Diário da Cuesta
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
ANO III Nº 694
SEXTA-FEIRA , 27 JANEIRO DE 2023
Bispo de Braga/Portugal deu o nome aos dias da semana na Língua Portuguesa
Página 2
De Botucatu para Orlando: Adriana deixa o Corinthians, acerta com Orlando Pride e será companheira de Marta nos EUA
A atacante Adriana Silva, moradora de Botucatu, deixou o Corinthians e foi anunciada como o novo reforço do Orlando Pride, dos Estados Unidos, equipe onde atua a brasileira Marta.
Após cinco temporadas no Corinthians, onde conquistou todos os títulos possíveis e foi destaque da equipe, Adriana atuará no futebol norte-americano. Através das redes sociais, ela agradeceu e comemorou e comemorou a negociação.
“Passando para dizer que estou muito feliz em ter fechado com o Orlando Pride, um clube tão especial e muito empolgada também para enfrentar esse próximo desafio. Que seja uma temporada de muito sucesso e muitos títulos”, falou Adriana Silva.
Ao lado de Marta, Adriana é um dos principais nomes da Seleção Brasileira Feminina, que disputará a Copa do Mundo em 2023, da Austrália e Nova Zelândia, entre 20 de julho e 20 de agosto.
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Bispo de Braga/Portugal deu o nome aos dias da semana na Língua
Portuguesa
Já se poderá alguma vez ter perguntado por que razão os dias da semana são tão diferentes em português, quando em outros idiomas de origem semelhante se mantêm os nomes da semana com a mesma raiz. Basta ver o Monday inglês e o Lunes espanhol, que significam “dia da lua”, enquanto em português o mesmo dia tem o pouco original nome de segunda-feira. A resposta está na influência do antigo Bispo de Braga, São Martinho de Dume.
Enquanto nas outras línguas latinas se manteve os nomes dos dias da semana com a referência aos deuses romanos, patronos de cada dia. Assim, temos o dia do sol, o principal dia da semana (Solis Dies), que serviria como dia de descanso e de culto aos deuses, que abençoariam os dias que se seguiam; o dia da Lua, segundo astro mais importante no culto romano (Lunes Dies); No dia de Marte, Deus da guerra (Martis Dies), dedicava-se o tempo às artes da guerra e dos exercícios físicos; Mercuri Dies (ou dia de mercúrio) era dedicado a o patrono de comerciantes e viajantes; Jovis Dies, dia de Júpiter (o Deus-Pai), criador da natureza, chuvas e colheitas; Veneris Dies, dia de Vénus, dia em que os soldados romanos recebiam o seu pagamento em ouro; e a Saturno, Deus do tempo, dedicava-se o último dia da semana, dia dedicado à reflexão, convívio em família e descanso (e que era chamado de Saturni Dies).
Após o Concílio de Nicéia, e com a maior influência da igreja católica em Roma, o sétimo dia da semana passou a ser dedicado ao Shabbat judeu, e o primeiro dia da semana passou a ser dedicado a Jesus, como forma de combater o culto do sol, chamando-se assim Dies Dominica (dia do Senhor). Esta modificação afetou apenas a Europa latina, mantendo-se na Europa Germânica os dias dedicados a Saturno e ao sol, como podemos ver atualmente no inglês: Saturday e Sunday
Mas e quanto a Portugal? São Martinho de Dume, bispo de Braga conhecido como apóstolo dos Suevos, dirigiu o Primeiro Concílio de Braga, de 561 a 563, a mando de São Cesário, Bispo de Arles. Neste Concílio, modificou-se por completo os nomes dos dias da semana, sendo essa a razão pela qual esta mudança apenas aconteceu em território que mais tarde seria português.
Nos restantes episcopados, esta orientação não foi seguida, permanecendo a anterior nomenclatura apenas com a exceção do primeiro e do sétimo dia, que tinham sido já modificados pelo Concílio de Nicéia.
Podemos notar esta influência nos dias de hoje, no espanhol
EXPEDIENTE
(Lunes, Martes, Miércules, Jueves, Viernes, Sábado, Domingo), no francês (Lundi, Mardi, Mecredi, Jeudi, Vendredi, Samedi, Dimanche) e no italiano (Lunedi, Martedi, Mercoledì, Giovedi, Venerdì, Sabato, Doménica).
