Edição 75

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Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

ano I Nº 75

QUINTA-FEIRA, 04 de fevereiro de 2021

MENINAS DA CUESTA

UM GRUPO DE PEDAL DE BOTUCATU COMPOSTO POR 90 MULHERES CICLISTAS E INDEPENDENTES. Leia em ACONTECÊNCIAS, página 4

V I DA Q U E S EG U E... Concretagem da laje da nova ponte sobre o rio Lavapés, entre a avenida Ediberto Roque Sforsin e rua João Miguel Rafael.

EVITE AGLOMERAÇÃO FAÇA DISTANCIAMENTO SOCIAL


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Diário da Cuesta

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EXPEDIENTE NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.


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Diário da Cuesta

ARTIGO Cármino De Léo Filho Uma História / Uma Paixão / Muitas Saudades / Meu tributo a ti, Terra Querida, minha Pequena Grande e Soberana VITORIANA . . . Terra natal dos meus sonhos; cheiro de mato; de terra molhada e gosto de mel. Pés ainda a sentir a terra que os encardiam, mãos a sentir as pedras ao longe arremessadas sem destino. Que saudade, querida... Do verde campo que encantava meus olhos ao azul do céu, que me contemplava. Ora o sol ora a lua, a protagonizarem o espetáculo diário de cores no horizonte com efeitos naturais indescritíveis. Assim eram os teus alvoreceres e entardeceres diários. Mãos a tocar a límpida e cristalina água da mina, pés a sentir a maciez da relva fria do inverno. Meu saudoso abacateiro de galhos fortes a me sustentar num balanço feito em cordas e em peripécias inimagináveis, como que longos braços a me abraçarem, a me proteger. Se terra tombada pelo homem, a frutificar, és terra tombada como patrimônio deste coração a sonhar. Doce berço onde nasci, pé de serra querido das longas procissões de Maio com o “Andor de Nossa Senhora das Vitórias” a glorificar nossas caminhadas resistentes ao sol, às chuvas ou ao intenso frio. Velas em mãos a derreterem sobre nossos dedos,

MEU PEDACINHO DE CHÃO que, se queimados, eram como indulgências de nossas almas em favor do irrestrito perdão, homenageando o mês Mariano. Ao seu final, quermesse e festa da Padroeira encerravam as festividades do mês de Maria. Um “serviço fixo de alto-falantes”, fundado em 1950 (há 70 anos atrás) por seu então mantenedor, e meu pai Cármino de Léo, encerrava suas atividades diárias no coreto da paróquia voltando às suas dominicais apresentações musicais, partindo do estabelecimento comercial da nossa família, com a razão comercial Bar Central, na rua Condessa de Serra Negra (antiga Rua do Comércio, 85 - centro). Tudo agora era triste. O sepulcral silêncio noturno tomava conta do pequenino

lugarejo, das vielas mal construídas sem conservação, sem iluminação e de trânsito impossível. Com isso, dando início à contagem regressiva para as próximas festividades da Paróquia. Saudades, muitas saudades. Consagrados deveres, devotos respeitos e sagrados hábitos, eram a tríade a sustentar nossos dias. Lá, os educadores amigos; entremeio escola e lar as filhas de Maria e congregados Marianos cumpriam seu papel, e, de outro lado, na consagrada família nossos pais a nos ensinar, pregavam seus ensinamentos para um futuro melhor. Encantos perdidos, aos dezesseis anos, chorando tive que partir para estudar. Tudo o que “Um dia aqui deixei”, inspiraram-me a te homenagear. “Eis o teu tributo” Vitoriana, Minha Terra querida; meu inesquecível pedacinho de chão; meu pé de serra querido; meu rincão florido”.


