Edição 705

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Diário da Cuesta

CARMEM MIRANDA

“A PEQUENA NOTÁVEL!”

Maria do Carmo Miranda da Cunha, artisticamente conhecida como Carmen Miranda (Canaveses, Portugal, 9 de fevereiro de 1909 - Los Angeles, Estados Unidos, 5 de agosto de 1955), foi uma cantora, atriz e dançarina luso-brasileira. Com fama internacional, Carmen Miranda era chamada de “A Pequena Notável” e “Brazilian Bombshell” (brasileira sexy ou atraente) Carmen Miranda, portuguesa de nascimento e brasileira de criação, foi a primeira mulher a assinar contrato com uma rádio no Brasil. Com seu estilo único e talento para a música e atuação, conquistou outros países, fixou morada nos Estados Unidos e chegou a ser a mulher mais bem paga de Hollywood, além de ser a primeira sul-americana com uma estrela na Calçada da Fama

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Grande exposição na Pinacoteca

Fórum das Artes

No período de fevereiro (10/02) a junho (08/06), a Pinacoteca receberá a exposição “Fé Brasileira”, do Grupo Artrilha. Página 2

Moderno como você!

LEITURA DINÂMICA

Notícias de Botucatu e sua gente

NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU ANO III Nº 705 QUINTA-FEIRA , 09 DE FEVEREIRO DE 2023
Diário da Cuesta

Pinacoteca recebe exposição que aborda particularidades, miscigenação e a heterogeneidade da fé brasileira

A Pinacoteca Fórum das Artes de Botucatu/SP, recebe de 10/02/2023 a 08/06/2023, a exposição: “Fé Brasileira” do Grupo Artrilha. A exposição será aberta ao público a partir das 8h30, na Pinacoteca Fórum das Artes, (Rua General Telles, nº 1.040, Centro), no Piso Pina.

A exposição conta com muitas obras inéditas criadas especialmente para abordar as particularidades, a miscigenação e a heterogeneidade da fé brasileira. Sem polêmicas ou polarização, a exposi-

EXPEDIENTE

ção traz a união pela arte. A exposição conta com a curadoria e expertise de Oscar D’Ambrosio e de Edna Carla Stradioto.

Os 39 artistas selecionados apresentam 44 obras bi e tridimensionais. São as melhores expressões da arte brasileira contemporânea sendo feita por artistas emergentes e em ascensão profissional. A entrada é gratuita, com apoio da Secretaria Municipal de Cultura de Botucatu. (Tribuna de Botucatu)

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

Contato@diariodacuesta com br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.

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NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO
Exposição conta com a curadoria e expertise de Oscar D’Ambrosio e de Edna Carla Stradioto com 39 artistas selecionados apresentando 44 obras bi e tridimensionais

FAZ HOJE 60 ANOS QUE MORREU CARMEM MIRANDA!

Cantora nascida em Portugal é símbolo da cultura brasileira.

Vamos ver o “que é que a baiana tem...” A maior representante musical do Brasil no exterior – CARMEM MIRANDA! O “INSTITUTO CAMÕES” postou interessante matéria sobre a “PEQUENA NOTÁVEL”. Vale a leitura: Nascida em Marco de Canaveses em 1909, a cantora Carmen Miranda deixou Portugal, chegou ao Rio de Janeiro aos 10 meses de vida e ainda hoje, 60 anos após a sua morte, é símbolo internacional da cultura brasileira. “A rapidez na fala ficou de herança do sotaque do Porto que ela ouvia em casa, onde começou a cantar marchinhas. Mas as outras características de Carmen Miranda são essencialmente brasileiras”, afirmou à Lusa o diretor do museu que tem o nome da cantora, no Rio de Janeiro, César Balbi. Balbi realçou que a cantora nunca voltou a Portugal após deixar o país, nem mesmo quando esteve na Europa. Carmen Miranda morreu a 05 de Agosto de 1955, em Bervely Hills, na Califórnia, após sofrer um enfarte. O principal legado da cantora, segundo o

