Edição 664

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Diário da Cuesta

“Algo deve mudar para que tudo continue como está”. O Leopardo, de Tomasi di Lampedusa publicado postumamente e popularizado pelo gênio do cineasta Luchino Visconti marcou a literatura italiana e mudial.

No dia do aniversário do magistral autor italiano, 23 de dezembro, é positivo recordarmos o seu ensinamento sociológico e a constatação de que até os nossos dias, a classe política vem se utilizando dessa máxima: “algo precisa mudar para que tudo continue como está”. Ou seja, realizam pequenas mudanças para que todo o esquema do “sistema” continue a manter os privilégios que humilham a população e beneficiam a classe política e os poderosos de todos os tempos...

Giuseppe Tomasi di Lampedusa, Duque de Parma e Príncipe de Lampedusa, nasceu em Palermo, em dezembro de 1896, e faleceu em Roma, em julho de 1957. Dedicou-se à escrita apenas nos últimos anos de sua vida, no tranquilo isolamento da sua propriedade, sem contato com o meio literário. O Leopardo, sua obra prima, foi o único romance que escreveu. Viria a ser publicado um ano e meio após a morte de Lampedusa, tendo um sucesso imediato junto ao público e da crítica, que o considerou uma das maiores obras literárias do Século XX.

BRT Rio renova frota com 35 Apache Vip 15 metros

BRT do Rio de Janeiro, que está passando por processo de renovação de frota e estrutura, por meio de processo lícita tório, começa a receber novos veículos zero km para operar no Sistema

Um dos modelos escolhidos para operar no Sistema, foi o ônibus Apache Vip, marca Caio, com chassis Volkswagen 22-280 ODS, que agregam qualidade, segurança, durabilidade e conforto à população fluminense.

As 35 unidades adquiridas possuem 15 metros de comprimento e lotação para 100 passageiros, com configuração entre um ônibus convencional e um articulado, ideal para itinerários que necessitam de uma maior capacidade de transporte.

SEXTA-FEIRA , 23 DE DEZEMBRO DE 2022
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU ANO III Nº 664

A estória de Sarney é antiga. Na época de Juscelino, quando o partido dele era oposição (UDN), ele criou o grupo “Bossa Nova”, votava contra o partido e apoiava o governo. Na época que o Jânio queria ser candidato, ele bombardeou o candidato da UDN e apoiou o Jânio. No Regime Militar grudou nos militares e conseguiu ser até governador e presidente da Arena/PDS; com a campanha das “Diretas Já”, abandonou os militares e, em troca, foi ser vice do Tancredo. O Tancredo morreu e Sarney entrou na maior “mamata”. Engolia tudo o que o Ulisses Guimarães mandava, só não queria deixar a presidência...Foi o período mais sem rumo que o Brasil teve. Agora é o “maior amigo de infância” do Lula. Urgh! Sai pra lá! Chega dessa esperteza marota do “venha a nó$ o vosso reino”... Isso tem que acabar!

Quando estiverem cauterizadas as feridas morais abertas pela Era da Mediocridade, escrevi em junho de 2009, o Brasil contemplará com desconsolo e desconcerto a paisagem deste começo de século. Como foi possível suportar sem revides as bofetadas desferidas por um José Sarney ─ político sem luz, orador bisonho, poeta menor e escritor medíocre? Como explicar a mansidão da maioria dos insultados pelo coro dos cúmplices contentes? Este texto é do jornalista Augusto Nunes em seu Blog sobre José Sarney. Mostra bem como ele é e a cara de pau que tem. O Brasil merecia coisa melhor!

Nesse contexto é que foi escrito o artigo “Sarney = Príncipe Salina”...

Assim, a máxima “algo deve mudar para que tudo continue como está” tem encontrado respaldo na atuação política brasileira, infelizmente. Desde antes de Sarney, mas acentuada no período em que esse mau político praticamente mandou na política nacional. De lá pra cá, nada mudou... As reformas são continuadamente postergadas... As necessárias privatizações ficam engavetadas no Congresso Nacional... A classe política continua a boicotar o futuro do Brasil.

EXPEDIENTE

Só há um caminho seguro: a CONSTITUINTE!

