Edição 58

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Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

ano I Nº 58

SEXTA-FEIRA, 15 de janeiro de 2021

O Nosso Aero Clube

É muito importante a atuação do Prefeito Municipal como coordenador da recuperação e reativação de nosso AERO CLUBE. Como autoridade constituída poderá fazer a aglutinação e mobilização da sociedade botucatuense para essa “tarefa” que se faz necessária, não só para preservar a nossa rica história, como para propiciar à juventude botucatuense uma atividade altamente positiva e que abre perspectivas profissionais sólidas. Já temos o Colégio Embraer, a Fatec. Tudo pode reverter para a retomada positiva das atividades interrompidas do AERO CLUBE DE BOTUCATU! VAMOS À LUTA! A HORA É AGORA!

Trabalho avançado na concretagem da ponte A concretagem das vigas de apoio da nova ponte da rua Rafael Sampaio, ao lado do Camelódromo. Trabalho avançando para devolver à população essa importante ligação entre o Centro e a região leste de Botucatu! (Assessoria)

EVITE AGLOMERAÇÃO FAÇA DISTANCIAMENTO SOCIAL


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Diário da Cuesta

Pets em ação

ARTIGO

BEATRIZ SOARES

o bem- estar dos coelhos, que crescem a cada dia como pets de estimação. É importante ressaltar que os coelhos possuem suas peculiaridades, pois seus hábitos, alimentação e higiene, não são comuns como os de cães e gatos. Uma das particularidades é que esses bichinhos tendem a esconder sinais claros de dor na presença de humanos. “Em algumas situações, animais com dor deixaram de expressá-la quando o observador estava presente. Por outro lado,

Recentemente, em outubro do ano passado, um grupo de pesquisadores da Veterinária da Unesp de Botucatu, coordenado pelo médico veterinário e docente Stelio Luna, publicou uma pesquisa sobre a expressão da dor em coelhos, na revista PloS ONE. Essa pesquisa demonstrou a resposta de comportamentos sutis e específicos de dor. Tal pesquisa estudou o comportamento pré e pós cirúrgico ortopédico, visando

antes da cirurgia, muitas vezes os coelhos ficaram mais quietos, com baixos níveis de atividade, dando a falsa impressão de que poderiam estar com dor”, lembra Luna. Esses estudos que terão uma escala de avaliação de dor, a partir do comportamento dos coelhos deverá ser publicado em breve. Até lá, então, lembramos que a Faculdade de Medicina Veterinária da Unesp atende no local com agendamento e também pelo telefone (14) 3880-2500. Cuide do bem-estar do seu pet! Ele é o seu melhor amigo!

Praça do Bosque (Botucatu)

você sabia? Que teria sido brasileiro o famoso herói inglês que marcou presença na Primeira Grande Guerra Mundial? Teria sido botucatuense esse herói? Teria nascido na Cuesta de Botucatu esse herói que encantou gerações com sua bravura e idealismo? A Revista Peabiru apresentou minucioso estudo sobre a trajetória desse herói mundial. Na história ou na “lenda” de Lawrence da Arábia, temos como berço natal do herói a Cuesta de Botucatu, mais precisamente, a Fazenda do Conde de Serra Negra, localizada Vitoriana. em

NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO

Felipe Massa & O Tsunami do Azar...

Felipe Massa e o grande Pentacampeão da Fórmula 1, Schumaker, no Vale do Sol. PÁGINA 2

Fotos: Rodrigo Scalla

que busca da”) um pingo d’água “Cuesta Rasga tica através de na quarta página Uma viagem fantás Cuesta de Botucatu... (leia da Embaúba no cume

AS LOJAS DO COMÉRCIO ENFEI TAM SUAS VITRINES PARA O NATAL !

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.

