Edição 626

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Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

ANO II

Nº 626

QUARTA-FEIRA, 09 DE NOVEMBRO DE 2022

Cecília Meireles (07/11/1901 - 09/11/1964)

Foi a primeira mulher a ter um livro reconhecido pela Academia Brasileira de Letras... Páginas 2 e 3

Ponte Rio-Niterói

A rainha Elizabeth inaugurou, em 1968 (9/11), as obras iniciais da construção da Ponte Rio-Niterói, no Rio de Janeiro, juntamente com o Ministro dos Transportes, Mário Andreazza. Em 1974, a Ponte Rio-Niterói foi inaugurada pelo Presidente Emílio Garrastazzu Médici e pelo Ministro Mário Andreazza. Em março de 1974, o então presidente Emílio Garrastazu Médici conseguiu finalmente inaugurar a Ponte Rio-Niterói. Desfilou de carro, cortou fita e tudo que acompanha uma solenidade de estreia, sempre na companhia do Ministro dos Transportes, Mário Andreazza, idealizador e realizador dessa grande obra. O feito de atravessar a Baía de Guanabara, sem ser de barco, era sonhado desde o Império: Dom Pedro II, em 1875, chegou a contratar um engenheiro. Sobre as águas da Baía de Guanabara, ligando o Bairro do Caju, na cidade do Rio de Janeiro, à Avenida do Contorno, em Niterói, estende-se uma das obras mais simbólicas do Brasil: a Ponte Rio-Niterói: Ponte Presidente Costa e Silva. Com aproximadamente 13 quilômetros de extensão, essa é a maior ponte sobre águas da América Latina. Além disso, ocupa o 11º lugar no ranking internacional nesse quesito. E ainda, a Ponte Rio-Niterói é considerada a maior do mundo em viga reta contínua (o vão principal da ponte, em viga metálica soldada, possui 300 metros de comprimento)!


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Diário da Cuesta

Um Poema de Cecília Meireles Eduardo J. R. Santos Universidade de Coimbra

Este poema da Cecília Meireles, para maiores de 200 anos de tempo quântico (relativo Einstein), é uma essência não do arquétipo do envelhecimento, mas do eterno amoral apaixonamento. À procura do tempo perdido, do corpo perdido, mas que traz a mensagem da nova semente, que teremos de resgatar pelas armas emocionais: em que peito se perdeu o meu coração? rasgarei todos o suspeitos, beberei gin cínico, não porto tristonho. Em que espelho ficou perdida a minha face “Às vezes acordo triste e nem sei o porquê dessa tristeza. Uma angústia, um descontentamento, uma solidão interior... Muitas vezes vem uma vontade de chorar, uma fragilidade que nada parece estar bom... Nós, que já passamos dos 50, muitas vezes nos encontramos assim. O mundo inteiro caminha normalmente, tudo está bem e vem essa tristeza. Quantas vezes eu me olhei no espelho e me curti, me achei linda e saí dona do mundo esbanjando mocidade e vendendo alegria?

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Quantas vezes fui elogiada, fotografada por olhares cheios de admiração ? E no espelho desfilei caras e bocas... Com a beleza que aos poucos foi se modificando, foi mudando de fases, foi se perdendo e dando lugar a um outro tipo de mulher : a mulher madura, aquela que muitas vezes ouve como elogio : você está conservada. Que triste elogio ! Diga como vc está bonita, que linda vc está... soa melhor, engrandece a alma, que hoje já tem tantas cicatrizes. Beleza está em todas as idades, conversem com seu espelho e descubra seu ponto forte, ele pode estar no seu interior. Onde ficou perdida minha face ? Não sei, só sei que vou passar o meu batom vermelho, rímel e lápis nos olhos, deixar meus cabelos ao vento, vestir meu vestido de festa e subir no salto, como sempre fiz e sair linda e maravilhosa curtindo os meus 63 anos. Faça o mesmo vc de 50, 60, 70, 80, 90... E não se entristeça vivendo do passado e tendo medo de aproveitar a vida. Se não usar mais salto, coloque uma rasteirinha ou se preferir fique descalça na areia da praia. Você é linda em qualquer idade. Para nós mulheres.” E também homens! Against os profetas naftalínicos do futuro, não, o caminho nem sempre é para o devir abísmico, que bom procurar a casa onde nasci, o útero das fantasias, o faz-de-conta das brincadeiras, a força de um irreverente metal...

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.


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CECÍLIA MEIRELES

Nasceu no dia 7 de novembro de 1901, na cidade do Rio de Janeiro e seu nome completo era Cecília Benevides de Carvalho Meireles. Sua infância foi marcada pela dor e solidão, pois perdeu a mãe com apenas três anos de idade e o pai não chegou a conhecer (morreu antes de seu nascimento). Foi criada pela avó Dona Jacinta. Por volta dos nove anos de idade, Cecília começou a escrever suas primeiras poesias. Formou-se professora (cursou a Escola Normal) e com apenas 18 anos de idade, no ano de 1919, publicou seu primeiro livro “Espectro” (vários poemas de caráter simbolista). Embora fosse o auge do Modernismo, a jovem poetisa foi fortemente influenciada pelo movimento literário simbolista. No ano de 1922, Cecília casou-se com o pintor Fernando Correia Dias. Com ele, a escritora teve três filhas. Sua formação como professora e interesse pela educação levou-a a fundar a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro no ano de 1934. Escreveu várias obras na área de literatura infantil como, por exemplo, “O cavalinho branco”, “Colar de Carolina”, “Sonhos de menina”, “O menino azul”, entre outros. Estes poemas infantis são marcados pela musicalidade (uma das principais características de sua poesia). Viúva, o novo casamento de Cecília aconteceu somente em 1940, quando conheceu o engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira. No ano de 1939, Cecília publicou o livro Viagem. A beleza das poesias trouxe-lhe um grande reconhecimento dos leitores e também dos acadêmicos da área de literatura. Com este livro, ganhou o Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras. Cecília faleceu em sua cidade natal, aos 63 anos, no dia 9 de novembro de 1964. Principais características do seu estilo literário: - Cecília Meireles escreveu poesias, prosas, contos, crônicas e textos para o teatro. Porém, foi no campo da poesia que mais se destacou. - Sua obra apresenta também, na primeira fase, características do simbolismo.