No território nacional, manteve-se a diretiva de São Martinho, que procurava combater o paganismo romano, sugerindo não só a mudança de nome dos dias como a sua associação a festas litúrgicas.
A partir do primeiro Concílio de Braga, os dias passaram a ser denominados da seguinte forma: Dominica dies, Feria Secunda, Feria Tertia, Feria Quarta, Feria Quinta, Feria Sexta, Sabbatum. De notar que Feria tinha o sentido de Festa (no caso, festa litúrgica), sendo daqui que vem o nome feriado.
Ao longo dos anos, a língua portuguesa foi evoluindo, tendo a palavra feria sido substituída por feira nos dias da semana, chegando-se assim aos nomes dos dias da semana atuais. E se se pergunta porque existe uma terça-feira e não uma terceira-feira, é porque o nome manteve a pronúncia latina original de Tertia.
Quando Portugal se tornou por fim um estado unificado, a tradição do uso destes nomes para os dias da semana tinha já mais de meio século, preferindo-se manter estas nomenclaturas no território. Mais tarde, os nomes dos dias da semana foram repassados para os países que Portugal colonizou, como o Brasil.
O que podemos concluir? Que, apesar de São Martinho ter sido um douto da Igreja de grande importância na unificação do território que formou Portugal, este deixou como legado nomes dos dias da semana poucos originais, naquela que é a quinta língua mais falada do mundo.
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
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Catedral de Braga/Portugal
“Liberdade”
Maria De Lourdes Camilo Souza
Tem coisa melhor?
Ir e vir como queira?
Brincar, rir, amar, correr ao sol com o vento na cara?
Deitar-se na grama, olhando as nuvens que vão mudando de formas no céu?
Fechar os olhos ouvindo uma linda música?
Dançar ao som dela sem se preocupar se está certo ou errado o seu ritmo?
Absorver cada segundo da vida.
Lambuzar toda a cara com o sumo de uma manga rosa madura.
Andar de mãos dadas com seu amor na orla da praia, pés desnudos na areia, correr das ondas.
Olhar o sol se pôr tomando uma cerveja gelada com os amigos?
Rindo de tudo e de nada?
Ter o privilégio de ter um lar, simples mas gostoso para chamar de seu, aonde possa chegar jogando fora os sapatos?
Sentir-se parte da natureza qual árvore criando raiz.
Admirar o espelho das águas de um lago refletindo cada detalhe, chegar a se sentir um artista na tentativa de copiar toda beleza escondida em cada fiapo
de vida que se move e encanta os sentidos.
Um riso de criança que brinca com aquela pureza e doçura.
Deitar os olhos num canteiro coberto de flores colorindo o dia.
Nadar de braçada na água fresca do rio da vida. Encontrar as delicias no aqui e no agora para nunca lamentar o depois.
Apreciar esta existencia enquanto estiver neste plano.
E que venha o melhor no amanhã com todos os manjares servidos em bandeja de prata.
Desfruta-lo.
E que Deus nos abençoe e proteja neste Dia da Liberdade
ARTIGO
Diário da Cuesta 3
ARTIGO FARÓIS E CANÇÕES
NANDO CURY
Faróis mais costumeiros são os do carro, do ônibus, caminhão, de um trem, de um navio, de uma lancha. Ou podem ser chamados – mais pelos paulistanos - os sinalizadores de três cores que ficam pendurados em cruzamentos de ruas. Arnaldo Baptista, Rita Lee e Sergio Baptista citam estranhos faróis na música “Fuga Número II” dos Mutantes, de 1969:
“Hoje eu vou sair de casa, vou levar a mala cheia de ilusão. Vou deixar alguma coisa velha. Esparramada toda pelo chão.... Faróis altos e baixos que me fotografam. A me procurar.”
