ESCOLA NORMAL
Foi extraordinária a influência educacional e cultural da nossa ESCOLA NORMAL. Abrangendo a maior parte do Estado de São Paulo, era o destino certo das can didatas e dos candidatos a serem professores – profissão muito va lorizada à época! – dos Estados do Mato Grosso e do Paraná.
A ESCOLA NORMAL formou tur mas e turmas de jovens que parti ram para o exercício da profissão em todo o estado, inclusive e com
Ilustração do prof.Vinicio Aloise
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destaque, na ocupação de cargos de direção do magistério paulista Justíssimas as publicações refe rentes ao CENTENÁRIO DA ESCOLA NORMAL. Agora, com orgulho, in
cluímos o artigo do prof. Sebastião de Almeida Pinto à página 4 Salve Meiga Escola !
ESCOLA NORMAL DE BOTUCATU !
Treze Garotas Botucatuenses se apresentam antes de jogo de times da NBA, nos EUA
Treze garotas da Academia de Dança Sue li, de Botucatu, se apresentaram antes de uma partida de basquete no Amway Center, em Orlando, na Flórida, nos Estados Unidos, na noite da última terça-feira, 11.
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A apresentação de jazz foi o destaque de abertura do jogo entre o Orlando Magic e Memphis Grizzlies, da pré-temporada da NBA, principal liga de basquete do mundo.
As botucatuenses também realizarão uma apresentação dentro da Disney, com cinco co reografias.
DIA DO PROFESSOR
ELDA MOSCOGLIATO
“Se não me impusessem o dever de reinar, seria apenas um mestre-primário” ( Dom Pedro II )
Estamos no mês de Outubro que traz, tan tas outras comemorações dignas dos maiores registros, como ponto central, a Semana da Educação, dentro de cujo contexto encontra -se o Dia do Professor, figura quase lendária no bojo de todos os eventos históricos, em cujas mãos, por todos os tempos, repousa o destino dos povos.
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Pequenina célula no contexto imenso das cogitações sociais que levam o mundo a alternâncias de abismos imensuráveis e altitudes magnas de grandeza e poder. Figura lendária, dissemos, por que na bibliografia dos Grandes da Humanidade, ali está, no recesso das memó rias pessoais, emergindo discreta ou grandiosa, a imagem do mestre.
Figura exponencial do Educador, daquele que, em mi nistrando conhecimentos, incute, como plasma benéfico, na alma e no coração do aluno, aquilo que de si irradia, como exemplo nobre e valor cívico.
Escultor que traz em si, na criatividade artística, a capacidade de forjar caracteres, ele é o espelho onde se mira a juventude. Da criança ao adulto, todo aluno imita. O mestre é um espelho que resplende à luz do sol, as virtudes e a nobreza que espalha. No fundo de todas as pesquisas de todas as penetrações de interesses político -sociais ou religiosas, ali está em principio, um mestre. Nesta coluna, a saudação ao Mestre : mestre primário, o normalista ou a normalista-mãe, cujos deveres vão acima dos próprios deveres. Na mestra dedicada uma inteira existência à alfabetização, mola propulsora da grandeza das nações. Ao mestre secundário, ao universitário, a to dos enfim, responsáveis, mal o queiram ou o entendam, pelo caráter de um povo.
Mais do que o próprio conhecimento, mais, muito mais do que a amplitude ou profundidade de seu Saber, o Mestre traz infuso o dom divino do Perdão. Como Ga briela Mistral, o mestre revive, todos os dias, aquela máxima sagrada da grande poetisa: “Repreenda com sentimento para saber que corrigiu amando”.
Botucatu
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ESCOLA NORMAL DE BOTUCATU
ELDA MOSCOGLIATO
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O dia 16 de Maio marcou mais um aniversário da Es-
cola Normal Oficial de Botucatu. Nome antigo, o mais gravado no coração de todos os botucatuenses. Marco do passado histórico da cidade. Patrimônio de todos. Pediram-nos uma Mensagem. Ou melhor, uma ex-aluna nossa, a querida Maria Lúcia Chiaradia Gabriel pediu -nos uma Mensagem para o painel da Escola, na semana aniversária. E a mensagem aqui vai:
O aniversário da querida Escola Normal é sempre precedido do Dia das Mães . E ambas as datas, situam -se dentro do mês de Maio, que é o Mês de Maria. Que tríplice imagem maravilhosa! Como é lindo cantar louvo res a essa três Mães que são tudo, na vida da gente!
