Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
ano I Nº 76
SEXTA-FEIRA, 05 de fevereiro de 2021
Cavalheiro Virgínio Lunardi
Imigrante Italiano Pioneiro da industrialização no 1º Ciclo industrial de Botucatu, presidiu e consolidou, por dezenas de anos, a Società Italiana Di Beneficenza. Nas palavras do Professor Pedretti Neto na inauguração do busto de Lunardi na Vila dos Lavradores: “Este, de fato, foi um homem; este, de fato, é um símbolo”. Página 4
🛑 URGENTE: BAURU ABERTO ✅ VEREADORES RECONHECEM COMÉRCIO, RESTAURANTES E AFINS COMO ESSENCIAIS E COMÉRCIO REABRE EM BAURU DEPOIS DE MARÍLIA, BAURU ABRE O COMÉRCIO E SERVIÇOS GERAIS. O GOVERNO DO ESTADO MANTEVE PARA A NOSSA REGIÃO (BOTUCATU, BAURU, MARÍLIA) A FASE VERMELHA E TUDO TERÁ QUE FICAR FECHADO...A NÃO SER QUE SE FAÇA COMO MARÍLIA E BAURU E INCLUA O COMÉRCIO E SERVIÇOS COMO ATIVIDADES ESSENCIAIS. ALERTA BOTUCATU! AVANTE!
Foi sancionado o Projeto de Lei que considera o comércio e outras atividades como essenciais no município. Amanhã (4), o comércio de rua e nos shoppings deve voltar ao horário normal em Bauru. O comércio em geral, agora considerado atividade essencial, assim como os supermercados, as farmácias e outras, tem horário livre para funcionamento. Na ausência de decreto regulador, pedimos ao comércio que, de forma responsável, continue com as boas práticas, como a
utilização obrigatória de máscaras e a disponibilização de álcool gel. Pedimos que, embora não obrigados a isso, continuem voluntariamente adotando nosso Check List. TRABALHO COM RESPONSABILIDADE. CHECK LIST DIÁRIO - COMÉRCIO EM GERAL 1 - CARTAZES: – “Limite de acesso de pessoas”; – “Local com risco de contagio por Coronavírus”; – “Obrigatório uso de máscara”. 2 - Controlar a entrada de clientes: limi-
te de um cliente para cada 7m² de área de venda ou 30% da capacidade prevista no AVCB, prevalecendo o mais restritivo; 3 - Manter o distanciamento de 1,5m entre pessoas em todos os ambientes; 4 - Sinalizar filas para evitar aglomerações; 5 - Obrigatório o uso de máscaras por funcionários e clientes; 6 - Intensificar as ações de limpeza; 7 - Inutilizar bebedouros de água corrente e higienizadores de mãos com jato de ar; 8 - Promover a limpeza de máquinas de cartão e outras superfícies de contato de clientes, após o uso de cada cliente; 9 - Disponibilização de álcool gel 70% em todos os ambientes; 10 - Manter banheiros higienizados com sabonete líquido, sabão e toalhas de papel; 11 - Adotar, preferencialmente, ventilação natural; 12 - A aferição da temperatura de colabores e cliente é recomendável. 13 - Não realizar atividades promocionais que gerem aglomerações.
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CAVALHEIRO VIRGÍNIO LUNARDI
Discurso proferido pelo prof. José Pedretti Neto, na ocasião do descobrimento do busto do saudoso Cav. Virgínio Lunardi, colocado na praça da Vila dos Lavradores que ostenta seu nome, como uma homenagem que se prestou à sua memória no encerramento das comemorações do 1º Centenário de Botucatu. “Virgínio Lunardi, cidadão de S. Pelegrino, Itália, é cidadão de Botucatu, Brasil. Foi coragem e força, abnegação e filantropia, capacidade de inteligência e apologista do trabalho. O bronze que hoje lhe perpetua o nome serve, apenas, como motivo de fixação porque, mais do que o metal, a sua memória se espelha na sua própria vida. E sua vida foi um Exemplo e sua existência foi uma diretriz de retidão. Planta transplantada da velha Itália trouxe, para a terra ubertosa de Botucatu, a seiva de séculos de civilização. E como os carvalhos que foram testemunhas da história, Virgínio Lunardi, filho ilustre de duas pátrias, uma de nascimento e de coração, outra adotiva e de sua alma, mergulhou raízes na ancestralidade e esplendeu a folhagem para o céu, para o alto, para o sol, para a alegria da vida nova, num hosana
festivo, numa epopéia de pujança e sentimento. A sombra de sua amizade verificou-se o humanismo do gênio de sua raça. Nunca negou o pão a quem lhe o pediu, nunca faltou com o conselho a quem se sentia deprimido, nunca negou o estímulo a quem precisava de um pequeno apoio para progredir. Foi o homem humano porque viveu sempre em função de seus semelhantes; foi o homem total porque criou um império de trabalho, esse trabalho que é dignidade e que é sua herança mais preciosa; foi o homem-abnegação porque compartilhou sempre do sofrimento alheio. Quando todos descreram, ele acreditou. E a sua fé levantou uma indústria como atestado de confiança no futuro de Botucatu. Do alto desta colina ele descortinou, no porvir, os horizontes do progresso da terra de seus filhos. Virgínio Lunardi foi o herói, não o herói da bravata e da inconsistência, mas foi o herói da compreensão e da justiça, da integridade e do caráter. Impondo a si mesmo uma norma de conduta rígida e sempre soube compreender a falta alheia
