Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
ano I Nº 64
SEXTA-FEIRA, 22 de janeiro de 2021
Feiras de Ciências
O Pioneirismo Cultural de Botucatu! Iniciativa dos professores José Antônio Sartori e João Queiroz Marques viabilizou a realização das FEIRAS DE CIÊNCIAS no início dos anos 60. Botucatu assumia a liderança na divulgação cultural e tecnológica de atividades escolares. O Registro Histórico das FEIRAS DE CIÊNCIAS DE BOTUCATU é importante e nossa certeza de que o sonho é possível e que na sua realização foi fundamental o apoio das autoridades e participação efeitva da comunidade botucatuense. Página 3 e 4.
Vacinação no Asilo Padre Euclides: Dona Olinda, de 99 anos foi a primeira idosa a ser vacinada entre os 66 idosos do Asilo.
Aulas presenciais em Botucatu voltarão em 22 de fevereiro, segundo o prefeito Pardini
EVITE AGLOMERAÇÃO FAÇA DISTANCIAMENTO SOCIAL
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ARTIGO
Domingos Soares de Barros
Sebastião de Almeida Pinto A placa “Domingos Soares de Barros”, naquela rua paralela à rua Costa Leite, na parte alta da cidade, é uma homenagem a um grande vulto do velho Botucatu. Cidadão que se destacou como homem público e na sua vida particular. Era sobrinho de Domingão. Conversando, há dias, com o sr. Turíbio Vaz de Almeida (talvez o mais antigo morador de Botucatu), contou-me ele coisas interessantes sobre Domingos Soares de Barros, que conheceu pessoalmente. É um desconhecido da atual geração, mas que foi, sem favor nenhum, grande benemérito de nossa terra. Seu nome, apesar de figurar numa rua da cidade, não tem tido o realce que merece, pelo acervo de serviços prestados à comunidade botucatuense. Domingos Soares de Barros, não era botucatuense nato, mas o era de coração. Quando aqui chegou, em 1860, mais ou menos, vinha de São Manuel, onde fora fazendeiro, juntamente com seus irmãos. Veio com fama de “Podre de Rico”. Tinha vendido o latifúndio que era a Fazenda Sobrado. Sua residência era um prédio que foi demolido, onde se ergue o sobrado da família Peduti, em frente ao Bosque. Solteirão, celibatário empedernido, trouxe para servi-lo um casal de escravos – Caetano e Marina – fidelíssimos. Gostava de passear a cavalo, possuindo ótimos animais. Protestante, crente de fato, tudo fazia para difundir sua religião. Tornou-se um dos esteios da Igreja Presbiteriana, fundada em 01/08/1885, e da qual foi fundador e primeiro pastor, o Reverendo João Ribeiro Braga, que, também foi, o primeiro intendente ou prefeito municipal de Botucatu. Para a formação do patrimônio da Igreja recém-fundada, doou parte dos seus bens. À Misericórdia Botucatuense, destinou alguns prédios, localizados nas ruas centrais. Esses prédios Foram vendidos e o dinheiro apurado foi empregado nas obras do Hospital. Domingos Soares de Barros
era político. Em 1864/65 foi vereador à Câmara Municipal. Republicano histórico, desde a sua mocidade; tomou parte na Grande Convenção de Itu, em 18/04/1873, batalhando pela implantação do regime republicano no Brasil. Domingos Soares de Barros, José Rodrigues Cesar e Bernardo Augusto Rodrigues da Silva (bisavô do Dr. Rivaldo Cintra), compunham a representação botucatuense ao conclave. Domingos Soares de Barros, sem ter tido grande instrução, era um homem inteligente e de visão. Espírito arrojado e progressista. Com ideias avançadas para a época. Preocupado com a melhoria das condições de seus semelhantes, não se limitava a atos de filantropia e religião. Ia mais longe. Observando a deficiência educacional da cidade, com carência absoluta de ensino médio e superior, o que ocasionava o êxodo da mocidade para a Capital. Campinas, Itu e outras cidades adiantadas, tomou uma resolução arrojada: - Instalar aqui um Colégio, com métodos modernos, possibilitando o