No conjunto dessas três datas, como é bom dirigir a você, caríssima Lucinha – hoje terna Mãe e Mestra exemplar – uma saudação cheia de carinhos e louvores. Como é bom ter ao nosso lado todos os momentos de nossa vida, a doce figura da Mãe, mirar-lhe os olhos encanecidos onde mora a eterna expressão de amor infi nito a doar-se em carinhos e ternuras dos filhos aos neti nhos que lhe adoçam e suavizam o envelhecer! Como é lindo e profundamente amado o perfil augusto da Mãe!
Agora, vem o dia de nossa Escola! Ela não envelhece nunca em nossa intima gratidão, no nosso intenso amor! Nossa memória nos leva aos seus corredores imensos, cheios de fantasmas queridos! As salas de aula sonoras ainda da voz vibrante dos antigos Mestres! Ah! O Anfi teatro clássico a reboar ainda, os acordes vibrantes da “Meiga Escola, na grande Via Láctea”!
Somos ambas, gerações distintas tão afastadas no tempo! E quantas mais, uma quase centena de outras gerações que ascenderam, em sua época, as escadarias solenes da querida Escola, para depois uma a uma, des cer um dia vitoriosa, em caminho de um porvir risonho!
Querida Normal, Mestra matronal e venerável, Fênix rediviva a agasalhar sempre com igual amor aos que se lhe acolheram no seio amoroso! Ad multos anos viva!
Que nos resplendores celestes em que se assenta, Maria – Rainha do Céu e da Terra, Mãe e mestra adorável e pura – derrame suas bênçãos àquelas Mães terre nas que, num vivido reflexo de sua Grandeza cumprem nesta Vida sua sublime Missão. Amém
( A Gazeta de Botucatu - 17/05/ 1985 )
O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.
ZÉ PAULO
Roberto Delmanto
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Seu nome era José de Paula, mas foi como Zé Paulo que ele se apresentou e assim passamos a chamá-lo.
Precisando de um motorista particu lar, principalmente para levar os filhos, então pequenos, para a escola, eu e minha mulher estávamos procurando alguém experiente e bem recomendado.
Ele nos foi indicado por um vizinho, que deu as melhores referências a seu respeito.
Era um homem de cerca de 45 anos, negro, alto, ma gro, risonho, muito educado e sempre bem vestido, de terno.
Logo conquistou a todos. Viúvo, com uma filha adolescen te, orgulhava-se do fato do bisavô, ainda escravo, ter sido cocheiro, e o avô e o pai motoristas.
Embora cuidadoso, dirigindo com cautela, vez ou ou tra apareciam nos nossos dois carros pequenos amassa dos ou arranhões - culpa dos outros, dizia ele. Mas nunca foram tão limpos, estando sempre brilhando.
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Certo dia, comunicou-me que ia se casar de novo, desta vez com uma freira. Estranhan do o fato, indaguei-lhe a res peito e ele me explicou que, na verdade, era uma noviça que acabara de deixar o hábito.
Pediu duas semanas de folga para viajar em lua de mel e um auxílio para as despesas, que lhe dei com prazer.
O lugar escolhido, muito santo, não era, porém, dos mais românticos: Aparecida. Levou junto a filha adolescen te.
Ao voltar, perguntei-lhe como tinha sido a viagem e ele me disse que sua esposa esta va com algum problema físico, dificultando a relação.
Levou-a, então, a um gine cologista, que após examiná-la, disse que ela não tinha ne nhum problema, acrescentan do: “o problema deve ser com o senhor...”.
Superadas as dificuldades,
mostrava-se feliz. Até que, meses após, telefonou-me dizendo que estava doente e não poderia trabalhar por alguns dias.
Uma semana depois, apareceu no meu escritório para justificar-se pessoalmente. Entrou na minha sala caminhando com as pernas abertas, dizendo-me que ha via tido um “entorse no pênis”, algo do qual, confesso, jamais tinha ouvido falar. Apesar de condoído com sua situação, tive de me segurar para não rir. Falou que já estava medicado e melhorando, mas que o médico lhe proibira “brincadeiras” durante um mês.
A vida conjugal se estabilizou e ele continuou a traba lhar, sempre assíduo e gentil.
Tinha, no entanto, uma peculiaridade: lia os jornais sempre com atraso de dias ou até semanas, fazendo co mentários tipo “o senhor sabe que a Rússia invadiu a Ucrânia...”.
Só que, apesar da limpeza dos carros continuar impe cável, as pequenas batidas e arranhões aumentaram e não tivemos outra opção senão dispensá-lo.
Mas dizendo, para não magoá-lo, que era por razões financeiras...
Inaugurada a 16 de maio de 1911, sendo seu primeiro Diretor, o Prof. Martinho Nogueira.
