Edição 595

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Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

ANO II

Nº 595

TERÇA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2022

PRUDENTE DE MORAES

O 1º Presidente civil e eleito pelo voto direto do Brasil nasceu em 04 de outubro de 1841, descendente dos primeiros colonizadores de São Paulo. Formou-se pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em 1863 e no mesmo ano instalou seu escritório de advocacia em Piracicaba. No Império, pertenceu ao Partido Liberal, elegendo-se vereador, sendo o mais votado, em 1864. Em 1877, conseguiu mudar o nome da cidade, que na época era Vila Nova da Constituição e passou a se denominar Piracicaba, nome indígena da região, que quer dizer “lugar onde os peixes moram”. Foi deputado provincial e da Assembléia Geral do Império. Foi o 1º governador eleito de São Paulo. Foi Senador e promulgou, como Presidente do Senado, a 1ª Constituição da República do Brasil, de autoria de Ruy Barbosa.

Botucatu sem voz! Os candidatos de Botucatu e região sofreram por uma falta de coordenação política racional em nossa cidade, ou seja, pelo excesso de candidaturas e pela falta de renovação política. Com esse cenário político adverso, Botucatu fica sem representantes na Assembléia Legislativa e no Congresso Nacional. O astronauta Marcos Pontes foi eleito para o Senado Federal. É uma vitória!


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editorial

A nossa história esta a nos mostrar, com fatos, que é pura fantasia a afirmação de que o brasileiro é passivo e pacífico... O primeiro ATENTADO A UM PRESIDENTE DA REPÚBLICA, a Guerra de Canudos e a Revolução Constitucionalista de 1932, fora outras revoltas e rebeliões são a prova provada de que tudo tem um limite e que a Pátria Amada não suporta

Diário da Cuesta desaforos e traições... E será mera coincidência a tentativa de morte a um Presidente da República e a tentativa de morte a um praticamente eleito Presidente da República?!? E, em ambos os crimes, o nome do autor ser BISPO?!? A Direção.

artigo

Um atentado à vida do Presidente da República do Brasil pelo criminoso Bispo... SIM, tentaram matar o Presidente da República do Brasil! O criminoso tem o nome de BISPO! Foi o Adélio Bispo de Oliveira?!? NÃO... Também a vítima não foi o candidato à presidência da República, Jair Messias Bolsonaro! Esse crime político ainda está sem solução, mas a verdade prevalecerá... “Um atentado à vida do Presidente da República do Brasil pelo criminoso BISPO” remonta ao início da República Brasileira... Foi contra o primeiro civil eleito Presidente da República e o primeiro eleito em eleição direta, em 1897. Após ter sido também o primeiro Presidente (Governador) eleito de São

EXPEDIENTE NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO DIRETOR: Armando Moraes Delmanto EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689 O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.

Paulo e após presidir o Congresso Nacional e ter promulgado a 1ª CONSTITUIÇAO DA REPÚBLICA DO BRASIL, elaborada pelo Jurista e Senador Ruy Barbosa e aprovada pelo Congresso. O Presidente da República do Brasil que sofreu um atentado de morte foi PRUDENTE JOSÉ DE MORAES BARROS. E o criminoso BISPO foi o soldado MARCELINO BISPO DE MELO, durante uma cerimônia militar na qual o Presidente da República recepcionaria dois Batalhões do Exército Brasileiro que retornavam da Guerra de Canudos. O criminoso encostou uma pistola no peito de Prudente de Moraes. O Presidente da República foi rápido e, com a cartola, conseguiu afastar a arma. O soldado BISPO, então, sacou um punhal e matou o Ministro da Guerra, o Marechal Carlos Machado de Bittencourt, que saíra em defesa de Prudente, que saiu ileso. Ficou também ferido o Coronel Luiz Mendes de Moraes, Chefe da Casa Militar, na defesa do Presidente. Prudente, então, decreta Estado de Sítio e diante da tentativa de linchamento do assassino BISPO, o Presidente da República declarou com firmeza: ele pertence à Justiça! Dois meses depois, o criminoso foi encontrado enforcado com um lençol na cela em que estava preso.