?!? S USARPágin a3 Anfiteatro: VAMO

Fittipaldi foi o primeiro brasileiro a se tornar campeão mundial de Fórmula 1. Foi bicampeão em 1972 e 1974, campeão (Fórmula Indy), em 1989 da CART e bicampeão das 500 milhas de Indianápolis em 1989 e 1993! Leia “Clã Fittipaldi: uma família que tem carros de corrida e motor nas veias” - Página 4

INI – Na pági– DINUCCI & PARD RO DE BOTUCATU família PARDINI com Botucatu. ORES DO FUTU da OS CONSTRUT profundas raízes ico que traz as em uma na 3, leia o histór sua folha mãe

Verdade ou lenda ?!? Segredo guardado ou sonho “botucudo” surgido antes virada do século passado?!? da Mas fica – com certeza! – a imagem positiva e heroica Lawrence da Arábia: um de brasileiro nascido na CUESTA DE BOTUCATU.

EXPEDIENTE

EMERSON FITTIPALDI

GRANDE CAMPEÃO DA F 1 - foi o primeiro/abriu o caminho!!! Emerson

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Estátua de Raul Torres na

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QUARTA-FEI RA 09 de dezembro de 2020

BOTUCATU DANIA EM o de 2020 ano I Nº 31 de dezembr E E DA CIDA TERÇA-F EIRA 15

ELE IÇÕ ES MU NIC IPAI S

ue a sua reePardini conseg ipal de O prefeito Mário à Prefeitura Munic i leição (2020/2024) início da campanha, Pardin o Botucatu. Desde na preferência do eleitorado vinha despontando vo da SABESP, teve destaExecuti mubotucatuense. va à frente 35 positi dade que por sua capaci to, Pardini enfren te seu manda tu Duran s. Botuca nicípio ram em ções que ocorre tou as inunda os generalizados pontes e estrag com queda de tar a pandemia teve que enfren o e, em sequência, tu acompanhou ... Ufa... Botuca tada capaci do vírus chinês equipe frente de uma OU a sua conseu trabalho à Municipais, RENOV e, nas Eleições ELEITO ! O É ELE fiança!

ano I Nº 26

E E DA CIDADANIA EM BOTUCAT

AMBIENT DO MEIO

TU NIA EM BOTUCA

TE E DA CIDADA

MEIO AMBIEN

Diário da Cuesta

NA DEFESA DO MEIO AMBIENT

NA DEFESA

Nº 06 SEGUNDA-FEIRA de 2020 16 de novembro

Ele é o Eleito! NA DEFESA DO

RAUL TORRES é um orgulho para Botucatu. Faz parte do TRIO DA MÚSICA RAIZ: ANGELINO DE OLIVEIRA, RAUL TORRES E SERRINHA. Praticament e região a CAPITAL DA MÚSICA e, fazendo de Botucatu CAIPIRA ou MÚSICA RAIZ! Com estátua na Praça do Bosque, Raul Torres tem resgatado o seu OUTRO LADO MUSICAL: do SAMBA RURAL ou SAMBA DO INTERIOR. O original e excelente TRIO GATO COM FOME, resgata com muito brilho dez sambas de Raul Torres, no álbum EM BUSCA DOS SAMBAS DE RAUL TORRES. Botucatu não poderia ficar desconhecendo esse lado musical de Raul Torres e com o também. Ver matéria completa qual fez muito sucesso, na página 2

Amanhã, 15 de novembro, é dia de Eleição Municipal e é, também, feriado da Proclamação da República. Em Botucatu são 321 seções eleitorais no Município de Botucatu e são 101.025 eleitores. O Chefe do Cartório Eleitoral da Comarca de Botucatu, Igor Ignácio, destacou algumas recomendações para o dia de amanhã: o horário de votação tem 1 hora a mais, começa h. e vai até as 17h., sendo às 7 que os eleitores com mais de 60 anos terão preferência nas 3 primeiras horas. Essa preferência é por todo o dia das eleições. res doentes, deficientes Eleitoou grávidas também terão preferência. Será seguido o Protocolo to social e o uso de álcool de Segurança, com distanciamengel obrigatórios em todas além do uso de máscara. O TRE recomenda que cada as seções, portador de sua própria eleitor seja caneta para assinatura e até para teclar os números na urna. Recomenda também que o leitor leve cumento com foto. doO TSE lembra que o voto é obrigatório. Só não é para os analfabetos, os maiores de 70 anos e nem obrigatório para os maiores de 16 e menores de 18 anos. Quem não puder votar deverá justificar no mesmo eleição, podendo fazê-lo dia da pelo aplicativo e-Título, tendo também 60 dias para fazer a sua justificativa.