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
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e a dor do próximo porque nele o coração sempre conseguiu, para os outros, a concessão da consciência. Amou a Itália com amor de filho e amou o Brasil com amor de pai. Se a Itália lhe deu o nascimento, o Brasil lhe deu o berço da descendência E sempre foi o filho amoroso e o pai emotivo, filho que se ajoelha e o pai que abençoa. Virgínio Lunardi, neste primeiro ano do Centenário da tua e da nossa terra, esta Botucatu que amaste e que amamos, recebe a homenagem da tua gente. Que este bronze seja a lembrança de um povo que reconheceu o teu mérito e que amanhã, nesse dia longínquo do futuro, as gerações aqui parem e meditem, que sintam teu exemplo e a dignidade de tua vida e que, concentradas na análise do que foste, possam proclamar: “Este, de fato, foi um homem; este, de fato, é um símbolo". (Folha de Botucatu, 21/04/1955)
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ARTIGO
PRIMEIRA VIAGEM A NÁPOLES
MARCELO DELMANTO A viagem não foi simplesmente para Nápoles, mas lá era o destino final. Por volta do ano 2000 eu e outros quatro amigos decidimos viajar juntos no verão daquele ano para a praia e o destino escolhido foi Nápoles. Éramos em cinco que morávamos no mesmo prédio de estudantes, em Bolonha. Além de mim tinha também uma gaúcha a Cristina, uma espanhola a Pilar, uma australiana a Giada e um argentino o Alfredo (Firo). Definido o destino decidimos que faríamos a vigem de carro, para tanto alugamos um carro em uma empresa de Bolonha mesmo. Como o Firo era o único que tinha carteira de motorista internacional ele era o piloto e eu copiloto sentado ao seu lado e as três meninas no banco de trás. Poderíamos ter optado pela autoestrada que era mais rápida, porém nosso intuito era realmente, ir pelas estradas vicinais pois teríamos a possibilidades de conhecer cidadezinhas e vilarejos ao longo da
viagem. De fato, apesar de várias paradas lembro-me bem de duas. A primeira foi a cidadezinha de Lucca, que é uma cidade pitoresca e acolhedora e uma curiosidade é que ela tem no centro uma praça perfeitamente circular, tanto que as fachadas das casas ao redor são côncavas para dar essa forma precisa à praça. Paramos também em Viareggio que é uma comuna italiana da região da Toscana, província de Lucca, e faz fronteira com Camaiore, Massarosa, Vecchiano. Em Viareggio entramos no mar porque já estávamos morrendo de vontade de nos refrescarmos. Continuando a viagem, já era final da tarde quando chegamos em Nápoles e foi uma surpresa ver que dos dois lados da estrada existem várias casas de laticínios que vendiam mussarela de búfala. Chegando na cidade tivemos conhecimento que o papa na época estava organizando um encontro de jovens justamente em Nápoles, ou seja, não tinha vaga em lugar algum. Conseguimos vaga em um camping em
Pozzuoli que é comuna italiana da região da Campania, província de Nápoles. O camping que conseguimos ficava na cratera de um vulcão extinto, pelo menos é o que nos disseram, mas existiam alguns lugares privados nesse vulcão onde as pessoas não tinham acesso e ali tinha uma fumacinha constante. A barraca era apertada para cinco pessoas, de modo que se você se deitasse de bruços não conseguiria virar de barriga para cima e vice-versa. Nos dias que se seguiram, além de irmos à praia todos os dias, aproveitamos também a piscina do camping. Todas as noites também íamos para Nápoles para conhecer mais a cidade, desfrutar dos pontos turísticos e aproveitar da deliciosa gastronomia. O carro chefe de lá é a famosa pizza napolitana, somente a massa da pizza já é fantástica, pizza então, nem se fala, isso sem contar que era hiper recheada e de um sabor que não se encontra em outro lugar fora de Nápoles. Após uns quatro ou cinco dias retornamos, mas ficou à vontade voltar sempre, o que eu fiz com minha esposa na nossa Lua de Mel, mas essa foi outra história.