- Embora modernista, trabalhou com aspectos clássicos da poesia como, por exemplo, as rimas. - Poesia social na segunda fase de sua produção literária, principalmente a partir da obra Romanceiro da Inconfidência. - Na terceira fase, ela trabalha com questões ligadas ao processo de envelhecimento humano e a passagem do tempo. É uma fase mais intimista da autora.Reaberta no dia 11 de dezembro de 2014, a Sala Cecília Meireles guarda muitas histórias. O espaço (bastante elogiado após a reforma) foi inaugurado em primeiro de dezembro de 1965, no ano comemorativo do IV Centenário da Cidade do Rio de Janeiro e um ano após a morte da poetisa, pintora, professora e jornalista que nomeia o prédio – e era muito amiga do então governador Carlos Lacerda. Em 1961, o Cine Colonial (que a partir de 1941 passou a ser só cinema, deixando o teatro de lado) foi fechado. Três anos depois, em 1964, Andrade Muricy, que escrevia no Jornal do Commercio, criticou o fato de a cidade do Rio de Janeiro ter poucos espaços para a música clássica. Carlos Lacerda, governador do então Estado da Guanabara e ex-aluno de violino, entendeu o recado, desapropriou o espaço do antigo cinema e começou os trabalhos para que a música erudita tivesse uma casa no Rio.


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NO TÚNEL DO TEMPO FAMILIAR Sou descendente, pelo lado materno, de tradicionais troncos paulistas da família Moraes Barros. Sendo meu ascendente o Senador Manoel de Moraes Barros, irmão de Prudente José de Moraes Barros – 1º presidente civil do Brasil, ambos maçons e republicanos, sendo o Senador Manoel de Moraes Barros avô de meu avô materno, Manoel de Camargo Moraes. Na minha infância ia todo ano de férias para São Pedro e Piracicaba. Quando ia com meu avô “Caturra” (Manoel de Camargo Moraes), apelidado por meu pai porque era muito teimoso... Piracicaba já era então uma grande cidade e muito calma ainda... Tinha o bonde, a Esalq, e o maravilhoso Mirante, com seu restaurante servindo o “pintado no espeto”, pescado ali no rio... A penúltima vez que estive em Piracicaba, junto com os professores Francisco Carlos Sodero e Jair de Moraes Neves, de origem piracicabana, em 1968, almoçamos no Restaurante Mirante. Inesquecível. Em 2006, portanto mais de 35 anos após a última visita, lá estava eu de novo... Com a Beth e o Marcelo fomos em busca de registros familiares. Almoçamos no Mirante e comemos o “pintado na brasa”, só que os peixes, nessa época, vinham do Mato Grosso, a poluição do Rio Piracicaba já era uma realidade. E tivemos sorte. Pouco tempo depois foi fechado o famoso restaurante do Mirante. Depois de um tempo, consta que foi reaberto.

Restaurante Mirante - Piracicaba/2006 Marcelo, Beth e Armando.

Mausoléu de Manoel de Moraes Barros

Pois bem, além do almoço, fizemos a nossa peregrinação: fomos ao “MUSEU HISTÓRICO E PEDAGÓGICO PRUDENTE DE MORAES”, localizado na antiga residência do Primeiro Presidente Civil do Brasil, com rico acervo museugráfico e museológico contemplando a vida pública do ilustre homenageado, além da História de Piracicaba. Na ocasião, obtive da coordenadora, a informação preciosa de que familiares dos Moraes Barros vieram, no início da colonização, da cidade de Viseu/Portugal. Após visita ao Museu, em 2006, fomos ao Cemitério visitar o túmulo de meus avós (Manoel de Camargo Moraes e Isaura Telles de Moraes) e conhecer os túmulos de Prudente e Manoel de Moraes Barros. É imponente, verdadeiro mausoléu a perpetuar a história desses ilustres brasileiros! Comentário (blog do delmanto, 21/03/2016): Recebi de meu “primo” Manfredo Costa Neto, livro que traz todo o histórico da família de PRUDENTE DE MORAES com todas as suas ramificações. O livro “ROSINA e família” é de autoria de sua irmã Maria de Lourdes Moraes Costa (Ude). Botucatu conhece bem a trajetória de MANFREDO ANTONIO COSTA que fundou a Cia de Força e Luz de Botucatu e, posteriormente, a CPFL, em Campinas. Em 1934, Manfredo Costa elegeu-se Deputado Estadual Constituinte, por Campinas.

Mirante rio Piracicaba

Mausoléu de Manoel de Moraes Barros /Marcelo

Mausoléu de Prudente de Moraes/ Marcelo

Museu Histórico e Pedagógico PRUDENTE DE MORAES. Repara na minha testa e na do busto...

Mausoléu de Manoel de Moraes Barros/Armando.


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