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VOCÊ!

RAUL TORRES E O SAMBA RURAL

Nº 05

SÁBADO DOMINGO 14/15 de novembro de 2020

MODERNO COMO

E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

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NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE

a Diário da Cuest

Diário da Cuesta

EMBAÚBA

JORNALISMO MODERNO


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Diário da Cuesta

CARDOSO DE ALMEIDA HOMENAGEADO: É NOME DE AVIÃO!

O cenário de nossa cidade à época está registrado na matéria jornalística referente à vinda de um novo avião para o Aero Clube. O jornal botucatuense “Democracia”, de 25/01/1948, trazia a no�cia da vinda de mais um avião para o nosso Aero Clube, com o �tulo de “O Batismo do “Cardoso de Almeida” : “No Rio de Janeiro, presentes o Ministro Salgado Filho, o dr. Assis Chateaubrind e o dr. Lauro Cardoso de Almeida. O Deputado dr. Cirilo Junior pronunciou um belissimo discurso, donde extraimos o seguinte texto: Filho de Botucatu, sua mentalidade se forjou em excelente têmpera, sob o influxo da missão criadora que coube, na irradiação do progresso e da civilização paulistas, na arrancada para o Noroeste, a essa nobre cidade de nosso Estado. Viveu Cardoso de Almeida os dias de sua juventude quando sua cidade natal desfrutava a glória imensa de comandar um ciclo da evolução econômica e civilizadora de São Paulo. O esforço de penetração dos paulistas, para aqueles rumos, se deteve, num descanso no espigão da serra que deu nome à cidade. E dali é que recomeçou a tarefa gigantesca de ganhar para a utilização econômica e as luzes da civilização, em luta contra a natureza e o hostil selvicola, todo esse inestimável patrimônio que se alargou até as fronteiras de Mato Grosso e varou as lindes paranaenses, estendendo, como um tapete verde, os cafezais intermináveis e fazendo brotar cidades onde tudo era selva e a vida humana se espelhava a rusticidade das tabas dos indígenas. Teve Botucatu, nesse período uma missão que lhe marcou para sempre caracteres indeléveis de espírito de progresso e de amor à cultura - e de centro de irradiação da energia criadora dos paulistas. Foi nesse ambiente que se forjou a mentalidade robusta de Cardoso de Almeida. Foi um grande cidadão de São Paulo e do Brasil. Sua vida pode ser posta diante das gerações que surgem no cenário público da nação, como um livro aberto ao civismo, como um nobre exemplo de dignidade e de patriotismo, como um apelo eloquente, vindo do passado, para que sirvam ao nosso Estado e à nação com honra e com espírito público...”

Quadro do Dr. José Cardoso de Almeida, 1925, óleo sobre tela de Oscar Pereira da Silva. No mesmo jornal “Democracia”, de 26/02/48, trazia a notícia da vinda do avião: “Chegará, hoje, às 14 horas o avião Cardoso de Almeida doado ao Aero Clube local pela benemérita Campanha Nacional da Aviação. Para a recepção do novo aparelho, o Aero Clube organizou um expressivo programa comemorativo que será o seguinte: Às 14 horas: chegada do avião Cardoso de Almeida e a seguir benção do mesmo. Às 15 horas: evoluções de diversos aviões que virão abrilhantar as festividades. Estarão presentes à chegada da nova unidade aérea, as autoridades locais e pessoas gradas, bem como grande massa popular.” O “Democracia”, de 07/03/48, registrava o acontecimento: “Domingo último, como havia sido fartamente anunciado, chegou a Botucatu o novo avião que veio reforçar a frota do Aero Clube local e que recebeu o nome do grande botucatuense Cardoso de Almeida. Foi lamentável que o mau tempo prejudicasse o programa de festejos. Assim mesmo, no entanto, grande foi a massa humana que deslocou para o aeropoto do Mandacaru, afim de apreciar a chegada do novo avião, como também o vôo dos outros aparelhos. “Democracia”, que recebeu atencioso convite da diretoria do Aéro Clube esteve presente à recepção do “Cardoso de Almeida”, como também se fez representar na brincadeira dançante realizada dia 28”.