Acervo Peabiru DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
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preparo de ricos e pobres, para ingresso nas escolas superiores, o que só era possível, então, aos filhinhos de papai. Bem assessorado, Domingos Soares de Barros trouxe para Botucatu um notável professor alemão, Constantino Carlos Knuppel, que imigrado (não conheço as razões), vivia no sul do Brasil. O Prof. Knuppel, na Alemanha, tinha sido mestre de Bismarck, o famoso Chanceler do Reich. Apesar das distâncias e dos acontecimentos, conservou-se inalterada a amizade entre o professor e o discípulo célebre. Consta que na velhice, doente e empobrecido, Knuppel recebia pensão do governo alemão. Knuppel, falecido, repousa no cemitério botucatuense. O Colégio começou a funcionar em fevereiro de 1881, instalado em prédio de Domingos Soares. Mas houve um desentendimento entre Domingos e o Professor. Este era materialista e aquele muito religioso, crente mesmo. Barros exigiu que Knuppel se filiasse aos presbiterianos. O alemão resistiu e o protestante não teve dúvidas e nem meis medidas: - despejou professor e escola de seu prédio, arranjou-se como pode (conta Hernâni Donato) e com professores leigos, tocou o colégio para a frente. Em 1869, Domingos Soares de Barros, doou terras para aumentar o patrimônio da Vila de Sant’ana. Ao falecer, em 22/12/1890, foi sepultado no cemitério local. Seu túmulo simples, foi levantado pelos amigos e consta de um tronco de árvore (em pedra), decepado ao meio e com a seguinte inscrição: - “Gratidão da Igreja Presbiteriana de Botucatu. De hoje em diante, diz. Espírito, que descansem dos seus trabalhos, porque as obras deles os seguem. Apoc. XIV – 13”.
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Feiras de Ciências em Botucatu
A revista cultural botucatuense - PEABIRU, de maio/junho de 1999, nº 15, publicou a matéria sobre as FEIRAS DE CIÊNCIAS, escrita pelo Professor JOSÉ ANTONIO SARTORI, colaborador da revista. O prof. Sartori foi Professor de Ciências do Estado, autor de livros didáticos e Membro e Vice-Presidente da ABL Academia Botucatuense de Letras. Ele e o prof. João Queiroz Marques foram os pioneiros na realização de Feiras de Ciências, além de terem sido pioneiros também na publicação de livros didáticos, com o «INICIAÇÃO CIENTÍFICA», tendo publicado e vendido um total de 3 milhões de exemplares. É um orgulho para Botucatu ter tido o pioneirismo na realização de Feiras de Ciências e na edição de livros didáticos de Ciências. O artigo “FEIRA DE CIÊNCIAS EM BOTUCATU” representa importante acervo cultural sobre a atividade educacional e científica em nossa cidade. Prof. José Antonio Sartori Feira é uma atividade comunitária e integradora. A Feira de Ciências é uma mostra científica que se caracteriza pelo aspecto dinâmico. É comunitária e integradora porque conta com a participação de instituições educacionais, científicas e industriais, como por exemplo, em Botucatu: Escolas do 1º e 2º graus, Faculdades (UNESP), Faculdade de Filosofia (UNIFAC), I. Butantã, I. Adolfo Lutz, IBECC, USIS, SHELL, Deps. De Ensino (8ª Insp. Do E. Sec. E Normal e 8ª Insp. Do E. Industrial), Empresa Teatral Pedutti, Aeronáutica Neiva, Dep. de Turismo da Prefeitura, Imprensa, Rádio, TV, etc... Dinâmica - Equipes de alunos-monitores, previamente treinados, uniformizados, tendo na lapela o crachá (com nome do aluno, estabelecimento e curso), demonstraram ao público, ávido de atualidades científicas: a- Experimentos que verificam leis e