PRUDENTE: 1º Governador Eleito de São Paulo Thereza Rocque da Motta

Foto tirada na época do governo de Prudente em São Paulo, logo depois da Proclamação da República, em 15/11/1889. Aparecem o Dr. Antônio Caetano de Campos (18441891), diretor da Escola Normal e reformador do ensino público; Antônio Mercado (Antônio Maria Honorato Mercado, 1853-1937), Secretário do Governo; Engenheiro Paula Souza (Antônio Francisco de Paula Souza, 18431917) diretor da Escola Politécnica e da Superintendência de Obras Públicas; Prudente José de Moraes Barros (1841-1902), Governador da Província de São Paulo e depois Presidente da República; Bernardino de Campos (Bernardino José de Campos Júnior, 1841-1915), chefe da Polícia; Peixoto Gomide, na época Presidente do Conselho da Caixa Econômica do Estado, e Coronel Lisboa (João Nepomuceno Pereira Lisboa, 1852-1917) Comandante da Força Pública (acervo do Dr. Modesto Carvalhosa). No século 19, era costume não olhar diretamente para a câmera. Embora a maioria esteja com os olhos voltados para o fotógrafo, Prudente e Bernardino de Campos olham para a esquerda. Prudente não se demorou no governo de SP, por ter sido eleito para o Senado, e para lá ele foi assumir a 1a. Legislatura, como presidente da Assembleia Constituinte de 1891 que se formava, dois anos após a Proclamação da República. Por mais que eu seja avessa à forma como a República se instalou (mais para uma quartelada do que uma mudança adequada de forma de governo), Prudente seguiu o que ele acreditava fosse o melhor caminho para o Brasil. Porém, passados sete meses da Constituinte, chamando à atenção os colegas deputados e senadores que se demoravam para terminar os trabalhos, Prudente, para urgir a conclusão do texto, disse que iria chamar de volta D. Pedro II e devolver-lhe o trono, já que não conseguiam ultimar a redação a 1a. Constituição do Brasil. É como lembrar que a Constituição anterior, a Carta Outorgada, de 25 de março de 1824, foi feita de próprio punho por D. Pedro I, justamente porque os então deputados haviam se demorado para concluí-la. Tantas Constituições depois, ainda nos perguntamos se será a última.


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“Prudente, O Pacificador”

Em 4 de outubro de 1841, no mesmo ano da coroação de Pedro II, nasceu Prudente José de Moraes Barros, meu tataravô, que em 1894 assumiu a presidência da República por 4 longos anos, sofreu um atentado e foi salvo pelo seu amigo e Ministro da Guerra, Marechal Bittencourt. Ano que vem serão 180 anos do seu nascimento. Para isso estou me munindo de todos os livros, fotos, e documentos possíveis para concluir sua biografia, para narrar um lado mais humano,

menos político da carreira de Prudente, um homem acima de tudo fiel à sua proposta de vida: manter a verdade a qualquer custo. Rodrigo Octavio Filho fez neste pequeno livro uma apresentação lida no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, na sessão de 4/10/1941, comemorando o 1o. centenário do nascimento de Prudente de Moraes. Seu pai, Rodrigo Octavio, foi secretário do presidente, como um tipo de chefe da Casa Civil. Era o primeiro governo eleito

por voto direto, era o primeiro presidente civil, que antagonizou os florianistas, e por isso chegava ao Rio pouco acreditado. Diz Rodrigo Octavio: “Quando Prudente José de Moraes Barros, no dia 15 de novembro de 1894, assumiu a Presidência da República, era tão agitado o ambiente político, que poucos brasileiros havia que acreditassem pudesse ele se manter no governo”. E para desfazer essa descrença, saiu do governo carregado pelo povo, pois devolveu a paz

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que havia sido sublevada nos primeiros anos da República, e por isso recebeu o nome de “Prudente, o Pacificador”. Consegui num sebo o livro autografado pelo avô de minha amiga Rita Moutinho, que trabalhou na Academia Brasileira de Letras, para a qual ele foi eleito para a cadeira de seu pai, em 1944. Parabéns a Prudente, e a todos os descendentes de sua numerosa família. Thereza Rocque da Motta Editora de Livros e Poetisa

BOTUCATU NA CONSOLIDAÇÃO DA REPÚBLICA A Republica, em 1889, nasceu de maneira assaz curiosa, muito simples mesmo, quasi de surpresa. Ninguém esperava. Os boatos alarmantes de uma conspiração de Oficiais do Exército liderados pelo Marechal Deodoro da Fonseca, anoavam na boca do povo, desde muito tempo. No dia anterior ao da proclamação da República, estalava o movimento: sublevavam-se o 1ºRegimento de Cavalaria e, logo em seguida, o 2º Regimento de Campanha, os alunos da Escola Militar da Praia Vermelha, da Escola Superior do Exército, marcharam todos para o Campo de Santana. Tudo isto, na calada da noite, enquanto a cidade indiferente ao movimento dormia. O nosso Imperador veraneava, a esse tempo, com a sua família em Petrópolis, entregue aos seus livros, preso aos seus estudos, longe do bulício da política, gozando as delícias

