite para que Carlos Lacerda fosse o paraninfo dos forman dos. De seus contatos com o atuante político e jornalista carioca, foi convidado para chefiar a sucursal do jornal “Tribuna da Im prensa” na capital paulista, do qual Lacerda era diretor. Em 1961, mudou para o Rio de Janeiro onde participou da campanha de Lacerda para o Governo da Guanabara (atual Rio de Janeiro), além de exercer naquele jornal o cargo de secretário de redação.
Em seu livro “Artes-Reportagem”, Luiz Ernesto apresentou um conjunto de entrevistas com artistas e pessoas ligadas ao cenário cultural que o livro apresenta e é um legado permanen te que nos possibilita conhecer desde os primeiros nomes do modernismo no Brasil, como Anita Malfatti, Lasar Segall, Vic tor Brecheret e Di Cavalcanti até expoentes do abstracionismo, tachistas, concretistas e primitivos, com registro de todos os movimentos e eventos artísticos do país no período de 50 anos abrangido (1922/1972).
Um de seus maiores motivos de orgulho - confessa o realiza do Luiz Ernesto - foi ter participado da criação tanto do MIS do Rio de Janeiro, quando assessorou Lacerda, como da criação do MIS de São Paulo. “Fui o organizador, em 1967, como assessor do governador Abreu Sodré, do MIS de São Paulo e fiz para ele as primeiras entrevistas com Lasar Segall e com Volpi”. Além dos MIS carioca e paulista, Luiz Ernesto é criador do Museu Caiçara de Ubatuba. Em 1967, início do Governo Abreu Sodré, tive a minha pri meira atuação no jornalismo quando fui designado pelo Luiz Er nesto para fazer a cobertura jornalística do trabalho do então secretário da agricultura, deputado Herbert Levy, em suas viagens pelo interior do Estado. Foi um aprendizado e uma oportunida de de conhecer a realidade do valoroso empresariado agrícola. Hoje, o Agro é a locomotiva econômica do Brasil… Luiz Ernesto Machado Kawall foi Secretário de Imprensa do Governador Abreu Sodré. Foi um importante agente da Cultura Paulista, marcando sua atuação na criação dos MIS do Rio de Janeiro e de São Paulo. A Direção
No jornalismo cultural foi criador da crônica de arte, com es tilo próprio, distante tanto da crítica erudita, repleta de conceitos técnicos e reservada aos especialistas, como da mera reporta gem incolor, feitas por jornalistas comuns e que nada acrescen tam à cultura do leitor.
O MIS e o jornalismo cultural de Luiz Ernesto Machado Kawall
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Diário da Cuesta 3 A BABÁ, AS DUAS DE VINTE E CINCO, E O POLIAMOROSO
O jovem advogado e a esposa, com três filhos pequenos, tendo perdido a babá de vários anos, precisaram contratar outra. Es colheram uma moça muito recomendada. Crente, recatada, de cabelos longos, só usava roupas fechadas e saias que iam bem abaixo dos joelhos. No primeiro fim de semana que foram pas sar na casa do Guarujá, o casal foi cedo à praia para caminhar, ficando a babá de levar as crian ças ao encontro deles um pouco mais tarde. Quando esta apareceu com elas, a surpresa foi total. Usava um mi núsculo biquíni fio dental, revelando um corpo escultural. Os olhos do advogado e de outros amigos que estavam na barraca de praia literalmente reviraram.
Ao voltarem para São Paulo, a esposa do advogado, já na se gunda-feira, sábia e prudentemente despediu a babá, dizendo que necessitava de alguém mais experiente...
Roberto Delmanto
O veterano juiz, depois de mais de trinta anos de um casamen to muito feliz, ficara viúvo. Apesar do carinho dos filhos e netos, mostrava-se inconsolável, caindo em grande depressão. O tempo passava e o magistrado, então com sessenta e cinco anos, não se recuperava.Porinsistência de amigos, foi consultar um conceituado tera peuta. Este recomendou que arranjasse logo uma namorada. O juiz indagou-lhe qual idade seria aconselhável que ela tivesse e o tera peuta respondeu que por volta de cinquenta. Foi aí que o magistra do, dando sinais de rápida e surpreendente recuperação, perguntou se não poderiam ser duas de vinte e cinco... Durante vinte anos de casada, a esposa sempre considerara o marido promotor fidelíssimo. Até que, por acaso, através do fa cebook, descobriu que ele tinha relacionamentos extraconjugais. Não podendo negar a evidência, o membro do parquet expli cou-lhe que fazia parte de um grupo de homens considerado poliamoroso. Segundo ele, tais pessoas tinham uma necessida de absoluta e vital de ter mais de uma relação amorosa, o que não impedia de darem à primeira (e oficial) parceira, irrestri to afeto e dedicação. Alegou que até existiria um site a respeito. A mulher não aceitou a absurda desculpa, nem quis consultar o tal site, pedindo logo o divórcio...