Galleria Umberto I e Foto da pizza: Pizza Marguerita
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GERAÇÕES DA CIDADANIA BOTUCATUENSE
HOMENS QUE FIZERAM BOTUCATU!
VIRGÍNIO LUNARDI: Nascido em 1870, em S. Pellegrino, na província de Modena/Itália, Virgínio Lunardi tinha, como os modeneses, o espírito prático aliado a ideias modernas e uma têmpera para o trabalho que propiciaram a que tenha sabido levar e construir a sua vida com uma nota otimista e repleta de bons sentimentos, cortesia e espírito empreendedor. Ainda no século retrasado aportou em Botucatu, em 1887, onde já estava instalada expressiva colônia agrícola dos italianos. De início, dedicou-se ao comércio onde, pouco a pouco, foi formando clientela e assegurando conceituado renome em Botucatu e região pela presteza, dinamismo e competência com que tocava seus interesses. No ano de 1911, trouxe da Itália seu irmão Mansueto Lunardi e, ambos, imprimiram à empresa solidamente plantada um desenvolvimento grandioso. Estudaram as condições mercadológicas da época e optaram por uma atuação diversificada, não só quanto à gama de produtos industrializados, como também ampliando as suas atividades nos campos industrial, do comércio e agrícola. Não apenas foi um pioneiro de nossas industrias, mas soube atuar no comércio e no setor agrícola. O comércio de produtos comestíveis, de cereais no atacado e no varejo e o pioneirismo na revenda de automóveis e na comercialização de seus produtos; moderna fábrica de bolachas e conceituado pastifício deram à Virgínio Lunardi & Irmão, destaque e prestígio em todo o interior do Estado de São Paulo. Constituiam a empresa LUNARDI, as seguintes unidades: Grande e moderno Pastifício; Fábrica de Bolachas; Máquinas para o benefício de café,
Imigrante Pioneiro!
arroz e algodão; comercializando cereais; Representante da Standard Oil Co. of Brazil (Posto de Serviço para automóveis e carga de acumuladores); Agência Chevrolet (caminhões, automóveis, peças, acessórios, acumuladores e oficina mecânica); Seção Agrícola )Fazendas Boa Vista, Indianópolis, Santa Luzia e São Bento); Imobiliária; Acionistas da S/A Industrial Botucatuense – SAIB (madeiras) e Sócios das firmas Lunardi & Cia; Lunardi & Pescatori e Cortume Vitória. Virgínio Lunardi foi um líder de sua geração. Presidiu por dezenas de anos a Società Italaiana Di Beneficienza. Era benquisto e respeitado por todos. Sabia comandar e era orador brilhante. Deixou a sua marca positiva.
Prematuramente falecido, Virgínio Lunardi deixou seu nome gravado indelevelmente nas páginas da história botucatuense, legando a seus sucessores o seu exemplo de tenacidade invulgar. Com sua ausência, assumiu o comando de todo o Complexo Lunardi, seu irmão Mansueto Lunardi, outra expressão de destaque em nosso 1º Ciclo Industrial, que soube ampliar e consolidar os negócios da empresa, ao seu lado, os filhos de Virgínio Lunardi: Oswaldo, Luciano e Aristides. Todos souberam levar a bom termo os ideais desse valoroso imigrante italiano. A cidade de Botucatu prestou sua homenagem àquele que trouxe progresso e desenvolvimento para a cidade e, especificamente, à Vila dos Lavradores. Podendo optar pela localização de seu comércio e de suas industrias, Virgínio Lunardi sempre optou, claramente, por prestigiar o “Bairro da Estação”, transformando-o na “cidade alta”. A homenagem do Poder Público, em sua primeira etapa, constituiu-se na denominação da principal praça da Vila dos Lavradores, de Praça Cavalheiro Virgínio Lunardi, feliz iniciativa do então vereador Antônio Delmanto, que encontrou apoio unânime dos senhores vereadores e prefeito municipal. Juntamente com Petrarca Bacchi, Virgínio Lunardi representa o destaque maior de nosso 1º Ciclo Industrial (1890- 1929/30), onde o pioneirismo dos imigrantes forjou uma fase de desenvolvimento invulgar para Botucatu, projetando-a como polo irradiador de cultura e educação e centro industrial de reconhecida liderança em todo o Estado de São Paulo. (AMD)