princípios aprendidos em aula; b- Funcionamento de aparelhos por eles projetados e elaborados; c- Peculiaridades de coleções botânicas, zoológicas, etc... d- Painéis com projetos diversos: ciclo evolutivo do sapo, mosca e outros. e- Modelos de átomos, máquinas, aviões, foguetes,etc. A feira é um certame cultural e educativo que desenvolve a criatividade, forma atitude científica (observar, experimentar, interpretar, conceber, improvisar), promove a emulação entre alunos, desenvolve o espírito de trabalho em equipe e dinamiza o ensino em bases renovadoras e modernas. Serve para formar ou ampliar o laboratório de Ciências na Escola. Inspirados pelo IBECC (Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura - secção de São Paulo) fomos os pioneiros na realização de Feiras de Ciências no interior do Estado com a finalidade de substituir os obsoletos métodos de ensino pela observação direta dos fatos, pela experiência convincente e pelo raciocínio lógico. Com a colaboração de professores e alunos, Departamentos de Ensino Oficial, Escolas, comércio, indústria e todos os meios de comunicação, liderados pelos professores João Queiroz Marques (I.E.Cardoso de Almeida), e José Antônio Sartori (E.I.Dr. Armando de Salles Oliveira), promoveram e realizaram: Feiras de Ciências nos anos de 1962, 1963,1964 e 1969.
Iª Feira de Ciências de Botucatu A primeira Feira de Ciências de Botucatu, a pioneira do interior do Estado, revestiu-se de grande êxito. Instituto de Educação, Escola Industrial, Colégio Arquidiocesano, Instituto Santa Marcelina, Ginásio Estadual da Vila dos Lavradores, Escola Senac - participaram desse certame. Época: 26 a 28 de outubro de 1962. Frequência: Cerca de 6.300 pessoas observaram admirados mais de 600 trabalhos e painéis. Local: Foi instalada em amplo Salão do Hotel Paulista (atual Hotel Botucatu na R. Amando de Barros). Na tarde de sexta-feira, do dia 26 de outubro, foi aberta à visitação pública com a presença, na sessão inaugural, do Sr. Emílio Peduti, prefeito municipal, Plínio Paganini, vice-prefeito, representantes do Ensino Oficial e Particular, da imprensa falada e escrita. À frente dessa iniciativa, estiveram os Profs. João Queiroz Marques, José Antônio Sartori e Clovis Nunes da Silva contando com a preciosa colaboração de outros colegas com seus alunos. Ultrapassando nossas expectativas a Feira recebeu caravanas de estudantes de Conchas, São Manoel, Itatinga e a visita do Deputado Federal Carvalho Sobrinho. Vários aspectos da Feira, filmados pela Cia Cinematográfica Primo Carbonari, fazem parte do Complemento Nacional nº 352, que foi exibido nos cinemas em diversas cidades do país. As fotos tiradas pelos saudosos amigos e fotográfos Caricati e Satake, observadas atentamente por professores de um curso pedagógico em Goiás, frutificaram Feiras de Ciências em Porto Nacional (Tocantins), Morrinhos (Goiás), Brasília (DF), todas realizadas nos moldes da 1ª Feira de Ciências de Botucatu. Os melhores trabalhos desta mostra foram selecionados para formar um “stand” de Botucatu na IV Feira de Ciências promovida pelo IBECC, em 1963, em São Paulo. IIª Feira Regional de Ciências de Botucatu. Patrono: Emílio Peduti. Alcançou o mais amplo sucesso a IIª Feira de Ciências de Botucatu. Através de caravanas ou de representantes, fizeram-se presentes as seguintes cida-
