Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
ANO II
Nº 630
SEGUNDA-FEIRA, 14 DE NOVEMBRO DE 2022
Dick Farney, 100 anos: precursor da bossa nova foi erudito e popular
Músico é conhecido como o Sinatra brasileiro pelos fãs Por Luiz Claudio Ferreira
Um baú lotado de memórias resiste ao tempo. Lá dentro estão as luzes dos palcos, os sons do violino, do piano e até da viola caipira. Estão as influências da família imersa em arte e até os sons de guerra. Misturam os ritmos e as amizades com Frank Sinatra, Carmen Miranda, Nat King Cole, João Gilberto... O cantor, compositor e multi-instrumentista brasileiro Dick Farney (apelido do carioca Farnésio Dutra e Silva) fez carreira internacional, a partir da década de 1940, com um vozeirão em ternura. Jeitão de jazz com bossa nova. Ele, que nasceu em 14 de novembro de 1921, completou o seu centenário em 2021. Um ‘Sinatra brasileiro’, dizem os fãs. Morreu em 1987, enquanto ainda trabalhava intensamente. Deixou legado, pelo menos 45 discos (não contando os estrangeiros), 395 músicas gravadas e um baú de lembranças que não deixam sua história ser esquecida.
Botucatu: Nadadora da AAB é campeã paulista nos 50m costas e bronze nos 50m borboleta A atleta Adriana Bitiati, da Associação Atlética Botucatuense (AAB), conquistou a medalha de ouro nos 50 metros costas do Campeonato Paulista Júnior e Sênior de Verão de natação, na piscina de 25 metros do Clube Internacional de Regatas, na cidade de Santos, no último sábado 05. A Associação Atlética Botucatuense (AAB), participou da competição organizada pela Federação Aquática Paulista (FAP) com dois atletas: Henrique César Alessi (6º ano Medicina Unesp Botucatu) e Adriana Bitiati (recém-formada em Engenharia na Unesp). Ao todo, 291 atletas de 50 entidades participaram da competição. O atleta da AAB, Adriana Bitiati, além da medalha de ouro nos 50m costas (30seg14), conquistou o bronze nos 50m borboleta (28seg96). Miguel Antunes, técnico responsável pela equipe de natação da AAB, acompanhou os atletas e analisou a evolução com diversos recordes pessoais dos nadadores. “Estou muito feliz pelas marcas alcançadas dos nossos atletas, pois mesmo com sendo estudantes universitários, conseguiram conciliar o esporte com a atividade acadêmica, servindo de exemplo para os mais jovens de nossa equipe”, ressaltou. (Leia Notícias)
"A PIOR DITADURA É A DO PODER JUDICIÁRIO. CONTRA ELA, NÃO HÁ A QUEM RECORRER." RUI BARBOSA
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Diário da Cuesta
Dick Farney Waldemar Pedro Antonio Dick Farney tem uma trajetória singular ao se destacar como cantor romântico, músico reconhecido nos Estados Unidos, atuante consolidador do samba-canção no Brasil, pianista criativo e improvisador com grande versatilidade jazzística, intérprete moderno e uma das principais influências para os músicos modernos, como os jovens que apreciam a bossa nova . Ao explodir a Bossa Nova, sua forma “moderna” de cantar adaptou-se perfeitamente à nova vertente, e ele se manteve sempre ativo, com grande sucesso e respeito de seus colegas e fãs. Além de excepcional pianista, possuía voz de timbre abaritonado, bastante afinada, revelando um insuperável bom gosto nas interpretações . As luzes começam a iluminar um dos períodos injustamente menos revisitados da música brasileira. Se precisava de uma efeméride para reverenciar o homem chamado por muitos de “pai da Bossa Nova”, ela também existe. Foi em 1946, que sua voz de seda surgia interpretando Copacabana, a faixa inaugural da linguagem que movimentaria o País por décadas batizada de samba-canção. Iniciaremos a triagem musical de DICK FARNEY , por uma canção composta por João de Barros ( braguinha ) e Antônio Almeida , sucesso absoluto que lhe abriu as portas do mercado brasileiro . Essa gravação contribui para projetar nacionalmente o bairro litorâneo carioca: “ COPACABANA “ . [ “ / Existem praias tão lindas,cheias de luz / Nenhuma tem o encanto que tu possuis / Tuas areias / Teu céu tão lindo / Tuas sereias / Sempre sorrindo. / Copacabana, princesinha do mar / Pelas manhãs tu és a vida a cantar / E a tardinha, o sol poente / Deixa sempre uma saudade / Na gente. / Copacabana, o mar eterno cantor / Ao te beijar ficou perdido de amor / E hoje vivo a murmurar / Só a ti Copacabana / Eu hei de amar./ “ ] . José Maria De Abreu e Jair Amorim compuseram uma canção que se eternizou na suave voz de Dick Farney cujo tema expressa a perda de um amor e a certeza de outro encontrar , porém jamais será igualada a paixão sentida pela pessoa amada : “ ALGUÉM COM TU “ . [ “ / Alguém como tu / Assim como tu / Eu preciso encontrar / Alguém sempre meu / De olhar como o teu / Que me faça sonhar / Amores eu sei / Na vida eu achei / E perdi / Mas nunca ninguém desejei / Como desejo a ti / Se tudo acabou / Se o amor já passou / Há de um sonho ficar / Sozinho estarei / E alguém eu irei procurar / Eu sei que outro amor posso ter / E um novo romance viver / Mas sei que também / Assim como tu / Mais ninguém . / . “ ] . Nesta canção , Dick Farney constitui um dueto com Lúcio Alves em que o diálogo musical descreve a beleza de uma musa da praia carioca falando desse novo amor do Leblon , entretanto que a bela moça é grande amor de todos e deixe-a ficar como parte da natureza : “ TEREZA DA PRAIA “ . [ “ / Lúcio Arranjei novo amor no Leblon / Que corpo bonito, que pele morena / Que amor de pequena, amar é tão bom! / O Dick! Ela tem um nariz levantado, / Os olhos verdinhos bastante puxado / Cabelo castanho e uma pinta do lado / É a minha Tereza da praia / Se é tua é / minha também /