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A revista Peabiru, em seu nº 03, de maio/ junho de 1997, publicou reportagem com pleta sobre o histórico da ESCOLA NORMAL. Complementando a matéria, trazemos o artigo do professor Sebastião de Almeida Pinto:
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A Escola Normal
Sebastião de Almeida Pinto
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«A criação de uma Escola Normal, uma esco la para formar professores primários, foi sempre um sonho da nossa gente, foi sempre uma idéia dos homens bons do passado. Foi sempre um objetivo dos políticos do velho Botucatu. Eles viam o progresso de Itapetininga e de Piracicaba, dotadas de escolas complementares, que tam bém formavam professores e almejavam o mes mo para a cidade dos bons ares. E trabalharam e lutaram.
Pelo artigo 55, da lei estadual nº 1.245, de 30/12/1910, foi criada uma escola complementar em Botucatu. Antes de ser instalada, o decre to estadual nº 2.025, de 29/03/1911, transformou-a em Escola Normal Primária de Botucatu O citado decreto foi aprovado pela Lei nº 1.311, de 02/01/1912. A organização da Escola era a seguinte: 1 curso normal, de 4 anos, para formação de professores de cursos preliminares; um gru po escolar modêlo, destinado à prática do ensino dos alunos normalistas.
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A notícia da criação da Escola Normal, foi um estouro na praça. A cidade quase veio abaixo, tal o barulho, o foguetório, o entusiasmo do povo. Passeatas, discurseiras, manifestações aos políticos da terra, cer vejada, etc., como era costume da época, as festas duraram uma sema na. Grande conquista, merecia grande repercussão.
Não havia prédio próprio para a instalação da Escola Normal. E havia necessidade de fazer funcionar logo o estabelecimento. O corpo docen te e o pessoal administrativo já estavam nomeados. Os exames de ad missão já estavam marcados. Como fazer ?
O problema foi resolvido com a cooperação do Bispado. A secção masculina foi localizada no edifício daCaridade Portuguesa Maria Pia, onde hoje funciona a Câmara Municipal. A secção feminina começou a funcionar no prédio da Conferência Vicentina, que existiu ali onde está o ESTUDO do Seminário. Era um prédio velho, mais tarde demolido. So lução boa, no momento.
Realizados os exames de admissão, com a presença de muitos candidatos de fora, entrou em funcionamento a Escola Normal Primária de Botucatu. A primeira aula foi dada no dia 16 de maio de 1911. Por isso é que o antigo grêmio estudantino tinha o nome de Grêmio Normalista “16 de maio”.
O primeiro diretor, organizador e orientador da Escola Normal de Bo tucatu foi Martinho Nogueira. Grande educador. Ótimo administrador. Figura de relêvo no Magistério Paulista. Deixou nome, pela sua austeri dade, capacidade de trabalho,e , sobre tudo, amor ao Ensino. Botucatu, reconhecido às suas excelsas qualidades de mestre, deu seu nome a uma das praças da cidade e a um dos Grupos Escolares, o do Bairro Alto.
Era secretário-arquivista do estabelecimento, o velho Francisco Braz da Cunha Porteiro era José de Arruda Campos, o velho Juca Mono Como contínuos, aperreavam os alunos, o Virgílio de Oliveira (Virgi lião), e Paulo Pinheiro Machado. Os serventes eram Lélia do Amaral, e o Noé de Moura Campos Como se vê, pequeno era o pessoal admi nistrativo...”
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Mais adiante, Tião Pinto nos traz a relação completa dos 28 professores componentes da primeira turma da nossa Escola
Normal (1914):
“...Abílio Baptista Abranches Fontes, Othoniel de Al meida Moraes, Romeu do Amaral, Sebastião Pedroso Ju nior, Adelaide Paes de Almeida, Anália de Camargo Souza, Arminda Pellegrini, Augusta de Moraes Fleury, Benedicta Fuzzaro, Benedicta Pinheiro da Silva, Blanca Zwicker, Edth Dias, Eliza de Barros, Etelvina Santos, Eugênia de Camargo Souza, Floriza Fontes, Gabriela Pinhei ro Machado, Hermínia de Barros, Izolina Teixeira, Josephina Pinheiro Machado, Lucinda de Barros, Margarida Monteiro de Campos, Maria Eliza Alves, Maria de Lourdes Sampaio, Olga Ferraz, Rosina Alves, Sebastiana Rodrigues e Sylvia Alves.