des: Ourinhos, Bauru, Descalvado, Itatinga, Pereiras, Itapeva, Conchas, Tupã, Campinas, Jaú, São Manuel, Agudos, Lençóis Paulista, Bernardino de Campos, Ipauçu, Pardinho, Manduri, Anhembi, Bofete, Paranapanema, Pompéia e São Paulo. Época: 13 a 16 de junho de 1963. Frequência: 17.675 pessoas adentraram os salões do Ginásio de Esportes do BTC, demonstrando o grande interesse pela exposição científica, prova da capacidade e do idealismo de nossos estudantes. A inauguração da IIª Feira ocorreu solenemente na noite do dia 13 de junho tendo comparecido autoridades civis, militares e eclesiáticas. Em seu discurso, o Prof. Marques salientou: “Em Botucatu a idéia surgiu a menos de um ano. Era tímida, esboçada com medo de naturais insucessos pelo seu inedetismo. Firmou-se, porém, de modo definitivo, depois de receber de Emílio Peduti, colaboração necessária e valiosa. O saudoso prefeito sentiu a significação cultural deste certame e o que ele representa para Botucatu. Eis porque esta Feira Regional leva como patrono Emílio Peduti. Em sua honra há três painéis: o 1º da cidade que ele tanto amou; o 2º da Faculdade de Ciências Médicas que foi o seu sonho; o último, da Iª Feira de Ciências que sem sua cooperação não teria saído do terreno das conjecturas”. A Feira atraiu pelo seu conteúdo e organização. As pessoas circulavam facilmente observando painéis alusivos às pesquisas sobre a Conquista do Espaço, Ciclo evolutivo das borboletas, Animais Marinhos, Lepra, Petróleo em Bofete, Avião Paulistinha, Anatomia Humana, etc. Nos “stands”, uma diversidade de aparelhos elétro-eletrônicos, ópticos, acústicos, etc., em funcionamento ou em projeto. Com experimentos realizados, os monitores transformaram essa mostra dinâmica numa imensa sala de aula, onde cada visitante saiu com uma noção a mais no seu acervo cultural e com renovada confiança no espírito criativo de nossa adolescência. No livro de presença, várias personalidades deixaram impressões da Feira: A de Mr. Magnus Hannaford, educador inglês, em missão no Consulado Britânico: “A most impressive exhibition. Congratulation to the organizers and students.” Madre Irany Bastos, diretora do Ginásio “Dom
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perdura para sempre na lembrança daqueles que dela participaram e principalmente do povo que as visitou curioso, crítico e admirado com o progresso das Ciências num processo de ensino bem realizado, bem acabado. Todos os jovens que se dedicaram às Feiras de Ciências mereceram aplausos pelo “BUM” alcançado e, seus abnegados mestres pelo dever cumprido, o reconhecimento espontâneo, plasmado na admiração de seus alunos e na aclamação de autoridades superiores.
Barreto”, de Campinas: “Trouxemos nossas alunas e professores para que aprendam com os estudantes desta terra hospitaleira, o entusiasmo e o amor à verdadeira Ciência que, infalivelemte nos leva a Deus. IIIª Feira Regional de Ciências “Emílio Peduti”. Realizada nos dias 13,14 e 15 de novembro de 1964, sob orientação geral e coordenação do Prof. José Antônio Sartori (E.I. “Dr. Armando de Salles Oliveira) e colaboração do Prof. João Queiroz Marques (I.E. “Cardoso de Almeida) congregou Escolas subordinadas às Inspetorias de Ensino Secundário e Industrial: Industriais de Avaré, Ipauçu, Ourinhos, Marília, Garça, Jaú, Piracicaba, Assis e Casa Branca. Escolas Secundárias de Bofete, Cerquilho, Tietê, Laranjal Paulista, Conchas, Lençóis Paulista, São Manuel, Avaré, Santa Cruz, Itatinga e Itaí e todos os estabelecimentos educacionais de Botucatu. A solenidade de inauguração deu-se às 20 horas do dia 13, domingo, com a presença de autoridades e grande público. Presentes o Sr. Prefeito Municipal, Joaquim Amaral Amando de Barros, Profs. Amílcar R. Potiens, Benedito Pires de Almeida, Jorge Pinheiro Machado e outros. Após o discurso do Prof. Sartori, a fita simbólica foi cortada pela Sra. Maria do Carmo Torres Peduti, abrindo a mostra à visitação pública. As “borboletas” na entrada do Botucatu