Exatamente isso: a comunidade organizada exercendo, através do Poder Constituinte, a Soberania em toda a sua plenitude e com o poder de fazer e mudar a lei fundamental do Estado – a Constituição

E será através da Assembléia Nacional Constituinte que faremos as mudanças NECESSÁRIAS para que a Nação Brasileira caminhe com segurança e firmeza para um destino melhor, com mais democracia e justiça social.

O atual Congresso Nacional NÃO tem o Poder Constituinte para fazer a Reforma Política que a Nação almeja.

CONSTITUINTE, já!!!

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

Contato@diariodacuesta com br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

A Direção.

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.

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Diário da Cuesta 2
EDITORIAL

Sarney = Príncipe Salina

É a mesma estória, sem tirar nem por... Será que o homem do bigode que “ganhou” a presidência, decretou a moratória, prejudicou o país, bateu o recorde da inflação e adora o “puder” absorveu o espírito CONSERVADOR do Príncipe Salina ?!?

Será ?!?

A obra literária “O LEOPARDO” tornou-se um clássico da sociologia que estuda as mudanças ocorridas na civilização ocidental, no caso, da mudança ocorrida na Europa Medieval com a decadência da nobreza e o surgimento de uma nova realidade.

Transformada em filme por Luchino Visconti, fez sucesso mundial, com Burt Lancaster, Alain Delon e a bela Claudia Cardinali: “...o fantasma do Conde de Lampedusa se projeta sobre nós, alertando-nos com o pensamento magistral do Príncipe Salina manifestado a seu jovem sobrinho Tancredi, que tinha espírito “revolucionário” e queria mudanças:

“—É preciso mudar alguma coisa para que tudo permaneça como está...”

A realidade do mundo atual é de “...desconstrução de certezas...”, como escreveu com maestria Arnaldo Jabor. O avanço da tecnologia da informação, via internet, nos tem mostrado uma realidade para a qual a humanidade, como um todo, e cada um de nós, em particular, não fomos educados. Então, o desajuste, o desequilíbrio, no campo moral, no campo das inter-relações sociais e especialmente no campo político. Toda uma doutrina sobre segurança pública está desmoronando diante dessa nova realidade... A dinâmica dos meios de comunicação e divulgação e a interação da sociedade estão criando um mundo tão inesperado, que os mais otimistas só esperavam para daqui a muitas décadas!

É verdade que a sociologia nos mostra que as comunidades vão construindo o seu perfil e construindo as suas lideranças. E vão construindo e vão experimentando e vão se enriquecendo com o aporte de novas técnicas que impulsionam e mobilizam a comunicação e a formação de novas lideranças em uma nova e surpreendente realidade...

E, hoje, a “farsa” do Príncipe Salina está se repetindo incorporada na figura folclórica do presidente do Senado Federal, José Sarney. A tão esperada Reforma Política corre um sério risco de ser transformada na “reforma política do PT”, sob os auspícios daquele fiel “companheiro” que acompanhou Lula até São Bernardo!!!

NÃO ! Não é por aí Pode até acontecer, mas será tão somente mais uma pantomina a empobrecer a classe política brasileira e a deixar a população, como sempre, descrente do civismo e, a longo prazo, fazendo a sua cobrança cidadã!

E a solução esta na convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte!

Em toda Nação, em toda comunidade politicamente organizada, desde os tempos medievais, há uma força suprema – O Soberano – cujas regras, normas e diretrizes, determi-

nadas direta ou indiretamente, estabelecem a Lei e o Soberano está acima da própria Lei Hoje, é o que acontece Hoje, o fundamento é o mesmo

O que difere é que no Estado Moderno, o Soberano é o Povo. E como o Povo exerce a sua soberania?

O povo exerce a sua soberania através do Poder Constituinte. Assim, o Poder Constituinte é um Poder Supremo, um verdadeiro monopólio, um poder que não sofre contraste de nenhum outro; um poder de emitir ordens, executadas através da força organizada da comunidade.

Exatamente isso: a comunidade organizada exercendo, através do Poder Constituinte, a Soberania em toda a sua plenitude e com o poder de fazer e mudar a lei fundamental do Estado –a Constituição. E será através da Assembléia Nacional Constituinte que faremos as mudanças NECESSÁRIAS para que a Nação Brasileira caminhe com segurança e firmeza para um destino melhor, com mais democracia e justiça social.

O atual Congresso Nacional NÃO tem o Poder Constituinte para fazer a Reforma Política que a Nação almeja. Repetimos: será apenas a “reforma política do PT” (AMD) –Registro Histórico: artigo publicado no Blog do Delmanto em 11/02/2011.