Ainda no ano de 1948, esse jornal trazia, em sua edição de 17/10/48, a no�cia da eleição da nova diretoria do Aéro Clube: “O Aéro Clube de Botucatu acaba de eleger a sua nova diretoria que está assim constituída: presidente, dr. Antônio A Azevedo; vice-presidente, sr. João Passos; 1º tesoureiro, sr. Nelson Botti; 2º tesoureiro, sr. Alfredo Tortorella; 1º secretário, sr. Euclides Araujo; 2º secretário, sr. Antonio Bissacot; diretor do Material e da Escola de pilotagem, sr. Alcides Cagliari...” No ano seguinte, 1949, o jornal Democracia, de 16/10/49, registrava o grande evento da iluminação do aeroporto: “Com várias solenidades, o Aero Clube de Botucatu comemorou a instalação de luz elétrica no campo de pouso local, domingo último. Pelos ônibus e auto-lotações que circularam entre a cidade e o aeroporto, grande massa de povo para lá se locomoveu afim de presenciar o desenrolar dos festejos. Paraquedistas da Capital fizeram várias demonstrações e os aviões realizaram várias acrobacias aéreas. Pelos aviadores do Aero Clube foram proporcionados aos presentes passeios aéreos sobre o campo e a cidade. Encerrando as comemorações, foi realizada uma brincadeira dançante”. (AMD)

Nota da Redação: Matéria publicada na revista Peabiru nº 17, de setembro/outubro de 1999.


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ARTIGO

O Nosso Aero Clube

JOSÉ ANTONIO SARTORI Assis Chateaubriand promovia a aviação como um instrumento de integração nacional. Percebeu que dado o despovoamento e a pobreza do País, só através do avião poderia manter sua grandeza territorial. Então fez do avião, “sua vassoura mágica. Sua e do Brasil. Fez, com ele, a Nação saltar do carro de boi para o teco-teco, o que representou um grande fator de consolidação de nossas fronteiras”. Esta campanha fomentou a aviação civil com a instalação de aero clubes por todo o Brasil e dela resultou a criação do Ministério da Aeronáutica. Integrando-se nesse movimento, reuniram-se a 17 de setembro de 1941, no gabinete do Sr. Prefeito Municipal, Dr. João Maria de Araujo Jr., os senhores: Dr. Mário Rodrigues Torres, Dr. Sebastião de Almeida Pinto, Dr. Nelson Aragão, Emílio Peduti, Gervásio Gonçalves Galisa, Henrique Vilela, Jorge Pinheiro Machado (Correio de Botucatu) e José Pedreti Neto (Folha de Botucatu), para a organização do Aero Clube de Botucatu. Foi formada a diretoria provisória: Presidente: Sebastião de Almeida Pinto Vice-Presidente: Gervásio Gonçalves Galisa 1º Secretário: Rubens Rodrigues Torres 2º Secretário: Jorge Pinheiro Machado 1º Tesoureiro: Oswaldo Lunardi 2º Tesoureiro: Emílio Peduti Diretor Social: Mário Rodrigues Torres Diretor da Escola de Pilotagem e Material Esportivo: Hermínio Bacchi. Os estatutos foram elaborados pelos advogados Jayme de Almeida Pinto e José Nogueira e registrados em cartório do Dr. Freire Vilas Boas, tudo graciosamente. Foi publicado na Folha de Botucatu, de 03/10/41, e posteriormente no Diário Oficial. Aproveitando o momento de entusiasmo dos amantes da aviação esportiva, Oswaldo Lunardi promoveu ampla campanha para congregar o maior número de sócios para o Clube. Com a realização de obras básicas para um campo de aviação situado no Sítio Mandacaru (nome do riacho), onde foram abertas duas pistas e construído um hangar de madeira, o município adquiriu condições para ser incluído na campanha nacional de fundação de aero clubes, conduzida pelo jornalista Assis Chateaubriand. Em virtude disso, à nossa prestigiosa aviação esportiva, foi destinado um avião Piper Cup ( o canarinho), doado pela Companhia Sul América de Seguros ( adquirido nos EUA pela Mesbla) e foi batizado com o nome de “Alfredo Pujol” ao em vez de “Fritz Müller”, refletindo os animos da IIª Grande Guerra Mundial. Serviu para treinar sucessivas turmas de pilotos botucatuenses ainda quando o aero clube assinalava o seu primeiro ano de vida (16/09/42), sob a presidência de Dr. Sebastião de Almeida Pinto, coadjuvado pelo vice Gervásio G. Galisa ( Diretor Regional dos Correios e Telégrafos de Botucatu), dinâmico e de larga visão, propugnava pelo Correio Aéreo Nacional. Mais tarde o Clube recebeu outro avião, um H.L. (Henrique Lage), popularmente chamado “vermelhinho” e, entre os aviadores, de “chocolateira” ou General Vargas. Também fazia parte da flotilha o Saracura, planador construído nas Industrias Pignatari, de Santo André. A escola de pilotagem que teve como primeiro

