Diário da Cuesta
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
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ANO III Nº 726 SEGUNDA-FEIRA , 06 DE MARÇO DE 2023
VOLTA
MONITORADA DA “TRILHA DAS CRIANÇAS”
E DA “TRILHA ECOLÓGICA” Página 2
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
ANO III Nº 726 SEGUNDA-FEIRA , 06 DE MARÇO DE 2023
MONITORADA DA “TRILHA DAS CRIANÇAS”
E DA “TRILHA ECOLÓGICA” Página 2
Depois de vários meses passando por reparos, as obras de restauração da Capela de São José entram em sua fase final para voltar atender aos fiéis, com celebração de missas, principalmente, aos sábados e domingos, sempre com a presença de um grande número de pessoas.
A reinauguração aconteceu neste sábado, quando a Capela de São José, na região central do município, abre novamente suas portas para receber o público. A missa da dedicação do altar e da Igreja será celebrada pelo Arcebispo Metropolitano Dom Maurício Grotto de Camargo.
Todo processo de recuperação da capela (curato), que contou com a colaboração dos seus fiéis católicos da comunidade e pastorais, foi coordenada pelo padre Ademar Domingos Roma, responsável pela Igreja de São Benedito, que agrega a capela.
Entre as obras realizadas estão a colocação dos vidros, forro no hall de entrada, vitral da bandeira da porta central interna, pintura, confecção de armário (sacristia), iluminação, confecção do altar, fonte batismal, ambão (púlpito de onde é feita a leitura da Bíblia), sedia (cadeira do sacerdote), entre outras benfeitorias (Tribuna de Botucatu)
O Projeto Trilha – Casa da Natureza, tradicional programa de extensão universitária voltado para a educação ambiental, mantido pela Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp, campus de Botucatu, vai retomar suas atividades a partir do mês de março.
As atividades de educação ambiental nas trilhas da Fazenda Experimental Lageado e na Casa da Natureza promovidas pelo Projeto Trilha possuem como público alvo estudantes do Ensino Fundamental I, mas estão disponíveis para grupos organizados de pessoas de qualquer idade, mediante agendamento prévio.
O Projeto estará com inscrições abertas a partir de 15 de março de 2023 As visitações acontecerão às quartas-feiras, no período da manhã ou à tarde. Escolas e grupos, para agendar a visita, é necessário entrar em contato com o Projeto Trilha pelo e-mail projetotrilha. unespfca@gmail.com
Atualmente, o projeto oferece duas possibilidades em função do público-alvo, a Trilha das Crianças e a Trilha Ecológica, que trabalham com a exploração dos cinco sentidos (visão, audição, olfato, tato e paladar). As atividades nas trilhas privilegiam a sensibilização e conscientização dos participantes com relação ao meio ambiente.
Na Trilha Ecológica, de maior extensão, á possível explorar também aspectos históricos e uma bela paisagem, além de visitar locais singulares como o Coração da Floresta e o Vale das Borboletas
Histórico
O Projeto Trilha foi idealizado pelo professor Valdemir Antonio Rodrigues, com o objetivo de estimular e promover a educação ambiental junto às escolas municipais e estaduais de Botucatu. Suas
EXPEDIENTE
atividades começaram em 1998.
Desde seu início o Projeto teve o objetivo de difundir junto às crianças a importância da conservação da natureza e o sentimento de pertencimento, sendo um importante espaço de interação da sociedade e o ambiente universitário.
Atualmente, o Projeto Trilha é coordenado pela professora Renata Cristina Batista Fonseca e compõe a Rede Casa da Natureza (RCN). A RCN é coordenada pela professora Renata juntamente com a professora Maria de Lourdes Spazziani, do Instituto de Biociências da Unesp. A RCN foi construída a partir da ação coletiva dos projetos Clube da Mata, Projeto Trilha, Passarinhando, PET – Engenharia Florestal, Kayrú, Arboricatu, além de instituições como o Instituto FloraVida, Instituto Itapoty e a gestão do Perímetro Botucatu da Área de Proteção Ambiental (APA) Corumbataí-Botucatu-Tejupá
A missão da RCN é aproximar e fortalecer a criação de futuros projetos, sendo fundamental para a reaproximação de crianças, jovens e adultos dos temas relativos à conservação da natureza, fomentando a criação de relações socioambientais. As Trilhas Interpretativas do Lageado, tanto a das Crianças quanto a Ecológica, assim como a própria Casa da Natureza, são consideradas espaços educativos, essenciais à promoção de melhores relações entre seres humanos e natureza.