Foi de espavento a festa de formatura da primeira turma Uma coisa louca. Ali no velho casino, comprimia-se a nata da terra, gente de fora, altas autoridades com o Exmo. Sr. Secretário do Interior à frente, o mui ilustre Dr. Altino Arantes, que depois foi Presidente do Estado de São Paulo A banda de música da Fôrça Pública, no saguão, abrilhantava a solenidade
Depois da entrega dos diplomas, solenidade puxada à fraque e sobre-casaca, vestidos de cauda, etc., teve lugar o bailão de formatu ra. Foi cantado até em moda de viola.
A velha Escola Normal foi instalada em prédios alugados, no dia 27 de abril de 1911, somente passou a funcionar no seu prédio próprio no dia 24 de maio de 1916. Nesse dia, com uma grande festa popular, que repercutiu na zona toda, foi inaugurado o monumental prédio próprio, que ainda é, apesar de envelhecido, o prédio mais bonito da cidade. Depois, a escola foi crescendo, foi ficando afamada, grangeando renome até tornar-se nessa formidável instituição que é o INSTITUTO DE EDUCAÇÃO “DR. CARDOSO DE ALMEIDA” , legítimo orgulho de todos os botucatuenses.
Milhares de professores já foram diplomados pela nossa querida Escola Normal Professores de renome em todos os setores educacionais, passaram pelos bancos da Escola do alto da colina. A civilização brasileira muito deve ao grande educandário botucatuen se, sem favor, uma das glórias do magistério paulista, onde forjaram os bandeirantes da luz e saber.
Botucatu é o que é, pode-se dizer, em virtude da sua Escola Normal. Com a instalação no longínquo1911, dessa Escola Normal, a cidadezinha boca de sertão, poeirenta e turbulenta, com hábitos caboclos e aspectos rudes, tornou-se a cidade ci vilizada, bonita, educada, a princesa da serra, com nível cultural que causa assombro as pessoas que a visitam pela primeira vez Botucatu deve muito à sua Escola Normal Devemos honrar a memória daqueles homens bons, que tudo fizeram para criá-la em nossa cidade. No salão nobre do estabelecimento estão os retratos de alguns desses cidadãos, dignos do nosso respeito e admi ração. Foram eles,Cardoso de Almeida, Amando de Barros, Rafael de Moura Campos, Rubião Junior, Altino Arantes, Oscar Rodrigues Alves e Paulo Moraes Barros
De minha parte, na qualidade de antigo aluno da velha Escola Normal, onde depois fui professor e diretor, quero externar minhas homenagens e minha gratidão aos velhos mestres e aos homens bons do velho Botucatu. A eles e à Escola, devo muito do que sou e do que consegui na vida”.
A
Para homenagear as PROFESSORAS e os PROFESSORES pelo seu dia - 15 de outubro! - lembrei-me da visita que a minha classe do Grupo Escolar “Dr. Cardoso de Almeida” fez, no início dos anos 50, ao Asi lo. Aquela visita impressionou-me positivamente e, em 1976, inclui no meu segundo livro, “Crônicas da Minha Cidade”, o artigo “Recanto da Saudade” que havia escrito para o jornal “Vanguarda de Botucatu” de junho de 1976.
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Hoje, fazendo a releitura e editando no blog, es tou fazendo pela terceira vez essa visita. É inesquecível... Já voltei, com a família, várias vezes ao Asilo levando doa ções. Mas nada se compara aos meus 7 ou 8 anos fa zendo aquela visita... A classe animada e a PROFESSO RA BONDADE a nos orientar... Foi bom, muito bom! Na perspectiva do tempo é que vemos como somos pequenos diante das adversidades do mundo e do tão pouco que efetiva mente podemos fazer para melhorar o “irmão” desprovido de qualidade de vida e de amor fraternal... É isso.
E tudo aconteceu, exatamente, pela ação cidadã da professora da es cola - a Professora Bondade !
Abaixo, reproduzo esse artigo:
RECANTO DA SAUDADE
Nós íamos em fila. Toda a classe estava compenetrada de sua impor tância. Era bom sentirmo-nos úteis. Era bom, muito bom aquele momento.
Não me recordo do que levava. Tal vez fosse um pacote de açúcar, ou de arroz? Talvez fosse queijo e goiabada... O Certo é que todos, na medida de suas posses, levavam alguma coisa. O importante era participar. Uma caixa de fósforo? Não faz mal... Uma caixa de fósforo nunca é pouco quando se dá com amor e quando o que se dá é de grande importância para nós.
A professora havia feito com a ante cedência devida uma visita àquele re canto da saudade e ficara sabendo das coisas mais úteis que deveríamos levar. Depois, em classe, apresentou-nos uma lista dos gêneros necessitados e colocou-nos à vontade para que pudés semos fazer a escolha. Foi uma verda deira assembleia. Todos participaram. A professora agia como uma mediado ra, mas a decisão final era nossa.