instrutor responsável o Sr. Sílvio Franciscato, vindo de Bauru, capaz e desprendido, solou 19 candidatos da 1ª turma, fora o treinamento de outros ao “lachê”. A sede do Clube, onde se inaugurou a 24/09/42 o retrato de Santos Dumont - O Pai da Aviação - era nos altos do Teatro Espéria e aí permaneceu até o incêndio do prédio em 21/09/51. Na sede eram ministradas as aulas teóricas. Com o auxílio de manuais de legislação aérea, meteorologia, aerodinâmica e motores, os alunos, em grupo, faziam o estudo dirigido orientados por alunos beneficiados com bolsas de estudos. As bolsas eram patrocinadas pelo DAC e pelo empresariado local, aos candidatos que preenchessem os seguintes ítens: a) ser brasileiro reservista; b) ter de 18 a 25 anos; c) possuir curso ginasial ou superior; d) estar apto após a inspeção de saúde. No campo de pouso é que se dão as instruções. A primeira instrução é o contato do aluno com o avião no solo para conhecimento de suas partes e funções dos instrumentos e dos comandos de vôo. Em outras aulas, o aluno vai aprendendo sucessivamente uma série de manobras com o avião, tais como: fazer o taxi que é a rolagem do avião no solo, decolagem, saída do tráfico, vôo horizontal, curvas de pequena, média e grande inclinação, coordenadas, estóis com motor reduzido, aproximações de 90º, 180º e 360º. Tudo isso em vôos de treinamento de 30 a 40 minutos cada, até o domínio do tipo de manobra. Em cada vôo o aluno vai aprendendo como decolar e, na volta, como pousar. Acompanhando o instrutor vai sentindo todos os comandos: direção, ailerons, flapes, etc. Em regra geral, terminadas as instruções, sabendo realizar bem cada uma das manobras, o aluno logicamente está apto para realizar o seu vôo solo: conduzir o avião sozinho, pela primeira vez. Em média, um aluno precisa de 10 a 12 horas de vôo de treinamento para conseguir tal façanha. Vitoriosa proeza. Primeiro Solo...(homenagem da Shell às comemorações da Semana da Asa)... primeira oportunidade de experimentar o próprio valor! Sensação potente de auto-confiança e vitoriosa afirmação de si. Felicidade inesperada de ter identificado o caminho... Seu ideal - servir à Pátria - seria logo alcançado! Sua vocação - Servir - ali palpitando em suas mãos. Vibrando em seus nervos, quente, e viva em seu sangue. Certeza absoluta... Delírio! Conseguira, enfim... Logo após o pouso que sela essa grande aventura, o aluno recebia o tradicional banho de óleo queimado com o qual seus colegas de turma batizavam o novo piloto aviador. Desfilavam com ele todo enxarcado de óleo, na perua do Clube, pelas ruas da cidade; paravam em vários bares até chegar no Café do Ponto, onde o Plínio Paganini da Rádio PRF-8 os aguardava para uma entrevista. O povo já sabia que tal alarde simbolizava o nascimento de mais um aviador que era levado ao posto de gasolina onde recebia jatos fortes de água e solupã para remover o óleo. A comemoração só terminava com um almoço que o neo-piloto oferecia a seus colegas. A avaliação dos estudos teóricos e práticos feitos