director do museu, foi “levar a imagem de ‘brasilidade’ para locais onde não se conhecia nem a geografia do Brasil”, e divulgar manifestações do país, como o samba, com um estilo e voz próprios. “Em plena segunda guerra mundial, ela [Carmen Miranda] tinha o poder de distrair, do entretenimento. Ela trabalhava o tempo todo, e entrou numa personagem da qual não podia livrar-se. Mesmo estando triste, ninguém percebia”, afirmou o director do museu. A cantora é tema de estudos de mestrado e doutoramento no Brasil, além de haver oito biografias escritas sobre a sua vida. “A Carmen Miranda está viva”, afirmou Balbi, referindo-se às pesquisas sobre a cantora e ao seu legado. O interesse do público brasileiro em geral pela artista cresceu apenas após 2005, com a publicação de sua biografia mais famosa, feita pelo escritor Ruy Castro. Antes disso, contou o director do museu, a cantora chamava a atenção dos investigadores brasileiros principalmente das áreas da música, da moda e do cinema e de um público predominantemente de estrangeiros, que costumavam ser a maioria nas visitas ao museu Carmen Miranda, no Rio de Janeiro. Entre os visitantes mais activos, segundo Balbi, que trabalha no local há 22 anos, estavam os norte-americanos, que tratavam a cantora como uma estrela de Hollywood, mas também europeus e latino-americanos. Actualmente, os fãs brasileiros estão mais diversificados. “Carmen tem um público dos cinco aos 100 anos, desde os que conviveram com ela até aqueles que tiveram influências transmitidas pelos pais. Uns vêem-na como um ícone da moda, outros pela maquilhagem, outros, principalmente as crianças, pela caricatura, e, os mas antigos, pela voz”, disse Balbi, que realçou que a canto-

ra foi pioneira na Música Popular Brasileira. Inaugurado no parque do Flamengo em 1976, o museu com o nome da cantora precisava de mais espaço para desenvolver actividades. A nova exposição, que está a ser preparada, ficará num espaço do Museu da Imagem e do Som (MIS), com inauguração prevista entre Abril e Setembro do próximo ano. O acervo, com 3.348 itens da artista, entre eles 461 de indumentária e 11 trajes completos de concertos, está em período de restauração e estudo. (INSTITUTO CAMÕES)

E, cá no Brasil, também foi feita uma grande homenagem à Carmem Miranda. No programa “A Máquina da Fama”, do SBT, apresentando por Patrícia Abravanel, filha de Sílvio Santos, Carmem Miranda foi revivida pela própria Patrícia Abravanel. E foi bom!

A César o que é de César!

Silvio Santos é o melhor e mais experiente apresentador da televisão brasileira. E já estava passando da hora de fazer seu sucessor... Não será o excelente THIAGO ABRAVANEL que está bombando na Globo e irá longe, muito longe

A sua sucessora será a sua filha Patrícia Abravanel. E para sua “introdução” no complicado mundo da TV e da fama, “papai” Silvio Santos NÃO poupou esforços: o programa “MÁQUINA DA FAMA é ambicioso, caro, envolvente e – principal motivo! – AGRADA aos seus telespectadores. O homem tem visão! Sucesso. Com competência e enredo positivo e histórico.

Valeu.

Sucesso.

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(BLOG DO DELMANTO 06/08/2015)

INSEGURANÇA

Bahige Fadel

Fazia tempo que eu não escrevia uma crônica. E não é por falta de tempo. Nunca tive tanto tempo na vida. Aposentado completamente, tempo é que não falta. O motivo é outro. Insegurança. Sim, tenho me sentido um tanto inseguro. Não é uma coisa do outro mundo. Não estou precisando dormir com luz acesa. Mas não me sinto seguro para escrever sobre determinados assuntos.

Já devo ter me sentido inseguro muitas vezes. E não estou me referindo àquela insegurançazinha em dia de prova de matemática. Isso é coisa leve. Insegurança maior. A primeira, possivelmente, aos cinco anos de idade. Nem me lembro bem, mas deve ter sido barra pesada. Foi quando vim ao Brasil com a minha família. País novo, língua desconhecida, pessoas diferentes. Não deve ter sido fácil.

Outra insegurança – dessa me lembro muito – foi aos onze anos de idade. Foi quando, para estudar, vim morar na pensão Santana, em Botucatu. Eu e meu irmão. Eu com onze anos, ele com treze. Tinha pesadelos. Chorava. Meu irmão tentava me ajudar, mas fazer o quê? Ele tinha que lidar com as inseguranças dele. Deve ter sido a pior época de minha vida.

Depois, já adulto, quando tive que escolher uma profissão. Meus pais, durante a vida inteira, ‘treinavam’ minha cabeça para que tivesse determinada profissão, mas, quando chegou a hora da decisão, vi que era impossível. Não foi fácil. Embora tenha dado muito certo. Ser professor foi um prêmio para mim. Realizei-me na profissão e galguei vários postos na área da educação.

Outro momento de insegurança foi no regime mili-

tar. Eu era jornalista e professor, nessa época. No rádio, sabia o que podia ser dito e o que não podia. Temeroso de represálias, segui as normas da época. Só tive um pequeno problema no dia em que resolvi noticiar uma passeata contra o regime dos alunos da Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu. Como professor, a gente ficava na corda bamba. Era preciso equilibrar-me para não cair. Eu sabia, por exemplo, que era um perigo declamar, em sala de aula, o poema Operário em construção, de Vinícius de Moraes. Vinícius tinha sido cassado e o poema não era bem visto pelo regime. Mas acho que me dei bem. Tomei cuidados, sem me despersonalizar.