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ENTREVISTA

ACONTECÊNCIAS

Beatriz Soares

A entrevista de hoje é mais que especial com as MENINAS DA CUESTA, um grupo de pedal de Botucatu, que se iniciou desde 2015, através de sua idealizadora Marcia Sodre e hoje conta com mais de 90 mulheres ciclistas e independentes. Serão 7 as entrevistadas, as quais tive a honra e a oportunidade de conhecer melhor. Show! Bora lá!!! - Marcia Sodre, 49 anos, idealizadora do grupo MENINAS DA CUESTA Como vocês iniciaram o pedal e sentiram dificuldade no começo? Quando se trata de pedal a conversa vai longe, é algo que eu adoro falar. Me lembro que quando iniciei o pedal, só falava nisso, que até fiquei chata (risos), porém, saudável e feliz. Comecei em 2015 e naquela época não tinham muitas mulheres pedalando. Éramos um número muito pequeno, então, a ideia foi montar um grupo feminino para incentivar mais mulheres e também ter algumas amigas para te acompanhar. Foi então que tive a ideia de montar um grupo só com mulheres que, no início ele servia para a gente combinar em qual pedal iríamos com os homens, mas com o tempo fomos aprendendo a trocar pneu e nos tornamos independentes. E assim surgiu o grupo Meninas da Cuesta. O que o pedal mudou na vida de vocês? O pedal para mim foi encontrar a criança que estava adormecida. Me lembro exatamente da sensação que senti em meu primeiro pedal. Fomos fazer um percurso e na saída tinha uma cerca e tínhamos que pular para seguir em frente. Então, costumo dizer que depois de ter pulado aquela cerca para seguir em frente, nunca mais parei.

Como é ter um grupo das Meninas da Cuesta e fazer os passeios? Hoje o grupo tem mais de 90 mulheres e cada uma com o seu jeito, seu ritmo e sua perspectiva. Algumas gostam de passear e tirar foto, outras gostam de conversar (chamamos de pedal terapia), tem as que gostam de sair pedalar, mas no final tem que ter a hidratação (aquela cerveja gelada), mas também tem as que treinam forte e gostam das competições, gostam de subir do podium e também não posso deixar de citar as que amam viajar de bike, sair por aí com a ela e a mochila nas costas. Acho que o grupo ajuda essas mulheres a encontrarem aquele pedal que mais se identificam com o seu perfil. O que diria para quem quer começar a pedalar, mas está desanimada? Bora lá, chega de mimimi e vamos pedalar!!! A felicidade está logo ali : você, sua bike, o vento no rosto, a sensação de liberdade.. Bora ser feliz!!! - Ju – Juliana Cardoso Lautenschlager – 31 anos; Juja – Juliana Thiago Teixeira Pinto – 39 anos; Nani – Heliane Scolastrici – 55 anos; Tina Cristina Scolastrici Soares – 51 anos; Eliane Balestero – 53 anos; Miga – Eliane Rua – 44 anos

Como vocês iniciaram o pedal? Sentiram dificuldade no começo? As respostas foram variadas : desde quando criança, com passeios em família; há alguns poucos anos atrás, como forma de fazer um exercício a mais. O que o pedal mudou na vida de vocês? Maior contato com a natureza (pedal terapia); superação �sica, foco nos treinos, conhecer pessoas e fazer amizades; ultrapassar limites; observar pequenas coisas, contemplar a natureza; sensação de liberdade; interagir com pessoas, qualidade de vida, melhora no condicionamento �sico. Como é ter um grupo das Meninas da Cuesta e fazer os passeios? É maravilhoso� As meninas são incentivadas umas pelas outras a não desistirem; o pedal é só alegria e a diversão é garantida, além do pedal todo final de semana e durante a semana ficamos preparando o percurso; viagens de ciclo turismo e fortalecemos a nossa união; as mais experientes dão dicas para as iniciantes. O que diriam para quem quer começar a pedalar, mas está desanimada? Compre uma bike e vá pedalar com as Meninas da Cuesta!!! Comece devagar, respeitando seus limites e vá avançando aos poucos. O mais legal é pedalar e curtir a natureza! A hora que você sentir aquele banho de endorfina e o ventinho no rosto, curtindo lindas paisagens, os dias ganham mais cor e leveza! Nunca desista de seus objetivos, foco e determinação é tudo!


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