Diário da Cuesta

pelos alunos que conseguiram o vôo solo, era feita por uma banca examinadora, em nossa cidade, enviada pelo DAC (Departamento de Aeronáutica Civil). Ao fim de 30 a 60 dias chegava o Brevet - Certificado de Licença de Piloto Privado, emitido pelo Ministério da Aeronáutica, através do DAC e cuja entrega era feita em uma das reuniões da Diretoria. Uma vez formados os pilotos participavam intensamente do Clube, realizando vôos panorâmicos, viagens de instrução com alunos para ensinar a arte de navegar. Nas festas aviatórias da Semana da Asa, que atraiam grande número de pessoas ao campo, contavam com a colaboração de planadores e paraquedistas do Aero Clube de Bauru, da Esquadrilha da Fumaça e do piloto Alberto Bertelli, campeão sul-americano de acrobacias. Na Semana da Asa, o Aero Clube de Botucatu brilhou no grande desfile aviatório em São Paulo, no dia 7 de setembro de 1943. Participando das provas “Clay Amaral” ( lançamento de mensagens) e “Cidade de São Paulo” ( circuito de três campos e pousos de precisão) com Alcides Cagliari ( 1ª e 2ª colocações), Antônio Machado (3ª colocação) e outros, o Clube se evidenciou para gáudio da representação botucatuense, constituída pelos diretores Edgar Seráfico de Souza, Tasso de Oliveira, Oswaldo Lunardi e Sílvio Franciscato. Os pilotos vencedores foram homenageados pelos sócios do Clube com um lauto almoço no Hotel Paulista. Alcides Cagliari, brevetado pelo Aero Clube, tinha seu avião, um Cessna 170. Era considerado “o ás da aviação local”, não só pela habilidade e experiência como pela dedicação e presteza ao Clube. Em consequência, passou a ser instrutor de vôo. O instrutor credenciado pelo DAC era Sílvio Franciscato. Alcides dava a prática mas não assinava os relatórios de instruções de vôo. O Aero Clube teve seu momento dramático quando o avião HL - o vermelhinho - pilotado pelo já brevetado Júlio Butignoli, caiu sobre o campo de pouso provocando a morte dele e de seu acompanhante, um promotor público entusiasta da aviação. Era um dia de festividades aviatórias. Júlio dava razantes e fazia a reversão. Numa dessas passagens, o avião entrou em estol ( velocidade abaixo da qual o avião não voa) à pequena altura e não havendo tempo para a recuperação, o HL precipitou-se sobre o campo de pouso. A “Semana da Asa”, instituída pela Aeronáutica, anualmente se realiza em outubro porque o dia 23 é o Dia do Aviador. As festividades no campo de aviação e o “Baile da Asa” eram os eventos que o Aero Clube proporcionava ao povo botucatuense e das cidades vizinhas. Grande número de pessoas prestigiava o Clube, dando brilho às comemorações Muitos foram seus diretores presidentes: Sebastião de Almeida Pinto, Gervásio G. Galisa, Oswaldo Lunardi,Antônio Araujo Azevedo, Carlos Almeida Pinto, Emílio Peduti Filho, Manuel da Silva Coelho, João Passos, Lourenço J.C. Paolini, Justiniano Tieghi Filho, Alomir H. Fávero, Ronaldo Fagundes Passos, Iwonka Maria Wasilewska Blasi, Alberto Losi Filho, Hélios Monteferrante, Clóvis de Almeida Martins...e Cyro Pupo Aielo. ACERVO PEABIRU


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