Comentários: 1 - Li seu artigo - Príncipe Salina - excelente!!! Não faz muito tempo, retirei o filme “O Leopardo” na locadora. O enfoque que você usou serviu como uma luva. O filme é muito bonito. Mostra toda aquela “transição” que a Itália sofreu durante a guerra da unificação. O reinado continuou, por muitos anos ainda, e o principal personagem da revolução - Garibaldi - foi relegado à história. O rei não o convidou para compor o novo exército. Toda aquela história aconteceu, também, no Brasil. Lembra dos “Coronéis” que dirigiam com mão de ferro as pequenas comunidades? O jogo de interesses continua através dos partidos políticos. Isso explica a permanência do Sarney, Maluf e uma enormidade de “coronéis” do resto do Brasil, principalmente norte-nordeste. Na verdade não existe patriotismo politico. Existe jogo de interesses.

Grande abraço, Olavo Pinheiro Godoy olavogodoy@yahoo.com.br

2 - Boa tarde, amigo Delmanto! Quero parabenizá-lo pelo seu blog, principalmente por sua visão profunda da situação egípcia e mundial, e seu artigo sobre o Sarney. Não sei se leu meu pequeno artigo no Diário, na quinta-feira passada, mas mencionei “uma ponta de inveja” ao ver a garra daquela juventude a lutar nas ruas por uma liberdade democrática, quando por aqui faziam arruaça por causa de...futebol! Quando veremos de novo os “cara-pintadas” (reedição piorada da juventude de 60 e 70) sairem às ruas com a mesma garra para exigir uma VERDADEIRA varredura no país? Emblemática é a cena que você mencionou, dos cidadãos limpando monumentos e exibindo cartazes “estamos reconstruindo o Egito” ! Quando é que vamos expelir o lixo acumulado debaixo do tapete? Melhor dizendo, quando vamos abolir os tapetes que só servem para isso?

E ficamos por aqui, como você mencionou, no protesto cidadão de longo prazo, no mínimo solidários com os corajosos Arnaldos Jabores, Carlos Alexandres, Boris Casoys e etc. que acabam sendo pregadores num deserto de incapacidades e incompetências intelectuais e políticas. É claro que temos gente boa. Mas porque são tão covardes? E nós? Dentro de nosso mísero nicho, como poderíamos tentar sequer mudar as coisas? Abraços, e desculpe o desabafo. Sebastião. jspmendes@hotmail.com (José Sebastião Pires Mendes)

Diário da Cuesta 3

CORPO ADOLESCENTE

BAHIGE FADEL

Depois de percorrer quase todos os meses dos meus setenta e cinco anos, descobri algo preocupante. Estou com um corpo de adolescente. Verdade! Corpo de adolescente. Não, meu amigo, não é o que você está pensando. Não estou correndo cem metros em doze segundos, como fazia aos catorze anos de idade. Longe disso. Bem longe. Meu corpo virou adolescente porque ficou rebelde, desobediente, irritadiço, mal-humorado. Não me respeita mais. Minha cabeça lhe pede para ficar de pé, mas ele só quer ficar deitado. Minha cabeça lhe pede para fazer alguns exercícios físicos, só pra não ficar totalmente sedentário, mas ele não está nem aí. Quer ficar deitado. Deu até de ficar mexendo no celular o dia inteiro, coisa que minha cabeça não suporta. Discussões intermináveis por causa disso. Infelizmente, na maioria das vezes, ele vence. Está difícil aguentar esse adolescente.

Aliás, foi esse o principal motivo de minha cabeça ter tomado uma das maiores decisões dos últimos tempos. Depois de tanto tempo, resolvi me aposentar de vez. Deixei de ministrar aulas. Minha última aula foi numa sala de pré-vestibular. Tomara que tenha sido útil. Expliquei alguns livros que estavam sendo pedidos para o vestibular da UEL. Quando disse aos alunos que era a última aula que eu ministraria, deu um nó na garganta. Não é fácil. Estava terminando uma jornada que completava cinquenta e quatro anos. Professor desde 1968. É tempo pra caramba. Não raras vezes, alunos diziam que seus pais tinham sido meus alunos. E alguns ainda diziam que seus avós haviam sido meus alunos.