Agora, já idoso, quando deveria estar com o burro na sombra, estou me sentindo inseguro. Não estou certo do que posso criticar na política. Não que tenha críticas tão contundentes para fazer. Já passou esse tempo. O tempo das lutas por ideias e ideais já passou. Acho que ganhei o direito de viver com sossego e paz. Assim mesmo, tenho me sentido inseguro. Não tanto por mim, mas pelos outros. Por meus filhos e netos. Que Brasil eles terão? Terão um Brasil de liberdade, tranquilidade e desenvolvimento? Tomara que sim. Todos os brasileiros merecem um pouco de paz.

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“Muita Loucura faz Sentido

A um Olho esclarecido — Muito Sentido — é só loucura — É a Maioria

Que decide, suprema —

Aceite — e você é são —

Objete — é perigoso — E merece uma Algema”

“Much Madness is divinest Sense — To a discerning Eye —

Much Sense — the starkest Madness —

’Tis the Majority

In this, as all, prevail — Assent — and you are sane — Demur — you’re straightway dangerous — And handled with a Chain “—

(c. 1862)

- Emily Dickinson - ‘Não sou ninguém’. Poemas. [traduções Augusto de Campos]. Campinas: Unicamp, 2009.

Maria De Lourdes Camilo Souza

Tarde chuvosa de 05.02.2023.

Hoje cedo achei que ia acordar com algo parecido a um terremoto.

Sei lá se tive algum aviso.. e aí vejo notícias de terrível terremoto na Síria e na Turquia com centenas de mortos. Recomeçar é a ordem do dia e segunda-feira vem com os costumeiros trabalhos caseiros.

Após o almoço, depois de um cochilo no meu cadeirão, fiquei aqui ouvindo a chuva.

Bateu aquela vontade de tomar um café.

Fui passar o café e enquanto bebericava os goles quentes, fiquei pensando nas coisas que me inspiram.

Estou numa ressaca de palavras.

O som da chuva deu inspiração para uma estória.

Comecei a ouvir música e a mente viajou.

Quando trabalhava no Itaú fui convocada para fazer cursos fora de Botucatu.

Um desses cursos foi em São Paulo, e ocorriam sempre num prédio do Banco ali na Avenida Paulista.

Ficávamos num hotel próximo ao local dos cursos de onde podíamos ir e voltar caminhando.

Fiz inúmeros amigos nesses cursos.

Alguns já eram velhos conhecidos e trabalhavam em agências nas cidades vizinhas.

Nesse curso em particular que me recordei, eu conheci um jovem muito simpático e morava em São Bernardo do Campo.

Chamava-se Rafael e era de origem nordestina, tendo a cabeça chata, cabelos crespinhos, olhos verdes.

Filho mais velho da família ajudava a Mainha a criar os irmãos mais novos.

Rafael era o professor do curso.

Não era alto, mas sua personalidade era marcante.

Naqueles quinze dias de curso aprendemos muito com ele.

O que começou com uma amizade de repente foi ficando mais interessante.

Fiz alguns passeios com ele em sua Brasília branca.

Fui até São Bernardo, conheci uma igreja católica muito bonita, uma praça e a família dele.

Trocamos telefones, endereços como de todos os colegas participantes do curso.

Recebi um lindo cartão da praça que visitamos.

Um belo dia Rafael veio até Botucatu para trazer algo para a agência, mas era pretexto para me conhecer melhor.

Fui a sua cicerone e passeamos pela cidade em sua Brasília branca.

Fizemos alguns passeios para conhecer os pontos turísticos da cidade como a UNESP, a fazenda Lageado, a Igreja de Rubião Junior.

Convidei para a minha casa para um almoço.

As intenções dele eram muito boas, pois era um homem sério e muito responsável.

Deu-me até algumas aulas de direção na sua Brasília

Voltou para São Bernardo dias depois, mas acho que o acabei desiludindo.

Voltamos a nos falar por telefone algumas vezes.

Ele alegou que eu não estaria preparada para viver em São Bernardo, viajando diariamente para trabalhar.

Foi bastante razoável até.

Penso que na verdade viu que eu era uma romântica incurável sem grande senso prático, e a minha vocação real era para ser uma outra Emily Dickinson movida a sonhos, poesia, desenhos, pinturas e que o fio que me prendia à realidade era muito tênue.

Nada parecido a uma companheira que ele precisava para a vida.

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