Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
ANO II
Nº 629
SÁBADO E DOMINGO, 12 E 13 DE NOVEMBRO DE 2022
AUGUSTO DOS ANJOS
Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos (20/04/1884 – 12/11/1914) foi um poeta brasileiro, identificado muitas vezes como simbolista ou parnasiano. O mais sombrio dos poetas brasileiros, foi também o mais original. Sua obra poética, composta por apenas um livro de poema, não se encaixa em nenhuma escola literária, embora tenha sido influenciado por características do Naturalismo e do Simbolismo. Todavia, muitos críticos, como o poeta Ferreira Gullar, preferem identificá-lo como pré-modernista, pois encontramos características nitidamente expressionistas em seus poemas. PÁGINA 2
Exposição “FORA”
A Pinacoteca Fórum das Artes de Botucatu, recebe de 12/11/2022 a 29/01/2023, a exposição “FORA” da artista Gaya Rachel. A exposição será aberta ao público a partir das 15 h do sábado, na Sala 2 do Piso MAC. A exposição é composta por obras de pesquisas recentes da artista, marcada pelo contexto recluso da pandemia e de outras reclusões mais íntimas. Gaya, mergulha seu olhar nas pedras que recolhe pelo caminho, pelas imagens das pedras e pelos caminhos que surgem em um tronco. Busca descascar a geometria mineral para encontrar o dentro que é fora. Para encontrar pássaros nas pedras. As cores, as linhas e espaços, a repetição e o fragmento, e até mesmo o tempo, são elementos que a artista articula para falar de liberdade.
"A PIOR DITADURA É A DO PODER JUDICIÁRIO. CONTRA ELA, NÃO HÁ A QUEM RECORRER." RUI BARBOSA
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Diário da Cuesta
Biografia de Augusto dos Anjos Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos nasceu em 20 de abril de 1884, no Engenho Pau D’Arco, Vila do Espírito Santo, atual município de Sapé, na Paraíba. Filho de antigos senhores de engenho, o poeta vivenciou, desde a infância, a lenta decadência de sua família. O pai, bacharel em Direito, ensinou-lhe as primeiras letras até seu ingresso no Liceu Paraibano para cursar o ensino secundário. Em 1903, matriculou-se na Faculdade de Direito de Recife. Nesse período, começou a publicar alguns poemas no jornal paraibano O Comércio. Os versos chamaram a atenção dos leitores, principalmente de maneira negativa: o poeta foi tido como histérico, desequilibrado, neurastênico, qualidades que lhe seriam atribuídas ao longo da vida. Na Paraíba, foi apelidado de “Doutor Tristeza”. Formado em 1907, Augusto dos Anjos nunca exerceu a profissão de advogado ou magistrado. Foi de Recife para a capital paraibana, onde passou a lecionar Língua Portuguesa e Literatura Brasileira. Em 1910, casou-se com Ester Fialho, com quem teve três filhos – o primeiro deles morreu ainda recém-nascido. Augusto dos Anjos - o poeta ligado à temática da morte e da podridão Desentendimentos com o governador da Paraíba levaram o poeta a se transferir para o Rio de Janeiro, onde passou a lecionar Geografia depois de cerca de um ano desempregado. Em 1912, publica seu único livro, Eu, com a ajuda financeira do irmão. Mas não obteve nenhum reconhecimento do público leitor – exceto o repúdio da crítica de seu tempo, apegada ao lirismo comedido e parnasiano. Em junho de 1914, mudou-se para Leopoldina (MG), assumindo o cargo de diretor de um grupo esco-
lar na cidade, mas uma pneumonia dupla interrompeu a trajetória do poeta, que faleceu com apenas 30 anos, em 12 de novembro de 1914. Estilo de Augusto dos Anjos Augusto dos Anjos é provavelmente o mais original dos poetas brasileiros. Embora tenha recebido algumas influências do Simbolismo e do Naturalismo, movimentos poéticos em voga na época, seu estilo literário não se encaixa em nenhuma das escolas. Pessimista, cósmica, paradoxal, mórbida e angustiante, a poesia de Augusto dos Anjos é feita de um vocabulário científico misturado com uma tristeza profunda. O questionamento existencial encontra a ciência e a Teoria da Evolução de Darwin em uma combinação insólita, jamais vista antes, que constantemente relembra a fatal finitude humana nos termos da decomposição da matéria, da carne putrefata que encerra o tempo do vivente. O amor, o prazer, a volúpia não são senão uma luta orgânica das células, como o é toda a existência humana, destinada a tornar-se cadáver e alimentar os vermes decompositores. E a própria construção dos versos de Augusto dos Anjos : exprime essa luta tudo é dito de maneira dura, cheia de excessos e hipérboles, em métrica rígida. Trata-se de uma estética da podridão, da agonia, da deformação, misturando termos filosóficos e biológicos que eclodem em um grito violento em busca das razões da existência humana. Influenciada por Arthur Schopenhauer, cuja teoria filosófica percebia uma perene impossibilidade de felicidade, já que a vida humana se resume a um pêndulo entre o sofrimento e o tédio, a poesia de Augusto dos Anjos reverbera uma “eterna mágoa”, uma dor existencial perene a que estão implacavelmente submetidos todos os seres.
EXPEDIENTE
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes
WEBJORNALISMO DIÁRIO
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LEITURA DINÂMICA
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– AUGUSTO DOS ANJOS foi o mais popular poeta de seu tempo... Falava às pessoas e era por elas entendido. Autor de apenas um livro ficou famoso por sua obra.
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– Até foi objeto de publicações mais didáticas como forma de divulgar e popularizar seus poemas.
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– Considerado o mais original poeta brasileiro. Lendo seus poemas pode-se comprovar a singularidade de sua linguagem e criação estética, elementos permeados por um profundo pessimismo e angústia moral.
– Hoje, Augusto dos Anjos continua a motivar o imaginário popular: camisetas, folhetos e frases de seus poemas famosos continuam a ser divulgadas pelos brasileiros.
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- A capa de seu livro nos dá a real dimensão de sua fantasia: retratando a MORTE, a angústia e o uso de metáforas... Augusto dos Anjos se declarou “cantor da poesia de tudo que é morto”...