“CLUBE DO PAPAI NOEL”
QUINTA-FEIRA , 30 DE MARÇO DE 2023
Homero Silva foi o primeiro apresentador da televisão brasileira, além de político e professor. Apresentava, como radialista, programas nas rádios Tupi e Difusora. O programa infantil “Clube do Papai Noel” foi campeão de audiência.
“Meu caro Delmanto, Depois de várias vezes me ver tentado a lhe escrever, hoje obedeço à minha vontade, estimulado por este excelente artigo onde o senhor coloca em evidência o “SERMÃO DAS SETE PALAVRAS”, proferido pelo saudoso D. Frei Luiz Maria de Sant’Ana. Me emocionou, me levou de volta à minha juventude, à minha querida Terra Natal, onde estudei e vivi os melhores anos de minha vida. Me levou de volta à praça da Catedral, em frente ao Grupo Cardoso de Almeida, quase em frente à Escola Normal; praça apinhada de gente onde às Sextas-feiras Santas, tive a oportunidade de acompanhar o “Sermão das Sete Palavras”, pronunciado por D.Frei Luiz Maria de Sant´Ana, que o consagrou como “o maior orador sacro da Igreja católica”.Fecho os olhos e em meus ouvidos, o troante de sua vozdramática, com os braços erguidos para o alto“PAI...PERDOAI-HES ELES NÃO SABEM O QUE FAZEM” Lembranças...Lembranças...Lembranças... lembranças, meu caro Delmanto, que me emocionam e me levam de volta ao Palácio do Bispo (como era conhecido em Botucatu), onde algumas vezes, tive a felicidade de estar ao lado dele, D. Frei Luiz Maria de Sant´Ana, gozando o privilégio de seu aplauso, seu carinho, sua amizade e suas bençãos sagradas. Eu explico: menino, aos 13, 14 anos de idade, me tornei o “menino prodígio” de Botucatu por cantar, com perfeição, imitando o Vicente Celestino que era o grande ídolo cantor da época, em todo Brasil. A PRF-8 - Rádio Emissora de Botucatu, e os programas infantis, ao tempo de Angelino de Oliveira (seu diretor), foram os veículos promotores do meu nome - Odayr Marsano, até que me tornasse o tal “menino prodígio” cantor. Viajei por todas as cidades vizinhas de Botucatu, para atender pedidos de me apresentar cantando. Uma de suas parentas, dona Wanda Delmanto, chegou a me levar para S.Paulo, para que eu me apresentasse no programa infantil mais famoso do rádio brasileiro, dirigido e apresentado por Homero Silva, na Rádio Difusora de S.Paulo Os convites para a apresentação do menino cantor não cessavam, e entre eles aconteceu o convite para que eu fosse ao Palácio do Bispo, cantar, em audiência particular, para Dom Frei Luiz Maria de Sant´Ana, bispo de Botucatu. Àquela primeira vez, seguiram-se outras, e consequentemente, estabeleceram um clima de amizade entre ele, meu saudoso pai, que sempre me acompanhava, e eu menino. Por essa longa estória que lhe contei, meu caro Delmanto, o senhor pode avaliar a dimensão da minha emoção, ao ler este seu artigo. Com um abraço fraterno, fico-lhe, imensamente, agradecido, Odayr Marsano
Dom Luiz Maria de Sant’Anna, o Bispo Orador Sacro e seu famoso Sermão das Sete Palavras reproduzido pela revista Peabiru.
Morreu o ator, apresentador e compositor Odair Marzano,
um dos maiores galãs do rádio brasileiro
Morreu no dia 26 de dezembro de 2021 o ator, radialista, apresentador, produtor e compositor Odair Marzano, um dos maiores nomes do rádio-teatro brasileiro Odair morreu aos 92 anos de idade, de causas naturais.
Considerado um dos grandes nomes do rádio brasileiro, Odayr Marsano nasceu em Botucatu, interior de São Paulo, em 20 de julho de 1929, e ingressou no rádio ainda criança, participando do programa No Reino da Gurizada, em 1940, ainda em Botucatu.
Após trabalhar na rádio de sua cidade, mudou-se para São Paulo, onde ingressou na Rádio São Paulo, em 1947.