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Às vezes fico a pensar na importância dessa professora Fico a pensar e penitencio-me por não me recordar de seu nome. Mas pelo que fez e pela lição de civismo e de amor ao próximo que nos deu, ela bem que poderia chamar-se Professora Bondade. Sim, é isso, vamos chamá-la de Professora Bondade.
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E O RECANTO DA SAUDADE
São muitos os botucatuenses que estudaram no Grupo Escolar “Dr. Cardoso de Almeida” . Dos nomes das profes soras de meu tempo alguns ainda permanecem em minha memória: Dª Elvira, minha primeira professora, Dª Alice, Dª Olga e muitas outras Fadas do Saber que exerciam com dedicação o seu magistério no Grupo Escolar “Dr. Cardoso de Almeida”.
Mas, como dizia, a escolha do presente que cada um iria dar foi disputadíssima. Por fim, após tudo acertado, a Professora Bondade marcou a data em que a classe iria fazer a sua visita e dar a sua colaboração e conhecer os velhinhos do Asilo Padre Euclides. Mãos à obra. Tudo estava pronto.
Cada um com sua contribuição, aguardávamos o grande mo mento. Fomos em fila e – pasmem! – fomos em ordem! Naque le tempo ainda se tinha o bom costume de andar... Fomos do Grupo ao Asilo e ninguém ficou cansado.
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O primeiro contato foi emotivo. O Asilo Padre Euclides é um recanto que nos transmite paz; é um lugar convidativo à meditação Os velhinhos que lá residem parecem personagens celestiais. Essa foi a impressão que me causaram. Neles eu não vi, e creio que não há, qualquer revolta por lá se encontrarem.
Passamos a manhã toda no Asilo. Lá tomamos o nosso lan che e corremos por todo canto e convivemos com aqueles nos sos irmãos, ou melhor, com todos aqueles vovôs e com todas vovós de todos nós.
Será que hoje em dia ainda há o costume de programar vi sitas como essas?
Será que hoje as Professoras Bondade estão preocupadas em auxiliar os nossos irmãos menos favorecidos pela sorte ao mesmo tempo em que dão lição de civismo e de amor ao próximo aos seus alunos?
Temos a certeza que sim.
Acreditamos firmemente que em cada Grupo Escolar de nossa cidade existe uma Professora Bondade que planeja visi tas ao Asilo Padre Euclides; ou uma tarde com as Meninas do Orfanato; ou um passeio à Vila dos Meninos; ou uma coleta de gêneros alimentícios e roupas usadas para o Albergue; ou uma visita para conhecer a obra magnífica que é a APAE.
Essas visitas são muito importan tes. Elas ensinam o que nunca mais se esquece. Elas ensinam a sentirmo -nos úteis. Elas ensinam às crianças a importância da bondade, da solidarie dade humana e da produtividade de uma convergência de esforços para uma mesma finalidade.
Da caixa de fósforo de um, do pa cote de macarrão de outro, do queijo, da goiabada, do pacote de arroz, do quilo de feijão, formou-se um esto que razoável que acredito tenha sido de muita utilidade para o Asilo, pois para nós foi de grande e inesquecível importância.
Nós íamos em fila... Cada um le vava o seu pequeno tesouro, a sua pequena oferenda. A Professora Bon dade nos liderava. Era bom sentirmonos úteis Era bom, muito bom aquele momento. (AMD)
LEITURA DINÂMICA
A Revista Bo tucatuense de Cultura – PEABIRU em edição especial trouxe todo o histórico da criação da nossa Escola Normal. À época, uma conquista de grande re percussão que consolidou a liderança educacional de Botucatu em uma grande região, abrangendo os Es tados do Paraná e Mato Grosso, com a qualidade de seus internatos do San ta Marcelina (feminino) e do Ginásio Diocesano (La Salle-masculino).
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1–
2–A publica ção do livro do “Centenário da Escola Normal”, em 2011, registrou o histó rico da conquista e de poimentos de inúmeras gerações de ex-alunos que levaram, ao depois, seus conhecimentos por todo o Estado.
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Com a denominação ofi cial de Instituto de Edu cação “Dr. Cardoso de Almeida”, fez-se justiça ao maior expoente da política botucatuense, o Deputado Federal Dr. José (Juca) Cardoso de Almeida que teve atua ção decisiva para a conquista e ins talação da Escola Normal.
3–
Autoridades botuca tuenses presentes à inau guração do busto do Dr. Cardoso de Almeida defronte a Escola Normal, tendo à frente os prefeitos Emílio Peduti e João Queiroz Reis, nas comemorações do Centenário de Botucatu.
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