Tênis Clube - local da mostra - registraram o expressivo número de 20.425 visitantes nos três dias do evento. Dezenas de ônibus chegaram em nossa cidade conduzindo caravanas de estudantes liderados por professores de Ciências e Botucatu transformou-se no celeiro intelectual da Média Sorocabana, graças à IIIª Feira que reuniu 2.000 trabalhos executados por escolares dessa região. Os trabalhos expostos mais apreciados pelos visitantes: demonstrações realizadas pelos estudantes da Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu: a) observação da pulsação do coração de um sapo registrada em um aparelho de confecção própria; b) dissecação de um cão para estudo de seus órgãos; c) verificação da pressão arterial e recenseamento do tipo de sangue. Cinema educativo e científico - Projeção de filmes das filmotecas SHELL e da USIS. “Stand” alusivo à Conquista do Espaço com modelos de foguetes e satélites com recentes fotografias da Lua tiradas pelo último satélite americano. O cérebro eletrônico, uma criatividade dos alunos do Prof. Hélio Fazzio do I.E. de Avaré, e o canhão de salvas elaborado pelos estudantes da Escola Industrial de Jaú. Na saudação enviada aos promotores da mostra pelo Sr. José Reis, diretor da “Folha de São Paulo”, ele enaltece professores e estudantes que promoveram essas Feiras: “...não apenas para mostrar o que sabem e o que podem fazer, mas também para estimular iniciativas em outros pontos do Estado e do País...” “...Botucatu realiza a sua terceira Feira de Ciências. Isto mostra seu espírito de pioneirismo e de constância, tão bem assinalado no Curso de Jornalismo ministrado
pelo Folha nessa cidade e que chega ao término. É um exemplo magnífico de fé na Ciência e na inteligência de seus cidadãos.” IVª Feira Regional de Ciências “Emílio Peduti”. Promoção: 8ª Inspetoria Regional do Ensino Secundário e Normal, 8ª Inspetoria Regional do Ensino Técnico, Departamento Municipal de Turismo e Ginásio de Esportes do BTC. Coordenação Geral do Prof. João Queiroz Marques do I.E. “Cardoso de Almeida”, com a colaboração do Prof. José Antônio Sartori do G.I. “Dr. Armando de Salles Oliveira”. Apoio: Consulado Americano (Gemini VI); Instituto Biológico (formigueiro artificial); Instituto Butantã (Vital Brasil) e Café Tesouro. Herbert Richers (filmagens para o complemento nacional). Eletrônica Jussara de S. Manuel (circuito fechado de televisão). Aero Clube de Botucatu (revoada de aviões). Participação: Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu; Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras “Emílio Peduti”; todas as Escolas oficiais e particulares subordinadas às Inspetorias acima citadas. Às 17 :OO horas do dia 23 de outubro de 1969, realizou-se a solenidade inaugural da IVª Feira Regional de Ciências com a presença de convidados especiais: Luiz Aparecido da Silveira - prefeito municipal; o arcebispo Dom Vicente M. Zioni; professores Benedito Pires de Almeida, Waldir Danziato, José Antônio e Valdemar Sartori, João Queiroz Marques e outros. O comparecimento à Feira de 54.200 pessoas, de 23 a 26 de outubro, foi uma manisfestação ruidosa da curiosidade, interesse e admiração pelas inovações e conquistas dos estudantes no mundo das Ciências. Relação dos principais trabalhos, por ordem, no circuito interno da Feira. Ginásios Industriais Estaduais: Presidente Prudente: Estudo da célula. Botucatu: Uso da lâmpada queimada-criatividade. Assis: Globo terrestre. Casa Branca: Reator de gás. Piracicaba: Destilação da aguardante. Marília: Máquina à vapor. Ourinhos: Painel sobre o corpo humano. Franca: Bomba d’água. Ipaussu: Elevador hidráulico. Ginásios Estaduais e Outras Escolas: Pardinho: Colméia. Porto Feliz: Taxedermia. Anhembi: Exposição de uma cascavel. Faculdade de C.M. e Biológicas: Radioscopia, Microscópia de cromossomos, de bacilos da tuberculose, cultura de micróbios, etc. I.E.Cardoso de Almeida: Homenagem a Santos Dumont. Lançamento de foguetes (grupo CAESD). I.E. S. Manuel: Sistema de alarme. I.E.Avaré: Maquete do trevo da Castelo Branco. Colégio La Salle de Botucatu: Órgão elétrico. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras: Gramofone. Colégio Santa Marcelina: Rádio galena. Capsula Espacial Gêmini VI Escola Senac de Botucatu: Eletrólise. G.E. “Prof. Euclides Campos”: Cérebro eletrônico. G.E. “Pedro Torres”: Barômetro I.E. de Conchas: Molécula de DNA. Instituto Biológico: Formigueiro in vitro. O êxito dessas memoráveis Feiras de Ciências
Registro Histórico 1 A idéia da realização das Feiras de Ciência começou com o convite feito pelo IBECC (UNESCO), seção de São Paulo, para que Botucatu participasse da III Feira de Ciências, realizada em setembro na Galeria Prestes Maia. Como o tempo era escasso, os Profs. João Queiroz Marques, José Antônio Sartori e Clóvis Nunes da Silva, designados para organizá-la, decidiram realizar a mostra nesta cidade, a partir da qual poderiam selecionar material adequado para uma condigna representação da “terra dos bons ares” na Feira que aquele instituto iria promover. Registro Histórico 2 A atividade científica e cultural do Prof. José Antônio Sartori, em Botucatu, contou sempre com a colaboração de seu colega e amigo inseparável Prof. João Queiroz Marques. Juntos, iniciaram a realização das Feiras de Ciência, do jornal “Iniciação Científica” e da publicação dos livros de Ciências, iniciada com a série Iniciação Científica. Essa série foi editada pela Editora Nacional e consta de 4 volumes complementados por cadernos de estudo dirigido: 1º volume - O Ambiente e suas correlações; 2º volume - Vida, Matéria e Energia; 3º volume - Botânica, Zoologia e Física; 4º volume - O Corpo Humano. Após 1972, com o falecimento do Prof. Marques, devido a reformulação do programa de ensino, o Prof. Sartori reescreveu e atualizou a série didática, publicando os seguintes livros: O Ambiente e sua correlações; No Mundo dos seres vivos; O Corpo Humano e Matéria e Energia. Com a Lei 5692 que implantou os guias curriculares, surgiu um programa de ensino especial para o Estado de São Paulo. Uma nova série didática de Ciências elevou a “Iniciação Científica” ao número de oito livros e oito cadernos de estudo dirigido. Os novos livros foram: O Ambiente e suas correlações; Aproveitando Substâncias Químicas; Aproveitando a Energia e Prevendo o Futuro da Espécie Humana. As edições dos livros de Ciências começou em Botucatu, através da Editora Marques e Sartori Ltda, fundada em 1963. A Tipografia era a Serra Neto, o tipógrafo era o Romeu Levy; e a sede da editora era na antiga tinturaria do Ginásio Diocesano. O primeiro livro “Ar Água - Solo”, foi editado na tipografia do Monitor Diocesano. Desde 1965, de quatro em quatro meses, era editado o Jornal Iniciação Científica, com tiragem de 12.000 exemplares distribuídos por todo o Brasil. Este jornal promoveu a série didática, as feiras de Ciências e congregou os professores de Ciências de todo o país nas Feiras, com colaborações no jornal de métodos de ensino e pesquisas científicas. Foram editados para todo o Brasil 3.000.000 (três milhões) de livros! O Poder Público homenageou o Prof. João Queiroz Marques denominando um estabelecimento de ensino oficial com seu nome e o Professor José Antônio Sartori recebeu o título de Botucatuense Emérito, no ano de 1980, da Câmara Municipal de Botucatu. (AMD)