do clima ameno, indiferente ao que se passava na Corte. Em São Paulo os sentimentos republicanos eram antigos. A famosa ‘CONVENÇÃO REPUBLICANA em Itu já havia consolidado os alicerces do famoso PRP em 1873. Eram ao todo 136 delegados, entre eles: Bernardo Augusto Rodrigues da Silva, Domingos Soares de Barros e José Rodrigues Cesar representavam Botucatu. Já nessa época o sentimento republicano na cidade era forte. A cidade pequenina movimentava-se, agitava-se, criava vida, justamente por ocasião das propagandas abolicionistas e republicanas, que trouxe para estas paragens, o famoso caifaz Dr. Antônio Bento, formando-se, desde a famosa CONVENÇÃO, uma verdadeira legião de proselidos. Dois partidos dividiam a pequena povoação serrana: monarquistas e republicanos. Dissenções po-

liticas se tornaram constantes na cidade. Em abril de 1889 o Movimento Republicano Botucatuense através de a “TRIBUNA” – órgão da imprensa republicana – publicava um manifesto contrário à visita do Conde D’EU, genro de Dom Pedro II. Raiava a madrugada de 15 de Novembro. Resolveram os Ministros do Império então se reunir no Quartel do Exército, no Campo de Santana. Já era tarde. Estavam todos cercados e presos. A praça regorgitava de tropa revoltada. A festa era geral. Deodoro, embora combalido pela doença, à frente da Tropa, exigiu a demissão imediata do Ministério Ouro Preto. Realmente, naquele instante histórico. Deodoro, sob aclamações da tropa e do povo que ali acorrera, proclamava a Republica Brasileira. Eram 9 horas da manhã de15 de novembro de 1889. Hernâni Donato em seu “ACHEGAS” relata que a chegada, pelo telégrafo, da notí-

cia da Proclamação encontrou uma multidão fremente de botucatuenses nas ruas. E logo nos ares, beijada pela brisa suave da serra às auras perfumadas de Botucatu, a bandeira republicana. O Delegado de Polícia, Pedro Egídio, monarquista convicto, acompanhado de forte contingente de força armada, mandou fechar a principal via, a tradicional rua do Comércio (hoje Amando de Barros). De nada adiantou. Os soldados aderiram ao movimento popular confraternizaram todos. E, a Câmara Municipal tendo como Presidente José Pires de Camargo Rocha redigiu uma Ata, verdadeira manifestação de apoio ao novo governo, que foi assinada por todos os vereadores e cidadãos da cidade. Foi, portanto, ativa a participação de botucatuenses na consolidação da República, “não de quinze de novembro para cá, mas de muito antes”. Olavo Pinheiro Godoy do Centro Cultural de Botucatu


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Diário da Cuesta

Esportes Lucas Nogueira

Independiente del Valle conquista o bi na Copa Sul-Americana sobre o São Paulo O tricolor paulista perdeu de 2x0 para o Indenpendiente del Valle, amargando ser vice-campeão A Final da Copa Sul-Americana chegou neste sábado (1) em Córdoba, na Argentina. A disputa parecia caminhar para um sonho no paraíso para o São Paulo. No entanto, a noite acabou com um tremendo pesadelo ao tricolor paulista, que amargou para conquistar o título de vice e terá que ter um grande desempenho nas rodadas finais da Copa do Brasil para que consiga sua vaga na próxima edição da Libertadores da América. A partida foi definida por quem era uma dúvida a participação, Laurato Díaz, que não só jogou como também foi titular e definiu o título na finalíssima. Já no início do primeiro tempo, aos 13 minutos da partida Laurato recebeu a bola na grande área, finalizando forte e marcando contra o goleiro Felipe Alves, do São Paulo. Após o primeiro gol, o tricolor tentou reagir diversas vezes com Calleri (que era a esperança da partida), mas o atacante desperdiçou todas as oportunidades. Quando o time paulista conseguia se aproximar e ter grandes chances, eram parados pelo

goleiro Ramírez que performou diversas defesas na partida. Ainda na tentativa de conquistar o empate, no segundo tempo, o São Paulo sofreu mais um gol. Em mais uma participação para o time equatoriano, Laurato passa a bola para Favarelli na área, que marcou sobre Felipe Alves. Ceni tentou mudanças no time, mas nada ocorreu e a partida finalizou com o placar de 2x0. O tricolor ainda terminou com dois jogadores a menos, com Calleri e Diego Costa expulsos de campo. Com a conquista do Bi, o Indenpendiente del Valle garante a vaga para a próxima Conmebol Libertadores. O São Paulo deve encaixar uma série de rodadas perfeitas, visto que está em 12o no Campeonato Brasileiro, com 37 pontos


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