Logo Odair tornou-se um dos principais rádio atores da cidade de São Paulo, emprestando a sua voz a diversos galãs de rádio-novelas, como o icônico Alberti-
nho Limota em O Direito de Nascer No rádio, foi também locutor e redator.
Em 1954 teve uma breve passagem no rádio carioca, trabalhando nas rádios Guanabara e Nacional.
Em 1955, de volta a São Paulo, ingressa nas Organizações Victor Costa (OVC), mais tarde rebatizada de TV Paulista. Na emissora, torna-se um dos principais atores da casa, atuando em diversos teleteatros Teledrama Três Leões, do qual também foi produtor.
Na TV Paulista (Globo) também apresentou alguns programas, como Vinho, Música e Alegria (1958). Também compositor, fez músicas de sucesso gravados por nomes como Carlos Gonzaga (Um Milhão de Vezes) e a versão brasileira de Hino ao Amor, gravada incialmente pela cantora Wilma Bentivegna, com ele contracenou por diversas vezes na TV Paulista.
Na década de 1960 passou pela TV Rio e TV Tupi, onde atuou em teleteatros e apresentou o programa Espetáculos Tonelux Na Tupi, também foi diretor de programação entre 1978 e 1980 e participou do jornalístico Aqui Agora.
Dois tempos: Odair Marsano
No rádio, ainda teve programas na Rádio Manchete e Super Rádio Tupi, onde permaneceu até 1990. Odair Marzano também trabalhou com publicidade, sendo o locutor de diversos comerciais.
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VIOLÊNCIA
BAHIGE FADEL
Caramba! O mundo, que eu saiba, nunca foi pacífico. O instinto beligerante do ser humano sempre prevaleceu. A lei da selva nunca deixou de ser adotada. É a lei do mais forte. Força é poder. Isto é, quem tem a força pode fazer o que bem quer. Com altos e baixos, essa lei nunca deixou de existir. Começou lá nos primórdios, com Abel e Caim. E eles eram irmãos. Prevaleceu o mais forte. Abel, coitado, foi derrotado pelo próprio irmão.
Vejam as guerras que ocorreram ao longo da história da humanidade. A China deve ser o país que mais participou de guerras. Em cada uma delas, milhões de mortos. Só na Rebelião Taiping há em torno de 70 000 000 de mortos. Sim, numa guerra pelo poder, no século dezenove, em catorze anos mataram pessoas que correspondem a um terço da população brasileira. Na Segunda Guerra Mundial, em seis anos, morreram mais de 80 000 000 de pessoas. Na Primeira Guerra Mundial, em quatro anos, em torno de 30 000 000 de mortos. Na Guerra Civil Russa, de 1917, quase 10 000 000 de mortos. O Brasil também não se viu livre dessa luta pelo poder. É só ver os livros de história: a Revolução Constitucionalista de 32, a Guerra de Canudos, de 1896; a Insurreição Pernambucana, de 1645; a Revolta de Beckman, de 1684; a Guerra dos Palmares, de 1630; a Guerra dos Emboabas, de 1707; a Revolução Farroupilha, de 1835; a Guerra do Contestado, de 1912. E por aí vão as guerras em todos os lugares do mundo. E por quê? Para mostrar força. Para impor suas ideias. Para dominar. E essa violência não para. Violência de todas as formas. Violência manifestada por palavras que provocam violência física, e que também revelam o desejo de poder, de domínio, como a que vimos recentemente no Brasil, ao ameaçarem a vida da família do senador Moro. Violência inex-
plicável de um adolescente de 13 anos de idade, que entra numa escola e mata uma professora de mais de setenta anos. Como explicar? Loucura? Deficiências na educação? Falta da família? E como explicar a violência de um torcedor de futebol do Rio Grande do Sul, que entra no campo, segurando nos braços uma filha pequena, para agredir a um jogador do time adversário? Como explicar? Ainda bem que o jogador agredido não teve a mesma atitude do agressor, o que não causou maiores danos físicos para a criança. Apenas os danos físicos, porque os psicológicos, o pai não teve a preocupação de evitar.