Quando comecei a dar aulas, no SENAC, o presidente do Brasil era Costa e Silva. Lembra? Regime militar. Os diretores das escolas nos pediam para termos cuidado com o que falávamos na sala de aula. A gente podia explicar Vinícius de Moraes, mas nem citava o poema OPERÁRIO EM CONSTRUÇÃO. Diziam que esse poema incitava à greve. E naquele tempo,

as greves eram proibidas. Durante esse tempo todo, sobrevivi a presidentes bons e presidentes ruins. Nossa! Vocês se lembram do presidente José Sarney? Meu Deus! A inflação mensal superava os 80%. Se a gente fizesse as compras à tarde, pagava mais do que o preço da manhã. O remarcador de preços do supermercado era o emprego mais garantido. Trabalhava o dia inteiro.

E não era só isso. Eu era professor em Pardinho e Itatinga. Só que as estradas não eram asfaltadas. Lama na chuva, pó na seca e buracos todos os dias. Barra pesada! Um dia, precisei pedir emprestados sapatos ao Jorge, que era inspetor de alunos do Danúzia, em Itatinga, já que os meus estavam cheios de lama, pois precisei empurrar a perua de transporte.

Só que naquele tempo, meu corpo não era adolescente. Fazia tudo que minha cabeça queria. Hoje, nem pensar. A última aula que ministrei foi sobre o livro CARTAS CHILENAS, de Tomás Antônio Gonzaga. Expliquei para os alunos que pretendiam entrar na UEL o que o Critilo escrevia para o amigo Doroteu. O alvo das críticas era o corrupto fanfarrão Minésio. Para resolver o problema, só sendo independente. Não deu certo. Os heróis foram traídos. Minha última aula foi sobre o desejo de liberdade.

Vou sentir saudade. Tomara que também tenha deixado saudade. Tomara.

Diário da Cuesta 4

Vinícius Alves EsporteDestaque em

Após título no Paulista Feminino, Palmeiras encerra

2022 com 100% de aproveitamento em finais

Conquista em cima do Santos rendeu o 15º troféu à equipe no ano

Na última quarta-feira (21), o Palmeiras encerrou a temporada de 2022 com uma vitória por 2 a 1 contra o Santos na disputa da final do Campeonato Paulista feminino.

Com mais esse triunfo, o Verdão termina seu calendário esportivo no ano com 15 títulos conquistados em 21 competições oficiais disputadas (considerando os times masculino, feminino e categorias de base).

Indo além nos números, a equipe paulista saiu vitoriosa em todas as decisões disputadas.

Com isso, 2022 é o ano mais vitorioso da história do Palmeiras. Até então, 2019 era a temporada mais taças conquistadas do clube, com seis troféus.

O primeiro troféu do Palmeiras em 2022 saiu com a inédita conquista da Copa São Paulo de Futebol Júnior, com goleada sobre o Santos por 4 a 0 na final, no Allianz Parque.

Após a Copinha, o Verdão ainda ganhou outros cinco campeonatos de forma inédita em sua história: o masculino faturou a Recopa Sul-Americana, superando o Athletico-PR na final, enquanto o time feminino adicionou a Libertadores à galeria de troféus, com triunfo sobre o Boca Juniors na decisão.

Voltando às categorias de base da Academia, os garotos palestrinos conquistaram, além da Copinha, o Campeonato Brasileiro Sub-17, a Conmebol Libertadores Sub-14 e a Conmebol Magic Cup Sub-14.

Importante destacar que, dos 15 títulos assegurados, 14 vieram com vitórias em finais.

A exceção à lista de conquistas foi o Campeonato Brasileiro masculino, que tem a sua disputa no sistema de pontos corridos.

Os campeonatos dos quais o Palmeiras participou e não conseguiu sagrar-se campeão foram: a Libertadores e a Copa do Brasil masculinos, ambas vencidas pelo Flamengo; o Brasileiro e a Supercopa do Brasil femininos, que ficaram com o Corinthians, além dos Paulistas das categorias Sub11 e Sub-20, conquistados por Corinthians e Santos, respectivamente.

O vice-campeonato no Mundial de Clubes, realizado no mês de fevereiro não entra na relação das competições do calendário de 2022 pois corresponde à temporada de 2021. Na ocasião, o Chelsea ficou com a taça após vencer por 2 a 1, na prorrogação.

Diário da Cuesta 5

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