É certo que quem não vive numa cidade costeira não usufrui constantemente das belezas do mar. Também desconhece ou não imagina os seus perigos Não sabe da importância que um farol –que tem torre alta, lentes e luzes - representa para quem navega. Elementos solitários e necessários à beira-mar, próximos de portos, estes faróis são indispensáveis para a segurança de marinheiros e pescadores Úteis em casos de nevoeiros, tempestades, chuvas pesadas e outros acontecimentos que comprometem a visibilidade noturna Mostram os caminhos para navios e embarcações Ajudam a evitar recifes e outros obstáculos naturais perigosos à navegação. Eles estão incluídos nas descrições das cartas náuticas que informam sua localização, altura e alcance das luzes em milhas náuticas, facilitando o planejamento das rotas.
Nas aulas de história, conhecemos a Sétima Maravilha do Mundo Antigo: o Farol de Alexandria. Nessa cidade do Egito havia o maior porto do mundo. E o farol de cerca de 130m de altura foi construído de 280 a 247 A.C. em frente à cidade, na ilha que recebeu o nome de Faros (farol, em grego). Infelizmente este farol foi destruído pela ação de terremotos.
Os faróis costeiros tem uma beleza especial – arquitetônica, estrutural e técnica – para serem explorados como pontos turísticos. No Brasil há belos exemplares. Como o de Santa Marta em Laguna, SC, o do Morro de São Paulo, na Bahia, com cerca de 26 metros de altura sobre uma elevação de 63 metros. Há o de Albardão, com 44 m de altura, que fica isolado na praia do Cassino, RS,
considerada a mais extensa do mundo, com 213 km.
Ostentando uma grande torre vermelha na praia de Campos, Norte do Rio de Janeiro, o Farol de São Thomé foi construído pelo engenheiro francês Gustave Eiffel, o mesmo construtor da Torre Eiffel em Paris e da Estátua da Liberdade, em Nova Iorque. Tem 45 metros de altura e pra chegar no topo é preciso subir 216 degraus Inaugurado em 29/07/1882, na comemoração de aniversário da Princesa Isabel, orientava primeiramente as embarcações que faziam o carregamento de açúcar, para se livrarem dos bancos de areia que existem na praia e vão até 15 kms mar adentro. Com lentes especiais, que fazem a volta completa em 68s, tem alcance luminoso de 74 km.
O Farol da Barra, que fica no Forte de Santo Antonio da Barra, em Salvador, BA, é o mais antigo do Brasil e o primeiro das Américas. Sua torre branca e preta tem mais de 22 m de altura e um alcance luminoso de 70,3 km. Localizado numa área extremamente urbana, abriga um Museu Náutico e oferece vistas deslumbrantes, tendo como atração principal um lindo pôr-do-sol. A praia é bastante frequentada por surfistas e é palco de comemorações, shows e carnaval. Virou o pôr do som depois do ano 2000, como profetizaram Caetano Veloso e Márcio Galvão na canção que deixou mais famoso o farol. Vamos imaginar o barulho do mar ao fundo e a linda voz de Baby Consuelo descrevendo a paisagem em “Farol da Barra”, no disco homônimo dos Novos Baianos de 1978.
“Quando o sol se põe, vem o farol. Iluminar as águas da Bahia. No Farol da Barra, o encontro é pouco. A conversa é curta. Tudo é tão rápido como se furta. Como a luz bate nas águas. Como tudo que se passa.”
O farol também aparece como o personagem que orienta a viagem do “Descobridor dos Sete Mares” (Gilson Mendonça e Michel), gravada por Tim Maia em 1983 e regravada com outra batida por Lulu Santos em 1995.
“Uma luz azul me guia. Com a firmeza e os lampejos do farol. E os recifes lá de cima. Me avisam dos perigos de chegar. Angra dos Reis e Ipanema. Iracema, Itamaracá. Porto Seguro, São Vicente. Braços abertos sempre a esperar”.
De forma mais poética, a palavra farol serve para valorizar um dote físico ou figurado que emana da amada ou do amado. Assim como retratam Sá e Guarabyra na música “Cartas, canções e palavras”, que batiza o álbum de 2005:
“Nas linhas da minha mão. A parte do coração. Que às vezes eu tento mostrar pra você. Nas linhas da minha mão. Estradas e solidão. Que eu preciso tanto dizer pra você. Pequena guia me mande sua luz brilhante como um farol. Jamais distante. Da solidão que acompanha o viajante”.
Diário da Cuesta 4
Farol de Alexandria
Farol de São Thomé
Farol da Barra