Como acabar com tudo isso? Infelizmente, não há solução em curto prazo. E lamento dizer que nem em longo prazo vislumbro uma solução. Como fazer com que uma pessoa, de uma hora para outra, passe a respeitar a si mesma e ao próximo? Como fazer para que as pessoas respeitem o espaço dos outros? Como fazer com que as pessoas passem a aceitar as derrotas como um aprendizado para o aperfeiçoamento? Como fazer para que, de repente, as pessoas prefiram a paz, a harmonia, a concórdia, o entendimento, a tranquilidade? Há um jeito? Ainda não descobri. Mas eu não desisto. Continuo fazendo a minha parte. Só não sei se isso é suficiente.
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Olavo Pinheiro Godoy
Outro dia ao passar pela rua Amando de Barros observei que em toda a sua extensão, isto é, em sua principal artéria de comércio, há um Café, que imitando Montmartre, propicia o prazer de discutir os acontecimentos de nossa província, o cordial bate-papo, e, principalmente, política. Não saberia dizer precisamente quando, nem como, surgiu o Bar “CAFÉ DO PONTO”. Segundo informações do inesquecível José Minetto – estimado alfaiate – surgiu a tantos anos de distância, lá pelos idos da década de 1930, também confirmado pelo historiador Hernâni Donato.
Seu primeiro proprietário e fundador foi o Sr. Edgar Saboya que o batizou, e, até hoje, permanece nessa inquietante passadiça Amando de Barros.
Em todas as cidades, os Cafés criam o seu tipo, plasmam os costumes, hábitos, modos, opiniões políticas. O estabelecimento tornou-se um “ponto” permanente de reunião de intelectuais, comerciantes, estudantes e políticos da terra “enquanto o burguês engole o prazer popular de um delicioso café cremoso”.
Possuiu durante os seus mais de 70 anos de existência, diversos proprietá-
rios, entre eles: Milton Amaral, Mario Abelha, Claudio (um que foi destacado goleiro da Associação Atlética Botucatuense), Romano Bossa, Edison Leciolli popularmente conhecido como “Careca”; Cordeiro; Nuno; Adauto e Azél; Renato Issao; entre outros botucatuenses que dirigiram o refulgente estabelecimento.
Certo dia, ali entrei, convidado pelo Sidraco Menegon –que foi proprietário do “Jornal de Botucatu”, e, entre uma xicara e outra, fiquei sabendo que também foi proprietário o Sr. Antônio Carlos Alves que, certamente, continuou a tradição do estabelecimento.
Por ali circularam e circulam, fregueses famosos. No passado era assídua a presença do compositor Angelino de Oliveira, do renomado médico Ranimiro Lotufo. Prefei-
tos como o Dr. João Reis, Renato de Barros, João Maria de Araújo Junior e o Jamil Cury acompanhado de amigos e correligionários; cidadãos como João Lumina, Oswaldo Lunardi, Rafael João Rafael, Lúcio Motta, estimadíssimo e, que foi Diretor do antigo Instituto Brasileiro do Café em Rubião Junior, faziam do “Senadinho” seu ponto de encontro. Ficou assim conhecido por ser a célula nervosa da politica botucatuense.
Entram fregueses, entram jovens alegres, entram pessoas conhecidas e taciturnas. O “CAFÉ DO PONTO”, vira um pedaço misturado dessa nossa exuberante população. O Bar vive. O burburinho toma conta dos frequentadores e o silêncio aparece apenas na serenidade dos chopes vazios no crepúsculo, aos poucos vai-se dissolvendo a roda, tomando, cada qual, o caminho de sua casa, para recomeçar tudo no dia seguinte, no mesmo local, no tradicional “CAFÉ DO PONTO”.
É bom saber. O artista plástico e conhecido webdesigner botucatuense Marco Antonio Spernega, foi quem idealizou a Cuesta de Botucatu estilizada e com todo o seu simbolismo: a escarpa, o verde representando as nossas matas e o azul do céu... A criação do Spernega valorizou a nossa CUESTA que teve, em sua estilização, o impacto que as obras dos grandes artistas tem. Vejam no Expediente o logotipo do Diário da Cuesta! Marco Spernega tem exposto seus trabalhos em concorridas exposições. Esta ilustração é uma obra de arte e de simbolismo histórico!
EXPEDIENTE
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO:
Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br
Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689
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NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO
A R T I G O UM CERTO
“CAFÉ DO PONTO”