Edição 597

Page 1

da Cuesta

SENHOR DIRETAS

Na Câmara do Deputados

Nascido em 6 de Outubro de 1916, em Itirapina/SP, Ulisses Guimarães foi eleito Deputado Estadual em 1947 e 11 vezes Deputado Federal por São Paulo (de 1951 a 1995); exerceu a Presidência da Câmara dos Deputados em três períodos (1956-1957; 1985-1986 e 1987-1988); e também a Assembleia Nacional Constituinte, em 1987 e 1988.

Ficou conhecido como o “Senhor Diretas”, por ter lide rado campanhas pela redemocratização, em 1983 e 1984 Morreu em um acidente de helicóptero no litoral do Rio de Janeiro, dia 12 de outubro de 1992. Seu corpo nunca foi encontrado.

Tarcísio de Freitas e Fernando Haddad vão disputar o 2º turno para governador de São Paulo

O ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos), 47, e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), 59, se enfrentarão no segundo turno das eleições 2022 para o governo de São Paulo, no próximo dia 30. No 1º turno, Tarcí sio de Freitas obteve 42,32% dos votos válidos e Haddad teve 35,69%.

O resultado coloca fim à hegemonia do PSDB, que governa o estado há 27 anos. Rodrigo Garcia, atual governador, ficou em terceiro lugar. Foram sete eleições seguidas com vitória tucana, uma sequência iniciada por Mário Covas na eleição de 1994

O fim da hegemonia do PSDB em São Paulo é destacada pela derrota emblemática do tucano José Serra que disputou uma cadeira na Câmara dos Deputados Haddad tenta o feito inédito de ser o primeiro petista a go vernar o estado mais rico e populoso do país com o apoio de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do vice dele, Geraldo Alckmin (PSB), que comandou São Paulo por três mandatos quando ainda estava no PSDB. Já Tarcísio disputa sua primeira eleição, apadrinhado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). SP na mira na eleição para a Presidência.

A disputa pelo Palácio dos Bandeirantes repetiu a polariza

A disputa pelo Palácio dos Bandeirantes repetiu a polarização en tre Lula e Bolsonaro, que dominou a campanha nacional

ção entre Lula e Bolsonaro, que dominou a campanha nacional. No último debate entre os candidatos ao governo, na terça (27), Haddad e Tarcísio promoveram uma dobradinha e deixaram Rodrigo de lado, trazendo para o estado o tom de disputa nacional.

Diário
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU ANO II Nº 597 QUINTA-FEIRA , 5 DE OUTUBRO DE 2022
Foto - Divulgação
(Fonte: Tribuna de Botucatu)

ACABOU?

BAHIGE FADEL

Fiquei uns tempos sem escrever minhas crônicas. Foi de propósito. Só se falava em eleição. E o nível das falas era sofrível, só se viam ou ouviam ofensas, palavrões. Não eram discussões ou exposição de ideias. Eram brigas verbais. Em alguns casos, até físicas. E nada de útil foi tirado disso. Pre feri ficar de fora. Não tenho mais idade para ofender ou para ser ofendido. Aliás, nem sei se existe alguma idade para isso. Ninguém deveria ter o direito de ofender alguém, só porque não compactua de suas ideias. Ninguém deveria ter o direito de ofender alguém por motivo algum. E agora? Acabou? Bem, para alguns, sim. Para outros, ainda temos algumas semanas de discussões e debates.

Espero que tenham aprendido que, com ofensas, não dá certo. O povo, de uma maneira geral -tirando os fanáticos – não tem mais saco para presenciar brigas verbais ou fí sicas. Isso cansa. Causa desânimo. As pessoas querem ser convencidas de que seu estado ou seu país pode ser bem governado, com propostas palpáveis, não com palavrões inúteis. As brigas devem ser esquecidas, para que se res pondam determinadas questões? Quem será melhor para o Brasil ou para o Estado? Com o Congresso Nacional e a Assembleia Legislativa eleitos, quem terá mais facilidade de governar? O que poderá acontecer com o país ou com o estado se este ou aquele for eleito?

O que a gente viu nessas eleições é que algumas coisas não deram certo. As pessoas que exageraram no radicalis mo não conseguiram grandes votações. O PSDB do Dória não é o mesmo PSDB de outras lideranças passadas. Não conseguiu nada em São Paulo, onde nasceu, nem no Brasil, o qual já governou. Os institutos de pesquisa precisam melhorar seus métodos. Nos casos mais importantes, erraram feio. Vejam o caso do senador de São Paulo. O vencedor nunca esteve em primeiro lugar nas pesquisas. No caso do Brasil, a disparidade dos números nos leva a acreditar que a metodologia não é correta. Vejam que não estou falando em idoneidade. Estou dizendo que a metodolo gia utilizada é ruim. E o engraçado é que os erros foram semelhantes em todos os insti tutos. Isso vai mudar para o segundo turno?

Algumas coisas misteriosas ainda acontecem em eleições. Por exemplo, pela terceira vez consecutiva o palhaço Tiririca foi eleito deputado federal. É bem verdade que entre a primeira votação e a de agora há uma disparidade muito grande. Só que quem se elege com um milhão de votos e o que se elege com menos de cem mil têm o mesmo tipo de posse e de mandato. E como ele nunca fez nada nos mandatos anteriores, não terá mais ou menos pres tígio na Câmara Federal . Continuará não fazendo coisa alguma.

Para terminar, Botucatu ficou sem re presentante na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal. É preciso que nossas lideranças analisem os erros e os acertos. Havia candidatos que mereciam mais vo tos dos botucatuenses.

ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.

O

Diário da Cuesta2
EXPEDIENTE DIRETOR: Armando Moraes Delmanto EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689 NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO
Diário da Cuesta não se responsabiliza por

Minha Mãe, Saudades!

É um óleo sobre tela, 50cm x 35cm, de auto ria do artista plástico, dramaturgo e escritor botucatuense, Quim Marques (1968).

“Ah, que vontade de escrever boba gens bem meigas, bobagens para todo mundo me achar ridículo e talvez alguém pensar que na verdade estou aproveitan do uma crônica de rapaz; e, entretanto, eu hoje não me sinto rapaz, apenas um me nino, com o amor teimoso de um menino, o amor burro e comprido de um menino lírico...”

E é como um menino que estou home nageando a minha mãe. Atenção!

- Estátua!

Capturando um momento passado e o registrando para sempre...

Saudades...

Sim, saudades como as de um menino...

A vida, me disseram um dia, passa rapidamente e, quando percebemos, ela já passou...se foi...

Minha mãe se chamava Rita, mas tinha o apelido de Fióca, coisas da quele seu tempo no interior... Uma sua irmã era a tia Fiinha (Lucila) e a outra, a tia Nenê (Jandira ). Meus pais resolveram dar o nome de Fió ca Helena para a minha irmã, a Fióquinha. Sempre achei essa escolha muito criativa Minha mãe e minha irmã – Fióca e Fióquinha – faziam aniversário no dia 6 de outubro...

Ela sempre foi uma guerreira. Num determinado momento de sua vida, en frentando dificuldades, passou a bus car peças para o enxoval das noivas, em São Pedro, perto da sua Piracicaba E saia pelas ruas íngremes de Botuca tu, nas casas de sua clientela de moças casadoiras... Sempre se deu bem. Nun ca ouvi uma reclamação de sua boca.

Diário da Cuesta 3
Minha irmã Fióca Helena, minha mãe Fióca, meu irmão Décio e eu. Meu pai Antônio, minha mãe Fióca , meu irmão Décio, minha irmã Fióca Helena e eu

Era uma raridade na família. Visitava os parentes distantes e nunca deixou de ir a um enter ro de alguém da família, mesmo que distante. Era sempre solidá ria. Convidada pelo então Bispo, Dom Henrique Golland Trindade, era vice-presidente da Vila dos Meninos “Sagrada Família”, enti dade assistencial presidida pelo Sr. Luiz Baptistão. Permaneceu e tra balhou pela entidade desde a sua criação (1953), até a sua inaugura ção (1966).

Gostava como ela cuidava da nossa casa, das plantas, da comida, da arrumação, dos quadros, dos en feites. Os meus aniversários eram sempre alegres e cheios de amigui nhos e parentes. Num deles, o bolo era uma piscina, me lembro bem. Num outro, era um campo de futebol. Era costume a presença dos primos e das primas e dos adultos também, as tias e as pessoas mais amigas.

Depois, a adolescência e, antes, o internato em São Paulo por dois anos. Um mundo novo e surpreenden te se abriu para mim. Cresci com aque la “independência” repentina, cheia de novidades e responsabilidades. Passei a ser mais um entre tantos. Foi bom e me entrosei bem. Os jogos, o horário de es tudo, as missas... O Colégio era dos Pa dres Salesianos. Todo dia tinha missa e, no final da tarde, tinha a reza. Lá, ga ranti minhas indulgências plenárias...

Tiro de Guerra. Os Bailes de Car naval e o conselho de sempre: “- Não exagere em nada. Tome cuidado.” O bom período no Colégio La Salle, onde

eu me descobri aluno assíduo e pre sente. A volta a São Paulo para fazer o Curso Preparatório. Em Botucatu, o prof. Agostinho Minicucci tinha feito meu teste vocacional. Surpresa. Esta va fazendo o Curso Científico, visando a Medicina e o teste deu “política e di reito”...

Entrei nas Faculdades de Direito e de Sociologia e Política. Não fui traba lhar em jornal, mas fui para a política. O mais jovem de toda a equipe, “careca” da São Francisco e batalhando pelas causas da minha cidade. Cada vez tinha menos oportunidade de vê-la. Mas ela sempre acompanhava cada passo que eu dava.

O meu casamento com a Beth, os nascimentos do Marcelo e do Ar mandinho. A sua presença sempre meiga e incentivadora. A minha elei ção para vereador de Botucatu. A sua preocupação com os imprevistos da

política. O meu retorno a Botucatu, onde instalei meu escritório de advocacia.

Mais uma vez, a volta para a capital. Novos desafios profissionais. A importância de perten cer a um grupo competente e prestigiado. Foi quando a perdi. Já vinha adoentada, mas a perda sempre é amarga e sinalizadora... Sim, sinalizadora. Um vazio tomou conta de mim. A dimensão da sua lembrança era e é imensa Diferente das outras ausências de pessoas queridas... Diferente.

E é assim que eu escrevo esta crônica. Diferente. Não é o avô da Laura, do Neto e do Caio, nem o pai do Marce lo e do Armando que a está escrevendo mas “apenas um menino, com o amor teimoso de um me nino, o amor burro e comprido de um menino lírico...” (AMD)

Diário da Cuesta4
Diário da Cuesta 5
GESIEL JÚNIOR/ ABL – ACADEMIA BOTUCATUENSE DE LETRAS
Diário da Cuesta LEITURA DINÂMICA Notícias de Botucatu e sua gente

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.