O Projeto Trilha – Casa da Natureza recebe auxílio da Pró-Reitoria de Extensão Universitária e Cultura da Unesp – PROEUC e tem o apoio da Residência em Recursos Naturais das Fazendas de Ensino, Pesquisa e Extensão – FEPE da FCA/Unesp. (Fonte: Jornal Regional)
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes
Contato@diariodacuesta com br
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Perdoem-me ser repetitivo. Eu ja disse que nasci num canto de invernada, depois da água do corvo e da água da tia Marica. Minha moradia ficava a 30 metros do rio Petiço e dele vinha a água do pote e do curote, limpinha e branquinha. Nele é que brincavam as criancas lá de casa. Hoje, digo que nasci á noite, quando morria a primavera e nascia o verão, num lugar mágico, encantado.
Minha segunda moradia foi num vilarejo, que, hoje, identificam como bairro rural. Pra mim Alambari/Piapara sempre foi e será sempre um arruado, um lugarejo ou, melhor ainda, a minha aldeia.
Então, não me emociono em metrópoles ou capitais, mas lacrimejo nos vilarejos. Não os quero Distritos ou Vilas. Gosto desses arruados de poucas moradias, com cães preguiçosos deitados nas sombras e galinhas ciscando nos terreiros. Lá em casa, alegram-me as angolas do Alex, meu amigo, que visitam meu quintal repetindo o “tô fraco”, “ tô fraco”. Até sorrio, fraco eu tanbém tô.
Gostar desses arruados velhos me faz melancólico?
Se sou, não seria por isso ou só por isso.
Renato Andrade, mestre de viola, conta que um caipira, compadre seu, não achando graça no Rio de Janeiro disse: “Na roça tem gente e não tem povo, na cidade tem povo e não tem gente” *
Eu entendi. Nos arruados a gente manda no tempo, proseia, conta causos, vive sem pressa, divide rezas, tristezas e velhices Faz-me bem as cantigas da Irmandade, as orações singelas das benzedeiras, as recomendas, as novenas, o toque de viola, a preguiça da vida. Pois é, cada um é de um jeito e esse é o meu. Pode até sê esquisito, mas assim é.
* Em Tempo: a fala de Renato Andrade está registrada no livro MÚSICA CAIPIRA, de Rosa Nepomuceno, jornalista e escritora botucatuense.
“Quando duas pessoas se encontram devem ser como dois lírios aquáticos que se abrem lado a lado, cada uma mostrando seu coração dourado, e refletindo o lago, as nuvens, e os céus.
Não consigo entender porque é que um encontro gera sempre o oposto disto: dois corações fechados e o medo do sofrimento.
Cada vez que estou contigo, conversamos por quatro, seis horas seguidas. Se pretendemos passar juntos todo este tempo, é importante não esconder nada, e manter as pétalas bem abertas.”
Trecho da “Carta a Mary Haskell” de 10/09/1920.
Khalil GibranHá tempos mantenho o coração seco, mas tão enrugado como ameixa seca, que julguei ter murchado e dissolvido diante da acidez da vida.
Não encontrava mais aquela leveza tênue das doces palavras dos poemas de amor.
De repente buscando sem julgar encontrar, vislumbro essa imagem tão linda de dois seres flores que se encontram.
Sabe aquele toque sutil?
O coração reviveu, ressurgiu imerso na beleza líquida das palavras.
Voltei aquele tempo que se sentava a uma bela escrivaninha de mogno, se pegava um papel da primeira gaveta, uma pena entre os dedos, e molhando-a no tinteiro começar a escrever as palavras desenhadas na folha branca. Parando momentaneamente para encontrar sons que unidos formassem a imagem de um sentimento tão puro.
Acreditei que não fosse mais capaz de encontrar ou sentir essa empolgação peculiar.
Algo que não desvanecesse no ar.
Fechei os olhos apertei tentando segurar a imagem.
Ela estava lá impressa no papel da carta em letras bem escritas. Imaginei o efeito delas sobre o espirito da pessoa que a leria. A alegria se abrindo no sorrir dos olhos que se espalha para a boca que sorri.
Porque também ele sente a energia vibrando no ar.
E com o tempo aprendemos a nos comunicar sem cartas, letras ou conversas sem fim.
Basta estar.
Olhares e mãos unidas podem dizer muito.
Como as duas partes do coração dourado que se fundiram naquele espaço sagrado, num momento cósmico.
Almas que se reconhecem de séculos de solidão.
Pétalas muito abertas, corações ligados para sempre...