O verão passou todo comigo / O inverno pergunta com quem / Então vamos a Tereza na praia deixar / Aos beijos do sol e abraços do mar / Tereza é da praia, não é de ninguém / Não pode ser tua ... / Nem minha também / Tereza é da praia / Não é de ninguém / . “ . ] . Dick Farney compôs e interpretou esta bela canção que manifesta uma imensa e pura declaração de amor amparada por carícias e desejos ardentes próprios de uma paixão : “ PERDIDO DE AMOR “ . [ “ / Perdido de amor, perdido estou por você / Amar seu olhar, seus lábios beijar, é viver ... / A luz do luar, eu fico a cantar pra você, / Num verso que diz: “serei tão feliz com você”, / Perdido de amor, perdido estou por você, / Seu beijo sensual, carícia ideal não posso esquecer / E vivo a sonhar, seu nome a chamar, só penso em você, / Perdido de amor, perdido estou por você ... / Perdido de amor, perdido estou por você / Seu beijo sensual, carícia ideal não posso esquecer / E vivo a sonhar, seu nome a chamar, só penso em você, / Perdido de amor, perdido estou por você .../ “ . Tom Jobim , com a mais simplicidades poética e amparado por bela interpretação de Dick Farney , encontra no gesto do olhar uma profunda desilusão que é imediata quando não consegue traduzir os dizeres do olhar da amada : “ ESTE SEU OLHAR “ . [ “ / Este seu olhar quando encontra o meu / Fala de umas coisas / Que eu não posso acreditar / Doce é sonhar, é pensar que você / Gosta de mim como eu de você / Mas a ilusão quando se desfaz / Dói no coração de quem sonhou / Sonhou demais, ah! se eu pudesse entender / O que dizem os seus olhos / . “ ] . Encerrando a série de Dick Farney , optamos por uma bela canção composta por Carlos Guinle e Dorival Caymmi que versa sobre uma declaração amorosa e não vendo solução para amenizar essa paixão que lhe tirou totalmente a paz e uma indecisão quanto ao amor demais : “ NÃO TEM SOLUÇÃO “ . [ “ / Aconteceu um novo amor / Que não podia acontecer / Não era hora de amar / Agora o que vou fazer? / Não tem solução / Este novo amor / Um amor a mais / Me tirou a paz / E eu que esperava / Nunca mais amar / Não sei o que faço / Com esse amor demais / . “
EXPEDIENTE
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes
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“A balada do tatu” Maria De Lourdes Camilo Souza
Que tempo é esse? Ele não espera mais, já passou! De 2012 para 2022 na espera. E nesse meio de tempo o que fez? Stand by ... O vento chacoalhou fortemente a copa das árvores e caíram as folhas, as flores, as vagens com as sementes. E fomos varrendo tudo para debaixo do tapete até o momento que o tapete encolheu. Balançou seu mundo, virou tudo de pernas para o ar e nessa nova ótica começou a achar novos paradigmas. A mente que julgava o tempo todo precisou ser colocada frente ao espelho. Quem é que você julga? O outro ou é você que precisa virar o prisma? Ai.. ai.. ai... A boca que vociferava ferrenha emudeceu. Quem é o feio? Quem é o belo? Quem está certo? E o errado sou? Eu! Enfiamos a cabeça na terra como avestruz. O tatu parou de pensar. Falou com veemência:- “Vamos lá, é hora de sair de casa”. Tomou um banho de terra, esfregando bem a carapaça. Lembrou-se de seus tempos de glória quando chegou a ser o bichinho símbolo “daquela” Copa do Mundo. Tatu bola. Enroladinho virava a bola. Levou muitos chutes, mas sua dura carapaça o protegia dos mais duros. Depois disso ficou escondido na sua toca. Deu ultima olhada no espelho perto da porta, aprumou-se e saiu, olhando para todos os lados. Já era noite e não tinha viva alma. Respirou fundo apreciando o ar da liberdade e foi. Primeiro foi andando devagar olhando aquela vizinhança tão familiar, mas que nos últimos tempos evitava Foi notando todas as mudanças. Novas tocas, novos vizinhos. Notou que tinha notório crescimento. Estava tudo novinho em folha. Até a comadre capivara tinha pintado o portão e feito um novo jardim. Olhou o céu estrelado e abotoou o último botão do casaco pois sentiu um frio inusitado naquela noite.
Aos ventos da liberdade sentiu-se mais forte e motivado e começou a correr. A princípio meio trôpego e com cuidado e depois desabalou numa corrida veloz. Os ares da liberdade o embriagaram começou a rir alto, pensando: porque não fiz isso antes? Como é bom! Chegou a soltar um grito de alegria que sufocou olhando para todos os lados, pois era noite e ia acordar os vizinhos adormecidos. No fim da rua viu a luz azul e a placa do boteco onde costumava tomar umas bebidinhas nos finais de semana. Entrou olhando tudo e todos. Procurava pelo antigo dono, seu amigo de muitos anos. Estava lá atrás do balcão servindo um trago ao primo Totó. Chegou-se mais sentando-se na banqueta alta e cumprimentando a todos. O amigo veio rápido cumprimentando alegre e servindo um trago ao amigo, levantaram as copas num brinde feliz: -”Viva a liberdade”
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