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O MIS de São Paulo
O Museu da Imagem e do Som foi criado em 29 de maio de 1970, já vinculado à Secretaria de Estado da Cultura. Na época, a ideia era construir um museu que preservasse e produzisse a imagem e o som, conceito este que tomou forma após a inaugu ração do MIS do Rio de Janeiro, concebido pelo jornalista Carlos Lacerda, em 1961. Contaminado pelo ideal fluminense, o então governador de São Paulo, Abreu Sodré, incumbiu o jornalista Luiz Ernesto Kawall de organizar o similar paulista. Com uma comissão formada por destacados profissionais do cinema e do jornalismo – do qual constavam personalidades como o crítico Paulo Emílio Salles Gomes e o professor da USP Rudá de Andrade – a iniciativa foi posta em marcha.
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Antes de se instalar no atual endereço da Avenida Europa, o MIS percorreu regiões como Campos Elíseos, Avenida Paulista e Itaim. Porém, para garantir a estabilidade do espaço físico do MIS, o Estado encontrou o imóvel residencial pertencente desde os anos 1960 ao industrial Affonso Giaffone, construído para mo radia dele e sua família. O edifício tinha a face da Avenida Europa murada e cercada por um imenso jardim, onde fica atualmente o estacionamento do MIS. Assim, numa Avenida Europa que ainda não abrigava estabelecimentos comerciais, foram iniciadas refor mas de adequação técnica. Em 27 de fevereiro de 1975, com a exposição Memória Paulis tana, o Museu da Imagem e do Som finalmente abriu suas portas para o público em sua sede permanente em São Paulo. Organiza da por Rudá de Andrade, diretor técnico do MIS entre os anos de 1970 e 1981, a mostra representou um importante resgate histórico-cultural da memória da capital paulista por meio de fotografias da cidade, além de retratos de personalidades e anônimos, tendo também como resultado a edição de um catálogo. As fotografias de notavam, ainda, a vocação do MIS para a exposição de mídias ainda não totalmente consagradas pelas instituições museológicas tradi cionais.
Na introdução do catálogo de Memórias Paulistanas, estavam delineados os objetivos iniciais e o perfil do MIS paulistano: “ado tar as tendências museológicas mais avançadas para conseguir o caráter de museu moderno e ter como matéria a comunicação de massa, apoiada em recursos de imagens e de sons, para, assim, ser um museu vivo”. Além disso, manter-se como um importante núcleo sobre comunicação cultural em um meio eficaz de difusão artística e educativa que atinja amplas camadas populares por meio da amplitude de sua programação também era um objetivo do pro jeto. Ao longo de suas mais de quatro décadas de atuação, o MIS desenvolveu sua programação e constituiu seu acervo partindo des sas premissas. São marcantes os registros fonográficos existentes no acervo, que também servem como exemplo da vocação do MIS em fugir dos cânones tradicionais da historiografia.
ODEITADOGIGANTE (ilustração de Vinício Aloiseao pé do Gigante, as Três Pedras)
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2 O governador Abreu Sodré teve atuação marcante na cultura paulista e brasileira com a criação e inauguração da TV CULTURA – PADRE ANCHIETA e com a criação e inau guração do MIS –Museu da Imagem e do Som de São Paulo.
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– O livro de Luiz Ernesto foi um grande legado sobre a cultura pau4lista–
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O pioneiro Cravo Albin teve re gistrada sua atuação cultural no li vro de Cecília Costa, “Ricardo Cravo Albin- Uma vida em imagem e som”. Implantou, com sucesso, inúmeros Museus da Imagem e do Som pelos Estados do Brasil, sendo o segundo o de São Paulo, após o pioneiro do Rio de Janeiro.
Abreu Sodré foi coordenador político do então governador Carlos Lacerda no início dos anos 60. Sodré tinha grande admi ração pelo político carioca e sempre seguiu seus exemplos como gestor público. O MIS é exemplo disso. Na foto: Sodré, Lacerda e Teotônio Vilella.
LEITURA DINÂMICA
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